Mercado mundial de residências prime sobe 6,9% em 2021 e deverá continuar a crescer
Em Portugal o sector residencial demonstrou uma recuperação total no ano passado, tendo sido ultrapassados os valores de 2019, revela estudo da Savills
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À medida que as economias começam a recuperar um pouco por todo o mundo e os países aprendem as melhores formas de lidarem com a pandemia de COVID-19 e a mitigar os impactos negativos das medidas para fazer frente à crise de saúde pública, os mercados residenciais prime deverão continuar a ser vistos como investimentos seguros em 2022.
De acordo com o estudo World Cities Prime Residential Index, elaborado pela consultora imobiliária internacional Savills e que analisou as 30 maiores cidades mundiais em termos de residências de luxo, os mercados residenciais prime em todo o mundo estão bem posicionados para alcançar um crescimento médio de 4,3% este ano, o segundo valor mais alto dos últimos cinco anos.
“Apesar das medidas de arrefecimento do mercado, tais como o aumento das taxas de juro, 2022 parece bem encaminhado para continuar a tendência positiva de 2021”, comenta Paul Tostevin, Head of World Research da Savills.
“O crescimento das rendas prime registou uma recuperação expressiva na segunda metade de 2021, criando um contínuo desequilíbrio entre oferta e procura que está a impulsionar o aumento dos preços. 28 das 30 cidades analisadas deverão crescer em 2022, ainda que a um ritmo mais moderado do que no ano passado. Taxas de juro reduzidas e rendimentos mais elevados têm aumentado as capacidades de pagamento de hipotecas, ao passo que algumas cidades (Miami, Dubai e Lisboa) têm beneficiado da flexibilidade do trabalho remoto, e do desejo por mais espaço. Paralelamente ao regresso aos escritórios, a educação e as viagens também impulsionarão o crescimento de todas as grandes cidades”, acrescenta o responsável.
Mercado residencial prime em Portugal e no resto do mundo
Para Portugal, antevê-se que o mercado residencial prime em Lisboa cresça, este ano, até 1,9%, comparativamente aos 7,6% registados em 2021.
No balanço de 2021, o mercado imobiliário residencial nacional registou uma total recuperação, com pouco mais de 200 mil casas vendidas e ultrapassando os valores observados em 2019.
As previsões indicam que 2022 será um ano de retoma total dos efeitos da pandemia, com o mercado residencial a manter o seu lugar de destaque. Altamente resiliente e olhado como um investimento seguro, o mercado residencial continuará a assistir a uma evolução positiva dos preços do mercado de luxo, ainda que a um ritmo mais comedido face a anos anteriores e com tendência a uma maior estabilização.
Também na cena europeia, Berlim é a cidade que deverá registar o maior crescimento no segmento residencial prime, com um aumento esperado de pelo menos 10%, face aos 9,6% registados no ano anterior. Uma economia dinâmica, forte procura doméstica e internacional e escassez de produto estão a impulsionar o fortalecimento deste sector imobiliário na capital alemã.
Na região da América do Norte, estima-se que as cidades de Los Angeles, São Francisco e Nova Iorque registarão um crescimento mínimo de 4% em 2022, sendo que Miami deverá ficar acima da fasquia dos 10%.
Na Rússia, alterações legislativas reorientaram o foco das atenções dos compradores internos para o mercado residencial prime de Moscovo. Esta é uma tendência que se deverá continuar a observar em 2022 e que levará a um crescimento desse segmento imobiliário entre os 8 e os 9,9%.
Já na região da Ásia-Pacífico, prevê-se um crescimento acima dos 4%. Em 2022, o segmento residencial prime de Seul tenderá para um crescimento entre os 8% e 9,9%, Singapura deverá registar um aumento entre os 6% e 7,9% e Sydney entre os 4% e 5,9%. Este crescimento é esperado mesmo numa altura em que os respectivos governos procuram refrear os seus mercados residenciais de luxo.
Segmentos residenciais prime crescem em 2021 e batem expectativas
No segundo semestre do ano passado, o segmento residencial prime mundial registou um crescimento médio de 3,2%, o que representa um aumento significativo, considerando que em 2020 essa taxa de crescimento havia caído para valores negativos.
“2021 foi um ano de regressos. Trabalhadores regressaram aos escritórios em alguns países, estudantes internacionais regressaram às salas de aulas e as cidades regressaram aos seus estatutos de centros de habitação, trabalho e lazer. À medida que as restrições são levantadas em alguns mercados, o segmento imobiliário residencial prime manteve a sua resiliência e continuou a sua tendência de crescimento apesar da incerteza”, explica Lucy Palk, analista de World Research da Savills.
Nos Estados Unidos da América, cidades como Miami e Los Angeles registaram crescimentos da ordem dos 20%, fruto do aumento dos rendimentos e da atracção de compradores. Nova Iorque, por outro lado, viu o mercado residencial prime registar um forte impacto negativo do contexto pandémico. Tendo sido um dos principais focos de COVID-19 do país, essa cidade norte-americana observou um aumento do produto disponível e a queda dos preços. Contudo, conseguiu retornar a níveis de Dezembro de 2018, com o regresso gradual dos residentes que tinham abandonado a cidade por outras localizações menos afectadas pela pandemia.
Na Europa, com a excepção de Paris, também se verificou um crescimento positivo dos preços das residências de luxo, com especial destaque para cidades com forte capacidade de atracção de capital estrangeiro, como Amesterdão, Milão e Londres. Berlim alcançou o maior crescimento de 2021 (+9,6%), seguida por Lisboa (+7,6%) e Genebra (+6,5%).
O Dubai registou um crescimento bastante significativo dos preços do mercado residencial de luxo na segunda metade de 2021, tendo registado os valores mais altos desde o período anterior à grande crise financeira de 2008. Esta dinâmica deveu-se a uma oferta reduzida que não era capaz de corresponder a uma procura cada vez mais forte, a um programa de vacinação eficaz, à abertura de fronteiras e a outras medidas implementadas pelo governo dos Emirados Árabes Unidos.
Por fim, na região da Ásia-Pacífico, as subidas dos preços do residencial prime foram mais variadas. Seul, Singapura e Sydney registaram bons resultados, ao passado que os segmentos residenciais prime na China continental e em Hong Kong sofreram com um maior impacto da pandemia, afastando muitos investidores desses segmentos no segundo semestre do ano passado.