Maior telescópio do Mundo com obra de consórcio português
O consórcio liderado pela Ramos Ferreira e que integra a Viera Lopes/Ocram, é responsável pela execução de design de detalhe, engenharia BIM, fornecimento e montagem das instalações mecânicas de AVAC e controlo de temperatura, sistemas de ar comprimido e segurança contra incêndios do “ELT”, num contrato de 20 milhões de euros. Ao projecto poderão juntar-se ainda outras empresas nacionais
Manuela Sousa Guerreiro
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O consórcio formado pelo grupo Ramos Ferreira e a empresa Viera Lopes/Ocram, está a participar na construção do “ELT”, acrónimo de “Extremely Large Telescope”, do Observatório Europeu do Sul (ESO), um telescópio terrestre cujo espelho principal de 39 metros fará dele o maior telescópio óptico/infravermelho do mundo. A construção iniciou em 2014, e contou com a participação das também portuguesas ISQ e Critical Software, e em Julho deste ano a ESO anunciou que 50% do projecto estava concluído.
O consórcio liderado pela Ramos Ferreira irá agora ser responsável pela execução de design de detalhe, engenharia BIM, fornecimento e montagem das instalações mecânicas de AVAC e controlo de temperatura, sistemas de ar comprimido e segurança contra incêndios. “O projecto em si já foi criado numa fase anterior, onde sabemos ter tido também a prestigiante envolvência de outras empresas portuguesas na área de projecto, com quem temos também excelentes relações. Nesta fase iremos fazer acontecer esses estudos e projectos, passando da teoria à prática, fazendo emergir do papel este imponente projecto”, conta Rui Ferreira, administrador da empresa de engenharia portuguesa. “É da nossa responsabilidade a execução de todo o design de detalhe em BIM, LOD 400 e 500, e todo o fornecimento e montagem das instalações mecânicas de AVAC, controlo preciso de temperatura, sistemas de ar comprimido e segurança contra incêndios, que serão essenciais para o funcionamento do telescópio”, sublinha o responsável.
O valor global do contrato é de 20 milhões de euros e envolve “as mais avanças tecnologias de ponta, sendo um projecto com requisitos de alta complexidade, exigência e soluções sustentáveis”. O consórcio conta ainda com o apoio do banco Millennium BCP, que será o suporte financeiro da operação.
A parceria entre a empresa especializada nas diferentes fases da obra, projecto e consultoria, instalações especiais e gestão e manutenção, e a Veira Lopes/Ocram, especialista em tratamento de ar, foi potenciada pelas relações que as empresas estabeleceram noutros projectos, sobretudo internacionais, “que, inclusive, nos permitiu estar neste concurso e ter tido a oportunidade de ganhar este projecto em conjunto”, sublinha Rui Ferreira.
Reforço da internacionalização
Para as duas empresas a intervenção começou há algum tempo. “Em termos comerciais estamos a estudar este projecto já desde 2022, ainda numa fase prematura do mesmo no que toca às nossas especialidades técnicas. O contrato foi assinado em Setembro deste ano, estamos já em fase de desenho de detalhe e selecção de materiais e equipamentos para envio para o Chile. Prevemos iniciar trabalhos em obra em Fevereiro 2024 e com conclusão prevista no 1º semestre de 2025”, adianta o administrador do Grupo Ramos Ferreira.
Dedicados a este projecto, “entre engenheiros, BIM designers, encarregados e técnicos especializados de obra iremos ter mobilizados uma média de 50 a 60 pessoas”, acresce a intenção de “levar connosco mais empresas portuguesas, fabricantes, distribuidores e mesmo subempreiteiros com quem estamos já a ultimar negociações e em breve anunciaremos os mesmos, pois temos a certeza que todos irão poder também ter oportunidade de capitalizar a imagem e visibilidade deste projecto no mundo”, acrescenta Rui Ferreira.
Tanto a Ramos Ferreira como a Vieira Lopes/Ocram, participaram já noutros importantes projectos no exterior, como a Universidade de Ulster em Belfast, Hospitais de Herlev e Odense na Dinamarca, Extensão da linha de metro em Copenhaga, estando a Ramos Ferreira a realizar um outro projecto de relevância mundial, o futuro maior e mais avançado laboratório de testes de satélites da Europa, Hertz 2.0, para a European Space Agency, nos Países Baixos. “Todos estes projectos têm valores de contratos entre os 10 a 20 milhões de euros”, salienta Rui Ferreira. Mas “apesar de todo esse histórico e experiência, o ‘ELT’ será, sem duvida, ainda mais especial, pois estaremos a falar do que será, durante muitos anos, o maior e mais sofisticado telescópio do mundo, com uma visibilidade e notoriedade mundial, que queremos honrar e trazer para o panorama da engenharia e know how de Portugal visto pelo mundo. Esperamos que abra portas no futuro a muitos outros negócios para todo o sector da construção e engenharia portuguesa”, acrescenta o administrador do Grupo Ramos Ferreira.