Nova ponte no Douro vai custar cerca de 12M€
Até final de 2020 deverá ser lançada a obra da nova travessia sobre o rio Douro, assegurou Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara de Gaia. Até ao momento estão ainda a ser feitos estudos sobre a construção da ponte e do tráfego
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O presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia garante que a obra da ponte D. António Francisco dos Santos, travessia sobre o rio Douro que ligará este concelho ao Porto, é lançada até final de 2020.
“Estamos a trabalhar [referindo-se às câmaras de Porto e Gaia] em velocidade de cruzeiro. A minha expectativa é que será possível até final de 2020 lançar a obra”, disse aos jornalistas Eduardo Vítor Rodrigues, à margem da apresentação da revisão orçamental que esta tarde foi aprovada por maioria na reunião de câmara, com os votos favoráveis do PS e a abstenção do PSD.
Estudos em marcha
O presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, revelou que “neste momento estão a ser feitos estudos sobre a ponte, sobre a obra de arte propriamente dita, bem como estudos de tráfego”, esses da responsabilidade da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, e “avanços no desenho dos acessos”. “No Porto, os acessos estão relativamente estabilizados. Em Gaia partimos para um território praticamente virgem. Há necessidade de desenhar o território de raiz”, descreveu o autarca. Eduardo Vítor Rodrigues adiantou que o que se está a tentar é ver todas as soluções que viabilizem que os acessos criem capacidade construtiva para garantir aos proprietários que não há expropriações. “O diálogo que tem sido estabelecido é muito positivo. Quem cede terrenos para a construção da ponte sabe que está a ceder com a contrapartida de que vai ganhar frente de construção”, acrescentou. As câmaras do Porto e de Vila Nova de Gaia anunciaram em 12 de Abril do ano passado a construção de uma nova ponte sobre o rio Douro, um projecto inteiramente financiado pelas duas autarquias.
Em causa uma ponte baptizada como D. António Francisco dos Santos, em homenagem ao bispo que morreu em Setembro do ano passado. A travessia vai unir os dois concelhos entre Oliveira do Douro, em Gaia, e a zona de Campanhã, no Porto. A nova ponte tem um custo estimado de 12 milhões de euros.
Recuperar o assunto
A ideia de uma nova ligação do Douro não é, garantidamente, nova e, amíude, é assunto trazido para cima da mesa. A ideia de construir uma nova ponte no rio Douro a ligar Porto e Gaia já mereceu vários estudos, com diferentes localizações e características distintas. O local – Campanhã (Porto) e Areinho (Oliveira do Douro) – onde será instalada uma nova travessia, segue um desses projectos, concebido há anos pelo engenheiro Adão da Fonseca, um catedrático da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto que tem já a assinatura em diversas pontes nacionais, incluindo a do Infante, no Douro. “O local escolhido é o melhor. Nem vejo alternativa. Quando fiz o estudo para a Câmara de Gaia conclui que era o ideal. Permite a requalificação de duas zonas em ambas as margens que necessitam de valorização”, contou Adão da Fonseca do Diário de Notícias, ele que ouviu Rui Moreira, na apresentação do projecto, a realçar a importância do seu estudo para esta nova travessia que será à cota baixa, numa extensão de 250 metros, entre as pontes de São João e a do Freixo. Os custos serão de 12 milhões de euros, a serem suportados pelas duas autarquias, com a previsão de quatro anos para a sua conclusão. Na altura, as autoridades municipais alertaram que a intervenção vai levar a uma transformação das zonas envolventes em ambas as margens, “mais evidente do lado de Gaia”, admitiu Eduardo Vítor Rodrigues, mas esse não seria o único aspecto importante em termos de localização. É que o local escolhido para instalar a futura Ponte de D. António Francisco dos Santos já fica fora da zona classificada pela UNESCO como Património da Humanidade, o que levou Rui Moreira a declarar, durante a apresentação do projecto: “Não precisamos de ninguém para fazer isto. Não precisamos do Ministério das Infra-estruturas, não precisamos do Ministério da Cultura”.