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    Arqº Pedro Ressano Garcia

    Arquitectura

    Pedro Ressano Garcia: “Estamos a viver uma revolução cultural”

    O arquitecto falou ao CONSTRUIR sobre o projecto SOS Climate Waterfront e sobre as transformações sociais que se irão acentuar com a pandemia

    Cidália Lopes

    Arqº Pedro Ressano Garcia

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    Pedro Ressano Garcia: “Estamos a viver uma revolução cultural”

    O arquitecto falou ao CONSTRUIR sobre o projecto SOS Climate Waterfront e sobre as transformações sociais que se irão acentuar com a pandemia

    Cidália Lopes
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    O projecto SOS Climate Waterfront trabalha em simultâneo com cinco cidades europeias e todas com um denominador comum: a proximidade ao Mar e os desafios que enfrentam com as alterações climáticas. Apesar de conscientes destas mudanças, verifica-se que Portugal nem sempre tem tomado as melhores opções estratégicas em termos de projectos junto aos estuários

    Arqº Pedro Ressano Garcia

    Pedro Ressano Garcia, arquitecto, professor e investigador, fala ao CONSTRUIR sobre o projecto europeu onde está envolvido e de que forma Portugal pode apreender com visão de outras cidades costeiras. E ainda as transformações sociais e culturais que se irão acentuar com a pandemia

    O que mudou nas últimas décadas?
    Em várias regiões costeiras do país, tomei conhecimento da maneira como as gerações anteriores construíram em lugares afastados da costa por temerem tempestades e maremotos. Este conhecimento foi sendo sedimentado ao longo dos tempos, transmitido de geração em geração e continha a sabedoria da experiência da comunidade que sabia lidar com a natureza. Quando surgiram grupos que desconhecendo a condição do lugar construíram junto à costa, na cota baixa em lugares vulneráveis iniciaram uma alteração profunda da maneira como lidamos com a linha de costa. O esquecimento ou a ignorância conduziram a grandes alterações a partir da década de 1960, alavancado na de 1970 e tornando mais expressivo nas últimas décadas.

    “Entre os nossos parceiros europeus partilhamos informação sobre experiências urbanas que desenvolvem o quarteirão ideal. É uma solução que conjuga sustentabilidade ambiental e social”

     

    Como será a Costa Portuguesa dentro de algumas décadas?
    A costa portuguesa se seguir a tendência de outros países tenderá para aquilo que o Eric Van Hooydonk escreveu no seu livro soft values e que reúne um consenso junto de outros autores sobre a valorização dos soft edges, ou seja uma linha de costa que não procura betonar e controlar a natureza mas dialogar e negociar com as suas forças. A solução soft edge dá prova de ser mais eficaz, mais resiliente e menos dispendioso. O diálogo e a negociação implica um conhecimento dos parâmetros climáticos e uma previsão das suas alterações. Actualmente regista-se uma maior definição na separação de zonas naturais e artificiais. Nas zonas naturais haverá investimento na sua renaturalização enquanto nas artificiais haverá discussão sobre a sua protecção ou abandono.

    Que erros ainda se cometem actualmente quando falamos de frentes ribeirinhas?
    O conhecimento requer tempo e ponderação, alguns investidores menos esclarecidos, com pressa procuram realizar investimento para obter mais valias rapidamente. Este grupo de investidores inclui públicos e privados, colectivos ou individuais pelo que não há os bons e os maus, apenas os mais esclarecidos e os menos. É fundamental investir na divulgação do conhecimento dos riscos associados a determinadas práticas. Nos últimos anos proliferam as novas construções junto à água, aldeamentos turísticos, habitação colectiva e equipamentos (hospitais, museus, etc.). Em desenvolvimento há novos projectos (aeroporto, condomínios, hotéis, etc.) que perpetuam a cultura do betão e do controle da natureza negligenciando as boas práticas europeias.

    Numa conferência falou que a própria tecnologia hoje em dia permite arriscar em determinados projectos. aquilo a que chamou “arrogância técnica”. Que consequências podem estas escolhas vir a ter no futuro?
    A modernidade valorizou a capacidade da civilização dominar a natureza, a tecnologia garantiu a sua eficácia e contagiou a cultura dominante. Há uma grande percentagem de decisores que acredita na modernidade e na consequente capacidade de controlar a natureza. A partir do século XXI houve uma crescente tendência em vários grupos que questiona essa controle, duvida da sua eficácia e desperta os mais jovens para a fragilidade desse domínio. A percepção que o homem não domina a natureza tem crescido exponencialmente entre os jovens adultos que começam a desconfiar dos mais velhos, na maneira como devoram os recursos naturais, o ritmo a que se perde biodiversidade e o estado em que lhes entregam o planeta.

    Verificamos que os nossos antepassados construíram alguns projectos resilientes na frente ribeirinha utilizando a tecnologia que tinham disponível. Em Lisboa, por exemplo, temos a baixa pombalina, as gares marítimas de Alcântara e da Rocha de Conde d’Óbidos e a central Tejo, já pensou o que tem de comum?

    Todas utilizaram técnicas inteligentes, que têm resistido ao tempo; as fundações dos edifícios da Baixa adoptaram uma tecnologia adaptada às águas subterrâneas, no piso térreo são utilizados materiais resistentes à água, modelo semelhante das gares e da central Tejo. Não existem caves, nem dependem de mecanismos eléctricos para prevenir inundações. Adoptaram soluções técnicas na escolha dos materiais, na geometria e opções de projecto que não dependem de soluções técnicas para controlar eventos naturais. São soluções sábias, adaptadas e resilientes.

    As frentes ribeirinhas são zonas vulneráveis, pelo que os projectos devem ser ligeiros e imprimir uma pegada leve. A leveza influencia a escolha dos materiais, a geometria e a densidade dos projectos. Actualmente, temos tecnologia para proceder a grandes transformações no território ribeirinho, construir em altura e subterrâneos, reconduzir águas, controlar o nível freático, as tempestades e as marés extremas porém as alterações climáticas demonstram que os cálculos são tímidos, os eventos climáticos extremos são mais frequentes e o aumento do ritmo de catástrofes tem sido exponencial nos últimos sete anos. Alguns projectos colocam as comunidades numa situação precária. O ambiente edificado é danificado, não resiste porque não está adaptado. Tem pouca resiliência.

    Plataforma Tejo: projecto propõe terraços ajardinados sobre a linha de comboio, ligando a cidade e o rio, o jardim (junto ao MNAA) e a doca de Alcântara gerando um espaço público contemporâneo e sustentável. Recebeu o Prémio Pancho Guedes de Arquitectura


    Quando se pensa em projectos na frente ribeirinha há fazer um planeamento a vários anos e em várias vertentes. No que diz respeito a projectos urbanísticos e imobiliários que continuam a surgir junto ao rio, seja aqui em Lisboa, seja em qualquer cidade ou vila próxima da zona costeira considera que os mesmos não estão a ser bem acautelados?
    O trabalho que temos vindo a desenvolver com os nossos parceiros europeus reúne experiências de várias realidades culturais e geográficas. Valorizamos soluções implementadas e lançamos ideias e visões a perseguir no futuro. O nosso trabalho não implica denunciar, nem sermos activista, somos investigadores com conhecimento e procuramos divulgá-lo a um público mais alargado para que seja útil às cidades europeias. Procuramos inspirar as próximas gerações. Temos um horizonte temporal distinto dos ciclos eleitorais, pensamos em décadas. Na nossa investigação partimos do pressuposto que ninguém conhece o futuro, para o imaginar relacionamos parâmetros, recolhemos dados e comparamos. O nosso estudo centra-se em cinco cidades europeias, Estocolmo, Gdansk, Tessalónica, Roma e Lisboa, localizadas no Mar Báltico, Mar Egeu, Mar Mediterrâneo e oceano Atlântico cobrimos as várias realidades na Europa.
    Entre os nossos parceiros europeus surgiu alguma perplexidade sobre os edifícios mais recentes na zona de Lisboa, localizados junto ao estuário, onde as opções de projecto negligenciam o conhecimento acumulado pelas boas práticas. Lisboa nos últimos dez anos fez pior que outras cidades. Em Espanha por exemplo, está proibida a implantação de hotéis sobre antigos terrenos portuários desde o início do século XXI. É fácil perceber que qualquer investidor hoteleiro tenha enorme apetência por locais junto à água no centro da cidade. Vale a pena reflectir porque razão Espanha tomou esta opção enquanto Lisboa aprovou a construção em Belém de um novo hotel inaugurado em 2010.

    Na nossa opinião há vários agentes, projectistas, investidores, decisores políticos que optam por dar continuidade ao pensamento dominante do século XX, juntos procuram manter-se numa zona de conforto e num tempo passado onde a natureza não se manifestava de maneira tão expressiva, colocando desafios novos, que exigem a adaptação a novos padrões.

    Ou de que forma este tipo de projectos, pela sua proximidade ao mar, terão que ser diferentes?
    Para os projectos se adaptarem e resistirem às alterações climáticas terá de haver maior definição na caracterização de zonas naturais onde se promove a diversidade e a protecção dos sistemas ecológicos e se combate a perda da biodiversidade das zonas urbanizadas. Nas zonas naturais haverá investimento na sua renaturalização enquanto nas artificiais haverá discussão sobre a sua protecção ou abandono.

    “As soluções para enfrentar as alterações climáticas no século XXI contrariam a hipótese do novo aeroporto do Montijo que persegue uma estratégia desactualizada”

     

    Tendo em conta o trabalho desenvolvimento pela SOS Climate Waterfront que acções têm sido tomadas para minimizar o impacto das alterações climáticas?
    A equipa transdisciplinar internacional reflectiu e procurou conhecer as últimas estratégias implementadas na área metropolitana de Lisboa. Em traços gerais uma das grandes potencialidades é continuar a descontaminação do estuário, promovendo a biodiversidade, a captação de CO2 e regeneração da qualidade do ar. A protecção das cheias e ampliação das zonas inundáveis é um dos factores determinantes a considerar na ocupação do território.

    As soluções para enfrentar as alterações climáticas no século XXI contrariam a hipótese do novo aeroporto do Montijo que persegue uma estratégia desactualizada. Quando vários agentes estão implicados na redução de emissões CO2, protecção ecológica, redução da pegada e descarbonização esta iniciativa é desajustada do tempo presente.

    Nos próximos anos vamos assistir à expansão de corredores ecológicos existentes, à criação de novas infraestruturas em simbiose com a natureza sobre zonas industriais e da regeneração da natureza em ambientes urbanos.

    De que forma pode a arquitectura contribuir?
    A arquitectura pode actualizar-se. No século XX o gosto dominante valorizou grandes envidraçados, muita luz e espaços rasgados pela transparência com o exterior. No século XXI dominam soluções inteligentes de baixo consumo energético, equilíbrio térmico passivo e materiais ecológicos. As coberturas verdes, terraços ajardinados, fachadas verdes e o revestimento integral de edifícios com isolamento térmico são algumas soluções que deverão ser integradas nos futuros planos municipais e que neste momento enfrentam um bloqueio por parte das instituições responsáveis que se regem por legislação desactualizada. A contemporaneidade assiste a uma nova estética, uma nova sensibilidade para a arquitectura, onde surgem estruturas não lineares, geradoras de sensações de equilíbrio precário, complexo, aleatório, valorizando geometrias sobrepostas e ambientes de mutação flexível.

    “Hsinta Ecological Powerplant”(Taiwan) – Proposta vencedora do prémio de mérito no concurso internacional para a central eléctrica do futuro propondo a coexistência da nova central a gás natural com as energias renováveis, as actividades humanas, da comunidade local, e a protexção ambiental

     

    A pandemia obrigou a uma reflexão, um momento de introspecção”

    Quanto à actual situação que se está a viver de isolamento social devido à pandemia que alterações considera que irá acontecer no panorama da arquitectura?
    As crónicas dos historiadores dão-nos a conhecer que as gerações anteriores enfrentaram situações semelhantes. Pandemias, guerras ou catástrofes naturais levaram ao isolamento social. Não é uma novidade em termos históricos, é novidade apenas para a nossa geração. Qual a diferença entre nós e os nossos antepassados?  Antes de mais, o espaço da habitação era partilhado. As comunidades partilharam o espaço das suas habitações em grupos alargados e em famílias transgeracionais. Os mosteiros e conventos tinham uma percentagem significativa da população, as vilas operárias albergavam grupos com forte sentido de comunidade. O pátio era o espaço exterior usado pelos vizinhos. Refiro vários exemplos para tentar perceber o que mudou nas ultimas décadas.

    No momento presente, regista-se um aumento do número de núcleos menores; cerca de 1/3 dos portugueses não tem filhos, 1/3 tem um filho, 2/3 dos casais separam-se, surgiu a designação de família uniparental sem filhos, as unidades de habitação tem vindo a ajustar-se ao estilo de vida assente no indivíduo.

    Em termos históricos nunca houve tanta gente a viver sozinha. O isolamento é mais sentido no indivíduo do que nos grupos. O isolamento é mais duro num apartamento do prédio do que numa moradia com terreno à volta ou numa habitação voltada para o pátio como em Alfama. O que vai acontecer é sempre distinto do que imaginamos no entanto é provável que cresça o interesse por soluções que permitam ao indivíduo relacionar-se com um grupo mais alargado mantendo as devidas distâncias.

    A pandemia obrigou a uma reflexão, um momento de introspecção. As emissões de CO2 baixaram, o hiperconsumo congelou, o tempo desacelerou. Cada indivíduo reage de maneira diferente quando se olha demoradamente ao espelho. Para muitos o isolamento vem abrir os olhos e relançar prioridades, relativamente à velocidade acelerada e ao consumo desenfreado. Na minha opinião é imprevisível o que vai acontecer porque depende de muitos parâmetros mas colectivamente estamos a viver uma revolução cultural.

    O simples acto de se relacionar com um determinado lugar ou espaço para depois se partir para o desenho está limitado. De que forma poderá, ou não, reflectir-se no projecto?
    As ferramentas digitais permitem a partilha de informação e estabelecer relações independentes do espaço e do tempo. A nossa condição física, relacionada com o espaço e o tempo, tem actualmente um acréscimo, a nossa dimensão digital. É uma condição que está relacionada com o espaço do fluxo e um tempo maleável. Refiro acréscimo porque não se trata de uma substituição mas de uma dimensão complementar. As gerações que cresceram com o digital procuram uma aproximação entre as duas e estão mais interessados em cuidar da sua condição física, alimentação saudável, a prática do desporto e desfrutar das suas relações sociais. A arquitectura sendo a mais material das artes tem um peso imenso. Os edifícios pesam toneladas e a arquitectura é imóvel. A cultura do século XXI valoriza o espaço fluido, flexível, que utiliza materiais leves e mutantes. O projecto deve incluir estas componentes para servir o cliente, o investidor, o utilizador.

    Além das inevitáveis alterações ao nível das relações humanas, as próprias habitações são hoje um desafio pela necessidade de passarem a ser, também, o nosso local de trabalho. Neste sentido, e enquanto arquitecto, pensa numa forma diferente de projectar as nossas casas pós Covid-19?
    Na minha opinião, a pandemia irá proporcionar uma aceleração de transformação da sociedade. As tendências que se tinham vindo a sentir vão aumentar exponencialmente. Colectivamente, as pessoas verificaram que é possível realizar várias iniciativas sem sair de casa. As reuniões online funcionam e muitos serviços permanecem operativos.

    As novas gerações valorizam a utilização da propriedade, dos transportes, dos bens de consumo em vez da sua aquisição e manutenção. A partilha de bens comuns regista um crescimento exponencial, neste sentido os espaços de co-working e habitação comunitária seguem a tendência.

    Neste contexto, a qualidade da oferta continua a ser determinada por mais factores; a localização, o ambiente do bairro, a qualidade dos espaços públicos exteriores, a diversidade da população, etc.

    Entre os nossos parceiros europeus partilhamos informação sobre experiências urbanas que desenvolvem o quarteirão ideal. É uma solução que conjuga sustentabilidade ambiental e social. Faz a sua própria gestão energética, reciclagem de lixos, produção alimentar, tem espaços exteriores de convívio privado e público.

    Vivo no centro histórico da cidade, há vizinhos a desenvolver pequenas hortas, a criar galinhas, a gerar a sua própria energia. Num futuro próximo haverá mais pessoas a produzirem alimentos biológicos, a produzir a sua própria energia e a proceder à troca directa com os vizinhos. A partilha do meio de transporte, de informação online e de produção de energia conduz a uma autonomia relativamente a custos associados com as empresas energéticas e os impostos para o estado. A libertação destes custos se estiver associada a uma crítica ao hiperconsumo permite níveis de liberdade individual absolutamente inovadores. Na minha opinião a arquitectura irá acompanhar esta tendência.

    “(…) a pandemia irá proporcionar uma aceleração de transformação da sociedade. As tendências que se tinham vindo a sentir vão aumentar exponencialmente”

     

    E os espaços de trabalho poderão ser pensados de forma diferente?
    O espaço de trabalho tende a ser o ecrã. O computador pessoal é um instrumento mas a criatividade humana utiliza vários instrumentos para se desenvolver. O trabalho em equipa tem vindo a testar a utilização de vários instrumentos mas a relação entre humanos permanece uma enorme fonte de energia e criação. O espaço e o tempo de trabalho gozam da fluidez do espaço do fluxo e da sua flexibilidade temporal, oferecem a realidade virtual e a realidade aumentada. Nos últimos anos tive a experiência de viajar para os vários continentes, mantendo uma relação profissional continua com os meus clientes. A ligação à internet exibida no ecrã gera uma existência quase omnipresente, liberta do espaço geográfico e do tempo de fuso-horário onde está o corpo. Isto tem aspectos positivos e negativos. A experiência da realidade física e temporal torna-se cada vez mais uma opção e deixa de ser uma condição. Resta a cada indivíduo escolher o que convém à sua própria vida.

    Sobre o autorCidália Lopes

    Cidália Lopes

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    Andreia Teixeira, head of Project Management do Grupo Openbook

    Arquitectura

    Andreia Teixeira assume cargo de Project Management do Grupo Openbook

    Esta contratação visa “reforçar a coordenação, gestão de recursos e riscos, bem como a monitorização e controlo de projectos” dentro da empresa

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    Andreia Teixeira é a mais recente contratação do Grupo Openbook para o cargo de head of Project Management. Com uma formação sólida em arquitectura e uma vasta experiência na gestão e coordenação de projectos, planeamento e desenvolvimento urbanístico, vem fortalecer a capacidade interna de gestão de projectos, em resposta ao crescimento contínuo do Grupo e à expansão do seu portfólio de projectos em curso, de grande dimensão.

    Esta contratação visa reforçar a coordenação, gestão de recursos e riscos, bem como a monitorização e controlo de projectos dentro da empresa. Além disso, alinha-se com a estratégia definida pela Openbook, que visa a melhoria contínua da eficiência, qualidade e produtividade.

    “A contratação de Andreia Teixeira é um passo significativo para fortalecer a nossa capacidade de gestão de projectos. A sua experiência e expertise serão inestimáveis para aprimorar as nossas operações e alcançar os nossos objetivos estratégicos”, justifica Rodrigo Sampayo, partner do Grupo Openbook.

    Além da contratação de Andreia Teixeira, o Grupo Openbook também anunciou a chegada de outros profissionais para reforçar e expandir a sua equipa em diferentes áreas de actuação. Nesse sentido, Margarida Fonseca e Gonçalo Reis juntam-se à Openbook Architecture como arquitectos seniores, trazendo consigo um vasto conhecimento e experiência no campo da arquitectura. Edgar Franco vai integrar a equipa de 3D ArchViz do Grupo e Fátima Filipe, arquitecta de interiores, faz agora parte da Openbook Studio. Por fim, Joana Pimentel, designer, foi contratada para se juntar à equipa de Marketing e Comunicação.

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    Cooperativa de Aldoar (arqº Manuel Correia Fernandes) @Luís Ferreira Alves

    Arquitectura

    Exposição “O Que Faz Falta” comemora 50 anos de arquitectura em democracia

    O título da exposição presta homenagem a uma das figuras de abril, José Afonso, e à canção “O que faz falta”, do álbum Coro dos Tribunais, lançado em 1974. Com curadoria dos arquitectos Jorge Figueira e Ana Neiva, a exposição inaugura a 25 de Outubro

    CONSTRUIR

    A Casa da Arquitectura junta-se ao momento de celebração e reflexão em torno dos 50 anos do 25 de Abril de 1974 através da exposição “O Que Faz Falta. 50 Anos de Arquitetura Portuguesa em Democracia”. Com curadoria dos arquitectos Jorge Figueira (coordenação) e Ana Neiva (curadoria-adjunta), a exposição inaugura a 25 de Outubro próximo.

    O título da exposição presta homenagem a uma das figuras de abril, José Afonso, e à canção “O que faz falta”, do álbum Coro dos Tribunais, lançado em 1974.

    Nas palavras dos curadores, “o objectivo geral da exposição é o de estabelecer uma leitura panorâmica da produção arquitetónica entre a Revolução de Abril 1974 e os dias de hoje (2024), revelando como a arquitectura foi, e é, simultaneamente reflexo e incentivo do regime democrático em Portugal”.

    Nesse sentido, “os projectos seleccionados reflectem os modos como a arquitectura concretizou programas públicos vários, considerando a diversidade geográfica do País, continental e insular, e a contribuição de arquitecctas e arquitetos de diferentes backgrounds e gerações”, acrescentam os arquitectos.

    A exposição “O Que Faz Falta. 50 anos de Arquitetura Portuguesa em Democracia” é extraída da colecção “50 anos de Arquitetura Contemporânea Portuguesa”, um acervo criado pela Casa da Arquitectura que faz a leitura da produção de arquitectura em período democrático, com o objectivo de ser criada uma colecção de recorte territorial e temporal.

    Este acervo, que contou com a curadoria de Carlos Machado e Moura, Graça Correia, João Belo Rodeia, Jorge Figueira, Paula Melâneo e Ricardo Carvalho, visa promover o estudo e investigação de todos os interessados e do qual futuramente se irão extrair várias leituras temáticas em exposições, actividades e publicações.

    A exposição será acompanhada por um programa paralelo que tem a curadoria dos arquitectos Nuno Sampaio e Jorge Figueirae ficará patente até dia 7 de Setembro de 2025.

    Sobre o autorCONSTRUIR

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    Praça e Posto de Turismo de Piódão @Frederico Martinho

    Arquitectura

    Obras nacionais em destaque no EU Mies Award 2024 com visitas acompanhadas

    Assim, no Sábado, dia 4 de Maio, terão lugar as visitas ao Caminho das Escadinhas, em Matosinhos, às 11 horas e, durante a tarde, ao Edifício General Silveira, no Porto. Já no dia 1 de Junho, haverá visita à Praça e Posto de Turismo em Piódão

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    No âmbito da edição de 2024 do Prémio Europeu de Arquitectura EU Mies Award, são promovidos eventos, gratuitos, abertos ao público e sem inscrições, em três obras de arquitectura distinguidas, localizadas em Portugal. Assim, no Sábado, dia 4 de Maio, terão lugar visitas às obras seleccionadas Caminho das Escadinhas, em Matosinhos, às 11 horas e ao Edifício General Silveira, no Porto, com três opções: às 15 horas, 16 horas e 17 horas. No sábado, dia 1 de Junho, às 15 horas será a vez da obra finalista Praça e Posto de Turismo em Piódão.

    As três obras fazem parte de um conjunto de 40, seleccionadas de entre 362 nomeadas, localizadas em mais de 30 locais da Europa, e que serão objecto do programa “Out & About. Discovering Architecture. EUmies Awards 2024”, durante dois meses (22 de Abril a 23 de Junho). O objectivo é que todos possam conhecer mais sobre os edifícios e espaços públicos com os seus autores, donos de obra e outras pessoas ou entidades envolvidas.

    Na visita ao Caminho das Escadinhas, Paulo Moreira, o arquiteto que partilha a autoria do projecto com Verkron, explica com alguns convidados, num passeio entre a encosta do bairro do Monte Xisto e a margem do Rio Leça, em Matosinhos, o processo que reuniu uma equipa interdisciplinar de arquitectos, construtores locais, artistas e uma rede alargada de parceiros, para recuperar aquela área para o uso público.

    Também a visita ao Edifício General Silveira, contará com a presença dos arquitectos Tiago Antero e Vitor Preto Fernandes, do ATA Atelier e Entretempos, respectivamente, os autores do projecto, e pelo dono deste edifício de habitação e comércio, que numa conversa darão conta de tudo o que esta obra envolveu.

    Os arquitectos Paula del Rio e João Branco, do atelier Branco del Rio, orientarão, por sua vez, a visita à Praça e ao Posto de Turismo de Piódão, no dia 1 Junho. A propósito desta iniciativa, haverá, ainda, lugar a uma conferência no local, moderada por Nuno Grande e na qual estarão presentes Luís Paulo Costa, presidente da Câmara Municipal de Arganil, Carlos Abade, presidente do Turismo de Portugal, Carlos Ascensão, presidente da Câmara Municipal de Celorico da Beira e da Associação das Aldeias Históricas de Portugal, Dalila Dias, coordenadora da AHP, o professor José Reis e restantes arquitectos.

    A primeira edição do Prémio da Comunidade Europeia para a Arquitectura Contemporânea Mies van der Rohe (EU Mies Award), em 1988, foi ganha pelo banco em Vila de Conde, de autoria de Álvaro Siza Vieira. Desde então, obras de arquitectos portugueses têm estado entre as seleccionadas.

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    OASRS apresenta conferência “As Brigadas de Abril”

    No âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, a Secção Regional do Sul da Ordem dos Arquitectos recordou o estabelecimento e a acção do Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL) na conferência “As Brigadas de Abril”

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    O aprofundamento das pesquisas sobre o Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL), corpo de especialistas criado em 1974 para desenhar e pôr em marcha soluções habitacionais para a imensa população dos bairros de lata, barracas e casas degradadas de Portugal, em coordenação com associações de moradores e os seus recursos eventualmente disponíveis, levou o arquitecto e investigador da CEAU-FAUP Ricardo Santos a afirmar-se espantado pela dimensão, heterogeneidade e desenvolvimentos do “processo”.

    Presente na sessão organizada pela Secção de Lisboa e Vale do Tejo “As Brigadas de Abril”, que decorreu no dia 23 de abril, na sede da Ordem dos Arquitectos, o arquitecto contextualizou o SAAL como um “processo”.

    “As pessoas não falam em projecto, começava antes da intervenção e continuava depois do projecto, com alta participação popular, a ideia de democracia directa, o controlo pelo povo, ao serviço do qual estavam os técnicos”, destacou.

    O SAAL registou 170 operações iniciadas, a construção de 76 bairros e o envolvimento de 42 mil famílias entre 1974 e 76, ano em que passou para a alçada das autarquias. “Só em Lisboa houve intenção de construir 17 bairros, sete chegaram à construção, dois foram terminados”.

    A arquiteta Lia Antunes, a preparar uma tese sobre a intervenção das mulheres no SAAL (no Darq-UC e Centro Interdisciplinar de Estudos de Género do ISCSP), destacou o papel das moradoras dos bairros de lata, a sua tomada da palavra como a primeira ideia de cidadania, a sua organização e o conhecimento sobre os fogos existentes, sobre as casas que seriam necessárias e sobre a composição das famílias. “As mulheres preparavam as palavras de ordem para as manifestações”, sinal da consciência da sua condição e da vontade reivindicativa.

    Quanto às técnicas, o seu papel é significativo, como foi o caso da arquiteta Ana Salta e de Manuela Madruga (da Brigada Técnica, nome das equipas técnicas do SAAL, maioritariamente com jovens arquitetos e estudantes, que viriam a elaborar planos e projetos e a diagnosticar as situações habitacionais) no Bairro Esperança de Beja; com Nuno Portas, a arquiteta Margarida de Souza Lobo tinha esboçado um modelo de intervenção multidisciplinar e de habitação evolutiva para o bairro de lata da Quinta do Pombal; a socióloga Isabel Guerra, que trabalhou nos bairros sociais de Setúbal, “em janeiro de 74 já tinha apresentado uma proposta para o Bairro da Liberdade que antecipava o SAAL”; “as assistentes sociais foram a cola do processo”, com presença diária nos bairros mediando conflitos, respondendo aos inquéritos sobre as condições físicas dos bairros, e sobre necessidades e desejos das populações. Houve também “uma dimensão internacional” com participação de técnicas de outros países e muitos outros exemplos de compromisso, de “urgência, intensidade, generosidade” podiam ser dados.

    Justamente sobre a “intensidade” dos trabalhos e da vivência que os caracterizou falou Adelaide Cordovil, assistente social e elemento da equipa do SAAL no Fonsecas-Calçada. “Já lá vão 50 anos, era tudo muito intenso. Estava a destapar-se uma panela de pressão?”. Adelaide Cordovil explicou que as pessoas acreditavam no que podiam transformar, tinham essas vontade e energia, aprendiam umas com as outras e tinham ideias claras e fundadas do que precisavam para as suas casas.

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    Ordem dos Arquitectos debate cinco décadas de habitação em democracia

    ‘O que se fez e o que falta fazer?’ são as perguntas que lançam a a conversa entre os arquitectos António Baptista Coelho, Inês Lobo e o engenheiro Fernando Santo. Este evento decorre simbolicamente a 24 de Abril e nele será também lançado o programa Habitar Portugal 74/24

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    As cinco décadas de democracia vão estar em destaque, esta quarta-feira, dia 24 de Abril, na Ordem dos Arquitectos e que visa abordar a temática da habitação durante este período.

    ‘O que se fez e o que falta fazer?’ são as perguntas que lançam a a conversa entre os arquitectos António Baptista Coelho, Inês Lobo, e o engenheiro Fernando Santo. Foi também convidada a secretária de Estado da Habitação, Patrícia Machado Santos (presença a confirmar).

    Este será a primeira de uma serie de iniciativas que a Ordem dos Arquitectura organizar com o objectivo de “pensar e mostrar como evoluiu a habitação em Portugal nas últimas cinco décadas e o que falta fazer”.

    Este evento decorre simbolicamente a 24 de Abril e nele será também lançado o programa Habitar Portugal 74/24, celebrando em simultâneo os 25 anos da Ordem dos Arquitectos e os 50 do Portugal democrático.

     O programa Habitar Portugal 74/24 vai, durante os próximos meses, continuar a analisar as questões da habitação em Portugal, através de uma equipa de comissários, que coordenada pelo arquitecto César Lima Costa, seleccionará obras emblemáticas neste período, pela sua arquitectura e também pela relevância estratégica para o País.

    Prevê-se, também, uma exposição itinerante, que terminará em 2026 na Capital Mundial da Arquitectura, em Barcelona.

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    Sindicato dos Arquitectos reúne com objectivo de aprovar “primeiras tabelas salariais”

    Do inquérito realizado aos profissionais destaca-se a exigência de 1300 euros de salário de entrada, a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais, melhor retribuição às horas-extra e ao estabelecimento de carreiras, com propostas distintas para projectistas e para técnicos especializados

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    Com o objectivo de “discutir e aprovar as primeiras tabelas salariais” para a arquitectura, o sindicato do sector convoca os profissionais para uma assembleia geral a realizar no dia 1 de Maio na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Arquitectura (SINTARQ) no Porto.

    Para a concretização e aplicação deste seu caderno reivindicativo, o SINTARQ lançou duas iniciativas. Desde Junho de 2023, uma campanha de entrada em empresas para contactar trabalhadores e criar as primeiras estruturas sindicais nesses locais de trabalho. E no final do ano passado, um inquérito que permitiu aferir as expectativas profissionais de quem trabalha em arquitectura e confirmar, uma vez mais, o retrato de precariedade e indignidade transversal no sector, cujos resultados definitivos serão divulgados em breve.

    Da campanha de entrada em empresas, resultou a criação de doze estruturas sindicais em locais de trabalho, algumas das quais com processos reivindicativos em curso. A expectativa é a de que a aprovação do Caderno Reivindicativo agora em Maio sirva de sustentação a esses processos e ao surgimento dos primeiros Acordos de Empresa em Arquitectura.

    Do Inquérito às expectativas profissionais destacamos a ampla adesão dos trabalhadores inquiridos à exigência de 1300 euros de salário de entrada, à redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais, a horas-extra com melhor retribuição e maiores restrições, e ao estabelecimento de carreiras como instrumento central à elevação dos salários e ao combate à discriminação e ao assédio.

    A título de exemplo, 94% dos inquiridos defende uma carga horária semanal até 35 horas; a expectativa salarial mediana de um trabalhador com cinco a dez anos de experiência é de 1800 euros e 80% dos inquiridos declara fazer horas extra, metade dos quais sem receber qualquer compensação por isso. Segundo dados preliminares deste Inquérito, um trabalhador em arquitectura vê-se espoliado, no mínimo, em 500 a 800 euros por ano em horas extra não compensadas.

    O Caderno Reivindicativo que será submetido à discussão propõe duas tabelas salariais: uma para projectistas e outra para técnicos especializados, dividindo-se em carreiras profissionais de assistente, júnior e sénior. A progressão atende aos anos de experiência ou às funções efectivamente desempenhadas, independentemente da antiguidade. Estarão também em discussão os critérios que determinam essa progressão e que servirão para contrariar a transversal estagnação de carreiras.

    Além dos salários, carreiras e horário laboral, propõem-se reivindicações-base noutros vectores tais como: direitos na parentalidade, regulação do teletrabalho, dias de férias, garantias de segurança e saúde no trabalho e formação profissional certificada.

    É o culminar de um processo com cerca de um ano e que contou com dez reuniões abertas de discussão realizadas em Braga, Coimbra, Porto, Lisboa e Setúbal, e que agora se encerra neste último Plenário Nacional no Porto.

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    Exposição “Objetos por Arquitetos” regressa à Casa da Arquitectura

    A segunda edição da exposição mostra uma selecção de peças de autor que carregam consigo assinaturas de “prestigiados” arquitectos e que se encontra patente no Espaço Luís Ferreira Alves, da Casa da Arquitectura

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    Abriu ao público esta sexta-feira, dia 19 de Abril a segunda edição da exposição “Objetos por Arquitetos”, uma montra selectiva de peças de autor que carregam consigo assinaturas de “prestigiados arquitectos” e que se encontra patente no Espaço Luís Ferreira Alves, da Casa da Arquitectura.

    Através desta mostra, que estará patente até 12 de Maio, a Casa da Arquitectura presta homenagem ao “talento multifacetado” de um grande número de arquitectos.

    A mostra reúne um conjunto de objectos demonstrativos do melhor que o talento arquitectónico tem para oferecer quando colocado ao serviço das várias dimensões da vida mundana, criando objectos de culto e de desejo que é possível levar para casa, como mobiliário, obra gráfica, iluminação, entre outros.

    Uma pequena montra selectiva de cerca de meia centena de peças de autor com assinatura de nomes como Adalberto Dias, Aires Mateus, Álvaro Siza, Eduardo Souto de Moura, João Pedro Pereira, Marta Vilarinho de Freitas e Pedro Guedes de Oliveira.

    A arquitectura e o design são disciplinas próximas que partilham o objectivo comum de resolver problemas da sociedade aliando a funcionalidade à estética.

    Através desta mostra, a Casa da Arquitectura presta homenagem ao talento multifacetado de um grande número de arquitetos cujo talento e originalidade está agora ao alcance de todos.

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    Bartolomeu Costa Cabral (1929-2024): Ordem recorda legado forte na arquitectura portuguesa

    O Presidente da República lamenta, também, a morte de uma das figuras maiores do modernismo arquitectónico e sublinha a forma como Costa Cabral era reconhecido pelos seus pares, nomeadamente pela preocupação com a noção de cidade, não de unidade estanque, o que talvez explique que uma exposição comemorativa, em 2019, escolhesse como título a bela expressão “a ética das coisas”.

    Ricardo Batista

    A Ordem dos Arquitectos recorda a obra e o “legado” de Bartolomeu da Costa Cabral no momento de assinalar a morte do arquitecto, aos 95 anos, ele que era considerado como figura marcante do modernismo arquitectónico português.
    Numa nota publicada na página na Internet, e assinada pelo presidente Avelino Oliveira, a Ordem dos Arquitectos presta homenagem ao membro número 142, “um enorme e consagrado arquiteto português”.

    Nascido em Lisboa, a 8 de Fevereiro de 1929, obteve o diploma em Arquitectura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa em 1957, tendo, no ano anterior, estagiado em França, onde estudou o tema da habitação de que resultariam diversos estudos de habitação social para o Gabinete Técnico de Habitação (GTH), Federação das Caixas de Previdência, Câmara Municipal de Lisboa e Fundo Fomento Habitação (FFH – atual IHRU), entre 1959 e 1968.

    Bartolomeu da Costa Cabral integrou, ainda estudante, o atelier da Rua da Alegria de Nuno Teotónio Pereira. Trabalhou com Manuel Alzina de Menezes, Manuel Taínha, Nuno Portas, Gonçalo Byrne, Pedro Vieira de Almeida e Pedro Viana Botelho.

    Entre 1968 e 1969 trabalha com Conceição Silva e Maurício de Vasconcellos. Integra o GPA (Grupo de Planeamento e Arquitectura), fundado por Maurício de Vasconcellos e Luís Alçada Baptista, onde desenvolveu, até 1996, diversos edifícios universitários para Bragança, Guimarães, Covilhã, Santarém, Tomar e Oeiras.

    Da sua obra construída será, porventura, o muito destacado e impressivo Bloco das Águas livres, em Lisboa (1953-1955), projetado em coautoria com Nuno Teotónio Pereira, o edifício mais emblemático e uma referência na arquitectura portuguesa. Destaca-se ainda a Escola Primária do Castelo (Lisboa, 1960), a Estação do Metropolitano da Quinta das Conchas (1998-2002) e os Blocos de Habitação Social dos Olivais, 1961 (com Nuno Teotónio Pereira e Nuno Portas).

    Premiado com o Prémio Eugénio dos Santos, em 1997 (com Nuno Teotónio Pereira pela remodelação do Teatro Taborda, em Lisboa), Prémio de arquitectura Raúl Lino, em 1978 (do GPA, com a notável Agência da CGD de Sintra), Menção Honrosa do Prémio Valmor 2009 (habitação individual na Travessa da Oliveira, em Lisboa), Grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (2022), uma distinção entregue pelo Presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa sublinha a forma como Costa Cabral era reconhecido pelos seus pares, nomeadamente pela preocupação com a noção de cidade, não de unidade estanque, o que talvez explique que uma exposição comemorativa, em 2019, escolhesse como título a bela expressão “a ética das coisas”. “A Arquitectura tem de falar às pessoas, tem de ser uma companhia, tem de dar sentido aos espaços criados e, só assim, podemos falar da sua humanização. Julgo que nas obras que fui fazendo ao longo da minha vida profissional, existe uma constante relação com as pessoas”, assumia Costa Cabral em 2019, a propósito da exposição “A Ética das Coisas”

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    Ricardo Batista

    Director Editorial
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    Casa Rural em Silves (Créditos: do mal o menos)

    Arquitectura

    BOMO Arquitectos assinam reconversão de casa rural em Silves (c/ galeria de imagens)

    Um antigo edifício agrícola, com uma linguagem “muito distinta e contrastante” passou por um processo de reabilitação e de redefinição de espaços, sem que se perdesse os vestígios do seu passado, com o claro objectivo de preservar o seu legado marcadamente “rural e funcional”

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    Esta é uma obra de reabilitação do que foi em tempos um estábulo e celeiro, inserido numa propriedade agrícola familiar, localizada num pequeno vale do barrocal algarvio, com laranjais e relevo suave, que acompanha o curso do rio Arade, entre os altos da serra de Monchique e as áreas planas e baixas do litoral, que ganhou uma nova ‘vida’ com o projecto da BOMO Arquitectos.

    Os clientes, dois médicos e uma agrónoma (e respectivos filhos e netos), estavam na altura do desenvolvimento do projecto a entrar numa nova fase da sua vida, a da reforma. À semelhança dos seus percursos profissionais, quiseram, também aqui, “curar e cuidar, preservar, dar vida e futuro”.

    A 28 de Fevereiro de 1969 um forte sismo afectou particularmente esta região. No projecto decidiu-se revelar esta história, tornando-a num princípio construtivo que organiza a intervenção. No piso térreo removeu-se o reboco das paredes antigas, expondo a pedra, e a nova escada e a nova parede divisória, entre o quarto e a casa de banho, foram construídas à antiga, igualmente em alvenaria de pedra irregular”

    De edifício agrícola a habitação

    Este edifício agrícola de dois pisos localiza-se no extremo de uma habitação, comprida e térrea, construída no início do século XX, implantada num ponto elevado no centro da propriedade, que contém também áreas de cultivo, uma eira, poços e outros pequenos edifícios de apoio.

    Embora esteja na continuidade da restante casa, este volume no qual foi feita a intervenção, tem uma linguagem muito distinta e contrastante, marcadamente rural e funcional, com as características construtivas próprias da região.

    No seu interior albergava três divisões autónomas, sem comunicação entre elas, e sem luz natural. Os únicos vãos eram as respectivas portas, opacas, baixas e estreitas, e o acesso ao piso superior era feito pela escada exterior.

    A intervenção uniu as três divisões, tanto vertical, como horizontalmente, criando no piso térreo uma pequena área social composta por sala, área de refeições e uma pequena cozinha, e ainda um quarto e uma casa de banho.

    No piso superior foi criado um segundo quarto, largo e alto, em mezanino sobre a sala, com a antiga escada exterior a funcionar agora também como pequeno varandim, aberto sobre a paisagem do vale. O mezanino resulta da demolição parcial da laje existente, e procura ampliar a luz natural introduzida pela nova janela alta, aberta na sala, resolvendo em conjunto com as novas portas exteriores envidraçadas, o problema de luminosidade dos diferentes espaços.

    No seu interior albergava três divisões autónomas, sem comunicação entre elas, e sem luz natural. A intervenção uniu as três divisões, tanto vertical, como horizontalmente, criando no piso térreo uma pequena área social composta por sala, área de refeições e uma pequena cozinha, e ainda um quarto e uma casa de banho”

    O peso da história

    “A 28 de Fevereiro de 1969 um forte sismo afectou particularmente esta região, fazendo com que a parte superior do volume no qual intervimos, e que era totalmente construído em pedra irregular, desabasse. Na altura, a reconstrução da parte afectada já foi feita com tijolo furado, sendo depois a diferença disfarçada com o reboco e o caiado das paredes interiores e exteriores”, recorda o atelier.

    No projecto decidiu-se revelar esta história, tornando-a num princípio construtivo que organiza a intervenção. No piso térreo removeu-se o reboco das paredes antigas, expondo a pedra, e a nova escada e a nova parede divisória, entre o quarto e a casa de banho, foram construídas à antiga, igualmente em alvenaria de pedra irregular.
    Assim, este conjunto de pedra pintada de branco forma uma base sólida para a casa, que contrasta com o piso superior de paredes lisas, em tijolo furado rebocado e pintado.

    Na área do mezanino esta característica construtiva é igualmente exposta, revelando-se a diferença de espessuras entre as duas tipologias de parede. É aqui também assumida a alteração introduzida na parede exterior, construindo-se o aro da nova janela alta de forma contemporânea, em betão armado, parcialmente encastrado na alvenaria de pedra.

    No revestimento do pavimento térreo foi utilizada tijoleira proveniente dos telheiros tradicionais das redondezas, e nas portas e portadas foram reinterpretados alguns pormenores da carpintaria tradicional, executados em madeira de pinho.

    A leitura e expressão do volume exterior foram clarificadas, através da demolição de alguns volumes que haviam sido adicionados, e do destaque do primeiro degrau da escada exterior, e foram introduzidas novas portadas exteriores para protecção dos envidraçados. Até ao momento não foi realizada a intervenção prevista para a área exterior adjacente.

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    Salto Studio ganha concurso para antiga Colónia Balnear da Areia Branca

    A proposta apresentada pelo atelier Salto Studio, venceu o concurso público de concepção para a elaboração do projecto de recuperação da antiga Colónia Balnear da Areia Branca, na Lourinhã

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    O concurso lançado pela Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa recebeu um total de 24 proposta, tendo a proposta com a assinatura de André Nave, do Salto Studio, ficado em primeiro lugar. O projecto vencedor valoriza a estrutura já edificada, acrescentando elementos que remetem para a arquitectura da Beira Baixa. “Desde o início decidimos adicionar varandas, porque nos quisemos inspirar nos balcões da Beira Baixa. Queríamos replicar essa experiência”, explicou o arquitecto na apresentação pública da projecto realizada esta semana”.

    Para além do espaço hoteleiro, o projecto de André Nave prevê um piso térreo aberto à comunidade local, com um espaço de co-work, restaurantes, um bar de praia e um ginásio.
    O júri foi composto por um representante da CIM Beira Baixa, um representante do Município da Lourinhã e um da Secção Regional de Lisboa e Vale do Tejo da Ordem dos Arquitectos.

    A Colónia Balnear da Areia Branca recebeu milhares de crianças e jovens do distrito de Castelo Branco entre 1974 e 2007. Está inactiva desde 2009, altura em que uma tempestade causou vários danos ao edifício.

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