29-05-2020 MARTINHO OLIVEIRA - CEO AFA (Foto Joana Sousa)
Engenharia

AFAVIAS em expansão com reforço da actividade em África e em Portugal

2021 e 2022 foram anos de forte crescimento para a empresa de construção e engenharia do Grupo AFA. Com uma carteira de obras “adjudicadas, contratualizadas, negociadas e, em alguns casos, financiadas” superior a 1.000 milhões de euros, a expansão é a estratégia que o Grupo tem delineada para 2023

Manuela Sousa Guerreiro
29-05-2020 MARTINHO OLIVEIRA - CEO AFA (Foto Joana Sousa)
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AFAVIAS em expansão com reforço da actividade em África e em Portugal

2021 e 2022 foram anos de forte crescimento para a empresa de construção e engenharia do Grupo AFA. Com uma carteira de obras “adjudicadas, contratualizadas, negociadas e, em alguns casos, financiadas” superior a 1.000 milhões de euros, a expansão é a estratégia que o Grupo tem delineada para 2023

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2023 será um ano de expansão e crescimento para a AFAVIAS, a empresa de engenharia e construção do madeirense Grupo AFA deposita as suas expectativas no mercado nacional e, sobretudo, em África, mais particularmente em Angola. Este país africano foi responsável, num passado recente, por cerca de 70% da facturação anual da AFAVIAS e a previsão é de que, em 2023, África volte a ser a geografia mais representativa, à boleia, uma vez mais da actividade no mercado angolano, como avançou Martinho Oliveira, CEO da AFAVIAS

A Construção e Engenharia está na génese do Grupo AFA. Esta é a área que ainda tem maior peso no volume de facturação do grupo?

A construção continua a ser a actividade com maior peso na facturação do Grupo AFA, variando em função da sazonalidade do mercado imobiliário, representando, em média, mais do que 60% do volume da facturação total. Em 2021, o volume de negócios da AFAVIAS (área da construção) rondou os 145 milhões de euros, o que representou um crescimento, em todas as geografias onde operamos, que excedeu em 30% a facturação alcançada em 2020. Para 2022, prevemos que o volume de negócios da AFAVIAS ronde os 200 milhões de euros.

Qual o volume de carteira de obras da AFAVIAS? E como tem esta evoluído?

Actualmente, a nossa carteira de obras adjudicadas, contratualizadas, negociadas e, em alguns casos, financiadas, ascende a 1.000 milhões de euros, sendo de salientar que cerca de 85% se localizarão fora da Região Autónoma da Madeira, com especial incidência em Angola.

Quanto desse crescimento e volume de obras [da AFAVIAS] vem de fora do Grupo AFA?

Existe de facto, uma forte interligação entre a área da construção e as demais actividades, que resultam dos outros dois pilares do Grupo AFA, a Imobiliária e a Hotelaria. Na verdade, a AFA Real Estate é, neste momento, o cliente, na área da construção civil mais representativo da AFAVIAS por conta dos novos projectos residenciais em execução em particular na Região Autónoma da Madeira. Relativamente ao volume total de obras, 20% dizem respeito a trabalhos executados para empresas do grupo e 80% para clientes externos.

No caso da hotelaria, a AFAVIAS foi responsável pela construção de hotéis do grupo, nomeadamente, o Calheta Beach, Saccharum, Savoy Palace e NEXT, assim como, executou obras de remodelação do Royal Savoy e Gardens.

Que geografias são hoje determinantes para a operação da AFAVIAS?

A internacionalização da empresa AFAVIAS iniciou-se em 2007, como resposta à diminuição da actividade na Madeira no contexto da crise financeira e recessão económica à época. Em termos de volume de facturação, e depois da Madeira, Angola continua a ser o nosso mercado mais representativo, tendo o mesmo, num passado recente, representado mais de 70% da facturação anual da AFAVIAS. É nossa convicção que já em 2023, África, volte a ser o nosso mercado mais representativo, naquilo que concerne ao volume de facturação. Mantemos representações comerciais na Guiné Equatorial, Colômbia e realizamos obras de grande dimensão na Mauritânia e Senegal, tendo, contudo, registado nestes países uma acentuada redução da nossa presença ao longo dos últimos anos.

Savoy Residence Monumentalis

“Crescimento” nos planos para 2023

A conjuntura de alta de preços das matérias-primas tem afectado de forma muito directa o sector da construção. Qual o impacto na actividade da AFAVIAS?

Devo realçar que, apesar do aumento generalizado de custos, nomeadamente das principais matérias-primas que a AFAVIAS integra na sua actividade principal, a sua grande autonomia lhe tem permitido ultrapassar, sem especiais constrangimentos, as dificuldades decorrentes da crise. No sector das obras públicas, as revisões ordinárias colmataram uma parte desse impacto, estando em processo a negociação de uma eventual revisão extraordinária, de acordo com a lei, para que se reponham as condições e as premissas contratualizadas. Contudo, importa registar que alguns dos atrasos verificados, nomeadamente na definição/publicação dos índices, se traduziram num esforço financeiro acrescido para a generalidade das empresas. Tivemos, e continuamos a ter, oscilações nos preços, nomeadamente na generalidade dos derivados do petróleo, combustíveis, aço e cimento, que constituem parte muito relevante da nossa estrutura de custos.

Como fazem para contornar o problema da mão de obra na construção que, por certo, a Madeira, à semelhança do que acontece no continente, também sente?

A falta de mão-de-obra está generalizada a várias empresas e a vários sectores a nível nacional, sendo particularmente relevante nalguns domínios da área da construção. Contudo, gostaria de destacar que o Grupo AFA é um dos grandes empregadores do arquipélago da Madeira, empregando, no total das três áreas de actividade, 3100 colaboradores. Para captar mão-de-obra, mantemos uma estreita colaboração com as entidades formadoras de referência na região, acolhendo diversos estagiários ainda em percurso académico e diferentes áreas do conhecimento, com o objectivo de se tornarem colaboradores do Grupo, após conclusão da sua formação. Na AFAVIAS, prevemos a contratação de mais colaboradores em 2023, para fazermos face ao acréscimo do volume expectável para 2023, muito especialmente na nossa actividade em Angola e nos Açores.

Esse sentimento de optimismo faz antever uma boa perspectiva para a actividade em 2023?

Em 2023, é nosso objectivo manter e ampliar a presença nos mercados onde operamos, com expectativas de forte crescimento em África e no continente português e mantendo na Madeira e nos Açores os volumes de negócios alcançados em 2022. No caso de Angola, relevamos igualmente, que para além do crescimento que registaremos em 2023, que garantiremos cumulativamente uma carteira de obras com enorme estabilidade, que constituirão um aval de grande solidez para os anos vindouros.

Na Madeira, manteremos uma inequívoca posição de liderança, continuaremos envolvidos na construção de obras de túneis e vias rápidas, algumas delas em curso e outras que terão o seu início no decorrer do ano. Destacamos ainda a obra da 2ª fase da Construção do Hospital Central e Universitário da Madeira, integrando um consórcio que lideramos, bem assim como a realização da ETAR do Funchal, a Central Hidroeléctrica da Serra de Água para a Empresa de Electricidade da Madeira e ainda o reinício das obras do Campo de Golfe da Ponta do Pargo e a ligação da Via Rápida entre o Arco de São Jorge e a Boaventura.

Savoy Residence Casa Insular

O peso do Imobiliário

No imobiliário, quais os projectos em curso actualmente?

Na Madeira, onde se encontra actualmente a maior parte a actividade da AFA Real Estate, o foco são os empreendimentos de luxo Savoy Residence. Ao Savoy Residence | Casa Branca, totalmente comercializado, segue-se o Savoy Residence | Insular, que está em fase avançada de construção no centro histórico do Funchal, com 49 apartamentos, e o Savoy Residence | Monumentalis, com 150 apartamentos em zona turística nobre da cidade, estará concluído no início de 2024.  A estes, somam-se outros projectos imobiliários que se irão desenvolver no centro do Funchal. O investimento global nestes empreendimentos ronda os 350 milhões de euros.

Integramos, igualmente, o projecto imobiliário do ‘Dubai Madeira’ no Funchal, no âmbito da Varino, na qual temos uma posição paritária. Trata-se de um projecto já em fase de construção, que terá uma área de construção de aproximadamente 80.000/m2 e um investimento de 250 milhões de euros.

Em Portugal continental, o Grupo AFA acaba de adquirir o número 35 da Av. 5 de Outubro, que terá projecto do Arquitecto Frederico Valsassina e ao qual será conferida a qualidade dos demais projectos da Savoy Residence. Nota também para outros projectos no âmbito da sociedade Varino, com investimento de 150 milhões de euros.

Como é que surgiu esta parceria com o Grupo Socicorreia?

Resultante da estreita colaboração entre o Grupo AFA (50,1%) e a Socicorreia (49,9%), a Varino Investimentos Imobiliários, Lda. surgiu, em 2016, para criar sinergias e dar resposta às fortes exigências do mercado imobiliário, defendendo desde os seus primórdios uma construção com arquitectura diferenciada de qualidade e rigor. A Varino encontra-se actualmente a desenvolver vários empreendimentos residenciais, com espaços comerciais integrados, em Portugal continental e na Madeira. A marca conta já com seis projectos, sendo cinco deles em Lisboa e o primeiro edifício em construção na Madeira, com tipologias que variam entre T0 a T3, edificados em localizações de excelência e com design contemporâneo.

Depois de Lisboa, a Madeira surge como o novo polo de atracão de investimento. Quais os factores de atractividade deste mercado?

A Madeira encontra-se num processo de transformação do sector imobiliário, tanto na oferta quanto na procura, e potencializado também pela conjuntura internacional dos últimos anos, que projectou a Madeira no mundo. É um destino que proporciona grande qualidade de vida pela sua localização geográfica, clima ameno, beleza natural, fácil acesso a bens e serviços, e segurança. A poucas horas de viagem das principais capitais europeias, muitas com voos directos, a região oferece uma experiência inigualável a quem a visita, mas também, e sobretudo, aos que a escolhem para viver.

Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

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Marco Estrela, responsável de I&D do ISQ
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ISQ participa em projecto europeu de aço “verde” produzido com hidrogénio

A iniciativa europeia TransZeroWaste, no valor de 4,99 milhões de euros, visa conceber soluções circulares para a indústria do aço, nomeadamente, através da criação de novas rotas de reciclagem que permitam a utilização eficaz dos resíduos gerados nas instalações industriais

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A indústria do aço quer transitar de métodos produtivos tradicionais, baseados em combustíveis fósseis, para métodos mais sustentáveis e de baixo teor em carbono. A iniciativa europeia TransZeroWaste, no valor de 4.99 milhões de euros, que o ISQ integra, visa precisamente conceber soluções circulares para a indústria do aço, na qual o Instituto vai liderar a avaliação económica e ambiental das novas tecnologias bem como aconselhamento quanto a indicadores de circularidade.

Esta iniciativa “centra-se no desenvolvimento e implementação de tecnologias inovadoras para a reciclagem de resíduos, subprodutos e minérios de baixa qualidade, que se tornam cada vez mais relevantes face à crescente transição para o aço “verde” produzido com hidrogénio”, explica Marco Estrela, responsável de I&D do ISQ.

O TransZeroWaste propõe, assim, a criação de novas rotas de reciclagem que permitam a utilização eficaz dos resíduos gerados nas instalações industriais de produção de aço, nomeadamente, calamina, resíduos oleosos e minérios de qualidade inferior, auxiliando na continuidade do abastecimento de matérias-primas e contribuindo para uma economia circular.

Adicionalmente, o ISQ está encarregue da investigação dos diferentes cenários de transição para dois casos de estudo de implementação industrial, na Alemanha (Dillinger Hüttenwerke) e em Espanha (Celsa Barcelona), simulando a alteração dos fluxos de massa com a introdução de novos processos de peletização (a frio e a quente), briquetagem e redução directa, essenciais para a adaptação às exigências da produção de aço “verde”, assim como pela elaboração de modelos de negócio sustentáveis para a comercialização e a exploração dos resultados do projecto.

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Prospectiva e Hydroplante realizam estudos de viabilidade em Madagáscar

O estudo vai incidir na viabilidade de construção de estruturas como barragens ou reservatórios, assim como o desenvolvimento de 150 sistemas de abastecimento de água potável (AEP) movidos a energia solar

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O consórcio Prospectiva e Hydroplante vai realizar, em Madagáscar, estudos de viabilidade e elaboração de projectos de execução para a construção de estruturas de mobilização de recursos hídricos, que permitam desenvolver um sistema de abastecimento de água “resiliente, sustentável e inclusivo”, contribuindo para o “desenvolvimento económico e a adaptação às mudanças climáticas” em Madagáscar.

O contrato, assinado com o Fonds de Préparation du Projet de Mobilisation, Protection, Valorisation de la Ressource en Eau et de Renforcement de la Résilience au Changement Climatique (em inglês Fundo de Préparação do Projecto de Mobilização, Protecção, Valorização dos Recursos em Água e de Reforço da Resiliência nas Alterações Climáticas) sob a supervisão do Ministério da Água, Saneamento e Higiene de Madagáscar, vai incidir na viabilidade de construção de estruturas como barragens ou reservatórios, assim como o desenvolvimento de 150 sistemas de abastecimento de água potável (AEP) movidos a energia solar em seis regiões daquele país.

Utilizando uma gestão sustentável dos recursos hídricos e soluções baseadas em energias renováveis, o projecto pretende melhorar o acesso à água, especialmente nas áreas rurais e envolve a realização de estudos técnicos de viabilidade para identificar os locais mais adequados para a construção das estruturas de mobilização de recursos hídricos e dos sistemas de abastecimento de água. Alaotra Mangoro, Analamanga, Atsimo Andrefana, Atsinanana, Boeny e Vakinankaratra são as regiões a implementar o projecto.

Os estudos incluem modelagem hidrológica e hidráulica, levantamentos topográficos e geotécnicos e design estrutural. Além disso, serão definidas as especificações técnicas para sistemas elevatórios de água accionadas por energia solar, instalações de armazenamento e redes de distribuição, garantindo eficiência e confiabilidade ideais. Será, também, realizada uma análise custo-benefício abrangente para avaliar a viabilidade financeira e a sustentabilidade a longo prazo das infraestruturas propostas.

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UC lança guia para tornar renovação energética acessível nas comunidades rurais europeias

Os roteiros, que tentam responder aos desafios enfrentados pelas zonas rurais e desenvolvidos no âmbito do projecto Renoverty, estão a ser elaborados em colaboração com grupos de acção local (GALs) da Croácia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Hungria, Itália, Osona e Portugal

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Uma equipa de investigadores do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) desenvolveu, no âmbito da sua participação no projecto Renoverty, Roteiros de Renovação Rural, um guia prático pensado para tornar a renovação energética acessível às comunidades rurais em toda a União Europeia.

Os roteiros, desenvolvidos em colaboração com grupos de acção local (GALs) da Croácia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Hungria, Itália, Osona e Portugal, tentam responder aos desafios enfrentados pelas zonas rurais. Este guia prático oferece orientações “claras e práticas” sobre as opções técnicas, legislativas e financeiras, disponíveis em cada região, numa tentativa de “simplificar” o processo de renovação das habitações das famílias que enfrentam uma situação de pobreza energética.

Neste âmbito, os especialistas estão a promover, até 7 de Abril, um concurso que convida municípios, agências de energia, peritos do sector e outras partes interessadas a unir esforços no combate à pobreza energética rural, aplicando os conhecimentos adquiridos, aproveitando simultaneamente as oportunidades de colaboração e as soluções comprovadas para a renovação rural.

“As zonas rurais enfrentam vulnerabilidades próprias que intensificam a pobreza energética, nomeadamente o envelhecimento das populações, as elevadas taxas de pobreza e o parque imobiliário mais velho e ineficiente. Muitos agregados familiares que vivem nestas zonas dependem de combustíveis fósseis com elevado teor de carbono para aquecimento, como o carvão e o gasóleo, devido às opções energéticas mais limitadas”, realçam os investigadores.

Assim, “os roteiros Renoverty abordam estes desafios, apresentando medidas passíveis de apoiar as comunidades rurais, contribuindo para a diminuição das desigualdades e ajudando os cidadãos que mais necessitam de apoio. Além de sensibilizar e respeitar o ambiente rural, este projecto pretende contribuir para manter e promover o conhecimento local, a identidade cultural e a preservação da natureza”, concluem

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UE selecciona 47 projectos estratégicos para diversificar acesso às matérias primas

Comissão Europeia aprova projectos estratégicos no âmbito do Regulamento Europeu das Matérias-Primas Críticas (REMPC). Quatro são em Portugal: Somincor; Barroso Lithium Project; Lifthium Energy; e Lusorecursos Portugal Lithium

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A Comissão Europeia seleccionou, pela primeira vez, os 47 projectos estratégicos em toda a União Europeia (UE) para reforçar as capacidades nacionais no sector das matérias-primas críticas, no âmbito do Critical Raw Materials Act (CRMA).

Em Portugal, quatro projectos foram distinguidos com este “selo” de credibilidade: três relacionados com o lítio e um com o cobre. Estas iniciativas representam um marco importante na implementação do CRMA, contribuindo para a transição verde e digital da Europa e para o fortalecimento de sectores estratégicos como a defesa e a indústria aeroespacial.

Os projectos estratégicos portugueses integram um esforço mais amplo da UE para garantir, até 2030, que a extracção, o processamento e a reciclagem de matérias-primas críticas atinjam, respectivamente, 10%, 40% e 25% da procura da UE.

O LNEG, que tem desempenhado um papel relevante na implementação do CRMA a nível nacional, integrando o Grupo de Trabalho criado para o efeito, o qual tem trabalhado no mapeamento das ocorrências de recursos nacionais de matérias-primas críticas (MPC), com a publicação da carta Critical Raw Materials Deposits in mainland Portugal, de 2023, disponível no seu geoPortal. Em 2024, o Workshop “Plano Nacional de Prospecção no âmbito do CRM Act” reforçou estas bases, promovendo a coordenação de estratégias nacionais.

Os 47 novos projetos estratégicos estão localizados em 13 Estados-Membros da UE: Bélgica, França, Itália, Alemanha, Espanha, Estónia, Chéquia, Grécia, Suécia, Finlândia, Portugal ( Somincor, Barroso Lithium Project, Lifthium Energy e Lusorecursos Portugal Lithium) Polónia e Roménia. Abrangem um ou mais segmentos da cadeia de valor das matérias-primas, com 25 projetos que incluem atividades de extração, 24 de transformação, 10 de reciclagem e 2 de substituição de matérias-primas. Os projetos estratégicos abrangem 14 das 17 matérias-primas estratégicas enumeradas no Regulamento Matérias-Primas Críticas. Tal inclui vários projectos que abrangem o lítio (22 projectos), o níquel (12 projectos), o cobalto (10 projectos), o manganês (7 projectos) e a grafite (11 projectos), que beneficiarão particularmente a cadeia de valor das matérias-primas para baterias da UE.

Para se tornarem operacionais os 47 projectos estratégicos prevêem um investimento global de capital de 22,5 mil milhões de euros e irão beneficiar de um apoio coordenado da Comissão, dos Estados Membros e das instituições europeias no que diz respeito ao acesso ao financiamento e ao licenciamento.

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Postos de iluminação inteligentes já não são ficção

Como o próprio nome indica a Smartlamppost tem como foco o desenvolvimento de postes de iluminação inteligentes. A ideia principal é criar uma infraestrutura compartilhada que integre diversos serviços, como iluminação pública, carregamento de veículos eléctricos, câmaras de vigilância, pontos de Wi-Fi, antenas de telecomunicações (incluindo 5G), sensores IoT, entre outros. A empresa tem como fundadores a Metalogalva, a PROEF e a Ubiwhere

A portuguesa Metalogalva dispensa apresentações, a empresa da Trofa conquistou há muito um lugar entre as maiores empresas europeias de estruturas metálicas, estando hoje presente em vários continentes. Os produtos desenvolvidos e fabricados são usados em diversos domínios de actividade desde a energia, telecomunicações, vias rodoviárias, ferroviárias e energias renováveis. E foi esta sua intervenção em diferentes domínios e a presença de algumas destas estruturas, designadamente ao nível do mobiliário urbano das cidades que estão na base da Smartlamppost, empresa que desenvolve um conceito modular de mobiliário urbano

“A criação da Smartlamppost surgiu da reflexão conjunta dos três accionistas fundadores. Desde logo a Metalogalva, que é o maior fabricante europeu de colunas de iluminação e com presença em três continentes (Europeu, Americano e Asiático), a PROEF que tem uma longa experiência na construção de redes de energia e de telecomunicações e a Ubiwhere que é uma software-house focada em soluções para cidades inteligentes, nomeadamente uma Plataforma Urbana que monitoriza e gere múltiplos serviços”, começa por explicar Paulo Valente, chief executive officer (CEO) da empresa. “Desta reflexão surgiu a certeza da falta de resposta à necessidade de modernizar infraestruturas urbanas, tornando-as mais eficientes, conectadas e sustentáveis”, sublinha.

A equipa focou-se então no objecto urbano mais presente em qualquer cidade – os postes de iluminação, e no potencial de transformar estes postes em plataformas multifuncionais e inteligentes.

“A actividade da Smartlamppost baseia-se na concepção, desenvolvimento e implementação de postes inteligentes que integram múltiplas funcionalidades. Estes postes vão muito além da conversão para iluminação LED eficiente. A visão da Smartlamppost é utilizar um elemento de mobiliário urbano que tem uma presença ubíqua nas cidades, o poste de iluminação, e torná-lo um hub de tecnologia que agrega diversos serviços de forma cómoda e reduzindo a pressão actualmente existente sobre o espaço pedonal nas cidades”, explica Paulo Valente.

Face à localização e ao acesso já existente à rede eléctrica o “o poste Smartlamppost propõe uma multiplicidade de opções que permitem a instalação de soluções de conectividade (5G, Wi-Fi, LoRaWAN, mmW), soluções de mobilidade eléctrica (carregadores desenvolvidos para integrar as colunas de iluminação Smartlamppost e igualmente as existentes), sensores IoT (qualidade do ar, temperatura, ruído), câmaras de segurança”, inúmera o seu CEO.

Da iluminação à condução autónoma e o investimento em I&D
O potencial é imenso, face não só à presença maciça deste tipo de equipamentos, mas, sobretudo, ao crescente interesse em transformar as cidades em cidades inteligentes e no que essa definição abrange, desde logo um planeamento urbano eficiente, melhor uso de energia, sustentabilidade, tecnologia.
De acordo com Paulo Valente, a Smartlamppost tem focado a sua actividade numa inovação alinhada em dois vectores principais e complementares: Technology Push e Market Pull. “Se por um lado, temos o conhecimento da forma como as diversas tecnologias estão a evoluir e por isso inovamos o poste da Smartlamppost para alojar todas estas tecnologia facilitando a sua instalação nos mais diversos ambientes (Urbano, Rodoviário e Ferroviário), também estamos atentos às necessidades do mercado e, por isso, trabalhamos em conjunto com os diversos agentes de mercado (municípios, entidades rodoviárias e ferroviárias) para incluir as suas preocupações na concepção das colunas Smartlamppost”, sustenta. O que irá alargar o campo de possíveis utilizações do posto de iluminação inteligente.

“Uma vez que somos especialistas no fabrico de postes de iluminação e conhecedores das potencialidades das colunas de iluminação, desenvolvemos soluções adequadas a cada tipo de tecnologia, sem nunca perder o foco numa unidade funcional e integrável no ambiente urbano sem impactar os cidadãos”, refere o CEO.

Adicionalmente aos seus investimentos em desenvolvimento do produto/soluções, empresa integra a agenda mobilizadora PRR “Route 55”, a qual está a criar as bases da condução autónoma em Portugal. Estando a Smartlamppost a desenvolver a infraestrutura que suporta as tecnologias essenciais ao desenvolvimento da condução autónoma.

Para onde irá esta actividade crescer, tendo em conta o avanço tecnológico? “O segmento dos postes inteligentes tende a evoluir para hubs tecnológicos ainda mais integrados, combinando inteligência artificial (IA), redes 5G e gestão avançada de dados urbanos”, admite Paulo Valente. Paralelamente, “as exigências actuais sobre a rede de distribuição de energia eléctrica permitem antever oportunidades na criação de sistemas de flexibilização incorporados em postes inteligentes, bem como a utilização desta infraestrutura para suportar novas formas de comunicações com as soluções IoT que estão a ser instaladas em diversos ambientes”. Avanços que permitirão uma maior personalização dos serviços urbanos e uma gestão mais eficiente das cidades.

Um living Lab
Actualmente, a empresa colabora com entidades como a Vantage Towers (uma empresa especializada na gestão de infraestruturas passivas que alojam equipamentos de operadores) e está envolvida em projectos que visam expandir a sua influência no contexto das cidades inteligentes na Europa. Um desses projectos está localizado em Carcavelos, na Praça do Junqueiro, e resulta de uma parceria entre a empresa municipal Cascais Próxima e a Vantage Towers. “Neste projecto foram instaladas 13 colunas Smartlamppost e modernizada a iluminação para LED. Com esta alteração e com as poupanças energéticas verificadas podemos instalar quatro carregadores de veículos eléctricos, dois ecrãs interactivos, um ponto de acesso Wi-Fi e outro LoRaWAN, uma estação de qualidade de ar. A grande novidade é que o fizemos ligados à rede de iluminação pública sem necessidade de aumentar a rede existente. Além disso, demonstramos, fruto da colaboração estreita com a E-Redes, que é possível instalar carregadores de veículos eléctricos que utilizam o ramal de Iluminação pública acelerando a facilidade de criação destes pontos essenciais à mobilidade eléctrica”, sublinha Paulo Valente

Todas esta actividades representam um investimento significativo que está a ser acompanhado de uma crescente presença nos mercados onde a empresa opera, designadamente nos mercados europeus e internacionais. Na Europa a empresa tem actividade em Portugal, França, Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Polónia, no continente americano está nos EUA e Brasil.

Para a Metalogalva, isto representa uma oportunidade estratégica para expandir o seu portfólio de infraestruturas de suporte a soluções tecnológicas e consolidar-se como líder no fornecimento de infraestruturas urbanas inteligentes.

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Créditos: Luís Moura/GO Porto
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Nova ligação entre antigo Matadouro e Estádio do Dragão já foi montada

A nova estrutura metálica, que constitui o tabuleiro da ponte pedonal, cuja passagem ainda não está acessível ao público, tem uma dimensão de 6mx48m e um peso aproximado de 78 toneladas

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Está concluída uma nova etapa na obra de reconversão do antigo Matadouro Industrial do Porto, com a montagem de uma passagem superior pedonal sob a Via de Cintura Interna (VCI), entre a zona de Campanhã e a estação de metro do Estádio do Dragão.

A nova estrutura metálica, que constitui o tabuleiro da ponte pedonal, tem uma dimensão de 6mx48m e um peso aproximado de 78 toneladas.

Esta passagem, que ainda não está acessível ao público, assegura a ligação pedonal sobre a VCI ao unir ambas as “margens” desta grande via de circulação rodoviária e que irá permitir uma melhor acessibilidade ao Estádio do Dragão, promovendo os circuitos pedonais e a sua articulação com os serviços aí existentes, dos quais se destaca o Metro do Porto e o Alameda Shopping.

A empreitada enquadra-se no projecto de reconversão do antigo Matadouro Industrial, cujo contrato é acompanhado pela empresa municipal GO Porto. O projecto é da autoria do arquitecto japonês Kengo Kuma, em parceria com os arquitectos OODA, do Porto.

Desactivado há cerca de 20 anos, o Matadouro (M-ODU), em Campanhã, será transformado num equipamento âncora na reabilitação da zona Oriental da cidade.

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IP recebe delegação da Ucrânia para intercâmbio sobre PPP’s

A visita faz parte do projeto EU4PFM, “Extension of Public Finance Management Support Programme for Ukraine”

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Uma delegação ucraniana foi recebida pela Infraestruturas de Portugal (IP) no âmbito de uma visita de estudo a Portugal organizada pelo projecto EU4PFM – “Extension of Public Finance Management Support Programme for Ukraine”, financiado pela União Europeia.

Em comunicado, a IF indicou que a reunião teve como objectivo um “intercâmbio de conhecimentos e experiências sobre a harmonização do sistema jurídico nacional com as Directivas Europeias de Contratação Pública”, implementação de Parcerias Público-Privadas (PPP) e Concessões, e a modernização dos processos de contratação electrónica e centralizada.

Com este encontro, a IP reafirma o seu “compromisso” com  a partilha de conhecimento e solidariedade com a Ucrânia, reconhecendo a “importância de soluções inovadoras para a recuperação e modernização das suas infraestruturas”.

A delegação era composta por representantes do Ministério da Economia da Ucrânia, do Tribunal de Contas, do Serviço Estatal de Auditoria, do Comité anti-monopólio e do Parlamento Ucraniano.

O grupo foi liderado por Eriks Mezalis, team leader do EU4PFM, da Central Project Management Agency (CPMA), entidade lituana que está a coordenar o projecto de apoio à Ucrânia, e por Shergin Valerii, director do Departamento de Contratação Pública do Ministério da Economia da Ucrânia.

O encontro foi aberto por Miguel Cruz, presidente da IP, que destacou a importância do intercâmbio internacional e apresentou a Infraestruturas de Portugal. Gonçalo Oliveira, Representante Internacional da IP, enquadrou a participação da empresa em associações técnicas globais. De seguida, Helena Matos e João Fernandes, gestores do projecto de Alta Velocidade, sob coordenação de Carlos Fernandes, vice-presidente, abordaram os desafios e soluções da linha Lisboa – Porto – Vigo.

O programa da visita a Portugal incluiu, ainda, encontros com diversas entidades públicas e privadas, tendo em conta as questões relacionadas com a gestão centralizada de compras e a implementação de PPP em Portugal.

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1º Prémio ATEG 2023
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ATEG abre Open Call para edição de 2025

Inscrições para a 10ª edição dos Prémios ATEG 2025 de Arquitectura, Engenharia e Arte Otilio García decorre até 17 de Outubro deste ano

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A Associação Técnica Espanhola de Galvanização (ATEG), anuncia a 10ª edição dos Prémios ATEG 2025 de Arquitectura, Engenharia e Arte Otilio García, um evento que premeia o uso “inovador, sustentável e diferenciado” de aço galvanizado por imersão a quente nas áreas nas três a concurso. A inscrições encerram a 17 de Outubro de 2025, podendo os projectos ser enviados até 30 de Novembro deste ano. A decisão do júri, composto por profissionais da arquitectura, entidades de classe e administração, ocorrerá no início de 2026.

O prémio, com mais de 460 projectos submetidos a concurso desde a sua primeira edição em 2000, é dirigido a todas as obras realizadas em Espanha e Portugal que incorporam aço galvanizado, de forma relevante, “destacando o importante contributo deste material na arquitectura e engenharia sustentáveis, bem como o seu contributo para o cumprimento dos objectivos da economia circular”.

Na categoria Arte, ATEG quer destacar o “fino acabamento” proporcionado pelo aço galvanizado que faz com que cada vez mais artistas recorram a este material.

As obras devem ter sido concluídas entre 1 de Janeiro de 2021 e 15 de Outubro de 2025. Na categoria Arte, as obras estão isentas deste requisito, apenas devem ter sido galvanizadas antes de 15 de Outubro de 2023. Não poderão participar obras que tenham concorrido em edições anteriores.

Serão atribuídos três prémios: Prémio ATEG 2025 de Arquitectura, Engenharia e Arte Otilio García de 6 mil euros; o Prémio Especial Zinc Asturiana de 3.500 euros e um segundo prémio de dois mil euros.

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UC recorre a tecnologias imersivas para promover bem-estar nos ambientes de trabalho

O “WinWork: “Criação de Ambientes de Trabalho Saudáveis para a Promoção de Qualidade de Vida e Bem-estar nos Locais de Trabalho” é um projecto transfronteiriço, cofinanciado pela União Europeia através do Programa de Cooperação Interreg VI-A Espanha-Portugal. O projecto inclui intervenções piloto em seis organizações de Portugal e Espanha, em três sectores: indústria, serviços e saúde

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A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) integra projecto que utiliza tecnologias imersivas para promover ambientes de trabalho saudáveis e bem-estar laboral. O “WinWork: “Criação de Ambientes de Trabalho Saudáveis para a Promoção de Qualidade de Vida e Bem-estar nos Locais de Trabalho” é um projecto transfronteiriço, cofinanciado pela União Europeia através do Programa de Cooperação Interreg VI-A Espanha-Portugal.

O WinWork inclui intervenções piloto em seis organizações de Portugal e Espanha, que abrangem três sectores: indústria, serviços e saúde, com acções que envolvem a aplicação de metodologias participativas e sessões de capacitação para trabalhadores e gestores.

“Este projecto tem como objectivo melhorar a saúde e o bem-estar no ambiente laboral, recorrendo a intervenções multidisciplinares e tecnologias imersivas, como a realidade virtual, com enfoque na cocriação e participação activa das partes interessadas. A Universidade de Coimbra (UC) desempenha um papel central no projecto”, afirma Ana Luísa Pinto, professora do Departamento de Engenharia Mecânica (DEM) e líder do projecto na UC.

A equipa da UC, liderada por Ana Pinto, conta com a colaboração de Paulo Menezes e Helder Araújo, professores do Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores/ investigadores do Instituto de Sistemas e Robótica, Carla Carvalho e Lisete Mónico, professoras da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, e os investigadores José Pinto Gouveia, Bárbara Monteiro, Telma Alves e Nuno Moita.

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LNEG e IGTL avaliam potencial mineral de Timor-Leste

Cooperação internacional entre os Serviços Geológicos de Portugal e Timor-Leste procura inventariar potencial mineral de Timor Leste. Já identificado potencial para crómio, níquel, cobre e ouro 

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O LNEG, enquanto Serviço Geológico de Portugal está a colaborar com o Instituto de Geociências de Timor-Leste (IGTL) na avaliação do potencial mineral do país. O trabalho é liderado por Igor Morais, da Unidade de Recursos Minerais e Geofísica do LNEG, e pretende dar um contributo decisivo na inventariação e estudo sistemático das verdadeiras potencialidades de Timor-Leste.

A indústria extractiva, em particular a dos recursos minerais metálicos, apresenta um factor decisivo no desenvolvimento sustentável das sociedades modernas. A crescente procura por matérias- primas “metálicas” resulta, principalmente, do crescimento da população mundial, aliado ao anseio de muitos de querer atingir um melhor nível e qualidade de vida.

Aliados a este crescimento na procura, estão os crescentes riscos no seu suprimento, nomeadamente na União Europeia, cuja economia é altamente deficitária para um grande conjunto destas substâncias. Conflitos armados, tensões políticas e geopolíticas, como a que vivemos actualmente, colocam uma pressão cada vez maior na comunidade científica, em particular na área da Geologia, para a descoberta de novos depósitos minerais.

É neste contexto e pelo fato de os recursos minerais serem um fator preponderante no desenvolvimento de um país, que surge a cooperação entre o LNEG, enquanto Serviço Geológico de Portugal e o IGTL. Esta é uma área o LNEG tem larga experiência, tanto em projectos nacionais como internacionais (África e América do Sul).

“Numa primeira abordagem, existe a necessidade de ser feita a inventariação de qual ou quais as principais “commodities” existem no território. Esta inventariação está a ser feita por equipas do IGTL e do LNEG através de extensas campanhas de reconhecimento de campo. Existe depois a necessidade de colocar toda essa informação em mapas de escalas adequadas como já foi feito com a publicação preliminar dos três primeiros mapas de Ocorrências Minerais. Numa segunda fase estudos detalhados devem ser realizados em áreas de maior detalhe aplicando todo o “know-how” das equipas através de técnicas inovadoras”, explica Igor Morais. Segundo o investigador, “existe potencial já identificado para crómio, níquel, cobre e ouro”.

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