Mota-Engil fecha 2020 com prejuízos de 20 M€
Impacto negativo da pandemia penalizou os resultados. Ainda assim, carteira de encomendas atingiu valor recorde de 6.052 M€
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O Grupo Mota-Engil contabiliza um impacto de 360 milhões de euros no volume de negócios e de 45 milhões em EBITDA, a que acrescem 30 milhões de euros de provisões que impactaram directamente no resultado líquido do exercício económico. O relatório sobre os resultados anuais de 2020, divulgado esta quarta-feira, dia 31 de Março, destaca a forte influência da pandemia sobre os negócios do Grupo no periodo em análise.
Relativamente à performance operacional, e penalizada pelo contexto, sobretudo nos mercados emergentes, a actividade do Grupo registou uma diminuição no volume de negócios de 17% para 2.429 milhões de euros (26% fora da área core de Engenharia e Construção) e EBITDA de 380 milhões de euros, com crescimento da margem para 16%, uma das melhores performances entre os peers europeus da Indústria.
Para o valor do Resultado Líquido, de -20 milhões de euros, pesou o registo de 30 milhões de euros contabilizados como provisões directamente relacionadas com o risco de acautelar os efeitos negativos provocados pela pandemia Covid-19.
No âmbito comercial, o Grupo Mota-Engil registou um período de elevado dinamismo e concretização, concluindo 2020, e pela primeira vez na sua história, com um recorde de carteira de encomendas superior a seis mil milhões de euros, não estando ainda integrado no valor anunciado o contrato celebrado em Janeiro na Nigéria de 1.820 milhões de dólares, o maior alguma vez celebrado pelo Grupo.
Associado ao crescimento da carteira de encomendas verifica-se o aumento da dimensão média dos contratos celebrados, tendo a Mota-Engil celebrado neste período três dos quatro maiores contratos da sua história de 75 anos como são os casos dos projectos ferroviários de Kano-Maradi (Nigéria) e Tren Maya (México) e a reabilitação da Estrada Accra-Tema (Gana), o que confere um suporte robusto para a recuperação da atividade e retoma do crescimento a partir de 2021 e nos anos seguintes.
Relativamente ao desempenho por região, merece destaque o crescimento de 8% do volume de negócios na Europa, suportado pelo crescimento significativo da atividade na Polónia (+65%), o mercado que teve o maior crescimento em 2020, e o contributo resiliente da operação em Portugal que manteve a facturação do negócio de construção em linha com 2019, tendo a área de Ambiente sedeada em Portugal apresentado um decréscimo de 4%. Em termos consolidados, a região apresentou uma melhoria do seu EBITDA em 26%, revelando ter sido a região que teve o menor impacto face ao contexto de pandemia vivido durante o ano.
Em África, região onde se verificaram constrangimentos logísticos associados à pandemia, a região teve um decréscimo da sua atividade de 24% e a redução do EBITDA de 11%, apesar da margem de 25% se encontrar significativamente superior à média histórica da região.
Na América Latina, região onde o Grupo teve o maior impacto na sua actividade motivado pelos lockdowns decretados em diversos mercados com destaque para o Peru e por paragens durante o primeiro e segundo semestre no México e Brasil, o que impactou numa redução do Volume de Negócios em 37%, penalizando o EBITDA em 28%.Ao nível do desempenho financeiro, o Grupo registou um nível de investimento (CAPEX) de 197 milhões de euros com a sua maioria a ser destinado a contratos de médio e longo prazo, com 93 milhões de euros no segmento de Ambiente (nomeadamente na EGF, com 73 milhões de euros) e mineração em África, assim como registou uma significativa melhoria ao nível do working capital em 2020.
Relativamente à Dívida Líquida, o valor aumentou 30 milhões de euros face a Dezembro último, para 1.243 milhões de euros, um valor justificado pelo contexto de maior exigência e no qual o Grupo foi resiliente, focando a sua actuação na preparação de um novo ciclo de crescimento e de geração de cash-flow operacional.
A esse propósito, refira-se que o Grupo apresentou uma performance resiliente na geração de Cash Flow Operacional (ou CFFO) de 471 milhões de euros (456 milhões de euros no período homólogo).