9 em cada 10 portugueses consideram que o país deveria investir mais em renováveis
Esta é uma das conclusões de um estudo realizado pela Marktest para a APREN e que serve de antevisão à conferência anual da associação, Portugal Renewable Energy Summit, que decorre de 9 a 10 de Novembro
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Nove em cada dez portugueses consideram que o país deveria investir mais em energias renováveis. Esta é uma das principais conclusões de um estudo sobre “Notoriedade e Imagem das Energias Renováveis” realizado pela Marktest para a Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), ao longo do mês de Setembro, que envolveu mais de mil entrevistas, realizadas por todo o país, em regiões urbanas e rurais.
Cerca de 60% dos inquiridos são da opinião de que Portugal está a fazer pouco para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, e só 30% acredita que o país está a mobilizar esforços suficientes rumo à descarbonização em 2050.
Os portugueses entrevistados revelam ainda ter um conhecimento aprofundado do que consta da sua factura da electricidade, com mais de 80% a garantir conhecer parcial ou totalmente as rubricas que compõem a conta da electricidade. Quanto ao preço da electricidade, as respostas são claras: 91% dos inquiridos considera que a factura é cara. Mais de 80% acredita mesmo que o preço da electricidade em Portugal é mais elevado do que a média europeia.
Em consonância, 88% considera que se deverá fazer uma aposta em fontes de energia renovável em detrimento de combustíveis fósseis, e mais de 52% refere que o uso de energias renováveis reduz o preço de venda da electricidade.
“Os principais resultados deste estudo demostram que a população portuguesa acredita nas renováveis e defende um maior investimento nas energias verdes de forma a impulsionar a descarbonização. A APREN continuará a trabalhar no sentido de factualmente explicar e mostrar as vantagens da electricidade produzida a partir de fontes renováveis a toda a linha, nomeadamente o seu impacto muito positivo no controlo dos preços da electricidade”, sublinha o presidente da direcção da APREN, Pedro Amaral Jorge.
Investimento privado predomina nas renováveis
A população portuguesa revela ainda ter um bom conhecimento acerca das várias fontes de energia renovável. A solar e a eólica são as mais populares, alcançando uma notoriedade superior a 95%. A hídrica e a energia proveniente das ondas e marés surgem em segundo plano. Menos conhecida é a energia geotérmica, a biomassa e também o biogás. Só cinco em cada 10 portugueses já ouviu falar destas fontes.
Apesar disso, no que toca à preponderância de cada uma das tecnologias, a energia eólica é erradamente percepcionada como sendo a mais utilizada por 40% dos inquiridos, com apenas 27% a eleger a resposta correcta, a energia hídrica. A energia solar é também a primeira escolha de 28%.
Mais de 85% dos inquiridos concordam que as renováveis contribuem positivamente para a diminuição de emissões de gases de efeito de estufa e para minimizar as alterações climáticas e o seu impacto. A esmagadora maioria considera que o combate às alterações climáticas deve ser uma área prioritária de actuação do governo português e apoia a ideia de que a meta europeia e nacional para a descarbonização da economia até 2050 foi uma decisão de grande relevância.
Nem todos concordam com o aumento de impostos sobre os combustíveis mais poluentes de forma a desincentivar o seu uso, ainda assim, com 59% da população a ser favorável a esta estratégia. Consensual é a ideia de que o investimento efectuado nas renováveis é sobretudo privado. Esta opinião é partilhada por 61% dos inquiridos. Entre 2020 e 2030, segundo um estudo da Deloitte, o sector deverá atrair cerca de 20 mil milhões de euros de investimento privado em centros electroprodutores a partir de fontes de energia renovável.
Sobre o autoconsumo, as respostas são também reveladoras. No caso do autoconsumo, 87% não dispõe de autoconsumo, e apenas 20% tenciona ter no futuro, embora 95% da população concorde que deveriam existir incentivos/ apoios públicos para a aquisição e instalação de painéis solares térmicos e fotovoltaicos nas residências dos portugueses.
Já no que à eficiência energética diz respeito, 84% diz que já adoptou medidas deste género em sua casa, com 90% a referir que alterou as lâmpadas para LED, 87% a mencionar que adquiriu electrodomésticos mais eficientes e 71% a referir que não deixa os seus aparelhos em standby.
As “Renováveis”, enquanto “motor da recuperação económica”, estarão em foco na conferência anual da APREN, a Portugal Renewable Energy Summit, que se realiza a 9 e 10 de Novembro, com a participação de alguns dos principais especialistas na área das energias renováveis, a nível nacional e internacional, que integram os vários painéis de debate dos principais temas do sector.