“Shelter Box” distinguida em Nova Iorque
O Gabinete de Gestão e Planeamento de Emergência de Nova Iorque lançou um desafio internacional: imaginar uma situação de catástrofe onde habitantes de cerca de 38 mil casas precisassem de […]
Ana Rita Sevilha
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O Gabinete de Gestão e Planeamento de Emergência de Nova Iorque lançou um desafio internacional: imaginar uma situação de catástrofe onde habitantes de cerca de 38 mil casas precisassem de habitação temporária. Foram 170 as propostas que deram resposta ao desafio, uma equipa portuguesa ficou entre os vencedoresJoão Manuel Barbosa Menezes de Sequeira, Ana Carina Bernardo Figueiredo, Marta João Pimenta Moreira e Pedro Miguel Fernandes Ferreira, formam o atelier AJLS – Arquitectos, e foram distinguidos, juntamente com outras nove equipas, no Concurso Internacional "What if New York city". O concurso foi lançado pelo Gabinete de Gestão e Planeamento de Emergência de Nova Iorque e financiado pela Rockfeller Foundation e pela AFHNY (Architecture of Hummanity) – New York, e tinha como objectivo, "criar propostas habitacionais inovadoras para um cenário devastado por um furacão de categoria três em Nova Iorque".
Tenda + acordeão
Esta foi a fórmula do sucesso. De acordo com a equipa do AJLS Arquitectos, existiam ideias chave para o desenvolvimento deste conceito: "versatilidade, pré-construção e rapidez de edificação". Para dar forma a estes objectivos foi necessário abraçar dois conceitos, o de tenda e o de acordeão. Embora estranho à partida, em declarações ao Construir João Sequeira desmistificou a utilização destes dois objectos distintos na criação de uma ideia conceptual. "A tenda é o abrigo mais vulgar e mais utilizado em situações de emergência e catástrofe", quanto ao acordeão, era possível explorá-lo formalmente, nomeadamente a sua "transformação espacial", e por outro lado, fazendo uma referência ao seu lado poético, remetendo para a importância da música e da poesia na vida quotidiana. A juntar a estes conceitos aparecem os de ecologia, sustentabilidade e de recurso a energias renováveis. "A nossa proposta beneficia de recursos ligados à energia solar, ao aproveitamento das águas pluviais, de uma atenção especial aos aspectos sanitários, à cor, bem como se preocupa com a reutilização destes abrigos e com o seu ciclo de vida útil", pode ler-se na memória descritiva da proposta.
O módulo
A caixa de abrigo, "Shelter Box" é composta por uma unidade dita multi-funcional, que contém a instalação sanitária e a cozinha, e onde se encontram as baterias de acumulação de energia fotovoltaica e o depósito de águas fluviais. Lateralmente existem dois blocos fixos, ligados por uma espécie de fole em lona, devidamente isolada. Com o rebatimento destes dois núcleos a Shelter Box ganha firmeza, e finalmente a unidade multi-funcional adquire a sua posição final. Quando aberta, esta estrutura caracteriza-se por, no seu espaço base contar com o módulo multi-funcional e uma zona de estar, e na expansão lateral com os quartos. Contudo, como está subjacente ao seu conceito, a estrutura permite diversas ligações e espaços de abrigo para famílias mais numerosas. Os módulos permitem ainda a criação de uma estrutura urbana, adaptável a realidades já existentes, bem como a sua adaptação a outro tipo de usos igualmente necessários nestes cenários, tais como escolas, centros de atendimento, centros médicos, entre outros. "Exequível e de fácil montagem", versátil ao nível do seu transporte e autónomo do ponto de vista energético, a "Shelter Box", valeu à equipa portuguesa um lugar entre as dez propostas vencedoras.
Objectivo
Segundo o regulamento do concurso, as propostas "deveriam dar uma resposta rápida ao acolhimento das pessoas afectadas por este tipo de catástrofe natural, proporcionando segurança e conforto, como também, prevendo fácil adaptabilidade ao sitio e suas condições". Outros dos objectivos do concurso eram "maximizar o número de unidades de habitação por área, criar uma identidade com a cidade, adaptar este tipo de estruturas a diferentes sítios na cidade, reduzir o custo de energia criando propostas sustentáveis, garantir o acesso a pessoas com deficiência motora e minimizar os custos".