Cozinha Comunitária, Cella Bar e Casa em Guimarães vencem ArchDaily Building of the Year
Nesta edição de Edifício do Ano 2016, Portugal teve, numa primeira instância, 174 projectos a concurso, dos quais 7 chegaram a finalistas
Ana Rita Sevilha
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O portal ArchDaily divulgou os vencedores do seu prémio anual – ArchDaily Building of the Year -, entre as obras distinguidas estão três portuguesas, a Cozinha Comunitária das Terras da Costa, da autoria do ateliermob + Colectivo Warehouse na categoria de “Arquitectura Pública”, o Cella Bar, projectado pelos arquitectos FCC Arquitectura + Paulo Lobo, na categoria de “Lazer e Serviços” e a Casa em Guimarães, de Elisabete de Oliveira Saldanha na categoria de “Reabilitação”. Para chegar a estes resultados, 55.000 leitores do portal foram filtrando através de votação os mais de 3000 projectos apresentados durante o ano de 2015.
Na sua página de Internet o ateliermob reagiu à distinção, referindo que “o prémio de Edifício do Ano de 2016 da Archdaily é um reconhecimento extraordinário pela quantidade de pessoas do mundo inteiro que terá conhecido e votado neste projecto. A partir de uma votação que envolveu 55.000 pessoas – desconhecemos se existe outro prémio de arquitectura com tamanho número de votantes – a Cozinha Comunitária foi eleita: Edifício Público de 2016. Mais do que o reconhecimento do ateliermob, do colectivo warehouse, de todas as pessoas que se foram juntando na construção desta Cozinha, da comunidade ou do município, cremos que o que foi distinguido foi a capacidade que a arquitectura tem de melhorar a vida das pessoas. Mas este trabalho só ficará concluído quando a Cozinha poder ser desmontada e as suas torneiras deixarem de ser necessárias para abastecer aquela população. Este trabalho só será bem sucedido quando as mais de trezentas pessoas que habitam nas Terras da Costa estiverem a viver numa habitação digna, como a Constituição da República prevê, com água, esgotos, luz e tudo a que têm direito.Por fim, um obrigado a todos os que nos ajudaram, votando, um abraço especial às outras equipas que concorriam com excelentes projectos na fase final deste prémio e, em particular, aos nossos amigos do atelier Ricardo Camacho e Arx Portugal”.
Recorde-se que a Cozinha Comunitária das Terras da Costa, nasceu por ideia de uma das habitantes do bairro das Terras da Costa, na Costa da Caparica e a sua construção foi votada em Assembleia pela Associação de Moradores do bairro. Segundo contam Tiago Mota Saraiva e Andreia Salavessa no portal do ateliermob, “começámos a tentar encontrar financiamento e fomos ao eme3, em Barcelona, ainda sem ideia de como fazê-la. Dos amigos da Casa do Vapor chegou a doação das primeiras madeiras e, mais importante do que isso, o impulso decisivo para a construção dada por um colectivo de arquitectos portugueses que se encontrava em formação e que passou a ser co-autor deste projecto,Projecto Warehouse, e uma rede de solidariedades e energia pela Europa fora da qual nos permitimos destacar o Alex Römer e o Sam Boche e Licia Soldavini – que viveram no bairro durante grande parte do período de construção.
Contemporaneamente íamos articulando com a Câmara Municipal de Almada as complexas formulações legais para construir uma Cozinha Comunitária, contando com o seu apoio e do SMAS Almada para levar a água à Cozinha e com o imprescindível suporte financeiro e institucional da Fundação Calouste Gulbenkian para realizarmos o nosso trabalho.
O Cella Bar, localizado na Madalena, ilha do Pico, resultou de uma transformação e expansão de uma pequena estrutura pré-existente abandonada. Segundo o portal ArchDaily, na intervenção, as paredes, cobertura e portas foram restauradas mantendo as características essenciais da construção, tendo sido redesenhado o interior de forma a servir as novas funções – de restaurante e bar. O resultado foi o de um edifício orgânico e dinâmico, definido pela sua plasticidade.
Na categoria “Reabilitação” o vencedor foi a Casa em Guimarães, que resultou da recuperação de uma moradia, as ruínas de um anexo e um pequeno bosque, mantendo a volumetria e os aspectos originais. De acordo com o portal ArchDaily, “todos os elementos históricos do edifício foram preservados, restaurados e até replicados, com o intuito de criar uma identidade onde a dualidade entre o passado e o presente convivem no mesmo espaço”.
Recorde-se que Portugal teve, numa primeira instância, 174 projectos a concurso, dos quais chegaram 7 a finalistas. Para além das duas obras portuguesas, foram também vencedores a dupla Herzog & de Meuron com a loja Miu Miu Aoyama, na categoria “Comercial”; a Casa Vila Matilde, do gabinete Terra e Tuma Arquitectos, na categoria “Casas”; a Grande Muralha da Austrália de Luigi Rosselli, na categoria “Edifícios Habitacionais”; a Fábrica na terra de Ryuichi Ashizawa & Associates, na categoria “Industrial”; a Escola de Arquitectura do Royal Institute Technology, da autoria de Tham & Videgård Arkitekter, na categoria “Educação”; o Dormitório Partners in Health de Sharon Davis Design, na categoria “Hospitalar”; o Edifício Sede do Banco Intesa Sanpaolo da responsabilidade de Renzo Piano Building Workshop em “Escritórios”; a Ópera de Harbin, do gabinete MAD Architects em “Cultura”; o novo Estádio do Bordeaux da dulpa Herzog & Meuron em “Desporto”; a House of Vans, em Londres, da autoria de Tim Greatrex, em “Interiores” e a Capela Espiral do gabinete NAP Architects na categoria “Arquitectura Religiosa”.
Fotografia: FG+SG.