Archi Summit continua a crescer
“O Archi Summit voltou a crescer! Foi um ano de redescoberta, com uma nova abordagem na exposição, nas conferências e numa cidade que desconhecia o evento”, disse ao CONSTRUIR Bruno Moreira, fundador do evento
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Na sua estreia por Lisboa, o Archi Summit recebeu mais de 1300 arquitectos ao longo dos dois dias do evento – 6 e 7 de Julho -, e volta a crescer em termos de números e de agenda. A garantia é dada por Bruno Moreira, fundador do evento e responsável pela sua organização. “O Archi Summit voltou a crescer! Foi um ano de redescoberta, com uma nova abordagem na exposição, nas conferências e numa cidade que desconhecia o evento. Descobrimos que Lisboa gosta do Archi Summit, tal como o Porto também gosta. Tivemos sempre mais de 1.000 pessoas no recinto, entre conferencistas, participantes, parceiros, expositores e staff. Somos, hoje, um momento muito interessante na agenda da Arquitectura em Portugal”. Ao todo foram 11 conferências, que levaram o auditório da Main Conference a 90% de ocupação média, que terminaram com o suíço Valerio Olgiati, com mais de 400 arquitectos na sala. Entre os oradores estiveram Manuel Aires Mateus, Arno Brandlhuber, e Pascal Flammer, bem como nomes emergentes em Portugal como Patrícia Barbas, os SAMI ou Nuno Brandão Costa. O auditório secundário não se deixou ficar para trás, sendo palco de inúmeras palestras com casos práticos e temas muito pertinentes para a prática actual.
Maior instalação efémera de cortiça
O Pavilhão de Portugal não foi só o palco do único summit de arquitectura a acontecer em Portugal, mas também o da maior instalação efémera de cortiça alguma vez feita no mundo. Desenhada por Manuel Aires Mateus e o gabinete SAMI, foram 5500 os blocos, o que equivale a 760 metros cúbicos de cortiça, fornecidos pela Corticeira Amorim, também patrocinadora do evento, utilizados para cobrir 2 mil metros quadrados – a totalidade da área exterior do Pavilhão de Portugal. Sobre a escolha do material, a organização do Archi Summit explica que se deveu à sua portugalidade e por se enquadrar no evento que conta com uma organização 100% portuguesa e se desenvolveu num edifício projectado por um dos maiores arquitectos portugueses. Em declarações ao CONSTRUIR, Inês Vieira da Silva e Miguel Vieira (SAMI), explicam os desafios desta instalação.
“Haviam alguns dados do ‘problema’ que já estavam em cima da mesa, nomeadamente o uso da cortiça e a dimensão da intervenção. O que foi interessante foi perceber o programa, o que é o Archi Summit e o que se pretendia, compreendendo os constrangimentos de um edifício – porque para nós este espaço acaba por ser como um edifício. O desafio foi o de utilizar um material que é utilizado na construção como revestimento e isolamento, para fazer a própria construção, funcionando cada bloco como se fosse uma pedra, é essa a ideia que está na génese, imaginando todos os constrangimentos de uma casa e ao mesmo tempo conseguir intensidade, conseguir coerência para os diferentes expositores e conseguir um espaço agradável debaixo desta obra-prima”, refere Miguel Vieira. Inês Vieira da Silva, lembrou a intervenção efémera que fizeram no passado Dezembro na Gulbenkian: “ter oportunidade de trabalhar no edifício da Gulbenkian foi uma experiência única e agora trabalhar com o Aires Mateus debaixo da pala do Siza, aqui no Pavilhão de Portugal é também paradigmático”. Sobre este projecto, Inês concluiu dizendo que “a cortiça era já um dado adquirido, o que tentámos depois foi trabalhar o desenho. Ao utilizarmos a cortiça, transformámo-la em paredes de 1 metro que fazem uma alusão a estes grandes contrafortes, a estas paredes maciças, o que resulta numa estereotomia muito construtiva.
Balanço positivo
Na exposição, 30 marcas do sector da construção fizeram-se apresentar aos profissionais, das mais variadas formas, tentando primar sempre pela originalidade, ou não fosse este um summit de arquitectura e d
esign. Os main sponsors do evento, Margres e Love Tiles levaram à letra a ideia de “pensar fora da caixa” e inspirados pelos detalhes pitorescos da capital, apostaram “em fazer diferente e fazer melhor”, como disse ao CONSTRUIR Nair Silva, Communication manager da Love Tiles. “Essencialmente nesta exposição quisemos mostrar como o grés porcelânico consegue ser adaptável, em particular o grés lâmina, com 3mm e uma incrível resistência, que pode ser aplicado onde quisermos. Quisemos desconstruir esta ideia de que os nossos produtos são apenas para cozinhas e casas-de-banho”. Para o efeito, foram então criados vários momentos: uma varina que deu mais de 300 sardinhas em cerâmica para os arquitectos personalizarem, criando um mural inspirado em Lisboa, um grafite de 60m2 com Amália e uma paisagem lisboeta ou um caricaturista que presenteou mais de 200 participantes com uma caricatura numa peça de cerâmica.
Em declarações ao CONSTRUIR, as empresas mostraram-se satisfeitas com o evento e com os resultados, independentemente do tipo de produto apresentado.
Pela primeira vez no Archi Summit, a The Stonhard mostrou-se optimista, levando ao evento uma nova linha da marca Liquid Elements, que pretende ser complementar às soluções que existentes. Afluência e dinamismo foram algumas das palavras utilizadas para descrever ao CONSTRUIR o Archi Summit. “Nota-se bastante afluência e um grande dinamismo, o que é promissor em termos de mercado e também que, para além das conferências as pessoas estão interessadas em visitar e conhecer os expositores e as novidades, nomeadamente por aquilo que todos estes produtos poderão fazer nos seus projectos”.
Também a Secil foi estreante no summit e a aposta no evento prendeu-se com o target: os arquitectos. Pedro Mendes, director de marketing e comunicação, evidenciou o palco do evento – “o Pavilhão de Portugal é um belíssimo exemplo do potencial do nosso material” -, mas também toda a envolvente – “participámos na Expo’98 activamente, é um lugar que faz parte do nosso roteiro, tanto pelos edifícios como pelos equipamentos que ajudámos a construir”. “Mas claro que a nossa presença não é só pela localização, passa também pela possibilidade de comunicar neste espaço as nossas várias soluções e a possibilidade de, dado o nosso know how, trabalhar juntamente com os arquitectos em projectos específicos, chegando às soluções que precisam para os seus projectos”. Pedro Mendes sublinhou ainda que o evento “é um espaço único para se estar presente, que tem a particularidade de juntar em dois dias cerca de 1000”.
“Não existia nenhum certame nestes moldes, existiam outros mais genéricos, logo acho que foi muito bem conseguido. Esta será a nossa primeira de muitas participações, esperamos nós”. A Secil foi um dos patrocinadores do evento.
Também a Carpimoderna decidiu apresentar no summit a Woodglam, uma nova gama de equipamentos de casa-de-banho, escavados em madeira maciça. Considerando a presença positiva, a marca foi ao encontro dos arquitectos para lhes mostrar a singularidade destes equipamentos, uma vez que, derivado da técnica utilizada, “não existem dois iguais”, garantiu ao CONSTRUIR fonte da empresa.
Presentes desde a primeira edição do summit, a Contraven reforça a aposta neste evento “por ser um espaço que junta vários arquitectos e e que em edições anteriores gerou negócio para nós”. Comparativamente aos anos anteriores, a empresa considerou o evento com maior afluência.
Carlos Oliveira, da Amorim Isolamentos, salientou ao CONSTRUIR que a presença, entre outros factores, se prendeu com o facto de gostarem de colaborar com estas iniciativas mas não só: “aproveitamos para uma vez mais mostrar o produto que, embora seja muito conhecido, há sempre quem não o conheça, especialmente os arquitectos…”. “Eventos como este, são investimentos grandes para nós, porque a movimentação destes blocos de cortiça para cá e as dificuldades que nos criam na semana em termos industriais, são grandes. Mas é um investimento porque, como disse inicialmente, temos a possibilidade de estar aqui a falar e de transmitir a realidade deste material”.
Carlos Amorim sublinhou a curiosidade que o material continua a despertar: “temos um bloco, mas a partir daqui arranjamos soluções para o isolamento térmico e acústico, arranjamos soluções para a arquitectura e o design. Não há nenhum material como este, é único. A nossa presença aqui, permite-nos ter a oportunidade de prestar alguns esclarecimentos, permite-nos fazer aquilo que seria mais difícil fazer numa conferência ou numa página de Internet, porque uma coisa é aquilo que se lê e que se ouve, e outra coisa fantástica é aquilo que se sente ao tocar”.
Carlos Oliveira foi ainda orador numa palestra no auditório 2 onde deu inúmeras razões para se utilizar cortiça na construção. Ao CONSTRUIR enumerou algumas: a baixa condutividade térmica, a inércia – “temos ensaios feitos em laboratórios independentes que mostram que, nos mesmos sistemas construtivos, com as mesmas espessuras, com o mesmo clima, por exemplo, num dia intenso de calor e de sol quente, a temperatura pode passar, em outros materiais, ao fim de 4 horas. No caso da cortiça, passa em 10 ou 12 horas” -, a sustentabilidade que se estende ao processo industrial – “100% natural e sem colas, onde 90% a 93% da energia é a nossa própria biomassa” -, e a economia circular – “depois de uma utilização de câmaras frigoríficas de 50 anos, nós compramos essa cortiça para a reciclar, e com essa cortiça com 50 anos, vamos por exemplo colocá-la em estádios de futebol com relva natural mais 10 anos, e no final desses 10 anos, essa cortiça pode ser vendida ao metro quadrado para um jardim particular ou um jardim público. Isto significa que, a cortiça pode estar a ser utilizada continuadamente até 100 anos ou mais. Isto é economia circular”, sublinha.
A AGI voltou ao Archi Summit depois de ter participado na primeira edição. Gabriel Ilunga, chefe de vendas do departamento de construção, disse ao CONSTRUIR que a aposta no evento se prende com a audiência do mesmo: “a arquitectura é uma das áreas em que os nossos produtos encaixam, são os arquitectos que prescrevem os nossos produtos e grande parte do nosso trabalho é feito para eles”. Ao summit levaram novidades, painéis de bambu para interior e para exterior e também pavimentos em vinílico com substracto natural, “o que lhe confere uma impermeabilidade total”, garante, destacando que, “este produto se distingue da restante oferta pela dimensão das réguas, que são superiores ao que normalmente é visto neste tipo de produtos”.
A Barbot, outro dos sponsors do Archi Summit, também falou ao CONSTRUIR sobre a presença no evento. Sofia Miguel, directora de marketing, focou o target do summit e a aposta da empresa em estar junto do canal de prescritores. “Queremos apresentar as nossas soluções e estar cada vez mais perto deles, perceber quais são as suas necessidades e prestar-lhes assistência técnica.É nesta perspectiva de estarmos mais próximos que estamos aqui”, refere. Com uma aposta forte na área dos pavimentos e da impermeabilização, Sofia Miguel destacou a curiosidade do público e a instalação de cortiça.
A marcar presença desde a primeira edição a IHT reforçou a aposta nesta edição, principalmente por se dirigir a arquitectos – um target importante para a empresa. A Lisboa trouxeram uma novidade: uma solução para fazer divisórias. “Basicamente fazemos pavimentos e fachadas em deck compósito, portanto faltava-nos o passo seguinte, que era fazer divisórias, que é o que estamos aqui a apresentar, ainda que ainda em modo protótipo, também para ouvir o que os arquitectos acham, no sentido de evoluirmos”.
Igualmente a marcar presença desde a edição número um, a Senda associou-se ao summit por ser “ser um lugar privilegiado para mostrar os nossos produtos”. “Este evento traz um segmento muito específico, que é o da arquitectura, enquanto que uma feira como a Tektónica é muito mais abrangente”, referiu fonte da empresa ao CONSTRUIR.
Para o Archi Summit as novidades foram especialmente a nível hospitalar e relacionadas com a prevenção de bactérias através de soluções inovadoras.
Na mesma linha encontramos a Banema, que estando a apostar no mercado lisboeta não podia não estar presente. Ao Pavilhão de Portugal levaram, entre outras soluções, a “Accoya”, uma madeira modificada por acetilação. “Um processo patenteado que tem como vantagem ser uma madeira que não tem nó, que tem a aparência normal mas que possui uma resistência classe 5 e 50 anos de garantia”, garantiu a empresa ao CONSTRUIR.
Também a Gyptec, sponsor do summit, se apresentou com originalidade no evento, através de um stand que suscitava a curiosidade a quem passava. “Tivemos a ideia de trazer a este evento uma estrutura ‘estranha’, que provocasse curiosidade de vir ver o interior do corredor onde temos informação sobre os nossos produtos. Como os arquitectos estão cada vez mais presentes nestes eventos também temos que os influenciar”, disse ao CONSTRUIR Ávila e Sousa, director técnico de imagem e comunicação da Gyptec. Sobre a presença no evento, o mesmo responsável referiu:“temos estado presentes em muitos eventos ligados à arquitectura porque achamos que é importante estar na base, na prescrição. Achamos que é importante estar nos eventos para explicar quem somos, e que não é necessário ir buscar soluções fora do País porque aqui também temos inovação e qualidade”. Ávila e Sousa, director técnico de imagem e comunicação da Gyptec reforçou ainda com outra razão a presença no summit: “só muito recentemente é que reparámos na má conotação que a placa de gesso está a ter em alguns fóruns. Muitas vezes associa-se a placa de gesso a má reabilitação. É verdade que muitas das coisas que se fazem são estéticas e estão a fazer-se para esconder problemas, mas o sistema das placas de gesso bem feitos, bem colocados e bem prescritos, contribui muito para a segurança – é um material excelente na protecção ao fogo, porque liberta aquilo que o fogo mais teme, a água -, é uma solução imbatível no conforto térmico e acústico e ainda há a questão da saúde, porque a placa de gesso acaba por absorver a humidade em excesso no ambiente e libertá-la quando ela é necessária, criando um ambiente estável”. Ávila e Sousa foi ainda orador numa palestra onde explicou como bem construir e reconstruir com placas de gesso e onde o responsável teve a oportunidade de sublinhar que, “quando as coisas são bem feitas e bem prescritas, conhecendo o material e as suas potencialidades, os resultados são bons”.
Foi também para estar mais perto do arquitectos que a Bruma se juntou ao evento. “Apostámos em estar no Archi Summit para estarmos mais perto dos arquitectos, que são quem está neste momento a prescrever a maioria das torneiras”. Ao summit a Bruma levou 3 novas cores cromadas, que segundo fonte da empresa, suscitaram a curiosidade de quem esteve presente.
Positivo foi também o balanço da ATZ, outro dos patrocinadores do evento. “Foi uma boa participação para nos mostrarmos aos arquitectos, uma vez que parte da nossa estratégia para este ano passa por reforçar a nossa presença a nível nacional e por nos reafirmarmos”, disse Rita Vicente, CMO – Chief Marketing Officer, ao CONSTRUIR. “Actualmente exportamos mais de 90% mas sentimos que já conseguimos ter mais presença a nível nacional e queremos voltar aos 20%”, reforçou. Rita Vicente destacou a forma como a empresa se apresentou no summit: “adaptámo-nos ao evento e levámos um expositor diferente. Convidámos também alguns arquitectos, designers e designers de interiores com que nos identificamos e a resposta foi muito positiva”. Para além disso, reforça, “sentimos as pessoas receptivas, curiosas e houve uma dinâmica muito interessante”. “Quisemos estar presentes de uma forma mais arrojada, mostrando que acreditamos e apostamos em projectos como o Archi Summit e o balanço foi positivo”.
A Sonae Arauco também marcou a sua presença no evento, apresentando a marca Innovus Decorative Products, com mais de 200 à escolha, das quais se destacam as gamas “Innovus Coloured MDF, que permite criar ambientes à medida através da utilização de distintas cores, e Innovus Essence, que se centra nas texturas que remetem à beleza da madeira maciça”, explica a empresa.Contudo, a seleção dos produtos da Sonae Arauco para o Archi Summit 2017 não se fez unicamente através do espaço próprio, mas também através de um produto da gama Coloured MDF, o Cinza Areia, utilizado em todos os expositores das marcas presentes, o que, sublinha a empresa, “fomentou grande curiosidade sobre este material por parte dos mais de 1300 visitantes”.
Sobre o Innovus Coloured MDF, a Sonae Arauco explica que “combina elevada performance mecânica e maquinabilidade com a variabilidade de um produto repleto de luminosidade. A utilização de pigmentos garante um aspecto orgânico e natural às peças. Com isto, é possível criar novos conceitos, desenhar ambientes personalizados, indo ao encontro das expectativas de cada cliente. Outra das potencialidades é a aplicação de laca ou verniz na superfície deste produto, conjugando diferentes acabamentos, o que aumenta, ainda mais, a sua eficácia”.
Relativamente à gama Innovus Essence, a mesma fonte explica que “é composta por painéis decorativos para utilização interior. São produtos de superfície melamínica e acabamentos de relevo perfeitamente sincronizado (EIR) com os veios e nós da madeira. Ambas as faces dos painéis são objecto deste tipo de acabamento, de modo a garantir o toque e beleza singular do produto. Os painéis Innovus Essence remetem, pelas suas características, à lembrança da madeira maciça, criando cenários inspiradores”.
Da presença no evento, a Sonae Arauco destaca ainda a utilização do simulador digital online, que foi “objeto de atenção pelo público, sendo considerado como um exemplo de inovação e desenvolvimento por parte da Sonae Arauco. Trata-se de uma ferramenta, integrada no novo website da empresa, que proporciona aos utilizadores a experimentação dos diversos produtos decorativos em ambientes únicos”.
Por último, a empresa destaca ainda a presença da equipa de Specification & Contracting da Sonae Arauco, fundamentais no esclarecimento de dúvidas, na partilha das potencialidades dos produtos, e possibilidades de aplicação destes e de outros produtos do universo Sonae Arauco.
Veja aqui algumas fotografias do evento:
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