Factory Lisboa: Imagem industrial com apontamentos de contemporaneidade
Em entrevista ao CONSTRUIR, José Baganha desvendou os grandes desafios do projecto que se vai instalar no Hub Criativo do Beato
Ana Rita Sevilha
Espanhola ARC Homes tem plano de investimento de 180 M€
“Um futuro sustentável para a Construção” domina programação da 31ªConcreta
Casa cheia para a 31ª edição da Concreta
Signify ‘ilumina’ estádio do Sporting Clube de Portugal
Savills comercializa 2.685 hectares de floresta sustentável em Portugal e Espanha
Tecnológica Milestone com 36% de mulheres nas áreas STEM supera média nacional
Sede da Ascendi no Porto recebe certificação BREEAM
KW assinala primeira década em Portugal com videocast
LG lança em Portugal nova gama de encastre de cozinha
CONCRETA de portas abertas, entrevista a Reis Campos, passivhaus na edição 519 do CONSTRUIR
O arquitecto português José Baganha, juntamente com o atelier alemão de Julian Breinersdorfer e Loescher & Boeckmann, são os arquitectos responsáveis pelo Factory Lisboa, o projecto de revitalização urbana, desenvolvido em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa, e o Startup Lisboa que vai instalar-se no Hub Criativo do Beato, com data de abertura prevista para o Verão de 2019. O conceito é da responsabilidade do Factory, que já conta com três espaços similares em Berlim.
Em entrevista ao CONSTRUIR, José Baganha desvendou os grandes desafios do projecto que vai ocupar duas antigas instalações de produção de alimentos para as forças militares e navais portuguesas.
Quais os grandes desafios que este projecto apresentou?
José Baganha: Trata-se de um edifício que possui uma “carga” muito significativa para a nossa memória colectiva. O grande desafio consiste em dotar aqueles espaços de tudo o que há de mais actual em matéria de conforto e infra-estruturas preservando essa memória. E isso passa também por manter uma imagem de edifício industrial, desactivado, muito em voga actualmente, com apontamentos de contemporaneidade nos sistemas de acesso, pelo exterior, nos detalhes, nos equipamentos ou nas caixilharias, por exemplo.
Para além disto – que não é pouco -, temos que fazer tudo em muito pouco tempo. A pressão é enorme.
O Campus pretende ligar o público à comunidade que vai residir no edifício, mas também à história e ao espaço. De que forma a arquitectura vai contribuir para este objectivo?
Desde logo, o espaço da antiga Manutenção Militar – o “Campus”, como diz – será aberto à cidade. Alguns muros e vedações desaparecerão. Para além disso, o edifício integrará espaços de eventos culturais, cafetaria, restaurante e um miradouro de dimensões fora do comum no terraço da cobertura, entre outros que contribuirão para uma fruição diversificada dos espaços. Tudo isto conservando a imagem, a tipologia desta antiga fábrica. Serão até integrados alguns dos equipamentos de produção e silos já desactivados.
Como tem sido a parceria com o atelier alemão de Julian Breinersdorfer?
A parceria tem sido óptima. Temos aprendido muito. Eles são altamente criativos e simultaneamente exigentes no rigor e na qualidade. A sua experiência em projectos semelhantes – que desenvolveram noutras paragens – também ajuda muito.
A adaptação desses projectos criativos à nossa realidade legal/construtiva nem sempre é fácil, mas temos funcionado como uma verdadeira equipa e isso ajuda muito.
Este é um projecto que pretende contribuir também para a requalificação da zona. O que vai ganhar a zona do Beato com este novo Campus?
Em primeiro lugar, destaca-se uma vantagem evidente que decorre do facto do espaço e os seus diferentes edifícios estarem a ser qualificados e integrados no tecido urbano mantendo as suas principais características. Depois, espera-se que a diversidade de usos e também a qualidade e quantidade de pessoas que um empreendimento desta natureza sempre trás arraste outras actividades e, assim, contribua fortemente para a revitalização desta área da cidade.