Portugal no top 10 dos países mais atractivos do mundo para o investimento em energias renováveis
O mais recente Renewable Energy Country Attractiveness Index (RECAI), estudo elaborado pela EY, mostra que Portugal, que ocupa este ano a 7ª posição, está à frente de países como Espanha, França, Alemanha e Reino Unido no Normalized Index
CONSTRUIR
AMP: Porto, Gaia e Matosinhos são os concelhos mais procurados por estrangeiros
Turismo nacional deverá manter tendência de crescimento em 2025
Matilde Mendes assume a direcção de Desenvolvimento da MAP Real Estate
Signify mantém-se pelo oitavo ano consecutivo no Índice Mundial de Sustentabilidade Dow Jones
Porta da Frente Christie’s adquire participação na mediadora Piquet Realty Portugal
Obras da nova residência de estudantes da Univ. de Aveiro arrancam segunda-feira
Worx: Optimismo para 2025
SE celebra a inovação centenária dos TeSys e dos disjuntores miniatura
União Internacional dos Arquitectos lança concurso de ideias destinado a jovens arquitectos
Filipa Vozone e Luís Alves reforçam área BPC & Architecture da Savills
Na mais recente edição do Renewable Energy Country Attractiveness Index (RECAI), ranking semestral elaborado pela EY que classifica os 40 principais mercados do mundo em função das oportunidades de investimento e de desenvolvimento no sector das energias renováveis, Portugal está no 22.º lugar na lista dos países mais atractivos para o investimento neste sector, mas em 7.º lugar no ranking RECAI normalizado.
As últimas conclusões deste índice posicionam Portugal no Índice Normalizado (Normalized Index), classificação que normaliza o Produto Interno Bruto (PIB), mostrando assim que mercados têm um desempenho acima das expectativas face à dimensão do seu PIB, à frente de países como Espanha, França, Alemanha e Reino Unido.
“Portugal tem-se destacado não só pelos objectivos ambiciosos representados no Plano Nacional Energia e Clima (PNEC), mas também pela capacidade de implementação de que o recente recorde de seis dias seguidos onde a geração de fontes renovável foi superior às necessidades de consumo de todo o país, é um excelente exemplo”, afirma José Roque, partner, consulting Energy Lead EY.
O novo objectivo fixado pelo governo português, de produzir 85% de electricidade com fontes de energias renováveis em 2030, justifica a subida de três lugares no ranking e constitui um enorme crescimento da capacidade prevista nos sectores solar, eólico e de hidrogénio verde, reduzindo assim a dependência do gás natural no país.
A nível internacional, o relatório traça um cenário turbulento no sector eólico offshore que poderá mudar a forma como os projectos de energia de grande escala são construídos e financiados no futuro.
A energia eólica é crucial para atingir os objectivos Net Zero, mas o último ano apresentou um cenário desafiante com desafios nas cadeias de fornecimento e pela subida dos custos das matérias-primas, que aumentaram 39% desde 2019. A próxima década poderá ver a inflação dos custos aumentar em 280 mil milhões de dólares as despesas de capital para o sector. Neste contexto, prevê-se que cerca de 80% dos 15 mercados com objectivos eólicos offshore para 2030 não atinjam as metas estabelecidas.
“O sector da energia eólica offshore atingiu um ponto de inflexão precisamente quando a emergência climática exige uma escalada urgente do investimento para cumprir os objectivos globais de Net Zero. Para que a energia eólica offshore cumpra o seu papel na descarbonização global, é necessário mitigar os riscos que estão fora do controlo dos promotores, garantindo-lhes um retorno razoável dos seus investimentos. As tensões na cadeia de fornecimento offshore poderiam ser aliviadas pela padronização das tecnologias, oferecendo maior segurança aos fabricantes e produtores. E os governos precisam de conceber estratégias que simplifiquem e acelerem o processo de licenciamento, minimizando os riscos entre a adjudicação de contratos de compra e venda e as decisões finais de investimento”, sublinha Arnaud de Giovanni, leader de Global Renewables da EY.
Destaques no Índice
Este último RECAI revela que o Reino Unido, que deixou de ser o melhor mercado para projectos eólicos offshore, desceu também no ranking RECAI, baixando três lugares para a 7ª posição geral. Em Setembro de 2023, o preço máximo de 44 libras (50 euros) por megawatt/hora para a energia eólica offshore na quinta ronda de atribuição do Reino Unido (AR5), não foi suficiente para atrair os investidores a apresentar propostas. Este resultado representa um enorme retrocesso no objectivo do país de atingir 50 GW de capacidade offshore até 2030.
A análise da EY mostra que os três principais mercados do RECAI mantêm-se inalterados. Os EUA asseguram a 1ª posição impulsionados pelo crescimento significativo do sector solar, em resultado dos incentivos da Lei de Redução da Inflação. A Alemanha continua na 2ª posição, tendo registado um crescimento substancial no seu sector eólico onshore. A China, apesar da suspensão dos subsídios a nível nacional, continua a sua trajectória ascendente na energia eólica offshore, mantendo a 3ª posição global.
Destaque para os países nórdicos que continuam a afirmar as suas intenções em matéria de energias renováveis com Dinamarca, Suécia e Noruega a subirem dois, três e cinco lugares, respeptivamente. A Polónia, que subiu dois lugares para o 15º, iniciará a construção do seu primeiro projecto eólico offshore, que deverá entrar em funcionamento em 2026, e introduziu também nova legislação para facilitar o desenvolvimento de projectos eólicos e solares.
As Filipinas, na 32.ª posição, estão a tentar desbloquear o seu enorme potencial solar, com reformas das leis relativas à propriedade estrangeira para estimular o crescimento da energia solar comercial e industrial.
Em sentido contrário, o Japão desceu três lugares para a 13ª posição. Não obstante a abundância de recursos naturais e do compromisso de reduzir os combustíveis fósseis, o país ficou atrás de outras economias líderes em termos de implementação de energia solar e eólica. Igualmente, em sentido negativo, o Chile desceu duas posições, para a 16º lugar.