Projecto.Detalhe dirige parque para Sonangol
O potencial de investimento que reside actualmente em Angola não tem deixado indiferentes as empresas portuguesas ligadas ao sector da construção.
Pedro Cristino
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O potencial de investimento que reside actualmente em Angola não tem deixado indiferentes as empresas portuguesas ligadas ao sector da construção. Num país que carece ainda das mais variadas infra-estruturas, os profissionais portugueses terão porventura todo um mundo novo para explorar com o seu know-how de engenharia. Neste sentido, a Projecto.Detalhe é uma das empresas que já demonstra as suas capacidades em solo africano e tem agora o desafio de dirigir a construção de um parque de combustível situado nos arredores de Luanda, o Parque do Cazenga. Esta obra implica um investimento de 1,6 milhões de euros por parte da Sonangol, o dono de obra.
Todos os estudos
A Projecto.Detalhe revelou ao Construir que será responsável pela área de consultoria de engenharia, envolvendo “todos os estudos implicados no projecto”, sendo exemplo disso os estudos de distâncias mínimas de segurança entre equipamentos e edifícios e áreas processuais. Este trabalho envolve engenharia civil, no que toca a “toda a parte de arquitectura de edifícios e estabilidade (cálculo estrutural e especialidade)”, engenharia química, no que concerne ao dimensionamento de escoamento em tubagens e equipamentos, engenharia mecânica relativamente à implementação geral da instalação e engenharia de electricidade. Por sua vez, a empresa dirigida por Joaquim Neto Filipe, o presidente executivo, irá também automatizar toda a instalação e “está a conceber um sistema de controlo que permitirá controlar à distância todos os parâmetros de funcionamento”.
Projecto desafiante
Para este projecto, a Projecto.Detalhe Portugal terá cerca de 20 colaboradores envolvidos, com o apoio local da Projecto.Detalhe Angola. “Todo o desenho e concepção é pensado e, em grande parte, desenvolvido em Portugal, sendo depois exportado e implementado juntamente com a Projecto.Detalhe Angola”, referiram os responsáveis da empresa ao Construir. De acordo com o director de produção, Hélder Martins, a empresa portuguesa projecta “todos os materiais de acordo com os códigos ASME, ASTM e API”, que são códigos americanos de materiais e de construção. “É um projecto desafiante, do ponto de vista técnico, porque implica a recepção e a expedição com várias origens e destinos”, declarou o responsável, classificando esta obra como “complexa, ao nível da automação”. Hélder Martins revelou também que esta obra irá “requerer algumas deslocações a Angola para acompanhamento do projecto” e também para “reuniões com o cliente”, factores que considera “essenciais para o cumprimento dos objectivos e para o sucesso do projecto”.
Gerir as mudanças
Instado a caracterizar a própria intervenção, Joaquim Neto Filipe explicou que “a elaboração de um projecto é muito mais que uma pura obra de engenharia”, na medida em que “requer uma gestão de vários factores em simultâneo, da criatividade ao ambiente, sempre com foco no cliente e na mudança”. Apesar de estarem apenas há uma década do mercado, os trabalhadores da Projecto.Detalhe têm “plena consciência de que a mudança está presente em todos os sectores e que as transformações são cada vez mais rápidas”. Neste sentido, o presidente executivo da empresa adiantou que “é importante acompanhar o ritmo, do mercado e do cliente”. “Na área da engenharia é possível, e é sempre um objectivo, reinventarmo-nos em cada projecto, tendo em conta as novas preferências e necessidades dos clientes”, continuou Joaquim Neto Filipe, declarando também que “esta capacidade de adaptação à mudança é a base da actividade empresarial no mundo competitivo” onde as empresas operam. Esta postura tem “aberto muitas portas” e proporcionado “algumas conquistas desafiantes ao longo de 10 anos” à empresa. O Parque do Cazenga é uma dessas conquistas e “decorre de uma experiência, de trabalho e de confiança com o cliente Sonangol”, afirmou o presidente executivo, para quem “o sucesso dos projectos” é a “imagem de marca” da Projecto.Detalhe e os clientes a sua “melhor referência”.
As necessidades do cliente
O desenho da planta geral da instalação foi concebido por engenheiros de processo e por desenhadores projectistas da Projecto.Detalhe, “com base nas necessidades e em inputs do cliente, e em função da área total disponível para o projecto”, que corresponde a 20 mil metros quadrados. Este desenho consiste na primeira fase do projecto e “fornece as guidelines para as próximas fases”. Este projecto é referente a um parque que “tem como característica específica a recepção de combustível”, como gasóelo, gasolina e jet B. Estará preparado para receber “não só a partir de camiões e pipelines mas também de vagões de tanque”. O parque contará com ilhas de enchimento duplas, “concebidas de forma a poderem permitir carregar e descarregar cerca de 750 camiões por dia”.