O projecto da Empark para a Praça de Sete Rios
Empark investiu 5 milhões de euros na construção de um parque de estacionamento subterrâneo com 301 lugares
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Pedro Cristino
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A Praça de Sete Rios, em frente ao Jardim Zoológico de Lisboa, vai ter, no final do ano, um aspecto renovado, com uma zona de usufruto público a substituir um terminal rodoviário obsoleto. A acompanhar esta intervenção urbana, a Empark investiu 5 milhões de euros na construção de um parque de estacionamento subterrâneo com 301 lugares. Ao CONSTRUIR, José Correia, responsável pelo projecto e coordenação do projecto desta empreitada da Empark, revela que esta infra-estrutura tem uma área de implantação de cerca de 3 mil metros quadrados, distribuídos por três pisos. A obra, que arrancou em Outubro do ano transacto, resulta de uma parceria com o Jardim Zoológico, e visa dotar a cidade de mais opções de estacionamento. Finalizado o parque de estacionamento subterrâneo, a Câmara Municipal de Lisboa transformará a Praça de Sete Rios num espaço público de lazer, com um anfiteatro.
Projecto e escavação
“Começámos por construir uma contenção periférica, para podermos escavar”, refere José Correia, revelando que as fundações recorreram a estacas de 600 milímetros, que entram mais de três metros no terreno “para garantir a estabilidade”. Finalizado este processo, passou-se à execução das ancoragens, “uns cordões que entram de 7 a 10 metros no terreno, criando uma espécie de bolbo”, iniciando-se, a posteriori, a escavação. Os pilares são convencionais, com sapatas de fundação directa, “porque o terreno era consistente”, explica José Correia, revelando que utilizou também lajes maciças em betão armado, com capitéis na zona dos pilares. A cobertura é uma laje maciça aligeirada. “É, fundamentalmente, uma estrutura em betão”, sublinha o engenheiro, acrescentando que, feita a estrutura, será criado “um invólucro interior que lhe dá logo outro aspecto”. No que concerne aos desafios, José Correia frisa que o maior consistiu em “conseguir encaixar uma infra-estrutura destas dentro de uma cidade”. “Aqui temos espaço, mas há uma série de coisas para articular”, como edifícios classificados, “aos quais não podemos aproximar-nos”, o metro e as próprias condições do solo – “se nos afastássemos um pouco, o solo seria diferente”. Para o coordenador do projecto, trabalhar dentro da cidade com um projecto desta dimensão “exige muito cuidado para conciliar tudo”, contudo, destaca que este não é dos projectos mais difíceis em que já esteve envolvido. Apesar disso, “foi necessário conciliar o projecto com a solução que o arquitecto tinha para os arranjos de superfície”, bem como com a acessibilidade ao metro. Todavia, “este [local] é um rectângulo perfeito, enquanto outros parques têm de ser recortados para conseguir salvaguardar algumas situações, como condutas de grande secção ou condutas de água”.
Rácios e rentabilidade
No sentido de prever a rentabilidade da construção de um parque, José Correia revela que existe um rácio de investimento por número de lugares. “Se o valor for 12 mil euros, é um excelente valor por lugar, se for 20 mil euros já é mau”, ressalva, apontando “uma obrigação de procurar o equilíbrio”. “Como? Aumentando o número de lugares no mesmo espaço, dentro das regras”, afirma este engenheiro, acrescentando que a Empark, por vezes, adquire outros parques ou vence concessões “e uma das coisas que faz para melhorar a rentabilidade desses parques é aumentar, no mesmo espaço, só com o traçado, o número de lugares”. Paralelamente, a empresa dedicou-se a tornar os parques de estacionamento mais aprazíveis. “A Empark mudou o paradigma em Portugal – aquela ideia do parque ser uma cave escura”, afirma o projectista, acrescentando que, quando se entra num parque de estacionamento desta empresa, “encontra-se um parque cheio de cores e de luz”, um factor que considera “importante e diferenciador” porque “quando a concorrência aumentar, as pessoas optarão por um parque com melhores condições”. Sobre o número ideal de lugares de estacionamento num parque, José Correia é directo: “o valor ideal é entre 200 e 300 lugares porque acima disso pode ser um desperdício, uma vez que não há procura localizada para enbcher o parque”.