Ponte D. Luis I (Porto)
Créditos : DR
Savills avalia a fidelidade das empresas às suas localizações originais
A consultora lançou nova edição do estudo “The Companies´Migration Blueprint” que tem como objectivo perceber se as empresas tendem a manter-se fiéis à sua localização original ou a procurar outras zonas do mercado quando pretendem relocalizar ou expandir a sua actividade. No total foram analisadas 153 operações em Lisboa e 65 operações no Porto
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A Savills acaba de lançar a mais recente edição do seu estudo “The Companies´Migration Blueprint”, que tem como objectivo perceber se as empresas tendem a manter-se fiéis à sua localização original ou a procurar outras zonas do mercado quando pretendem relocalizar ou expandir a sua actividade.
No total foram analisadas 153 operações em Lisboa e 65 operações no Porto, fechadas no decorrer do ano 2023.
Reconhecidas pela sua localização estratégica e mão-de-obra qualificada, ambas as cidades têm vindo a ganhar popularidade tanto como destinos para a expansão de empresas a nível internacional, como para os nómadas digitais nos últimos anos. Graças à qualidade de vida e à excelência das infraestruturas, Lisboa e Porto tornaram-se hubs atractivos para regimes de trabalho remoto e híbrido.
“Uma das principais conclusões desta edição do estudo ‘Migração de Empresas’ é a forte tendência das empresas em permanecerem nas suas localizações originais quando decidem mudar ou expandir as suas instalações. No entanto, as novas exigências e expectativas das gerações mais jovens tornam essencial que as empresas considerem espaços mais modernos e inovadores, o que, em alguns casos, pode levar à escolha de novas zonas nas suas cidades”, refere Alexandra Gomes Portugal, head of research da Savills Portugal.
Olhando para o mercado de escritórios de Lisboa, em 2023, o eixo Avenida da Liberdade – Saldanha registou a maior taxa de retenção de empresas, com 63% das mudanças de instalações a ocorrerem dentro da mesma zona. Esta área demonstrou que a sua centralidade e prestígio são factores decisivos para as empresas que lá se mantêm.
A área do CBD (Avenida da República, Avenida Duque de Loulé e Amoreiras) ficou em segundo lugar em termos de retenção, com 57% do volume de absorção a resultar de empresas que permaneceram nesta zona. A elevada taxa de retenção evidencia a importância estratégica do CBD, especialmente para os sectores financeiro e de serviços profissionais, que beneficiam da acessibilidade e das infraestruturas disponíveis.
O Parque das Nações destacou-se como a zona que retém mais empresas no caso de decisão de expansão. De facto, 65% da ABL destinada à expansão foi ocupada por empresas já presentes na área, reforçando o seu apelo como um centro de negócios em crescimento.
Em 2023, os principais sectores que impulsionaram as mudanças de instalações e expansões em Lisboa foram consultoria, advocacia, tecnologia (TMT) e serviços empresariais. A localização estratégica, aliada à proximidade de clientes e talentos, continua a ser um factor prioritário para as empresas.
“A localização, as acessibilidades e a proximidade aos clientes e recursos humanos são critérios fundamentais na selecção das zonas onde as empresas se vão instalar. Ao analisarem de forma rigorosa todos estes factores, as organizações garantem a selecção de instalações que vão ao encontro das necessidades operacionais do seu negócio e que ao mesmo tempo contribuam para atrair e reter os melhores talentos”, sublinha Frederico Leitão de Sousa, head of offices da Savills Portugal.
Paranhos, Foz do Douro e Aldoar com maior retenção de empresas a Norte
No Porto, a área de Outras Zonas (Paranhos / Foz do Douro / Aldoar) registou a maior percentagem de retenção de empresas, com 67% da ABL ocupada por empresas que mudaram de instalações dentro da mesma zona. A zona CBD Baixa (Avenida dos Aliados – Campo 24 de Agosto) também apresentou uma forte retenção, com 54% da ABL absorvida por empresas que se mudaram dentro da mesma área. Estas elevadas taxas de retenção reflectem as vantagens destas zonas, como o acesso a talento, serviços essenciais e boas infraestruturas.
Na Zona de Expansão (Zona Empresarial do Porto – ZEP), 82% da ABL ocupada devido a reafectações de instalações teve origem em empresas localizadas na área do CBD Boavista, sendo a mesma percentagem observada para as expansões. Esta migração para a ZEP sugere a necessidade de espaços maiores e mais modernos, requisitos que se tornaram essenciais para uma parte significativa das empresas nos dias de hoje.
Esta tendência realça a evolução das exigências das empresas que procuram ambientes que não só acomodem o seu crescimento, mas também ofereçam comodidades contemporâneas que melhorem a produtividade e a colaboração.
Na Zona Out of Town, que inclui as cidades de Matosinhos, Maia e Vila Nova de Gaia, 40% da ABL ocupada por relocalizações foi originária da mesma área. Matosinhos destaca-se como o principal destino, com o maior volume de novos projectos previstos.
“A zona CBD Boavista continua a ser a área com forte poder de atracção para a instalação de escritórios de empresas devido, essencialmente, ao acesso fácil a infraestruturas e serviços fundamentais. No entanto, é importante destacar que zonas como a ZEP, Zona Empresarial do Porto e Matosinhos, estão a ganhar relevância com novos projectos que aliam também valências e amenities que fazem a diferença actualmente para a atracção de talento e tornando-se assim áreas de grande atractividade nos próximos anos”, explica Graça Cunha offices associate da Savills, Porto Division.