Souto Moura diz que sector “já bateu no fundo”
Souto Moura não esconde a “preocupação” com o sector, lembrando que Portugal tem 20 mil arquitectos, sobretudo recém-licenciados
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O arquitecto Souto Moura, vencedor do prémio Pritzker, afirmou hoje que a construção em Portugal “já bateu no fundo” e que os próximos dez anos “vão ser negros” para o sector.
“A construção já bateu no fundo. Já emigraram os construtores. Não é possível uma empresa sobreviver porque não há investimento público, autárquico ou privado”, afirmou Souto Moura, insistindo que, na situação actual, “não é possível sobreviver”.
“Não há investimento público e, para o privado, o crédito está cortado, parou a encomenda, pararam os projectos, parou a construção”, sustentou.
Questionado pela Lusa, em Viana do Castelo, o arquitecto portuense admitiu que a quebra na actividade está a levar as empresas nacionais a uma “situação insustentável”, com construtores “a darem preços 40 por cento abaixo do preço de mercado”.
“As restantes mudam as espingardas para os novos mercados. Como eu. Não tenho trabalho cá, vou [para fora do país] à segunda e venho à sexta”, disse, à margem de um seminário organizado pela Associação para a Colaboração entre Portos e Cidades.
Ainda assim, Souto Moura não esconde a “preocupação” com o sector, lembrando que Portugal tem 20 mil arquitectos, sobretudo recém-licenciados.
“O futuro não sei o que vai ser. Sei, mas prefiro não dizer”, desabafou, admitindo que para retomar os níveis de actividade de construção anterior à crise financeira será necessária mais de uma década.
“Ou seja, os próximos dez anos vão ser negros para este sector”, admitiu.
Acrescentou que a situação actual é tal que a “preocupação” dos presidentes de câmara “já não é se a obra vai ficar bem no fim”, mas “se chega a ter um fim”.
“Um autarca dizia-me, no outro dia, que sempre que acaba uma obra abre uma garrafa de champanhe, porque nunca sabe se o empreiteiro subsiste”, contou.