Exposição ‘In Conflict’ regressa ao Palácio Sinel de Cordes
Até 30 de Abril, o Palácio é o palco expositivo de sete projectos que passam em revista a história mediática da habitação no Portugal pós-25 de Abril e que conta com curadoria do atelier depA architects
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A exposição da Representação Portuguesa na Bienal de Veneza viajou da cidade da água, em Veneza, para o Palácio Sinel de Cordes, a sede da Trienal de Arquitectura de Lisboa. A abertura conta com a equipa curatorial do atelier depA para uma visita guiada que passa em revista sete testemunhos da história mediática da habitação no Portugal pós-25 de Abril. Focam-se ainda a persistência actual de bairros informais, crescimento urbano especulado e desarticulação territorial no País.
Até 30 de Abril, o Palácio Sinel de Cordes é o palco expositivo de sete projectos que fizeram parte da proposta apresentada no Pavilhão de Portugal na cidade italiana, e que conta com curadoria do atelier depA architects.
Pela primeira vez em Portugal, In Conflict é a resposta dada ao tema lançado pelo curador-geral da Bienal de Veneza 2021, Hashim Sarkis: “How Will We Live Together?” Este exercício procura pensar o papel da arquitectura enquanto disciplina pública, política e ética, na expectativa de cumprir um futuro em comum. Para tal, é revisitada uma selecção de processos da arquitectura portuguesa dos primeiros 47 anos de democracia, marcados por destruição material, deslocação social ou participação popular e moldados por um amplo debate público entre os poderes políticos, a imprensa e a sociedade civil.
Os processos mediáticos escolhidos, que agora ocupam o piso nobre da sede da Trienal de Arquitectura de Lisboa, questionam simultaneamente a problemática do habitar, nas suas dimensões física e social, e o papel de quem projecta enquanto mediador. Cada peça tridimensional inédita reflecte uma visão crítica da equipa de arquitectura convidada sobre um projecto específico. Por sua vez, os mosaicos de notícias de imprensa periódica sintetizam o envolvimento público nos sete processos que testemunham a história de uma democracia que, em 1974, o ano da revolução de Abril, enfrentou uma crise habitacional profunda e que hoje encara a persistência de alguns bairros informais, o crescimento especulado dos grandes centros urbanos e a desarticulação territorial do país.
Miguel Santos, curador adjunto, afirma que “traçando essa arqueologia, permitiu-nos ver que, se por um lado, os desafios que Portugal enfrentou em 1974 e 1975 eram ímpares, por outro lado, a realidade em que vivemos não está assim tão distante”.
Hoje, dia 4 de Fevereiro, a inauguração de In Conflict inclui uma visita guiada às 18h00 levada a cabo pela equipa curatorial. A ocasião conta ainda com a presença da Ministra da Cultura, Graça Fonseca, do Director Geral das Artes, Américo Rodrigues, e do presidente da Trienal de Arquitectura de Lisboa, José Mateus.
In Conflict, a Representação Oficial Portuguesa na 17.ª Bienal de Arquitectura de Veneza foi organizada e comissariada pela Direcção-Geral das Artes.
Depois da participação com Europa, Arquitectura Portuguesa em Emissão (Bienal de São Paulo, 2007), No Place Like (Bienal de Veneza, 2010), e Homeland – News From Portugal (Bienal de Veneza, 2014), a Trienal de Lisboa envolveu-se mais uma vez nas representações oficiais, apoiando a exposição que representou Portugal naquele que é o mais emblemático evento internacional de Arquitectura.