Nova fábrica vai “cobrir deficit de clínquer em Angola”
A Nova Cimangola II surge numa altura em que os níveis de produção já alcançados na indústria cimenteira nacional, mais do que satisfazer as necessidades do país, garantem a estabilidade do preço do produto no mercado face às oscilações cambiais a que estava sujeito
CONSTRUIR
AMP: Porto, Gaia e Matosinhos são os concelhos mais procurados por estrangeiros
Turismo nacional deverá manter tendência de crescimento em 2025
Matilde Mendes assume a direcção de Desenvolvimento da MAP Real Estate
Signify mantém-se pelo oitavo ano consecutivo no Índice Mundial de Sustentabilidade Dow Jones
Porta da Frente Christie’s adquire participação na mediadora Piquet Realty Portugal
Obras da nova residência de estudantes da Univ. de Aveiro arrancam segunda-feira
Worx: Optimismo para 2025
SE celebra a inovação centenária dos TeSys e dos disjuntores miniatura
União Internacional dos Arquitectos lança concurso de ideias destinado a jovens arquitectos
Filipa Vozone e Luís Alves reforçam área BPC & Architecture da Savills
Foi inaugurada esta quarta-feira a nova unidade de produção angolana que vai permitir a redução significativa da necessidade de importação de clínquer no País. De acordo com o comunicado, a Nova Cimangola II resulta de um investimento comparticipado pelas empresas Ciminvest e Nova Cimangola e surge com suficiente potencial para cobrir o deficit de clínquer que se registava na indústria cimenteira nacional.
O recurso à importação de clínquer pesava significativamente nas contas da Nova Cimangola, que gastava anualmente cerca de 70 milhões de dólares na compra da matéria-prima, com implicações nos custos de produção e no preço do produto final.
A Nova Cimangola, a segunda mais antiga fábrica de cimento do país depois da Secil Lobito, há muito que fabrica clínquer, mas em quantidade insuficiente para as suas necessidades e com tecnologia anacrónica (via húmida), que torna o processo mais moroso e dispendioso, quando na actualidade, as grandes indústrias do sector já migraram, quase todas, para a chamada via seca, com graus de eficácia a superar, de longe, o antigo método. A entrada em funcionamento da nova unidade fabril liberta da importação a Nova Cimangola e a indústria cimenteira em geral, que vê aumentada a oferta de clínquer. Orçado em cerca de 400 milhões de dólares, as obras foram executadas em 21 meses pela empresa Sinoma International Engineering.
A fábrica ocupa uma área de 700 hectares, numa zona com grandes jazidas de calcário, matéria-prima indispensável na feitura de cimento. Na antiga fábrica, localizada na zona do Kikolo, a 14 quilómetros do centro da cidade de Luanda, apurou o Jornal de Angola, o calcário caminha para o esgotamento.
Com a entrada em funcionamento desta fábrica, espera-se que a Nova Cimangola duplique a sua produção, passando de 1.800.000 toneladas anuais para 3.600.000 toneladas, as mesmas quantidades que são produzidas actualmente pela China Internacional Fund Angola, com a qual passa a disputar a liderança do mercado.
A Nova Cimangola II surge numa altura em que os níveis de produção já alcançados na indústria cimenteira nacional, mais do que satisfazer as necessidades do país, garantem a estabilidade do preço do produto no mercado face às oscilações cambiais a que estava sujeito, quando a procura era superior ao que era então produzido.
Dados do Ministério da Indústria indicam que Angola atingiu, há dois anos, uma capacidade de produção instalada de 8.030.000 toneladas de cimento anuais, valor que está acima das necessidades actuais do país, que andam à volta de seis milhões de toneladas anuais.
Dados recentes apontam para que o país produza actualmente 4,8 milhões de toneladas de clínquer, quantidade que pode chegar a 7,9 milhões de toneladas anuais, o bastante para as necessidades do país, caso se concretize um outro investimento na produção de clínquer da Cimenfor, outra cimenteira nacional com perspectivas de vir a produzir clínquer no curto ou médio prazo. O investimento tem tudo para devolver à Nova Cimangola a liderança do mercado perdida para a China Internacional Fund Angola ou colocar as duas empresas em pé de igualdade, mas com vantagens comparativas para a Nova Cimangola, que junta prestígio à antiguidade no mercado.