Sou Fujimoto vai erguer uma nuvem na Serpentine Gallery
O espaço funcionará como ponto de encontro social, com um café no seu interior, e estará aberto a diferentes possibilidades de interacção do público ao longo da sua estadia nos jardins
Ana Rita Sevilha
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O arquitecto japonês Sou Fujimoto foi o escolhido para desenhar o pavilhão temporário da Serpentine Gallery de Londres, sucedendo a Herzog & de Meuron e Ai Weiwei. Com 41 anos o japonês sucede assim à dupla suíça que, com o artista plástico chinês elaborou em 2012 uma estrutura provisória em cortiça portuguesa, fornecida pela Corticeira Amorim para a galeria britânica.
Segundo o portal da galeria, o arquitecto descreve o local onde vai erguer a sua estrutura como um “contexto pastoral” cujo verde antevê que “se entrelace com uma geometria construída”. O projecto do japonês tem algo de nebuloso – não por ser opaco, mas por convocar a ideia e a imagem das nuvens na sua construção.
De 8 de Junho a 20 de Outubro, Sou Fujimoto planeia ocupar 350 m2 com uma estrutura de mastros de aço de 20 milímetros de espessura “com uma aparência leve e semi-transparente que lhe permitirá misturar-se, como uma nuvem, na paisagem”, descreve a Serpentine na mesma nota, que Sou Fujimoto completa: “a qualidade delicada da estrutura, realçada pela sua semi-transparência, vai criar uma forma geométrica, como uma nuvem, como se fosse uma névoa a emanar das ondulações do parque”. O pavilhão terá duas entradas e “vai formar um anel semi-transparente e irregular” com “uma série de terraços em escada” onde as pessoas se poderão sentar, diz ainda o arquitecto japonês.
O espaço funcionará como ponto de encontro social, com um café no seu interior, e estará aberto a diferentes possibilidades de interacção do público ao longo da sua estadia nos jardins. Será “um terreno transparente que encoraje as pessoas a interagir com ele e a explorá-lo de diferentes formas”, reforça o arquitecto.
Os pavilhões temporários da galeria londrina são um dos marcos anuais do calendário cultural e da arquitectura em especial. Em 2005, os portugueses Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura co-assinaram o pavilhão temporário da Serpentine, juntando-se à colecção de prémios Pritzker que já se ocuparam deste projecto – da inaugural Zaha Hadid (2000) a Frank Gehry (2008), passando por Oscar Niemeyer (2003), Peter Zumthor (2011), Rem Koolhaas (2006), Jean Nouvel (2010) ou pelos também japoneses Kazuyo Sejima & Ryue Nishizawa do atelier SANAA (2009).