Rendas habitacionais regressam aos valores de 2017
Em Lisboa as rendas desceram 4,8% no 4º trimestre de 2020 e 16,8% em termos homólogos e no Porto a descida foi de 3,2%
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As rendas habitacionais contratadas em Lisboa voltaram a registar uma contracção acentuada no 4º trimestre de 2020, caindo 4,8% em termos trimestrais e 16,8% em termos homólogos. Quer num quer noutro horizonte temporal, o último trimestre de 2020 foi também o quarto trimestre consecutivo em que as rendas na capital registaram um comportamento recessivo, uma travagem que fez o nível das rendas praticadas neste mercado regressar a patamares de meados de 2017.
Os dados resultam do Índice de Rendas Residenciais (IRR), o qual é apurado pela Confidencial Imobiliário e acompanha o comportamento do mercado de arrendamento, tendo por base as rendas dos novos contratos realizados.
Desde o final de 2018 que as rendas em Lisboa evidenciam uma tendência de desaceleração, com a evolução trimestral a entrar em terreno negativo pela primeira vez no 3º trimestre de 2019. Em termos homólogos, a primeira descida verificou-se no 1º trimestre de 2020. A pandemia intensificou as descidas. No início do ano, as rendas desciam 1,8% em termos homólogos, enquanto que em termos trimestrais o mercado já travava a um ritmo de -2,3%.
De acordo com Ricardo Guimarães, director da Confidencial Imobiliário, “um dos factores a influenciar esta descida nas rendas contratadas é o aumento da oferta para arrendamento na cidade. Entre início e final do ano, o número de fogos disponíveis para arrendar em Lisboa aumentou 40%, sobretudo refletindo a migração de habitações oriundas do Alojamento Local”.
“Outra razão para a descida das rendas é o facto de o perfil financeiro da procura estar a mudar. Num contexto em que o driver do uso turístico e do arrendamento de curto-prazo estão suspensos devido à pandemia, a procura tende a aumentar por via dos portugueses, pelo que as rendas também acabam por ter de se ajustar ao rendimento das famílias, obrigando, assim, à prática de rendas inferiores. Por último, o mercado de arrendamento é um mercado de refúgio para os investidores e estes estão dispostos a assumir uma descida das rendas neste momento, embora não encarem esse comportamento como definitivo e tenham expectativa de que o mercado retorne os níveis anteriores”, explica ainda o director da Confidencial Imobiliário.
No Porto, as rendas registaram uma descida trimestral de 3,2% no 4º trimestre de 2020. Já face ao trimestre homólogo, caíram 4,5%, sendo a primeira vez desde o final de 2015 que as rendas no Porto descem em termos homólogos.
No total do mercado nacional (Portugal Continental), as rendas contratadas na habitação estabilizaram no 4º trimestre de 2020, com uma variação de -0,6% em termos trimestrais e de -0,7% em termos homólogos.