Queda acentuada no volume de operações nos mercados de escritórios de Lisboa e Porto
De acordo com a análise mensal da Savills, o mercado de escritórios de Lisboa somou um volume de absorção total de 5.271 m2, registando descidas face ao mês de maio de 2019 na ordem dos 70%. No Porto, foram registadas 20 operações, o que representa uma descida de 20% face ao período homólogo do ano 2019.
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O mês de Maio veio confirmar a tendência de descida no volume de negócios registados. De acordo com a análise mensal da Savills, o mercado de escritórios de Lisboa somou um volume de absorção total de 5.271 m2, registando descidas face ao mês de maio de 2019 na ordem dos 70% e de 82%, comparativamente ao mês de abril de 2020.
Na análise de valores acumulados, entre Janeiro e Maio de 2020, o mercado de escritórios de Lisboa contabilizou um volume total de operações de aproximadamente 79.000 m2 o que representa uma subida comparativamente ao mesmo período de 2019 de 12%.
De acordo com Rodrigo Canas, Associate Director do Departamento de Escritórios da Savills Portugal, “os resultados alcançados não são surpreendentes e vieram reafirmar a tendência de descida de actividade que tínhamos avançado para o 2º trimestre do ano. Os meses de Abril e Maio ficaram marcados pelo Estado de Emergência e pelo acentuar do clima de incerteza, que se traduziu de forma mais clara nos resultados verificados no mês de Maio. A 2ª metade do ano deverá registar uma maior actividade comparativamente à fase de confinamento, mas a permanência do clima de incerteza deverá persistir”.
Ao longo dos primeiros cinco meses do ano, o mercado tem vindo a registar flutuações na sua actividade de absorção, justificadas pela conclusão de processos de operações de grande dimensão.
O fecho destas operações deve ser analisado fora do contexto de pandemia, dado que se tratam de negociações com um timeline negocial extenso e que já estavam a decorrer na fase Pré-Covid. De Janeiro a maio de 2020 foram fechadas 48 operações, contabilizando um decréscimo de 35% face ao mesmo período de 2019.
As zonas Prime CBD (zona 1), CBD (zona 2) e Corredor Oeste (zona 6) são as zonas com volumes de absorção mais elevados, verificando subidas comparativamente ao mesmo período de 2019. Já a zona do Parque das Nações (zona 5) e Novas Zonas de Escritórios (zona 3) encerram este período com uma tendência de descida relativamente ao observado no período homologo de 2019, de – 53% e – 69%, respectivamente.
“É interessante observarmos que apesar de termos registado um decréscimo expressivo no número total de operações, o mercado de escritórios de Lisboa verificou um aumento inverso no volume total de absorção, provando que a cidade de Lisboa é cada vez mais um destino de empresas multinacionais de grande dimensão, mas que também continua a ser a cidade de eleição do nosso tecido empresarial para expandirem os seus negócios ou relocalizarem as suas instalações”, refere Alexandra Portugal Gomes, Associate Market Research da Savills Portugal.
O sector de actividade dedicado a Serviços Financeiros foi o grande responsável pelos resultados alcançados, alcançando um total de 34.899 m2 que representa um peso de 44% num volume total de absorção entre Janeiro e Maio de 2020.
Vila Nova de Gaia, Maia e Matosinhos confirmam preferência a norte
No mercado de escritórios do Porto, o volume de absorção total relativo ao período de Janeiro a Maio de 2020 situou-se nos 22.847 m2, registando uma subida de 11,4% face ao mesmo período de 2019. No total foram registadas 20 operações, o que representa uma descida de 20% face ao período homólogo do ano 2019.
A zona CBD Boavista e Out of Town que compreende os concelhos de Vila Nova de Gaia, Maia e Matosinhos, são as zonas de mercado com melhores resultados até à data, tendo registado crescimentos comparativamente ao mesmo período de 2019 na ordem dos 27% e 54% respectivamente.
“O mercado do Porto iniciou um ano com uma excelente dinâmica que em muito superou os resultados alcançados no mesmo período de 2019, tendo sido interrompida pelo Estado de Emergência. Também os meses de Abril e Maio foram sinónimo de descidas acentuadas e totalmente expectáveis no volume de absorção, fruto da fase de confinamento. À semelhança do que assistimos no mercado de escritórios de Lisboa, prevê-se uma 2ª metade do ano em ligeira recuperação, mas ainda sobre a influência do grau de incerteza que irá afectar o volume de absorção total de 2020”, afirma Rodrigo Canas.
Os sectores de Outros Serviços e TMT´s & Utilities foram os que maior peso exerceram na actividade de ocupação de escritórios ao longo do período em análise com um peso 68% no volume total de absorção.