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    Mercado nacional no centro da estratégia da TPF Consultores

    Carlos Baião é, desde Maio, presidente do Conselho de Administração da TPF Consultores de Engenharia e Arquitetura, empresa que celebra este ano quatro décadas de vida. 2020 e a situação de pandemia que vivemos volta a trocar as voltas à estratégia da empresa que em 2019 tinha no mercado externo 70% da sua actividade

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    Mercado nacional no centro da estratégia da TPF Consultores

    Carlos Baião é, desde Maio, presidente do Conselho de Administração da TPF Consultores de Engenharia e Arquitetura, empresa que celebra este ano quatro décadas de vida. 2020 e a situação de pandemia que vivemos volta a trocar as voltas à estratégia da empresa que em 2019 tinha no mercado externo 70% da sua actividade

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    Carlos Baião é, desde Maio, presidente do Conselho de Administração da TPF Consultores de Engenharia e Arquitetura, empresa que celebra este ano quatro décadas de vida. O novo PCA assume as rédeas da empresa numa altura em que esta enfrenta o maior desafio da sua história.

    Detida a 100% pelo grupo belga TPF, a empresa herdou ao longo dos últimos 40 anos a experiência acumulada de algumas das mais antigas empresas de engenharia nacionais que, ano após ano a foram integrando. A história da TPF Consultores de Engenharia e Arquitetura é uma história de sucesso mas também de sobrevivência.

    2020 e a situação de pandemia que vivemos volta a trocar as voltas à estratégia da empresa que em 2019  tinha no mercado externo 70% da sua actividade. Sem pensar duas vezes, a estratégia da nova administração passa por um maior incremento da actividade no mercado nacional, de olho nas infraestruturas defendidas pelos planos de recuperação nacional e europeu e financiadas, maioritariamente por fundos europeus. A empresa não estará sozinha nesta estratégia mas a sua experiência pode fazer a diferença.

    Como terminou o último ano fiscal para a TPF Consultores de Engenharia e Arquitetura e qual o peso da empresa no seio do grupo TPF?

    A TPF Consultores facturou em 2019, em termos consolidados 28,2 milhões de euros. Nesse mesmo ano o Grupo TPF facturou 248 milhões de euros. Embora em termos de facturação o nosso peso tenha sido de 11,4%, em termos de EBITDA do Grupo TPF, foi de mais de 25%.

    A última aquisição do grupo em Portugal, a Cenor em 2016, permitiu à empresa crescer quanto?

    A aquisição em 2016 conduziu a um aumento de 30% a 60%, variando nos últimos quatro anos em função da menor ou maior exportação. No entanto, mais do que esses valores, a aquisição veio proporcionar uma dimensão internacional mais robusta à empresa, tendo, simultaneamente, alargado significativamente as nossas áreas técnicas de atuação, tornando-nos, actualmente, na maior empresa de consultoria nacional na actividade conjunta de engenharia e arquitectura.

    Hoje estão presentes em quantos mercados? Qual o peso destes nas contas da empresa? 

    A TPF Consultores, para além do mercado nacional, está presente em Angola, Argélia, Camarões, Macau, Moçambique, Timor-Leste e Turquia, mas trabalhamos activamente no Brasil em parcerias com empresas do Grupo TPF, e actuamos de uma forma geral nos mercados onde vão surgindo as oportunidades, como sejam os exemplos de contratos em curso no Quénia e na Guiné Conacri, correspondendo o mercado internacional a cerca de 70% da nossa actividade.

     Quantos colaboradores empregam?

    A TPF Consultores, portuguesa, tem cerca de 310 colaboradores, incluindo participadas, e o Grupo integra cerca de 4000 colaboradores permanentes.

    Linha Ferroviária OTT, Argélia

     Quais as principais obras onde estão a operar?

    No mercado internacional, trabalhamos sobretudo na área de instalações de saúde (hospitais), sistemas de abastecimento de água e de energia hídrica, em Angola, em infraestruturas de transporte (rodovias, ferrovias e sistemas de metro), na Argélia, em ordenamento e planeamento do território e em estudos de infraestruturas hidráulicas, em Moçambique, e no imobiliário, em Macau. Em Timor-Leste, nos Camarões e na Turquia trabalhamos em projectos diversificados, sejam na área das infraestruturas urbanas e rodoviárias, seja na área de instalações de saúde, ou, ainda, na área da engenharia geotécnica. Esta última área é também o caso do Brasil, onde temos vários contratos em curso de consultoria no sector mineiro.

    A TPF Consultores é, actualmente, com grande probabilidade, a empresa portuguesa de engenharia e arquitetura mais pluridisciplinar, tendo profissionais permanentes que lhe permite intervir nas áreas de Edifícios, Estruturas e Instalações Técnicas, de Ambiente, de Hidráulica, de Desenvolvimento Agrícola, de Transportes, de Geologia e Geotécnia, bem como na Gestão e Fiscalização de Obras, tanto a nível de Engenharia como também de Arquitectura e da cada vez mais ativa modelação BIM.

    De que forma está repartido o capital da empresa e qual o peso do Grupo TPF? Existe autonomia de decisão?

    O capital da empresa é neste momento detido a 100% pelo Grupo TPF. Contudo, existe autonomia de decisão até ao limite que a própria administração da TPF Consultores entenda que a deve assumir. Por outras palavras, é com total naturalidade que a Administração coloca os problemas ao accionista sempre que entende que estes, pela sua delicadeza ou relevância no futuro da empresa, requerem a sua opinião ou intervenção.

    A TPF Consultores integra o Comité Executivo do Grupo TPF, que reúne com frequência. No início de cada ano são estabelecidos os KPI estratégicos da empresa, sendo a gestão totalmente orientada para o seu cumprimento.

    Como vêm o actual momento, do ponto de vista do sector onde actuam, e dos desafios que hoje se colocam, tendo em conta a vossa exposição ao mercado exterior?

    O actual momento do nosso sector de atuação é critico e já nos acarretou graves problemas, principalmente em toda a actividade de exportação da empresa. O volume da nossa faturação no mercado internacional, no ano de 2019, correspondia a cerca de 70% e, este ano, dificilmente atingirá 50%. Estamos, de forma empenhada, a procurar adaptarmo-nos a esta nova realidade, sendo que, presentemente, o que verdadeiramente nos preocupa são as dívidas pendentes de pagamentos já vencidos que possuímos no exterior e a visível tendência para o respectivo pagamento se protelar, dadas as dificuldades sentidas pelos nossos diferentes clientes estrangeiros, quer privados quer do sector público.

    Aumentar a presença no mercado nacional pode ser uma solução?

    A procura da compensação da redução das exportações  através do incremento de actividade no mercado nacional tem sido um objectivo estratégico da Administração, contudo, é necessário ter em consideração que as margens libertadas pela actividade no mercado nacional não são comparáveis com as de certos mercados exteriores, sendo na realidade bastante inferiores. Tal significa que, para a empresa apresentar resultados positivos semelhantes aos de anos anteriores, terá de angariar uma carteira de negócios substancialmente maior. Para que tal objectivo seja atingido muito se depende da implementação com sucesso do Plano de Recuperação Económica de Portugal, recentemente divulgado. Este Plano prevê um significativo incremento da actividade no sector onde nos inserimos, englobando os programas PT 2020, o Plano de Recuperação Europeu, bem como os fundos disponibilizados ao abrigo do Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027 europeu.

    TPF Consultores: A herdeira da engenharia portuguesa

    Hospital Cuf Sintra

    Contar a história da TPF Consultores é percorrer alguns dos marcos da engenharia do nosso país com intervenções em grandes projectos e obras. A história da TPF Consultores inicia-se em 1980, com a constituição da Planege, que resultou da  cisão de uma empresa de consultoria de engenharia hidráulica, a Sanaqua. Ao longo de quatro décadas a empresa viria a agregar, por aquisição e fusão, várias entidades: a Partex-CE, a P&V, a ProSistemas, a Provia e, mais recentemente, a Cenor.

    A Planege foi constituída com doze sócios, dos quais dez eram ex-acionistas da Sanaqua todos com capital accionista praticamente igual, ao jeito de uma cooperativa, tão em voga na altura.

    De uma empresa que tinha iniciado a sua actividade no ramo praticamente exclusivo da engenharia sanitária e dos projectos de engenharia, o mercado encaminhou-a, aos poucos, para a área pluridisciplinar de coordenação e fiscalização de obras. Durante um largo período de tempo e até uma nova fase, a empresa foi-se especializando essencialmente em gestão e fiscalização de obras, mantendo nichos de actividade de projecto de engenharia em áreas industriais, como a cimenteira.

    Em 2001 a história desta empresa toma um novo rumo. Nesse ano a empresa foi adquirida pela TPF CE. A empresa de consultoria belga tinha entrado no país um ano antes, com a aquisição de 65% da Partex CE. A TPF-CE decidiu reforçar a sua posição no mercado nacional e “persuadiu” o accionista a adquirir também a Planege, passando a empresa a designar-se, então, TPF Planege.

    A TPF Planege ganhou projecção no mercado interno, tendo estado envolvida na construção dos estádios para o Euro 2004. A partir de 2006  o mercado externo começa a tomar dimensão na actividade da empresa. A rota internacional inicia-se na Argélia e depois em Angola, ambos os mercados em 2006, e em 2019 surge Moçambique.

    O reforço das áreas de engenharia de projectos levou, primeiro, à aquisição da P&V, que à data tinha estado envolvida na ampliação do Hotel Savoy na Madeira, de forma a garantir a área de engenharia de estruturas. Seguiu-se a ProSistemas, para garantir a área de engenharia hidráulica  e, finalmente, a Provia, para suprir a área de infraestruturas de transportes.

    Em 2012, graças a estas aquisições, a TPF Planege  tinha já uma facturação de 35% a 40% em projectos e de 60% a 65% em coordenação e fiscalização de obras, correspondendo a actividade exportada a cerca de 70% da sua faturação total. O peso do mercado externo fez com que a empresa ultrapassa-se razoavelmente bem as crises em Portugal de 2008 e 2012.

    No cada vez mais internacional Grupo TPF a empresa mantinha uma posição importante, fazendo parte do Comité Executivo conjuntamente com colegas belgas, franceses, indianos e brasileiros. À data, a empresa nacional representava entre 25% e 30% da facturação do Grupo Belga.

    Mas a casa mãe estava ela própria empenhada na sua estratégia de expansão internacional em países como a Índia, o Senegal, o Brasil, Marrocos ou Espanha. Desde 2001, altura em que o Grupo TPF adquiriu a Planege, até 2014, quando o Grupo adquiriu duas empresas espanholas, o crescimento foi da ordem de 100%. A aquisição pelo Grupo TPF de ambas as empresas, a Getinsa e a Euroestudios, reduziu a influência da TPF Planege a cerca de 10%.

    Foi nessa ocasião que a TPF Planege decidiu encetar conversações com a Cenor. As duas empresas cooperavam havia já alguns anos através de parcerias específicas para determinados trabalhos, tanto em Portugal continental, como na Região Autónoma da Madeira, e até mesmo em Angola, no construção da Cimenteira do Cacuaco. A Cenor possuía também clusters de especialização que a TPF Planege continuava a não deter, em especial nas áreas da geologia e geotecnia. Em 2016 é formalizada a fusão entre a TPF Planege e a Cenor, da qual resultou a TPF Planege Cenor.

    Em 2018 a empresa assume a designação TPF – Consultores de Engenharia e Arquitectura e assume-se como uma empresa portuguesa, que integra um grupo de dimensão internacional mas com gestão “integralmente” nacional, constituindo hoje um importante subgrupo dentro do Grupo TPF com  sucursais em Angola, Argélia, Camarões, Macau, Moçambique, Turquia e Timor-Leste.

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    ESI Robotics e Universidade do Minho testam impressão 3D com materiais cimentícios

    A fabricação aditiva com materiais cimentícios, impulsionada pela robótica, está a “transformar” a indústria da construção e da arquitetura. Com benefícios “significativos” em termos de sustentabilidade e eficiência, esta tecnologia promete um futuro onde a construção é mais “rápida, barata e ecológica”

    Cidália Lopes

    Desenvolvido em parceria com o ACTech Hub, da Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho, a ESI Robotics, especialista em automação industrial e robótica, desenvolveu uma tecnologia que permite a fabricação aditiva com materiais cimentícios.

    Impulsionada pela robótica, este tipo de fabricação está a transformar a indústria da construção e da arquitectura, já que permite “redefinir” a forma como construímos, “combinando a precisão da impressão 3D com a robustez dos materiais cimentícios”.

    Esta, que é uma das “grandes inovações” da última década, tem benefícios “significativos” em termos de sustentabilidade e eficiência. Os seus braços robóticos, que têm como ferramenta um sistema de extrusão, permitem uma maior economia no uso de material, afinar melhor o tipo de misturas e de materiais que são usados, podendo utilizar materiais compósitos mais sustentáveis, tornando o processo mais “rápido, barato e ecológico”, destaca Gil Sousa, co-fundador da ESI Robotics.

    A tecnologia permite a construção de elementos construtivos como pilares, paredes, vigas, entre outras estruturas, assim como soluções à medida, adaptando o extrusor para misturar diferentes componentes. Muitas das peças, desenvolvidas no AC Tech Hub, são de argamassa cimentícia, mas é necessário adicionar outros componentes, como fibras, reforços, entre outros.

    “Os seus braços robóticos, que têm como ferramenta um sistema de extrusão, permitem uma maior economia no uso de material, afinar melhor o tipo de misturas e de materiais que são usados, podendo utilizar materiais compósitos mais sustentáveis, tornando o processo mais “rápido, barato e ecológico””

    Parcerias

    A parceria entre a ESI Robotics e a Universidade possibilita a integração e convergência de diferentes áreas, criando equipa de trabalho multidisciplinares.

    Esta definição de uma rede de colaboração mais alargada é “muito positiva”, reforça Gil Sousa, já que contribuiu para alterar a “percepção do arquitecto profissional que está apenas no atelier, mas que se expande para o estaleiro de obra associando-se a outros sistemas de desenho, mas também sistemas de construção e produção”, conclui.

    Também Bruno Figueiredo, professor na Universidade do Minho, destaca a importância de parcerias com empresas com a ESI. “Sendo um dos grandes desafios da construção e da arquitectura o processo de digitalização, que incorpora, também, sistemas de automação, estas parcerias permitem cobrir esses desafios e fazer investigação nessas áreas”.

    Testar a sua aplicação

    Os alunos procuram cada vez mais os temas relacionados com digitalização e automação e na Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho, encontram a possibilidade de aplicar, de testar sistemas e de desenvolver novos materiais.

    As soluções aqui desenvolvidas podem fazer a diferença, uma vez que são testadas em funcionamento e podem depois, ser comercializadas e transferidas para a indústrias. 

    Neste caso, sendo o projecto instalado na Universidade do Minho, a sua principal aplicação é para investigação. “Aqui, os alunos e investigadores, têm oportunidade de testar, efectivamente, elementos construtivos, como vigas, paredes, pilares, entre outros”, explica o responsável da ESI Robotics.

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    Cidália Lopes

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    Já abriram as candidaturas para o Prémio Inovação Jovem Engenheiro

    As candidaturas para a 34ª edição do Prémio Inovação Jovem Engenheiro (PIJE) 2024, uma iniciativa promovida pela Ordem dos Engenheiros – Região Sul (OERS), decorrem até 31 de Dezembro

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    Encontram-se abertas, até 31 de Dezembro, as candidaturas para a 34ª edição do Prémio Inovação Jovem Engenheiro (PIJE) 2024, uma iniciativa promovida pela Ordem dos Engenheiros – Região Sul (OERS) que, desde 1990, galardoa anualmente trabalhos nos diversos ramos da área, que se evidenciam pelo seu carácter “inovador e aplicabilidade prática”.

    Podem candidatar-se ao PIJE os jovens engenheiros, estagiários ou efetivos com idade até 35 anos, inscritos na Ordem dos Engenheiros, em qualquer região, com trabalhos individuais ou em coautoria. Esta iniciativa pretende “potenciar” futuros profissionais, através da divulgação de trabalhos “diferenciadores” e “reconhecer e celebrar” o desempenho dos membros da Ordem dos Engenheiros.

    “Valorizar o talento dos jovens é essencial para o futuro da engenharia. Este prémio pretende promover as capacidades que acreditamos que tantos jovens engenheiros têm, mas também proporcionar a oportunidade de estabelecerem conexões com o mundo profissional e impulsionar o seu crescimento e desenvolvimento”, comenta António Carias de Sousa, presidente da Ordem dos Engenheiros Região Sul.

    Adianta ainda que “a iniciativa não só celebra as conquistas individuais, mas também reforça a importância da engenharia na construção de um futuro mais sustentável e tecnologicamente avançado”.

    Para o primeiro, segundo e terceiro classificados será atribuido um prémio pecuniário no valor de 10 mil euros, cinco mil euros e 2.500 euros, respectivamente, com a possibilidade de serem ainda atribuídos diplomas de menção honrosa. Já o valor dos prémios atribuídos a trabalhos de coautoria será dividido pelos respectivos autores.

    Com um investimento de aproximadamente 500 mil euros ao longo destas 33 edições, a OERS reconheceu e premiou mais de 100 jovens, sendo esta uma oportunidade única para demonstrarem a sua criatividade e contribuírem para o avanço da engenharia em Portugal.

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    Ordem dos Engenheiros e Brisa reforçam colaboração para promover a engenharia

    Com esta assinatura “saem reforçadas a promoção conjunta das áreas científicas e tecnológicas, com foco na engenharia e no posicionamento dos engenheiros no debate das matérias relevantes para o desenvolvimento do País” reafirmam

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    A Ordem dos Engenheiros (OE) e o Grupo Brisa assinaram esta sexta-feira, dia 5 de Julho, na Sede nacional da Ordem dos Engenheiros, em Lisboa um protocolo de colaboração com vista a reforçar a sua parceria no biénio 2024/2025.

    O documento consubstancia a “vontade comum de aprofundamento” de trabalho conjunto em matérias como a atracção e vinculação de talentos, a diversidade e maior representatividade de género, potenciando a ascensão profissional de mulheres engenheiras naquela empresa, bem como uma maior envolvência da Brisa em eventos formativos e debates organizados pela Ordem que confluam com as suas áreas de actividade.
    Para Fernando de Almeida Santos, bastonário da Ordem dos Engenheiros e para António Pires de Lima, presidente da Comissão Executiva do Grupo Brisa, com esta assinatura “saem reforçadas a promoção conjunta das áreas científicas e tecnológicas, com foco na engenharia e no posicionamento dos engenheiros no debate das matérias relevantes para o desenvolvimento do País” reafirmam.
    O Grupo Brisa é parceiro Institucional da Ordem dos Engenheiros desde 2006, tendo a sua missão em sintonia com a da Ordem dos Engenheiros, no que diz respeito às áreas com forte intervenção da engenharia, como seja no desenvolvimento e gestão de infraestruturas de transporte e soluções de mobilidade sustentáveis e inovadoras, focando na mobilidade como impulsionadora do crescimento, desenvolvimento e criação de valor.
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    LNEG, APREN e americana TNC unem-se para “acelerar” energias renováveis em Portugal

    O projecto, que deverá estar concluído no início de 2026, visa mapear as localizações mais adequadas para implementação de centrais solares e eólicas, de forma a garantir uma transição energética “limpa, verde e equitativa”

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    A The Nature Conservancy (TNC), o Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) e a Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) juntaram-se numa parceria inovadora para apoiar a ambiciosa agenda de transição energética de Portugal. Esta aliança estratégica reúne conhecimento em matéria de ambiente, ao nível de investigação científica e garante o envolvimento de todas as partes interessadas para impulsionar soluções energéticas sustentáveis para o País.

    Ao abrigo de um Memorando de Entendimento recentemente assinado, as organizações parceiras trabalharão em estreita colaboração com todos os stakeholders portugueses, incluindo ONG’s ambientais nacionais, no sentido de identificar as áreas ideais para localizar novas centrais de energia solar e eólica, respeitando os valores ecológicos e culturais. O mapa resultante tem como objectivo apoiar os decisores políticos, organismos públicos, investidores e promotores no cumprimento da diretiva das renováveis da União Europeia, no que respeita a designação de Áreas de Aceleração Renováveis (RAAs) até fevereiro de 2026.

    Com base na investigação pioneira do LNEG lançada no início deste ano, o projecto irá implementar a metodologia de localização “smart” da TNC já utilizada nos Estados Unidos, Índia, Croácia e nos Balcãs Ocidentais para estudar meticulosamente o território de Portugal Continental, identificando as melhores localizações para novos projectos de energia solar e eólica. Estas áreas de aceleração serão seleccionadas com base na adequabilidade ambiental, na exequibilidade técnica e no alinhamento com o ambicioso compromisso de Portugal de ter 90% de electricidade renovável até 2030.

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    Prospectiva fiscaliza projecto de gestão de resíduos na Mauritânia

    No âmbito da parceria estabelecida com o Ministério da Economia e do Desenvolvimento Sustentável da Mauritânia, a empresa vai realizar o acompanhamento, controlo e supervisão dos trabalhos de urbanização e infraestrutura de gestão de resíduos sólidos de Kiffa, situada no Sul, junto às fronteiras com o Senegal e o Mali

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    A Prospectiva vai fazer o acompanhamento, o controlo e a supervisão dos trabalhos de urbanização e infraestrutura de gestão de resíduos sólidos de Kiffa, situada no Sul da Mauritânia, junto às fronteiras com o Senegal e o Mali e cujo projecto visa melhorar “significativamente” as capacidades de gestão de resíduos na cidade e melhorar a qualidade de vida dos seus residentes. A obra já está em desenvolvimento e terá uma duração prevista de 10 meses.

    Esta oportunidade, que surge através de uma parceria estabelecida com o Ministério da Economia e do Desenvolvimento Sustentável da Mauritânia, através da Célula de Coordenação do Projecto de Apoio à Descentralização e Desenvolvimento de Cidades Intermediárias Produtivas (MOUDOUN), destaca o compromisso da Prospectiva com o “desenvolvimento sustentável” e reforça a posição da empresa como “um elemento-chave” no campo da gestão de infraestruturas urbanas.

    O projecto envolve o desenvolvimento abrangente de instalações de gestão de resíduos, incluindo a construção de uma célula de aterro, um lago de evaporação de lixiviados e várias estruturas de apoio. Outros elementos do projecto incluem, ainda, a terraplanagem, construção de estradas de acesso e implementação de um sistema de vedação para garantir a segurança ambiental.

    Adicionalmente, as melhorias na infraestrutura abrangerão a instalação de uma estação de bombeamento de lixiviados, um tanque de armazenamento de água e vários edifícios operacionais, como um posto de guarda, escritório administrativo, sanitário público e uma grande área de triagem.

    As estradas internas dentro da instalação e um sistema fotovoltaico para fornecimento de energia também fazem parte do plano de desenvolvimento.

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    Directiva RED III acelera renováveis

    O ministério do Ambiente e Energia criou um Grupo de Trabalho para acelerar a transposição da Directiva Europeia RED III (Directiva Energias Renováveis) para a legislação nacional

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    A Directiva RED III estabelece metas ambiciosas para aumentar a quota de consumo final bruto de energia proveniente de fontes renováveis para 42,5% até 2030, um aumento significativo em relação aos 32% anteriormente definidos. O Grupo de Trabalho, o qual conta com a participação da ADENE, tem o papel de assessorar o Governo na definição de políticas eficazes, na promoção de boas práticas no sector energético e na facilitação da implementação de novas tecnologias renováveis.

    Este Grupo de Trabalho irá, numa primeira fase, até dia 1 de Julho, preparar e apresentar propostas técnicas que permitam transpor para o ordenamento jurídico nacional disposições que agilizem o licenciamento de energia renováveis. Numa segunda fase, o Grupo de Trabalho terá como missão identificar as áreas temáticas e os diplomas que possam acomodar a transposição total da RED III, até 21 de Maio de 2025.

    A ADENE será um dos membros do Grupo de Trabalho na segunda fase, colaborando na preparação e apresentação de propostas técnicas para a transposição da Diretiva RED III. A ADENE terá também um papel relevante no apoio ao procedimento de consulta pública das propostas legislativas, incluindo a análise das pronúncias submetidas e a elaboração do respetivo relatório de consulta pública. Finalmente, é missão da ADENE neste Grupo de Trabalho a comunicação e a cooperação entre as diferentes entidades envolvidas.

    Recorde-se que a Directiva RED III é um quadro jurídico que estabelece o desenvolvimento de energias limpas, em todos os sectores da economia da União Europeia, que além do acelerar da produção de energias renováveis, determina, igualmente, que os Estados-Membros deverão fixar uma meta indicativa para tecnologias inovadoras de pelo menos 5%, dos 42,5 % de capacidade de energias renováveis instalada, até 2030.

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    Adene assume co-presidência da European Energy Network

    Lisboa acolhe encontro da Europen Energy Network no dia em que Adene assume a co-presidência da rede das agências nacionais de energia da Europa

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    A Adene é a anfitriã da EnR M75 Regular Meeting, a reunião semestral da European Energy Network (EnR), a rede voluntária comporta por 24 agências nacionais de energia da Europa. Neste encontro, a ADENE assume a copresidência da EnR para o segundo semestre de 2024, em parceria com as agências nacionais de energia de França (ADEME) e dos Países Baixos (RVO). Esta colaboração reforça o compromisso da ADENE em promover uma transição energética justa, inclusiva e sustentável em toda a Europa, que ficou patente durante quando a ADENE teve a presidência da EnR em 2022-23.

    O ponto alto da reunião de Lisboa é esta sexta-feira, 21 de Junho, com a realização do workshop “Using Behaviour Change Insights and Programmes to Accelerate the Just Energy Transition”, cuja discussão centrar-se-á nas abordagens inovadoras às alterações comportamentais em três temas chave: transição justa; flexibilidade na procura; aceitação pública de novas tecnologias.

    O workshop, aberto a convidados e ao público em geral, em formato presencial ou à distância, é dirigido a todos os profissionais das agências de energia e do sector da energia, assim como a decisores políticos, administração pública, cientistas sociais, e investigadores.

     

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    “O ano de 2024 vai ver, possivelmente, os números dos quadros do grupo no Brasil ultrapassar os de Portugal”

    A Tecnoplano está a crescer nas diferentes latitudes onde está presente, mas o Brasil destaca-se. Depois do sector aeroportuário, os sistemas de energia, produção e transmissão, aceleram o ritmo de crescimento deste mercado, sustentado também pela existência de recursos humanos qualificados para dar resposta aos novos desafios. Ao CONSTRUIR, Pedro Matos de Pinho, CEO da Tecnoplano, fala sobre os diferentes desafios, tecnológicos e humanos, que se colocam nesta fase de crescimento

    No final de Dezembro, a Tecnoplano fechou as contas de 2023 com um aumento de 25% na sua área core de consultoria e projectos de fiscalização. Para este ano a perspectiva é crescer, pelo menos 50%, em função dos projectos em Portugal, mas também no Brasil, mercado que se tem vindo a afirmar na actividade da empresa, quer pelo valor gerado quer pelo aporte técnico que presta a outras geografias onde o grupo português está presente. Ao CONSTRUIR, o CEO da Tecnoplano, Pedro Matos de Pinho sublinha que já este ano o número de quadros do grupo no Brasil devem ultrapassar os existentes em Portugal, “o que é compreensível dada a dimensão do mercado”, justifica.

    No início do ano anunciaram a criação de uma espécie de ‘Governo Sombra’. Como é que a experiência está a correr?

    A experiência tem sido extremamente positiva. O Conselho de Administração Sombra (CdA) trouxe uma diversidade de perspectivas e ideias que enriqueceram as nossas decisões estratégicas. Têm existido algumas reuniões que este jovem CdA convoca para abordarem o andamento dos trabalhos e retirar informações valiosas dos membros mais seniores das empresas. Têm como objectivo apresentar a proposta de Plano Estratégico do Grupo até Setembro para discussão interna. Ficaremos a aguardar.

    Este é um instrumento para tornar o grupo mais “atractivo” numa altura em que a mão de obra qualificada, nomeadamente engenheiros, é um sério problema ao desenvolvimento e crescimento do sector. Como vêem este problema e como o tem contornado?

    Certamente, a atractividade é um dos objectivos. O déficit de engenheiros é um desafio global, e estamos a abordá-lo através de iniciativas selectivas nas universidades promovendo estágios. Além disso, investimos fortemente na formação contínua dos nossos colaboradores, o que nos permite manter um quadro de profissionais altamente qualificados. Actualmente estamos a criar a “Academia Tecnoplano” com esse mesmo propósito.

     

    A digitalização está a mudar todo o sector AEC e a fazê-lo avançar a uma grande velocidade. Como é que o grupo dá resposta às novas tendências como o digital twin, a modelação 3D, o uso da Inteligência artificial, etc..?

    Tentamos estar na vanguarda da digitalização no sector AEC. Estamos num processo de implementação de um sistema de gestão centralizado para as diversas áreas da nossa operação. Até ao final do ano teremos um sistema que irá agregar toda a parte contabilística e administrativa, mas com um foco na comunicação à operação. Queremos que a informação seja fornecida directamente à operação, pois é ali onde o impacto tem efeito. Quanto às ferramentas técnicas, a nível de desenvolvimento de projectos já operamos nos diversos sectores em ambiente BIM há alguns anos. Demos início a esta transição em 2016. Nas áreas de project management e supervisão de obras, estamos numa melhoria e actualização de ferramentas contínua, criando cada vez mais processos de integração das actividades com um foco em decisões baseadas em dados “data-driven decision”. A experiência dos nossos técnicos é essencial, no entanto, o mundo mudou e cada vez mais os stakeholders querem decisões baseadas em dados concretos que sustentam a decisão, minimizando o erro e subsequentemente a litigância. Em relação a AI, temos assistido a um aumento de actualizações dos nossos softwares com apoio desta tecnologia. Caminhamos para uma versão positiva do ‘Admirável Mundo Novo’. A gestão e controlo das nossas actividades passará por uma metodologia de integração para uma gestão mais assertiva e eficiente das áreas de conhecimento que compõem uma determinada actividade com recurso a softwares em constante actualização. A título de exemplo, a integração do escopo com o planeamento e controlo de custo é uma abordagem ao alcance de qualquer fiscal de obra que detenha a ferramenta e formação adequada, agregando a IA permite um planeamento previsível e mais preciso.

     

    E de que forma toda esta transformação já é visível na carteira de obras da Tecnoplano?

    A transformação digital está claramente reflectida na nossa carteira de obras. Projectos como a implementação de sistemas BIM (Building Information Modeling) têm demonstrado uma redução significativa em custos e prazos. A digitalização não é apenas uma tendência, é a realidade dos nossos projectos actuais. A Industrialização da Construção tem levado as nossas equipas, quer de projecto, quer de supervisão, para o “chão da fábrica”.

    Crescimento acelerado no Brasil

    O mercado português ainda é o vosso principal mercado? Como vêem a sua evolução?

    Embora o mercado português continue a ser crucial para nós, temos expandido significativamente a nossa presença internacional. Vemos o mercado português a evoluir positivamente, especialmente com os investimentos provenientes do PRR e as mais recentes iniciativas do actual governo, que estão a impulsionar o sector da construção e engenharia.

    Já estamos no Brasil desde 2012, actualmente com escritórios no Rio de Janeiro, São Paulo e Araçatuba. Nos últimos 2 trimestres temos assistido a um crescimento acelerado na nossa actividade nesta geografia. O ano de 2024 vai ver possivelmente os números dos quadros do grupo no Brasil ultrapassar os de Portugal, o que é compreensível dada a sua dimensão.

    Deduzo que a operação esteja a correr bem. Em que projectos estão a participar? E como vêem a vossa presença neste mercado a médio prazo?

    A operação no Brasil tem sido um sucesso, especialmente nos estados em que estamos concentrados, como São Paulo e Rio de Janeiro. Temos conseguido fechar parcerias estratégicas e participar em projectos de grande escala que têm elevado a nossa reputação no mercado local. Estamos a participar em projectos de infraestruturas energéticas, solar – adquirimos recentemente uma empresa no sector solar e carregamentos eléctricos – e a consolidar a nossa actividade aeroportuária. A médio prazo, vemos a nossa presença crescer significativamente, consolidando-nos como uma referência no mercado.

    A evolução que falámos no início também é sentida neste mercado? Como é que abordam os seus desafios nesta latitude e num mercado com a dimensão do Brasil?

    Sim, sentimos a evolução também no Brasil. Abordamos os desafios através da regionalização das nossas operações e da adaptação às especificidades locais. O Brasil, com a sua vastidão e diversidade, exige uma abordagem personalizada e flexível, e é exactamente isso que temos implementado, cada estado é um país à nossa dimensão, razão pelo qual abordamos a entrada num estado quase como uma internacionalização.

    Sobre a empresa que adquiriram recentemente neste mercado, como é que está a decorrer essa operação?

    Na parte de sistemas de energia temos trabalhado, maioritariamente, projectos em sistemas de transmissão, linhas e subestações de muito alta tensão. Temos projectos relevantes, incluindo um que compreende 900 km de linhas de muito alta tensão. É um projecto grande, apoiamos o cliente ainda na fase de leilão, ganharam os principais lotes e agora estamos na fase de desenvolvimento do projecto.

    Hidrogénio, produção de biogás e valorização orgânica de resíduos são áreas onde já actuam. O que estão a fazer neste domínio?

    Não são áreas novas, especialmente no biogás, já trabalhamos no passado. Agora o que estamos a fazer de relevante é o maior projecto de biogás na Europa, que é na Suécia e que representa um investimento de 56 milhões de euros. Desenvolvemos todo o projecto e estamos agora a finalizar o projecto de execução.

     

    Área industrial com forte crescimento

    Como é que surgem esta novas actividades na empresa?

    Temos um departamento de projectos industriais, uma área onde ainda há poucas referências em Portugal. Com a transição energética sentimos que este é um mercado em crescimento, razão pela qual apostámos em fortalecer esta equipa, que tem estado a trabalhar em diversos projectos industriais, nomeadamente em unidades de biomassa.

    Qual é o peso que esta área industrial tem dentro da vossa carteira de clientes, de obras, neste momento?

    O peso não é significativo de momento. Eu julgo que deve andar à volta dos10%, mas a tendência vai ser crescer e crescer muito. As outras áreas estão consolidadas, temos mercado e reconhecimento no mercado, por isso a tendência é crescer, sobretudo na parte dos sistemas de energia. Olhando para o grupo e para os diferentes mercados onde estamos a nossa intenção é que cada área possa contribuir para o grupo em geral. Por exemplo, no Brasil afirmamo-nos no sector aeroportuário estamo-nos a consolidar na área de sistemas de energia e já estamos, a partir deste mercado, a apoiar a nossa actividade noutros mercados, por exemplo em Angola onde estamos com a construtora MCA no desenvolvimento do projecto solar que esta tem em curso no país.

    À parte da perspectiva de crescimento na área industrial, a área da construção e infraestruturas ainda é o forte na vossa actividade?

    Sim e onde temos um posicionamento relativamente equilibrado entre infraestruturas, obra pública, e obra privada, que actualmente e felizmente até é superior à componente pública.

    Isto é uma estratégia que procuram seguir?

    Sempre. Foi o que nos salvou em 2008. Continua a haver uma insensibilidade ou uma incapacidade do Governo em alinhar as estratégias políticas de investimento à capacidade da indústria.

    Com o PRR temos um vasto conjunto de obras públicas pelo menos para os próximos 15 anos. Será o suficiente para criar em Portugal um sector novamente forte?

    Temos aqui um pipeline grande que pode dar alguma estabilidade, o problema é a confiança que está instalada no mercado. É preciso investimento em prefabricação, em fábricas off site. É um contexto que, obviamente, gera oportunidades.

    Em que projectos têm estado a apostar a vossa presença?

    Estamos envolvidos em diversos projectos do PRR, focando-nos em infraestruturas de transporte e sustentabilidade energética. Estes projectos não só são essenciais para o desenvolvimento do país, como também reforçam a nossa posição no mercado, capacitando-nos igualmente para uma abordagem mais confiante noutras geografias.

    Como é que correu o ano de 2023 e qual a perspectiva para este ano?

    Fechámos o ano de 2023 com quase 9 milhões de facturação na área de consultoria e projectos de fiscalização, o que representou um aumento de 25% face a 2022 e começámos 2024 com uma carteira superior em cronograma. Definimos um objectivo de ter sensivelmente 13 milhões de euros, o que representa um aumento de 50%, para este ano. Sendo que temos já grande parte da carteira assegurada, agora é uma questão de capacidade de execução. Há três anos que começamos o ano com 80% do objectivo para o ano económico em carteira. O que nos dá uma estabilidade e permite-nos sermos mais selectivos dado a dificuldade em trazer novos recursos. Podemos ter crescimentos muito maiores, mas preferimos ter crescimentos curtos com contratos rentáveis e projectos com valor acrescentado para permitir atrair os melhores recursos.

     

     

    Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

    Manuela Sousa Guerreiro

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    Engenharia

    Maior projecto de ‘hibridização’ do país com luz verde para avançar

    O governo português deu luz verde ao projecto de construção do parque eólico do 274 MW da Iberdrola, integrado no Sistema Electroprodutor do Tâmega. A infraestrutura vai aproveitar o ponto de injecção na rede eléctrica já construído no complexo para aumentar a produção de energia limpa. As obras deverão arrancar no início de 2025

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    O novo parque eólico terá uma potência de 274 MW, o equivalente ao consumo de 128 mil habitações, e será construído nos distritos de Braga e Vila Real. Concebido para aproveitar o ponto de injecção na rede eléctrica já construído no Sistema Electroprodutor do Tâmega (SET), este é o maior projecto de hibridização do país, sendo o primeiro a combinar energia eólica e hídrica.

    A empresa obteve o segundo e último parecer ambiental favorável para o projecto dos parques Eólicos Tâmega Norte e Tâmega Sul. Trata-se da denominada DCAPE (Decisão de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução). Este passo implica a aprovação pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) ao projecto de construção, cumprindo todas as condições e medidas incluídas na Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável, recebida em Março de 2023 pela Iberdrola.

    Desta forma, a energética continua com o processo de instalação, sendo que o próximo passo consiste na solicitação da licença de produção à Direcção-Geral de Energia e Geologia de Portugal (DGEG). O objectivo da Iberdrola é obter todas as autorizações e começar as obras no início de 2025.

    A incorporação de energia eólica no Sistema Electroprodutor do Tâmega aumenta a sua contribuição de energia limpa, acessível e competitiva para o sistema eléctrico, garantindo o fornecimento da quantidade máxima de energia verde autorizada, originalmente, para cada projecto, durante o maior tempo possível.

    Ao contar com duas tecnologias que funcionam em alternância, reduz-se significativamente a dependência da variação das condições ambientais e das limitações pela possível falta de recursos como o vento, facilitando uma produção renovável mais estável e permitindo optimizar a infraestrutura eléctrica de transporte.

    As centrais de geração híbrida utilizam o mesmo ponto de conexão à rede e partilham infraestruturas, como a subestação que, neste caso, requererá a construção de uma ampliação, já prevista no projecto inicial, e a linha de evacuação da electricidade produzida.

    Além disso, localizam-se em terrenos já destinados à geração renovável e contam com caminhos e instalações comuns para a operação de ambas as tecnologias. Tudo isso resulta num impacto ambiental consideravelmente menor quando comparado com o impacto que teriam duas centrais independentes.

    O Sistema Electroprodutor do Tâmega é um dos maiores projectos hidroeléctricos da Europa nos últimos 25 anos. Com um investimento total de mais de 1.500 milhões de euros, é composto por três centrais: a Central Hidroeléctrica do Alto Tâmega, com uma capacidade instalada de 160 MW, a Central de Armazenamento por Bombagem de Gouvães (880 MW) e a Central de Daivões (118 MW), estas duas últimas em funcionamento desde 2022.

    As três centrais somam uma capacidade instalada de 1.158 MW, que representa um aumento de 6% da potência elétrica total instalada no país. Assim, o complexo tem a capacidade de produzir até 1.766 GWh por ano, suficiente para satisfazer as necessidades energéticas dos municípios vizinhos, bem como das cidades de Braga e Guimarães (440 mil habitações). Adicionalmente, esta infraestrutura renovável tem uma capacidade de armazenamento de 40 milhões de kWh, equivalente à energia consumida por 11 milhões de pessoas durante 24 horas nos seus lares.

    O SET permite eliminar a emissão de 1.2 milhões de toneladas de CO2 anuais e diversificar as fontes de produção, evitando a importação de mais de 160 mil toneladas de petróleo por ano. O impacto positivo para a região permite fomentar a actividade económica e o emprego através da criação de até 3.500 postos de trabalho directos e 10.000 indirectos ao longo da sua construção, 20% dos quais provenientes dos municípios vizinhos através de mais de 100 fornecedores, 75 deles portugueses.

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    Os investigadores Gonçalo Figueiredo, Rute Ferreira e Sandra Correia

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    Investigadores da Universidade de Aveiro desenvolvem vidro que …não é só um vidro!

    O projecto PLANETa desenvolveu o protótipo de uma janela em tamanho real que, além de gerar electricidade, funciona, também, como um sensor de temperatura óptico alimentado pelo sol ou por iluminação LED

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    À primeira vista parece um vulgar vidro de janela. Mas, na realidade, trata-se de um vidro revestido por uma fina camada de um material transparente que capta a luz solar invisível e a converte em radiação visível ideal para alimentar células fotovoltaicas.

    O projecto PLANETa foi desenvolvido na Universidade de Aveiro (UA), nos laboratórios do Departamento de Física e do CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro e coordenado pela investigadora Rute Ferreira, em colaboração com o Instituto de Telecomunicações (IT), o Instituto Superior Técnico (IST) e a empresa Lightenjin.

    Para o efeito foi desenvolvido um protótipo de uma janela em tamanho real que, além de gerar electricidade, funciona, também, como um sensor de temperatura óptico alimentado pelo sol ou por iluminação LED.

    “Esta janela inovadora pretende ser uma forma de integração de dispositivos de geração de energia a partir do Sol em edifícios já existentes ou em construção”, aponta Rute Ferreira. “Trata-se de um vidro revestido por uma fina camada de material transparente que capta a luz solar ultravioleta e a converte em radiação visível que é aprisionada no interior do vidro e guiada até às extremidades onde estão células fotovoltaicas escondidas na caixilharia. Estas pequenas células fotovoltaicas nas extremidades, conseguem gerar eletricidade suficiente para alimentar dispositivos de baixo consumo, como routers, sensores e dispositivos USB”, explica.

    O factor diferencial deste protótipo, sublinha Rute Ferreira, “é a sua capacidade de funcionar com iluminação solar e artificial, já que foram incluídos na caixilharia da janela sistemas de iluminação LED, que garantem uma operação contínua, mesmo em período de ausência de luz solar”.

    Além disso, aproveitando a sensibilidade do material do revestimento do vidro à temperatura, a janela transforma-se num dispositivo de dupla função: geração de energia e sensor de temperatura. “Tirando partido da configuração comercial de janelas duplas, podemos em simultâneo medir a temperatura interior e exterior”, diz a investigadora.

    A energia gerada alimenta, ainda, um sistema IoT [Internet of Things] capaz de monitorizar a temperatura e de disponibilizar esses valores numa plataforma online acessível ao utilizador.  “O objectivo final é integrar esses dados no sistema de automação residencial do edifício, contribuindo para uma gestão mais eficiente dos sistemas de aquecimento e arrefecimento, promovendo uma maior eficiência energética”, descreve.

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