Eric van Leuven, diretor-geral da Cushman & Wakefield.
Embora a maioria dos negócios estejam on-hold “Portugal continua no radar dos investidores”
A opinião de Eric van Leuven, diretor-geral da Cushman & Wakefield face às repercussões da actual pandemia no sector imobiliário
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Eric van Leuven, director-geral da Cushman & Wakefield
A situação em que nos encontramos irá certamente ter um impacto negativo na economia nacional, particularmente pelo peso das pequenas e médias empresas e pela sua exposição ao turismo, estando a sua evolução e posterior recuperação dependente do desenrolar desta pandemia.
O atual enquadramento está a afetar o mercado imobiliário de forma transversal, com uma clara opção pela suspensão dos processos de tomadas de decisão, à exceção das transações que já se encontravam numa fase muito avançada de negociação.
Neste momento, os setores mais afetados são obviamente o turismo, com o cancelamento da maioria das reservas; e o retalho, que enfrenta agora o desafio do encerramento das lojas físicas que não providenciem serviços essenciais. É contudo esperado um efeito generalizado a todo o segmento ocupacional, e cuja magnitude irá depender da robustez financeira dos inquilinos ao longo deste período, havendo já exemplos de pedidos de aumento de incentivos, particularmente no período de carência.
No segmento de investimento, embora a maioria dos negócios esteja também on-hold, Portugal continua no radar dos investidores. Apesar do abrandamento do financiamento a operações imobiliárias pelos bancos, há ainda muita liquidez no mercado, começando inclusive a surgir investidores oportunistas a posicionarem-se para a retoma. A opinião geral é de que o preço dos imóveis poderá vir a baixar, não apenas por um aumento das taxas de retorno exigidas pelos investidores em algumas classes de ativos mais fustigadas, mas sobretudo por via de uma possível quebra na sua receita operacional, particularmente nos setores de atividade sob maior pressão.
No que concerne aos projetos futuros, a sua concretização será igualmente afetada, havendo já diversos casos de obras a parar, às quais se prevê que venham a acrescer o adiamento ou mesmo cancelamento de novos projetos, face à atual incerteza do mercado.
Finalmente, importa ressalvar que este será também um momento de teste a alguns conceitos que em Portugal não tinham ainda a mesma expressividade que no resto da Europa, como o e-commerce e o teletrabalho, pelo que poderemos vir a observar uma alteração de alguns paradigmas no momento pós-coronavírus – que faço votos para que chegue o mais brevemente possível!
NOTA: O CONSTRUIR manteve a grafia original do artigo