Arquiteturas Film Festival abre com Rem Koolhas
A mostra internacional de filmes documentais e experimentais instala-se em dois cinemas de bairro, o Fórum Lisboa e Cinema City Alvalade
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A estreia em Portugal do documentário “REM: Rem Koolhaas”, de Tomas Koolhaas (2016) – filho do arquitecto -, vai dar o pontapé de saída da 5ª edição do Arquiteturas Film Festival. Durante cinco dias – de 11 a 15 de Outubro – Lisboa é o palco de um festival de cinema alicerçado na arquitectura e recebe mais de 20 estreias nacionais.
A mostra internacional de filmes documentais e experimentais sobre arquitectura, instala-se em dois cinemas de bairro, o Fórum Lisboa e Cinema City Alvalade. Sob o tema “Let’s Get Physical”, a programação é dividida em oficial e filmes em competição e coloca o foco no arquitecto contemporâneo visto nas suas diferentes vertentes.
Trata-se de uma programação “que convida à reflexão sobre a ilustre e frágil complexidade desta profissão que a maior parte de nós desconhece”, afirma a directora artística, Sofia Mourato.
O destaque da programação oficial vai para a première de REM: Rem Koolhaas (90’, 2016), documentário com uma narrativa muito pessoal sobre este renomado arquitecto. Parcialmente produzido em formato crowdfunded, é realizado por Tomas Koolhaas, filho de Rem, tendo sido considerado pelo Hollywood Reporter como “Um acto de amor de um filho para com o seu pai, bem como um documentário de Arquitectura altamente absorvente”.
A par de Koolhaas, o Arquiteturas distingue ainda três outras grandes estrelas da Arquitectura: o dinamarquês Bjarke Ingels com exibição de Big Time (94’, 2017), o incontornável Álvaro Siza com Vizinhos (versão editada para cinema, 155’, 2016) e a activista americana com Jane Jacobs com Citizen Jan: Battle for the City (92’, 2016).
Em competição, e divididos nas categorias de “Competição Internacional”, “Experimental” e “Novos Talentos”, estarão mais de 20 filmes oriundos de 14 países.
Destaque ainda para o facto de o público ter a oportunidade de conhecer vários realizadores convidados que apresentam as suas obras pela primeira vez em Portugal. O Arquiteturas realça as duas estreias mundiais de autores holandeses: a curta-metragem Today, de Marcel Ijzerman (4’, 2016) e Hands On – A Journey through Design and Craftsman with Emmanuel Babled, de Marco Sweering (32’, 2017).
Do programa do Arquiteturas faz parte ainda uma masterclass com o realizador e videoartista alemão Daniel Kötter, que se realiza na sede da Trienal de Lisboa, na sexta-feira, 13 de Outubro, às 17h00 (entrada gratuita).
“A Arquitectura e a cidade têm sido um tema recorrente no trabalho de Kötter, no qual usa, deliberadamente, diferentes suportes, combinando técnicas de cinema estruturalista com elementos de documentário e musica experimental, tendo sido exibido em várias galerias, festivais vídeo, salas de concerto e teatros de todo o mundo”, salienta a organização.
Kötter ganhou o prémio de Melhor Filme Experimental, no Arquiteturas de 2015 e, este ano, volta com o filme Hashti Tehran (2017), que será exibido a 15 de Outubro, no Fórum Lisboa.
Recorde-se que, co-produzido pela Trienal de Lisboa e pela Do You Mean Arquitecture, com direcção artística de Sofia Mourato, o Arquiteturas inaugura a área do cinema na programação oficial da Trienal.
“As inúmeras ligações entre cinema e Arquitectura, desde questões de forma ou conteúdo, ou de metodologia na concepção de narrativas ou espaços, sempre foram um tema de fascínio e reflexão de realizadores e arquitectos. O trabalho de muitos arquitectos encontra inspiração na arte do cinema, tal como neste a arquitectura é inúmeras vezes uma realidade central ou decisiva, atravessamentos de fronteiras nos quais a matéria teórica de ambas as disciplinas se amplia e densifica. Por isso, se ao longo dos seus 10 anos de actividade a Trienal tem vindo a diversificar as esferas da sua actividade, chegou o momento certo de incorporar também o cinema, particularmente através deste festival com provas dadas ao longo de anos de excelente programação. É isso que justifica que se habitualmente os conceitos da programação nascem na própria estrutura da Trienal, pela 1ª vez decidimos avançar neste modelo de “joint venture”. José Mateus, presidente da Trienal de Lisboa.