Investimento imobiliário comercial com quebra de 69% no 1º semestre
Segundo a Cushman & Wakefield, o confinamento no primeiro trimestre e a natureza dos activos em venda tiveram um impacto no imobiliário comercial
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Os dados relativos ao primeiro semestre de 2021 foram apresentados dia19 de julho pela consultora Cushman & Wakefield dão conta de uma forte quebra (69%) do investimento imobiliário comercial, influenciada quer pelo confinamento a que o país esteve sujeito nos primeiros três meses do ano quer pela natureza dos activos em venda.
Assim, entre Janeiro e Junho deste ano foram transacionados 556 milhões de euros em activos imobiliários de rendimento em território nacional, um valor que contrasta com os 1.812 milhões de euros transacionados no primeiro semestre de 2020. A consultora ressalva, contudo, que os números do ano passado, os melhores d sempre em Portugal, foram influenciados por duas grandes transações.
Para o segundo semestre 2021 as perspectivas da consultora são mais animadoras, ainda envoltas em alguma incerteza. Um sentimento influenciado pela expectativa de resolução gradual da situação pandémica e da retoma da economia. As estimativas para o volume de investimento no fecho de 2021 apontam para cerca de 2.150 milhões de euros em transações. Volume que diminui a quebra face a 2020 para 23%.mas que, ainda assim, confirmar-se será o 4º maior resultado de sempre da consultora no mercado nacional.
”O interesse dos investidores estrangeiros no mercado português continua bem vivo. Os principais players do mercado não só reconhecem a boa resposta que o país teve face à pandemia, mas estão também pressionados pelos elevados níveis de liquidez que registam”, sublinhou Paulo Sarmento, Partner e Diretor de Capital Markets da Cushman & Wakefield.
“Os negócios de grande dimensão também marcarão a sua presença na segunda metade do ano. De entre as várias operações actualmente em negociação, destaque para um portfólio de hotelaria cuja aquisição se espera até ao final de 2021. Os activos hoteleiros, que ao longo da crise pandémica registaram um impacto negativo não só na operação diária mas também em termos de actratividade para investimento, poderão ser a grande surpresa em 2021. Cumprindo-se todas as operações actualmente em curso, o mercado de hospitality será a classe com maior alocação de capital em 2021, na ordem dos 35%.” Importa ainda assim reforçar o risco desta previsão, tendo em conta a sua enorme dependência de uma única operação envolta num grau elevado de complexidade.
As perspetivas para 2022 apontam para uma retoma da actividade de investimento para os níveis pré-pandémicos. “Hoje, somos capazes de identificar cerca de 800 milhões de euros de negócios com elevada probabilidade de fecho em 2022. Tendo em conta esta nova realidade do mercado, em que os negócios off market se tornaram cada vez mais frequentes, é muito provável que em 2022 voltemos aos volumes de investimento próximos dos 3.000 milhões de euros; destaca Paulo Sarmento”.
Escritórios representaram 43% do volume transacionado em 2021
À semelhança de 2020, o impacto dos negócios de grande dimensão no 1º semestre foi muito significativo. Os dois maiores negócios da primeira metade do ano representaram 45% do volume total transacionado(ou 250 milhões de euros): um portfólio de activos residenciais e o portfólio Navigator (maioritariamente de escritórios). Mas os setores alternativos afirmam-se cada vez mais junto dos investidores institucionais, sendo responsáveis por 32% do total investido. A fraca atratividade dos activos de retalho ficou evidenciada pela segunda mais baixa alocação de capital da última década: apenas 15%.
“O interesse dos investidores internacionais está cada vez mais focado nas áreas de logística e de residencial de rendimento. Infelizmente não temos em Portugal muitos ativos nestas categorias, o que explica o baixo volume de investimento até à data. Por exemplo em Espanha, onde estas categorias estão amplamente representadas, o volume de