Escritórios: 2020 termina com quebras de 29% em Lisboa e 17% no Porto
De acordo com o Office Flashpoint da consultora imobiliária JLL, “desde Maio que o mercado de Lisboa evidencia esta tendência de contracção e o fecho do ano correspondeu ao balanço esperado”
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O mercado de escritórios terminou 2020 com queda de actividade, quer em Lisboa como no Porto, revela o Office Flashpoint da consultora imobiliária JLL. Em Lisboa, a ocupação foi de 142.000 m2 no total de 2020, menos 27% do que em 2019 (cerca de 194.000 m2). No Porto, a quebra foi de 17% face ao ano anterior (cerca de 65.000 m2), com a absorção anual a ficar nos 54.000 m2.
No que respeita ao número de operações, Lisboa registou uma descida de 39% para 106 negócios concluídos ao longo do ano, ao passo que o Porto recuou 18% para 50 operações. Em qualquer dos mercados, contudo, a área média por operação em 2020 superou a média do ano anterior, com 1.340 m2 em Lisboa e 1.080 m2 no Porto.
Mariana Rosa, head of Leasing Markets Advisory, da JLL, explica, que “naturalmente um mercado mais maduro como Lisboa, onde os níveis de absorção são mais robustos, reflecte de forma mais expressiva o impacto da pandemia e o aumento do teletrabalho, com muitas empresas a adiarem as suas decisões de tomada ou expansão de escritórios, especialmente quando estão em questão áreas de grande dimensão. Praticamente desde Maio que o mercado de Lisboa evidencia esta tendência de contracção e o fecho do ano correspondeu ao balanço esperado”.
“Quanto ao Porto, o comportamento ao longo da pandemia foi de maior dinâmica face a 2019, sobretudo por ser um mercado que vinha de níveis de absorção relativamente baixos e que apenas no ano passado deu o salto em termos de concretização de operações. De qualquer forma, havia bastante expectativa quanto à actividade em Dezembro, já que seria muito difícil esse mês confirmar esta tendência, considerando que Dezembro do ano passado contribuiu com cerca de 50% da área anual. Dificilmente isso voltaria a acontecer este ano”, nota a responsável.
Quanto a 2021, Mariana Rosa salienta que os resultados de Dezembro evidenciam uma forte recuperação face ao mês anterior em ambos os mercados, acolhendo mesmo diversas operações de grande dimensão. “Além disso, em Dezembro, 85% a 90% da ocupação em Lisboa e no Porto foi referente à entrada de novas empresas ou à expansão de área. Este desempenho leva-nos a crer, agora que o plano de vacinação está em marcha, que as empresas possam estar mais seguras sobre o futuro dos seus espaços e retomar as suas decisões”, conclui.
Em termos mensais, Lisboa registou uma ocupação de 24.000 m2 em Dezembro, contando 19 operações, das quais 5 foram de grande dimensão. A zona do Corredor Oeste foi a mais dinâmica, agregando 57% da absorção mensal. No Porto, Dezembro somou 8.400 m2, dos quais 48% foram contabilizados na zona Oriental (zona 4). Esta zona acolheu a maior operação do mês, nomeadamente a expansão de área da Founders Founders em 4.000 m2.
No total do ano, o Corredor Oeste (zona 6) foi o principal destino das empresas em Lisboa, com 33% da ocupação da região e acolhendo empresas como a Auchan, Infosistema, Santander Consumer, Altitude Software e Schneider. Do lado da procura, evidenciaram-se os sectores de “TMT’s & Utilities” e de “Serviços Financeiros”, os quais contribuíram com, respectivamente, 28% e 26% da área ocupada em Lisboa. No Porto, a procura concentrou-se mais na zona do CBD-Boavista (35% da ocupação), sendo liderada pelos setores de “Serviços a Empresas” e “TMT’s & Utilities”, com pesos de 24% e 27%, respectivamente.