70% das empresas pretendem adoptar um sistema misto de trabalho depois da pandemia
Segundo o Barómetro RH 2020/21, realizado pelo Kaizen Institute, as empresas passaram a preocupar-se mais com a segurança nas empresas e cenários de médio e longo prazo
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68% dos diretores de Recursos Humanos inquiridos para o Barómetro RH 2020/21, realizado pelo Kaizen Institute, afirmaram que a sua empresa adoptou ou vai adoptar um modelo misto de trabalho, numa lógica de complementaridade entre teletrabalho e trabalho presencial. Destas, 86% planeiam manter dois ou mais dias de trabalho remoto por semana. Ainda que a maioria das empresas pretenda adoptar um regime misto, 85% não paga ajudas de custo aos colaboradores em teletrabalho e somente 8% está a pensar fazê-lo. Apenas 30% dos inquiridos afirmam que o teletrabalho deixará de ser opção assim que as condições sanitárias o permitam.
Para esta realidade podem contribuir algumas dificuldades encontradas na implementação do modelo de teletrabalho. Entre os dois maiores desafios, os inquiridos identificaram a falta de garantia de comunicação eficiente e clara (71%) e a dificuldade de adaptação dos standards e protocolos de trabalho aos novos padrões como outra das questões mais complexas (47%).
O conhecimento das ferramentas digitais por parte dos colaboradores também influenciou a capacidade de adaptação das empresas: 44% dos inquiridos afirmam que o grau de alinhamento das competências digitais dos colaboradores é médio, pelo que têm já um plano de treino e recrutamento definido para acompanhar o barco da transformação digital. Por outro lado, 38% dos inquiridos advogam que os seus colaboradores estão dotados das competências digitais necessárias.
“Esta edição do Barómetro RH 2020/21 fica marcada por um contexto disruptivo, que forçou as organizações a ajustarem-se rapidamente. Houve uma mudança notória nas relações do trabalho, desde logo através da larga adopção do teletrabalho, que deverá integrar de forma estrutural o funcionamento das organizações. Este panorama implica que se repense grande parte dos processos. Externamente, prestando o melhor serviço através da rapidez na capacidade de resposta e garantindo a qualidade para assegurar a satisfação do cliente. Internamente, com a simplificação e optimização dos processos para um grande e eficaz aumento de produtividade. Com o aumento da digitalização e do teletrabalho, a importância dos recursos humanos na transformação do tecido empresarial é fundamental. As pessoas são o verdadeiro motor das organizações, o que está intimamente ligado ao sucesso de cada negócio. O desafio do Kaizen é a concretização dos objetivos disruptivos, mobilizando a transformação diária e sustentada, com todas as pessoas, em todas as áreas, para chegar a níveis de desempenho económico e financeiro de excelência, garantindo a sustentabilidade futura das organizações”, afirma Tiago Mota Costa, senior partner do Kaizen Institute Western Europe.
Foco no longo prazo e na segurança
O Barómetro RH 2020/21 revela, ainda, que as prioridades das empresas no que toca aos recursos humanos se alteraram. Entre os dois aspectos a que as companhias dão agora primazia estão a preparação do colaborador para diferentes cenários no médio e longo prazo (44%), e a melhoria das condições de segurança, higiene e saúde no trabalho (39%). Antes da pandemia, as duas prioridades de topo no que respeita os recursos humanos eram a retenção de talento (53%) e a contratação de novos profissionais (45%).
Apesar do contexto, 55% dos directores afirmam que a motivação dos trabalhadores se manteve estável nos últimos seis meses, e 24% revelam um aumento do nível de motivação dos seus colaboradores. Relativamente à produtividade, 68% comunicam que, no mesmo período, este indicador se manteve estável, e 22% referem que esta até aumentou.
Quanto à expectativa da eficiência das equipas em teletrabalho no primeiro semestre de 2021, 31% acreditam que se verificará uma maior eficiência; 39% consideram que os valores serão equivalentes aos do trabalho presencial; e 30% dos inquiridos acreditam que a eficiência será menor.
Relativamente ao processo de recrutamento, uma das principais mudanças está ligada à digitalização. A maior parte das empresas (53%) já tinha uma componente digital nos seus processos, sendo que nestas empresas a grande maioria do processo de recrutamento é agora feito online. Somente 19% mantiveram os seus processos de recrutamento inalterados.
Apesar da actual crise e do impacto negativo que se sente de forma transversal nos mercados, 69% das empresas esperam aumentar a sua massa salarial no primeiro trimestre de 2021. Destas, 34% antecipam aumentos de até 2%; 29% estimam um aumento entre 2% e 5%, e 6% preveem um aumento superior a 5%.
O Barómetro RH 2020/21 inquiriu cerca de 150 directores de Recursos Humanos de grandes e médias empresas nacionais, com o objectivo de avaliar a resposta das organizações à situação pandémica, as principais tendências e desafios atualmente verificados na Gestão das Pessoas, bem como o grau de motivação e produtividade dos colaboradores.
O Kaizen Institute Consulting Group é uma empresa multinacional que fornece serviços de consultoria e formação ao tecido empresarial e instituições públicas em mais de 35 países. A empresa actua em diferentes sectores de actividade, suportando as organizações e desafiando os líderes a melhorarem a sua rentabilidade e a fazerem crescer o seu volume de negócios. Fundado em 1985, na Suíça, está em Portugal, com escritórios no Porto e em Lisboa, desde 1999.