70% das empresas pretendem adoptar um sistema misto de trabalho depois da pandemia
Segundo o Barómetro RH 2020/21, realizado pelo Kaizen Institute, as empresas passaram a preocupar-se mais com a segurança nas empresas e cenários de médio e longo prazo
CONSTRUIR
Espanhola ARC Homes tem plano de investimento de 180 M€
“Um futuro sustentável para a Construção” domina programação da 31ªConcreta
Casa cheia para a 31ª edição da Concreta
Signify ‘ilumina’ estádio do Sporting Clube de Portugal
Savills comercializa 2.685 hectares de floresta sustentável em Portugal e Espanha
Tecnológica Milestone com 36% de mulheres nas áreas STEM supera média nacional
Sede da Ascendi no Porto recebe certificação BREEAM
KW assinala primeira década em Portugal com videocast
LG lança em Portugal nova gama de encastre de cozinha
CONCRETA de portas abertas, entrevista a Reis Campos, passivhaus na edição 519 do CONSTRUIR
68% dos diretores de Recursos Humanos inquiridos para o Barómetro RH 2020/21, realizado pelo Kaizen Institute, afirmaram que a sua empresa adoptou ou vai adoptar um modelo misto de trabalho, numa lógica de complementaridade entre teletrabalho e trabalho presencial. Destas, 86% planeiam manter dois ou mais dias de trabalho remoto por semana. Ainda que a maioria das empresas pretenda adoptar um regime misto, 85% não paga ajudas de custo aos colaboradores em teletrabalho e somente 8% está a pensar fazê-lo. Apenas 30% dos inquiridos afirmam que o teletrabalho deixará de ser opção assim que as condições sanitárias o permitam.
Para esta realidade podem contribuir algumas dificuldades encontradas na implementação do modelo de teletrabalho. Entre os dois maiores desafios, os inquiridos identificaram a falta de garantia de comunicação eficiente e clara (71%) e a dificuldade de adaptação dos standards e protocolos de trabalho aos novos padrões como outra das questões mais complexas (47%).
O conhecimento das ferramentas digitais por parte dos colaboradores também influenciou a capacidade de adaptação das empresas: 44% dos inquiridos afirmam que o grau de alinhamento das competências digitais dos colaboradores é médio, pelo que têm já um plano de treino e recrutamento definido para acompanhar o barco da transformação digital. Por outro lado, 38% dos inquiridos advogam que os seus colaboradores estão dotados das competências digitais necessárias.
“Esta edição do Barómetro RH 2020/21 fica marcada por um contexto disruptivo, que forçou as organizações a ajustarem-se rapidamente. Houve uma mudança notória nas relações do trabalho, desde logo através da larga adopção do teletrabalho, que deverá integrar de forma estrutural o funcionamento das organizações. Este panorama implica que se repense grande parte dos processos. Externamente, prestando o melhor serviço através da rapidez na capacidade de resposta e garantindo a qualidade para assegurar a satisfação do cliente. Internamente, com a simplificação e optimização dos processos para um grande e eficaz aumento de produtividade. Com o aumento da digitalização e do teletrabalho, a importância dos recursos humanos na transformação do tecido empresarial é fundamental. As pessoas são o verdadeiro motor das organizações, o que está intimamente ligado ao sucesso de cada negócio. O desafio do Kaizen é a concretização dos objetivos disruptivos, mobilizando a transformação diária e sustentada, com todas as pessoas, em todas as áreas, para chegar a níveis de desempenho económico e financeiro de excelência, garantindo a sustentabilidade futura das organizações”, afirma Tiago Mota Costa, senior partner do Kaizen Institute Western Europe.
Foco no longo prazo e na segurança
O Barómetro RH 2020/21 revela, ainda, que as prioridades das empresas no que toca aos recursos humanos se alteraram. Entre os dois aspectos a que as companhias dão agora primazia estão a preparação do colaborador para diferentes cenários no médio e longo prazo (44%), e a melhoria das condições de segurança, higiene e saúde no trabalho (39%). Antes da pandemia, as duas prioridades de topo no que respeita os recursos humanos eram a retenção de talento (53%) e a contratação de novos profissionais (45%).
Apesar do contexto, 55% dos directores afirmam que a motivação dos trabalhadores se manteve estável nos últimos seis meses, e 24% revelam um aumento do nível de motivação dos seus colaboradores. Relativamente à produtividade, 68% comunicam que, no mesmo período, este indicador se manteve estável, e 22% referem que esta até aumentou.
Quanto à expectativa da eficiência das equipas em teletrabalho no primeiro semestre de 2021, 31% acreditam que se verificará uma maior eficiência; 39% consideram que os valores serão equivalentes aos do trabalho presencial; e 30% dos inquiridos acreditam que a eficiência será menor.
Relativamente ao processo de recrutamento, uma das principais mudanças está ligada à digitalização. A maior parte das empresas (53%) já tinha uma componente digital nos seus processos, sendo que nestas empresas a grande maioria do processo de recrutamento é agora feito online. Somente 19% mantiveram os seus processos de recrutamento inalterados.
Apesar da actual crise e do impacto negativo que se sente de forma transversal nos mercados, 69% das empresas esperam aumentar a sua massa salarial no primeiro trimestre de 2021. Destas, 34% antecipam aumentos de até 2%; 29% estimam um aumento entre 2% e 5%, e 6% preveem um aumento superior a 5%.
O Barómetro RH 2020/21 inquiriu cerca de 150 directores de Recursos Humanos de grandes e médias empresas nacionais, com o objectivo de avaliar a resposta das organizações à situação pandémica, as principais tendências e desafios atualmente verificados na Gestão das Pessoas, bem como o grau de motivação e produtividade dos colaboradores.
O Kaizen Institute Consulting Group é uma empresa multinacional que fornece serviços de consultoria e formação ao tecido empresarial e instituições públicas em mais de 35 países. A empresa actua em diferentes sectores de actividade, suportando as organizações e desafiando os líderes a melhorarem a sua rentabilidade e a fazerem crescer o seu volume de negócios. Fundado em 1985, na Suíça, está em Portugal, com escritórios no Porto e em Lisboa, desde 1999.