Trienal apoia filme sobre obra icónica da arquitectura polaca
‘Manhattan as we call it” é um filme dedicado à arquitecta polaca Jadwiga Grabowska-Hawrylak que celebra este ano o seu 100º aniversário. O filme decorre na cidade de Breslávia (Wrocław) onde reside o complexo residencial e de serviços, conhecido como Manhattan de Wrocław
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Com legendagem em Português, a estreia do filme ‘Manhattan as we call’, dedicado à arquitecta polaca Jadwiga Grabowska-Hawrylak, que celebra este ano o seu 100º aniversário, foi precedida de um encontro curto com representantes do Museu de Arquitectura de Wroclaw, o qual integra a rede da Future Architecture Platform de que a Trienal é também membro.
Realizado por Tomasz Piech e Filip Janerka, com roteiro de Michał Duda e Małgorzata, a obra é co-financiada pelo Ministério da Cultura e Património Nacional do Fundo de Promoção da Cultura da Polónia, tendo a Trienal de Arquitectura de Lisboa associado-se como parceira estratégica. O projecto, desenvolvido pela Fundação Entre, tendo ainda o apoio institucional do Canadian Centre for Architecture (CCA), da Embaixada da Polónia em Portugal, e o Museu de Arquitectura de Wroclaw.
Jadwiga Grabowska-Hawrylak é uma notável arquitecta polaca cuja obra precursora teve um papel crucial para o desenvolvimento da sua terra natal no pós-guerra, num contexto de recursos limitados e pobreza generalizada da Polónia socialista.
O filme decorre na cidade de Breslávia (Wrocław) onde reside o complexo residencial e de serviços, conhecido como Manhattan de Wrocław, desenhado por esta mulher corajosa e ambiciosa. Reconhecido como um dos projectos europeus mais importantes do século passado, estes seis arranha-céus, ornamentados com pré-fabricados curvilíneos, destacam-se pela sua funcionalidade transparente e linhas arrojadas que reflectem uma visão de uma cidade moderna e modernista – extraordinária e aberta.
O público é convidado a assistir gratuitamente à sua exibição online no Vimeo e assim viajar remotamente por este complexo residencial e de serviços erguidos pela autora, e perceber como é que os associados, residentes e colaboradores falam dos “centros comunitários” localizados nas superestruturas acima dos andares residenciais 50 anos depois.
Sinopse
Como se vive num “monumento” de um postal? A acção do filme passa-se num dos centros comunitários actualmente abandonados, servindo de pretexto para conhecer moradores que viveram nestes edifícios extraordinários. O filme, documental, é contado a várias vozes, entre as quais Chris Niedenthal, fotógrafo britânico e repórter de transformação dos países do Leste Europeu nos anos 70, bem como habitantes dos prédios, arquitectos, especialistas, investigadores do trabalho de Jadwiga Grabowska-Hawrylak, curadores de exposições, funcionários da administração de edifícios, a família da autora. Condicionado pela crise pandémica, Manhattan mostra ruas desertas, poucos carros e pessoas com máscaras, ao invés da ideia inicial de gravar os bairros movimentados. O espectador mergulha por estas ruas de hoje e fica no ar: Como tem sido viver aqui no último meio século? Manhattan, como chamamos a estes complexos residenciais, encanta, choca, reconcilia, coloca em conflito e, sem dúvida, domina sobre a parte norte da cidade.
Os centros comunitários localizados acima dos andares residenciais são constituídos por salas de convívio e terraços com vista ampla sobre esta cidade plana, com o propósito de servir quem reside: como espaços de recreio e entretenimento, locais de encontro da comunidade local, anexo para pequenos apartamentos, onde – mediante reserva prévia – se pode organizar uma reunião de família.
No filme, o testemunho de Jadwiga Grabowska-Hawrylak revela o sucesso da sua obra pelo facto de “provocar discussões tanto no meio profissional como entre os habitantes de Wrocław. No início ficaram um pouco desconfiados, acompanhavam o desenvolvimento das obras, depois por muito tempo observavam os edifícios acabados. Afinal, aceitaram-nos, a desconfiança deu lugar ao patriotismo local”.
Sobre Jadwiga Grabowska-Hawrylak
Conhecida como uma ícone da arquitectura do pós-guerra, celebrava em 2020 o seu 100º aniversário em Outubro, dos quais sobreviveu 98 anos. Corajosa e independente, foi a primeira arquitecta mulher formada na sua alma mater. Apesar dos tempos difíceis do pós-guerra na Polónia socialista, criou uma arquitectura que se destacou à escala europeia. Foi autora de edifícios com funcionalidades transparentes e arrojadas, tanto em termos de expressão plástica, como de estrutura. Mulher activa e ambiciosa, concretizou a visão de uma cidade moderna, modernista, extraordinária e aberta, através dos seus projectos. A Manhattan da Breslávia foi reconhecida como uma das obras europeias mais importantes do século XX. Foi distinguida com o título de uma das 100 arquitectas mais importantes do século passado, pela MoMoWo (Women’s Creativity Since the Modern Movement).