Campo Maior investe 1,9M€ na construção de Praça Multimodal
O projecto, concebido pelo arquitecto José Manuel Nunes, incide sobre um espaço no centro de Campo Maior, junto à Avenida da Liberdade e confrontante com o jardim e a escola primária com o mesmo nome
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Está finalmente “no terreno” a tão aguardada Praça Multimodal de Campo Maior, um projecto há muito idealizado pelo executivo municipal da vila alentejana, mas só agora em concurso público. O concurso, entretanto encerrado e a aguardar desenvolvimentos, estava avaliado em 1,9 milhões de euros.
O projecto, concebido pelo arquitecto José Manuel Nunes, incide sobre um espaço no centro de Campo Maior, junto junto à Avenida da Liberdade e confrontante com o jardim e a escola primária com o mesmo nome. A área a intervir é composta pelo espaço da escola, espaço devoluto do seu recreio, praça de táxis e antigo parque infantil, actualmente a funcionar como parque de merendas. De acordo com o projectista, “as áreas estão pouco qualificadas pela perda de função estando devolutas há algum tempo. Não se encontram pavimentadas e possuem um passeio no seu perímetro com uma calçada irregular e com algumas deformações pela incorrecta colocação de exemplares de árvores a eixo dos passeios com uma reduzida dimensão. A iluminação é pontual e pouco qualificada para os parâmetros actuais”, lê-se na descrição da intervenção.
A este respeito, o autor do projecto propôs a reconfiguração geométrica dos espaços, tornando-o num todo, a articulação com as áreas envolventes do jardim municipal, escola da avenida e Avenida da Liberdade, a criação de parque estacionamento coberto polivalente, isto além da concepção de uma praça pública.
Um único espaço
A ideia base partiu do pressuposto que todas as funções se agregariam num único espaço, plurifuncional capaz de responder às múltiplas demandas que esta localização impõe. “Na verdade, os consensos foram muito difíceis de atingir ao longo dos tempos porque eram muitos os entendimentos do que este espaço deveria ser”, explica José Manuel Nunes, recordando que o espaço que hoje é um parque de merendas e jogo da malha, já foi parque infantil e acolhe habitualmente carrosséis na principal feira franca da vila em 15 de Agosto. Muitos defendiam que este espaço deveria colmatar alguma carência de parqueamento automóvel e outros que o espaço deveria ser afecto a uma área de lazer. Do impensável nasceu o conceito base do projecto. Uma praça multimodal. “Mutimodal, porque agrega num só local vários módulos funcionais distintos mas sobrepostos. A topografia determinou aquilo que parecia evidente mas que ainda não tinha sido pensado. Assim, temos um primeiro “layer”, um camada funcional destinada a parqueamento auto. A inserção faz-se na cota mais baixa do local, permitindo assim o acesso mais conveniente”, lê-se na descrição do projecto. Dada a topografia não se prevê um volume significativo de movimento de terras, tendencialmente é nulo.
O segundo “layer”, explica o projectista, interpõe uma cota plana de praça pública, com um largo espectro de possibilidades que se iriam complementar posteriormente. Num último “layer”, as valências urbanísticas e as necessárias interligações com toda a envolvente. Aqui resultou a necessidade de reprogramar a circulação viária, o estacionamento de superfície e as ligações pedonais com toda a envolvente do jardim municipal.
Organizar fluxos
O programa funcional foi estabelecido de forma a organizar os fluxos, permanência e funções de um espaço plurifuncional e agregador, gerindo as suas necessidades particulares. Na conceção espacial procurou-se que o dimensionamento possa atender às características funcionais de cada unidade, bem como à qualificação estabelecida no programa base. Estão previstos 60 lugares de estacionamento coberto na planta inferior. Destes lugares 5 são vagas especiais e 2 lugares são destinados a viaturas eléctricas com carregamento gratuito. O espaço recebe ventilação e iluminação natural constante. Propõe-se que em épocas específicas possa acolher alguns eventos, como a Feira das Velharias ou outros da mesma natureza. Pode acolher pequenos mercados e feiras cobertos. A ligação da praça ao estacionamento é feita, transversalmente por uma ampla escadaria ou por acesso periférico em cota terreno natural.
Em qualquer dos casos as barreiras arquitectónicas existentes foram corrigidas e permitem a acessibilidade generalizada. A praça de táxis é reposicionada no topo da praça em local mais próximo ao Jardim da Avenida, recebendo uma acessibilidade condicionada a veículos desta natureza. No “plateau” superior a praça descobre-se sobre toda a envolvente em toda a panorâmica, assume uma ligação natural ao jardim municipal. Não com um caracter de competição, mas com uma complementaridade. Pela sua localização e na impossibilidade física de plantar uma infraestrutura de árvores de grande porte, houve a necessidade de criar duas estruturas de ensombramento. Porque se pretende que este espaço possua várias utilizações, várias funções, o controle térmico impunha-se como pertinente. Procurou-se tirar partido da geometria solar, do volume produzido pela escola, e assim nasceram as localizações das pérgolas de ensombramento. Não obstante não se menosprezou a infraestrutura paisagística com espécies arbustivas e um amplo canteiro que irá fazer o coroamento visual de todo o espaço. Pretende-se que este local funcione em articulação com o Espaço.Arte sendo uma galeria de arte pública, interposta no meio das áreas ajardinadas e pavimentadas.