Japonês Kengo Kuma e portugueses OODA ganham concurso do Matadouro Industrial no Porto
Um dos elementos fundamentais do projecto é a rua pedonal coberta, que o atravessa de ponta a ponta, ligando a um jardim suspenso sobre a VCI que dá acesso à Estação de Metro do Estádio do Dragão

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O arquitecto japonês Kengo Kuma, em conjunto com os portugueses OODA ganharam o concurso para a reconversão do antigo Matadouro Industrial de Campanhã, no Porto. A construção estará a cargo da empresa portuense Mota Engil.
O investimento de reconversão do antigo Matadouro está orçado em quase 40 milhões de euros, totalmente suportado por privados. O espaço será usado para acolher empresas, mas também reservas de arte, museus, auditórios e projetos de coesão social.
O projecto de arquitectura é da autoria do conceituado arquitecto Kengo Kuma , em parceria com os portugueses OODA. O japonês é autor de projetcos reconhecidos em todo o mundo, nomeadamente o novo Estádio Nacional do Japão, que será palco da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio; Suntory Museum of Art, também na capital japonesa; a Bamboo Wall House, na China; a sede do Grupo Louis Vuitton, no Japão ou Besançon Art Center, em França.
A Mota Engil prevê construir uma grande cobertura que, num só gesto, une o antigo, que será preservado, e o novo edifício de remate, assim como a passagem por cima da VCI. “Todo o trabalho foi feito com o cuidado e sensibilidade de quem intervém em património histórico, mas pretendendo criar unidade e identidade. Estabelece assim um diálogo de escala com as grandes infraestruturas adjacentes e, através dos materiais, com o casario da freguesia da Campanhã. O desenho da cobertura não só une todo o complexo, como através do seu movimento, sublinha as partes essenciais do programa, servindo como pontos de referência e orientação. A proposta cria um impacto visual único para quem atravessa a VCI e permite fazer com que a cidade ganhe elasticidade”, refere em comunicado a câmara municipal do Porto.
O projecto do Matadouro irá também articular com as acessibilidades criadas e para outras infraestruturas (as construções do Terminal Intermodal de Campanhã e da nova ponte que ligará a zona oriental a Gaia serão contemporâneas), pode servir como grande impulsionador económico, social, cultural e demográfico das freguesias mais orientais do Porto (Bonfim e Campanhã), mas será também um extraordinário polo dinamizador de toda a cidade.
Com áreas para a instalação de empresas, mas também com museus (o Museu da Indústria ficará lá sediado), reservas de arte, auditórios, espaços expositivos e equipamentos sociais, o Matadouro não é, contudo, a repetição do conceito de condomínio empresarial fechado como existe noutros locais, mas antes um espaço aberto e de passagem, ou seja, será parte da cidade.
Um dos elementos fundamentais do projecto é a rua pedonal coberta, que o atravessa de ponta a ponta, ligando a um jardim suspenso sobre a VCI que dá acesso à Estação de Metro do Estádio do Dragão. Este canal permitirá dar vida quotidiana ao espaço, introduzindo-lhe vivência de cidade e não fechando o ecossistema. Dito de outra forma, o Matadouro cria a grande rua coberta do Porto, a partir da qual se desenvolve uma cidade nova, capaz de servir como grande impulsionador da zona oriental.
O concessionário, que será responsável por todo o investimento, fica obrigado a cumprir o programa delineado pela Câmara do Porto nos próximos 30 anos, findos os quais, o equipamento ficará municipal. Nesse período, a Câmara do Porto também ocupará parte do Matadouro, onde desenvolverá a parte cultural e de coesão social associada.