Adriano Ferreira Borges
Fábrica Confiança já é Monumento de Interesse Público
Secretária de Estado destaca o “último testemunho bracarense de um património do qual existem cada vez menos vestígios”
CONSTRUIR
Espanhola ARC Homes tem plano de investimento de 180 M€
“Um futuro sustentável para a Construção” domina programação da 31ªConcreta
Casa cheia para a 31ª edição da Concreta
Signify ‘ilumina’ estádio do Sporting Clube de Portugal
Savills comercializa 2.685 hectares de floresta sustentável em Portugal e Espanha
Tecnológica Milestone com 36% de mulheres nas áreas STEM supera média nacional
Sede da Ascendi no Porto recebe certificação BREEAM
KW assinala primeira década em Portugal com videocast
LG lança em Portugal nova gama de encastre de cozinha
CONCRETA de portas abertas, entrevista a Reis Campos, passivhaus na edição 519 do CONSTRUIR
A Saboaria e Perfumaria Confiança, popularmente conhecida por Fábrica Confiança, acaba de ser declarada Monumento de Interesse Público na sequência do pedido de classificação e respectiva documentação que a Plataforma entregou em Outubro de 2018. A portaria, assinada por Ângela Carvalho Ferreira, secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, foi publicada esta segunda-feira em Diário da República.
A portaria enumera as razões que levaram à classificação do único exemplar da arquitectura industrial de Braga, com origens no século XXI. A Saboaria e Perfumaria Confiança foi fundada em Braga no ano de 1894, tendo funcionado desde esta data, e até 2005, ano do seu encerramento, nas instalações da Rua Nova de Santa Cruz, que foram sendo sucessivamente acrescentadas e remodeladas.
“A oficina primitiva deu lugar, em 1929, a um novo edifício, conhecido como Fábrica Confiança, dotado de uma impressiva frente urbana, bem representativa da arquitetura industrial oitocentista, que em muito contribuiu para a definição urbanística do eixo viário principal e de toda a envolvente, onde se concentravam outrora diversas unidades fabris. Este autêntico parque industrial, integrando uma série de pavilhões e logradouros, incluindo espaços sociais, foi sendo progressivamente abandonado, à medida que a laboração da Confiança passava para infraestruturas mais modernas, num movimento que decorria a par do desaparecimento do tecido industrial tardo-oitocentista de Braga”, pode ler-se no Diário da República. Mais se argumenta: “o edifício da Fábrica da Saboaria e Perfumaria Confiança, bem como o espólio que ainda se conserva, do qual faz parte um importante arquivo, representa, assim, o último testemunho bracarense de um património do qual existem cada vez menos vestígios. Porém, a sua dimensão histórica e social não se esgota na história da industrialização da cidade, e nem sequer no período oitocentista, mas respeita a todo o Norte de Portugal, e a uma cronologia que se alarga, provavelmente, a épocas bem mais remotas, havendo razões para acreditar que no local ainda se conserva parte da Via Romana XVII, que ligava Braga a Astorga”.
Recorde-se que no início de 2020 a Câmara Municipal de Braga realizou duas hastas públicas para vender o edifício municipal que agora está classificado como Monumento de Interesse Público. Não surgiu qualquer comprador.
Vários sectores de movimentos cívicos, culturais e patrimoniais têm apelado a que a Fábrica Confiança seja transformada num centro cívico e cultural, aberto a toda a cidade e que respeite a memória industrial. Em Junho de 2019 a Plataforma Salvar a Fábrica Confiança apresentou à Câmara Municipal e ao Ministério da Cultura o “Confiança CCC”, um projecto comunitário de criação de um centro cívico e cultural que pressupõe um reduzido – ou até mesmo nenhum – investimento municipal.