Este é o “momento ideal” para apostar no Built to Rent
No seu relatório a nível europeu, a MVGM considera que a aposta para Portugal prazo passa por abrir o mercado ao ‘Buit to Rent’ que irá possibilitar um mercado de arrendamento mais dinâmico
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A pandemia da Covid-19 provocou uma crise sem precedentes com efeitos profundos no
mercado imobiliário europeu. Apesar de as restrições adoptadas desde Novembro em toda a
Europa para evitar um surto de casos após as férias de Natal, o continente já se encontra na
terceira vaga e a nova e mais contagiosa estirpe britânica da Covid-19 levou vários países a
aumentar as restrições. Não obstante, o mercado residencial português conseguiu resistir à
pandemia e o arrendamento ganhou terreno, com grande pressão sob as rendas, revela o
relatório realizado pela MVGM, que reúne insights sobre os principais efeitos da pandemia nos
vários sectores do mercado imobiliário na Europa.
De acordo com a MVGM, especialista em gestão imobiliária e com presença a nível europeu, nas
cidades de Lisboa e Porto cerca de 15% das casas migraram para o mercado de arrendamento
tradicional e, a nível nacional, registou-se um aumento de 67% no mercado residencial, o que
representa aproximadamente 43.000 novas casas disponíveis para arrendar. Apesar de o valor
das rendas ter sofrido uma redução significativa, o valor de aquisição dos imóveis subiu
ligeiramente durante o ano de 2020.
Este é, também, “o momento ideal”, salienta Miguel Kreiseler, Managing Director da MVGM
Portugal, para revitalizar o mercado de arrendamento. “Os resultados deste relatório reforçam a
nossa crença de que este é o momento ideal para revitalizar o mercado de arrendamento em
Portugal na perspectiva “Build to Rent”, ou seja, de construir para arrendar. Um mercado de
arrendamento mais dinâmico poderá, a longo prazo, fazer com que as cidades se tornem mais
habitadas e se expandam. Com mais projectos nesta lógica de arrendamento, a MVGM está
apostada em garantir uma gestão rigorosa e profissional nesta nova dinâmica que começa a
surgir no mercado residencial português”, acrescenta.
No que diz respeito aos escritórios, 2020 foi um ano difícil para investidores e para empresas
que ocupavam estes espaços. O teletrabalho acelerou a desocupação dos edifícios e levou os
proprietários a aceitar ajustes de preços para apoiar os arrendatários. Neste segmento “é
expectável que à medida que vão expirando os períodos de arrendamento, os inquilinos
procurem reduzir as áreas ocupadas nestes edifícios ou que as transformem em espaços mais
adequados às necessidades actuais das suas empresas”.
Já o sector logístico contraria tendências e, de acordo com a MVGM, foi o que melhor conseguiu
contornar a crise, pelo facto de constituir um negócio fundamental para a adaptação das
empresas durante o confinamento, graças à importância crescente do comércio online.
Centros comerciais com mais desafios em 2021
A MVGM revela que, em média, a circulação nos centros comerciais caiu cerca de 30% e as
vendas 25% em 2020, o que reforça a necessidade de aumentar a resiliência destes espaços que,
desde o início da pandemia, tiveram de encontrar soluções para manter as vendas e preservar
empregos. Para Miguel Kreiseler, “a pandemia veio trazer desafios sem precedentes para os
centros comerciais e para as empresas responsáveis pela sua gestão”. “Repensar a natureza da
sua função e o propósito destes espaços será fundamental para mantê-los atractivos para os
visitantes e rentáveis para os proprietários, através de novos modelos de ocupação. E se os
centros comerciais ganhassem um novo propósito? É necessário aumentar a resiliência para que
estes espaços sejam capazes de reagir e acompanhar a mudança em situações impostas, tal
como aconteceu com a Covid-19”, conclui o managing director da MVGM em Portugal.