Financiamento especializado superou os 37 MM€
O financiamento especializado iniciou em 2021 a retoma para valores próximos do período pré- pandémicos, apontam os dados agora revelados pela Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF) relativos ao desempenho anual dos três sectores que representa
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Apesar dos fortes constrangimentos económicos no início do ano passado, com o primeiro trimestre marcado quase na íntegra por um confinamento geral, a resposta firme dos associados da ALF permitiu acelerar o apoio às empresas e ao PIB português, comparando com os montantes de 2020. Em alguns indicadores, foi mesmo possível recuperar para valores verificados em 2019.
Num ano de crescimento económico no país que deverá ficar pelos 4,9%, o Factoring teve em 2021 a recuperação mais impressiva no financiamento especializado, reforçando a sua relevância no PIB nacional. Com um aumento da produção em 9,6% durante o ano agora findo, para 34,5 mil milhões de euros em créditos tomados, o Factoring superou mesmo os valores de 2019, quando havia registado 33,8 mil milhões de euros.
“Ressalvamos o trabalho dos associados da ALF na canalização deste instrumento de apoio às empresas, o qual, já depois de ter suportado o forte impacto da pandemia de COVID-19 em 2020, com uma descida abaixo da queda do PIB (-6,9% para o Factoring, enquanto a economia portuguesa recuou 7,6% nesse ano), possibilitou, ao longo de 2021, um apoio acrescido de 3 mil milhões de euros às empresas, comparando com 2020”, sublinha nota da associação.
Tanto o Factoring Doméstico como o Factoring Internacional registaram um crescimento anual, sendo este último que mais contribuiu para o crescimento final. O Factoring Doméstico acelerou 4,9% na comparação homóloga, valor correspondente a praticamente mais 750 milhões de euros de créditos tomados, para um total de 15,85 mil milhões de euros em 2021. Já o Factoring Internacional cresceu 21% na vertente de Importação e 10,4% na Exportação, para um total de 4,32 mil milhões de euros. O Confirming (serviço em que a instituição de Factoring efectua o pagamento aos fornecedores do seu cliente, podendo estes solicitar a antecipação do mesmo) revelou uma importância crescente para as empresas, registando uma subida robusta de 14,8%, um acréscimo na ordem dos 2 mil milhões de euros, para 14,31 mil milhões de euros.
No Renting, sector do aluguer operacional de frotas que dinamiza todos os aspectos da mobilidade automóvel, os dados agora dados a conhecer pela ALF, comprovam as dificuldades vividas no sector automóvel global, que foi ainda afectado pela falta de semicondutores verificada ao longo do segundo semestre de 2021. O sector registou um recuo de 9,5% no número de viaturas ligeiras adquiridas, para as 24 541 unidades, comparativamente a 2020 (e ainda aquém das 37 402 viaturas de 2019), embora o valor dos novos contratos tenha aumentado em 2,7%, para 572,3 milhões de euros.
Neste balanço, os veículos comerciais foram os mais afectados, recuando para 4 156 unidades, enquanto as viaturas de passageiros somaram 20 385 unidades.
Relativamente ao total da frota gerida pelo Renting, o número de veículos em circulação no final de 2021 somava as 120 mil unidades, mais 1,1% que os 118,8 mil veículos ligeiros registados em 2020, embora ainda ligeiramente abaixo da frota de 121,8 milhares de 2019. Este crescimento resultou do prolongamento de contratos existentes e do recurso generalizado ao Renting de veículos usados, que foram importantes soluções para apoiar os clientes neste período, contribuindo de forma relevante para a sustentação da frota e para contrariar a redução na contratação de viaturas novas. Ao nível do valor contabilístico das viaturas em frota, registou-se um aumento de 1,9% para 1,94 mil milhões de euros.
No sector do Leasing, os dados da ALF apresentam um crescimento na produção para um total de 2,5 mil milhões de euros, mais 5,0% que em 2020.
A Locação Financeira Mobiliária, que compreende o financiamento de todo o tipo de equipamentos e viaturas ligeiras e pesadas, registou uma produção total de 1,69 mil milhões de euros, mais 3,4% que em 2020. Na componente automóvel, que representou 67% do Leasing Mobiliário, foram financiadas 33 975 viaturas (acima das 33 409 unidades do ano homólogo, mas ainda abaixo das 51 mil unidades de 2019). Relativamente aos montantes financiados, os equipamentos totalizaram investimentos na ordem dos 563 milhões de euros, e as viaturas 1,13 mil milhões de euros.
O Leasing Imobiliário, por seu lado, apoiou investimentos de 804,5 milhões de euros, mais 9% que no ano anterior e aproximando-se dos 846,2 milhões de euros dinamizados através de Leasing em 2019.
Para o presidente da ALF, Luís Augusto, “a recuperação de alguns indicadores para níveis de 2019 e a melhoria generalizada relativamente a 2020 comprovam o empenho do Financiamento Especializado no apoio à formação do PIB português e na renovação dos activos das empresas”. O porta-voz da associação considera que “perante os desafios que se avizinham, designadamente a possibilidade da subida das taxas de juros e o peso da energia nos orçamentos das empresas, os associados da ALF estão disponíveis para continuar a prestar o seu apoio à economia. O mercado automóvel também enfrenta desafios específicos, que já no ano passado foram responsáveis por parte da quebra na produção de Renting e Leasing. A renovação da frota automóvel é uma resposta urgente às alterações climáticas, pelo que esperamos que sejam superados os problemas nas cadeias de produção, para que o financiamento especializado possa reforçar ainda mais a sua participação nos objectivos climáticos para a década”.