Na barragem, suspenso, havia um loft
E quando pensamos que já não há nada que nos possa surpreender e deixar de boca aberta, que já vimos tudo e que depois de hotéis de gelo e restaurantes submersos não há muito mais para inventar,
Ana Rita Sevilha
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E quando pensamos que já não há nada que nos possa surpreender e deixar de boca aberta, que já vimos tudo e que depois de hotéis de gelo e restaurantes submersos não há muito mais para inventar, eis que alguém se lembra de criar uma espécie de casulos suspensos em barragens e é distinguido internacionalmente por isso. Falamos de José Cadilhe, arquitecto que lidera o dIONISO LAB, do “International Design Competition The Loft of the Future”, e da sua proposta que foi galardoada com uma Menção Honrosa.
Novos Lofts
O concurso, organizado pelo Stadslab European Urban Laboratory e pela Fakro – fabricante mundial de janelas de telhado, procurava novas propostas de lofts assim como novas soluções de aplicação das janelas Fakro. Ao concurso acorreram arquitectos dos quatro cantos do mundo, e houve propostas a chegarem da Polónia, Indónésia, Argentina, Austrália, e entre outros, Portugal. Relativamente ao projecto do dIONISO LAB, o júri elogiou a escolha do lugar e a aplicação das soluções Fakro, realçando a ousadia e originalidade conceptuais apresentadas. O Construir explica-lhe porquê!
Casulos suspensos
Lugar? Nada mais nada menos do que suspenso na Barragem do Lago Emosson, na Suiça. Foi esta a zona de estudo e intervenção escolhida por José Cadilhe para dar corpo aos seus lofts. “Surgem como pequenos casulos que possibilitam a permanência de vigilantes, curiosos e amantes da Natureza”, explica o arquitecto na memória descritiva da proposta. Podendo funcionar como oportunidades de descanso e relaxamento, estes refúgios de “grandes amplitudes visuais” permitem “um contacto íntimo com a paisagem”. De futuro, José Cadilhe assegura que poderão surgir novas soluções de casulos, “dotados de elevadores e plataformas elevatórias” por exemplo, ou poderão funcionar como “restaurantes e bares, hóteis e spas, comércio e serviços”, e quem sabe, avança o mesmo, “uma nova cidade poderá acabar suspensa numa barragem de grande magnitude entre os Alpes…”.
Capacidade de adaptação
A capacidade de adaptação a superfícies orgânicas foi uma das características enumeradas pelo arquitecto relativamente às soluções Fakro. Na sua proposta José Cadilhe optou pelo modelo Fakro Prosky Roof Window, que no seu projecto ganhou uma dimensão fundamental enquanto fonte de calor, luz e ventilação, “o que mostra bem a relevância destas soluções num contexto cada vez mais exigente na garantia da sustentabilidade construtiva”, elucida. Concluíndo, o arquitecto refere que por isso, a Fakro constitui-se “como uma solução muito actual, flexível e que consegue optimizar os recursos da natureza (luz, calor e ar) ao serviço de uma melhor habitação”. A proposta que saiu vencedora deste concurso chegou da Sérvia e é assinada por Uros Micic, Ivana Mitrowic e Igor, e, para além da Menção Honrosa atribuída a José Cadilhe, foi ainda atribuída outra ao polaco Romea Muryn.