“Há 122 anos que distinguimos o melhor da arquitectura em Lisboa, que cumprimos a vontade do Visconde de Valmor, que queria ver em Lisboa algo diferente. Que queria que Lisboa fosse mais do que aquilo que era, que fosse mais do que aquilo que podíamos imaginar. E queria fazê-lo através da arquitectura”, recordou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, notando que a atribuição destes galardões “é já uma tradição lisboeta, única em todo o país”.
Na sua intervenção na cerimónia, Carlos Moedas destacou a relevância desta iniciativa, referindo que “por este Prémio passaram edifícios que fazem hoje parte de todos nós, das nossas vidas, do nosso quotidiano, das nossas memórias, edifícios que se tornaram históricos”, e que são parte da identidade da cidade.
O presidente da autarquia sustentou ainda que a entrega dos Prémios Valmor e Municipal de Arquitectura “significa a promoção do talento dos nossos arquitectos, da forma como os nossos arquitectos são capazes de marcar Lisboa, da forma como conseguem reabilitar edifícios históricos e resgatar memórias para o presente”. “O Prémio Valmor significa também cidade, porque em cada uma dessas obras está exactamente o propósito da arquitectura: fazer cidade”, rematou Carlos Moedas.
Relativamente ao ano de 2018, o Prémio foi atribuído à obra de Reconstrução do antigo Teatro Luís de Camões LU.CA, da autoria dos arquitectos Manuel Graça Dias e Egas José Vieira, tendo como promotora a Empresa Municipal Lisboa Ocidental SRU.
Relativamente ao ano de 2019, o Prémio foi atribuído à obra de Reabilitação do antigo Palacete dos Condes de Burnay para instalação da Biblioteca de Alcântara, da autoria da arquitecta Margarida Grácio Nunes, tendo também como promotora a Empresa Municipal Lisboa Ocidental SRU.
Relativamente ao ano de 2020, o Prémio foi atribuído à obra de Reabilitação de um edifício da Baixa Pombalina, destinado a Habitação e Comércio, situado na Rua dos Douradores, n.º 186, da autoria do arquitecto José Adrião e tendo como promotores Pedro Garcia Ramos e Maria Eugénia Ocantos.
As Menções Honrosas de 2018 distinguiram a obra de alteração do Edifício de Habitação e Comércio situado na Rua Nova de São Mamede, 62-68, da autoria do arquitecto João Pedro Barros Falcão de Campos, e a obra de Requalificação do Largo da Igreja da Memória, da autoria do Arquitecto Gonçalo Byrne.
Das obras concluídas em 2019, mereceram Menção Honrosa do Prémio Valmor e Municipal de Arquitectura dois novos edifícios. O Edifício de Habitação construído no n.º 58 da Costa do Castelo, do arquitecto Ricardo Bak Gordon, e o edifício do arquitecto Nuno Mateus construído no n.º 97 da Rua Francisco Metrass para a instalação da Redbridge International School.
Relativamente ao ano de 2020, foi atribuída Menção Honrosa à obra de Reabilitação da Casa Fernando Pessoa, da autoria do arquitecto José Adrião, e ao Edifício de Habitação construído no n.º 65 a 67A da Calçada Marquês de Abrantes, da autoria do arquitecto Nuno Mateus.
Para os anos de 2018 a 2020, foram objecto de apreciação mais de 250 obras por ano, num total de 777 obras, que na sua grande maioria correspondem a intervenções sobre edificado pré-existente (82%), repondo-o à utilização e fruição da cidade.
A apreciação do mérito das obras e do seu contributo para a qualificação da cidade foi assegurada por um júri presidido pelo presidente da CML, Carlos Moedas, e coordenado pela vereadora do Urbanismo, Joana Almeida.
Participaram no júri a directora Municipal da Cultura ( Laurentina Pereira), o presidente da Academia Nacional de Belas Artes (Arq.º Alberto Reaes Pinto), o presidente do Conselho Directivo Regional de Lisboa e Vale do Tejo da Ordem dos Arquitectos (Arq.º Pedro Novo) e o presidente da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa (Arq.º Jorge Mealha da Costa). O júri contou ainda com a participação da arquitecta Ana Tostões, professora catedrática no Instituto Superior Técnico, com um percurso profissional e académico de destaque na área da arquitectura contemporânea.
Sendo objectivo do executivo repor a normalidade na atribuição do Prémio, estão já em curso os trabalhos preparatórios de identificação e levantamento das obras concluídas após 2020, para que no início de 2025 o júri retome as suas reuniões de trabalho e, ainda no primeiro semestre do ano, sejam atribuídas as distinções relativas aos anos 2021, 2022, 2023 e 2024.