Arquitectura

Opinião: “A Hotelaria aos olhos de um Arquiteto”

O projeto do hotel começa muito antes da equipa de arquitetura e especialidades esquissar alguma ideia no papel ou começar a idealizar os espaços

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Opinião: “A Hotelaria aos olhos de um Arquiteto”

O projeto do hotel começa muito antes da equipa de arquitetura e especialidades esquissar alguma ideia no papel ou começar a idealizar os espaços

Sobre o autor
Ana Rita Sevilha


Projetar um Hotel é sempre um excelente desafio para qualquer arquiteto, criar um edifício onde se reúne num só programa um conjunto de serviços que proporcionam aos seus utilizadores um variado tipo de experiências e vivências, torna todo o processo mais intenso e gratificante.

Sendo um espaço desenhado para receber pessoas que estão de passagem por pequenos períodos de tempo, deverá ser desenvolvido com o objetivo de explorar sensações fortes, completas e de bem-estar, que deixem de alguma forma uma marca de referência ao utilizador e a vontade de voltar.

O projeto do hotel começa muito antes da equipa de arquitetura e especialidades esquissar alguma ideia no papel ou começar a idealizar os espaços.

Como primeira etapa é fundamental o investidor fazer uma análise do mercado a nível regional e da zona a intervir para definir o seu modelo de negócio e delinear uma estratégia (definir o perfil dos hóspedes, tipologia, categoria, número de quartos e serviços).
Com base no estudo económico poderá ser aprofundado o conceito geral do hotel que terá influência direta no projeto de arquitetura.

O conceito irá definir todo o desenho do complexo, a relação com a envolvente, a forma como os espaços interagem e comunicam, a organização e distribuição das zonas de acesso ao público e zonas técnicas, quartos, equipamentos de apoio e até os acabamentos.

O nível de acabamentos e escolha de materiais poderá estar relacionado e dependente da categoria a que se destina o empreendimento, que independentemente da sua componente estética deverão ter características que não comprometam a sua durabilidade, que permitam uma fácil manutenção e limpeza.

Durante a fase de projeto, além da criação de ambientes e das opções estéticas que se tomam, há que pensar e integrar soluções que melhorem a eficiência dos edifícios, tanto do ponto de vista da sustentabilidade como económico.

Devido ao elevado número de hóspedes que recebem diariamente, existe um alto consumo de água e eletricidade para serviços e bem-estar, no entanto grande parte do mesmo está associado ao desperdício e má utilização de um modo geral.

Manter o padrão de qualidade no atendimento e serviços, com um consumo sustentável, é um desafio, mas ao mesmo tempo é parte intrínseca do processo, tendo uma grande influência na viabilidade económica do empreendimento.

Para minimizar esse peso e otimizar os consumos é possível recorrer a soluções passivas inteligentes que permitam o aproveitamento solar e outras formas de produção de energia (geotermia, hídrica, etc.), como o uso de soluções ativas que recorrem a tecnologias que permitem reduzir o gasto e fazer o reaproveitamento das águas, bem como melhorar a eficiência dos equipamentos e iluminação.

As sensações e experiências vividas pelos utilizadores são o resultado final da forma como se consegue conciliar no conceito geral da Unidade Hoteleira, a Localização, Arquitetura e Especialidades, Decoração, Serviços, Restauração, Equipamentos de apoio, entre outros.

Com a projeção que Portugal tem tido nos mercados internacionais e a crescente procura que se tem sentido nos últimos anos, surge também a necessidade de criar a oferta para dar resposta a esses requisitos. Neste sentido, há uma forte necessidade de inovar e conceber produtos diferenciadores mais focados para um determinado público-alvo, categoria ou segmento tentando antecipar tendências e criando novos estilos.

Portugal, do ponto de vista do geral, com as suas características únicas: clima ameno, mais de três mil horas de sol por ano, 850 km de praias, um enorme património histórico e vida cultural, uma gastronomia rica em sabores, grande diversidade de paisagens e de opções de programas de lazer (Arte e Cultura, Atividades ao Ar Livre, Família, Gastronomia e Vinhos, Golfe, Natureza, Saúde e Bem Estar, Sol e Mar, Surfing, Turismo Rural, Turismo Náutico, Turismo Religioso, entre muitos outros), tem todos os ingredientes e de certa forma a tarefa facilitada para ser um destino perfeito e oferecer uma experiência completa aos seus visitantes.

Neste momento, Portugal é alvo de investimento, sendo o setor de hotelaria um dos mais procurados, onde os investidores depositam grandes expetativas e continuam a apostar.

Só na zona de Lisboa, até final deste ano, estão previstas abrir 13 novas unidades!
Produtos arrojados e diferenciadores vão surgindo para dar resposta às tendências, ao mesmo tempo que se exploram novas temáticas.

Com a corrida que temos vindo a sentir nos últimos anos, surgiu uma concorrência saudável para acompanhar a crescente procura na área da Hotelaria, que coloca todos os intervenientes do segmento mais atentos ao seu papel e despertos para melhorar, evoluir e inovar.

João Cabrito
Senior Architect Savills Portugal

* O CONSTRUIR manteve a grafia original do texto

Sobre o autorAna Rita Sevilha

Ana Rita Sevilha

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