Smart Studios investe mais de 130 M€ em novos projectos
Até 2022 prevêem ter disponível mais 1161 num total de quatro edifícios, um no Porto e os restantes em Lisboa. Recentemente, concluíram a reabilitação de um antigo edifício industrial em Santa Apolónia que integra, também, o conceito de co-living
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Foi em 2016 que a actividade da Smart Studios iniciou o seu percurso. O primeiro edifício foi comprado em Coimbra, mas depressa a promotora ‘viajou’ até Lisboa e deu início a um conjunto de investimentos. Actualmente totalizam 628 apartamentos em operação, em zonas como a Ajuda, Campolide, Janelas Verdes, Santa Apolónia e Carcavelos. Mesmo com o abrandamento do sector devido à pandemia, a promotora confirmou ao CONSTRUIR que mantém o investimento previsto até 2022. Mais quatro edifícios, 1161 apartamentos, num total de investimento “que supera os 130 milhões de euros”.
Nesse sentido, foram adquiridos dois lotes para construção de cerca de 634 Smart Studios na Alta de Lisboa, beneficiando da localização de uma área em profunda requalificação e muito perto da linha amarela do Metro. Mais, recentemente, foi também adquirido um edifício no Casal Vistoso, na freguesia do Areeiro, que será transformado em 274 ‘studios’ e que terá ainda espaço comerciais no piso térreo.
No Porto, a estreia da Smart Studios faz-se através de um projecto na zona da Asprela, perto das faculdades do Campus da Asprela e dos Hospitais de São João e do IPO, e para onde estão previstos 243 Smart Studios.
Pendente para já está um outro projecto na capital, para exploração de uma residência universitária, e cujo concurso público foi lançado pela Universidade de Lisboa.
Confessa que a crise pandémica os “apanhou de surpresa” e que já sentiram os efeitos na ocupação dos seus ‘studios’. “Em Março tínhamos 211 apartamentos com uma taxa de ocupação de 98%. Tinhamos Carcavelos com 301 apartamentos e Sta Apolónia com 114 apartamentos 100% arrendados. Uma parte dos contratos caíram, uma parte significativa dos estrangeiros retornou ao seu Pais e o mundo mudou”, explicou Ricardo Kendall, CEO da Smart Studios.
“Neste momento, temos 500 dos 628 apartamentos alugados e todas as semanas estão a entrar reservas. O facto de em plena crise pandémica termos passado de 211 para 500 apartamentos arrendados mostra a resiliência desta negócio bem como a capacidade do nosso Pais de atrair jovens”, acrescenta.
‘Sta Apolónia’ introduz co-living nos Smart Studios
O Smart Studios Sta Apolónia foi o último edfício a ser inaugurado. Fruto de uma reabilitação da antiga Fergráfica, cujo obra esteve a cargo da Gabriel Couto e com projecto do atelier Pereira Miguel Arquitectos, o Sta Apolónia conta com 114 studios.
Pensados para estudantes, mas não só. Com este projecto, a Smart Studios abre o conceito dos seus ‘studios’ ao co-living a pensar nos jovens profissionais e acredita que podem colmatar a falta de apartamentos com tipologias pequenas e a preços adequados. “Já estamos quase nos 70% de taxa de ocupação e acreditamos que até ao fim do ano fiquemos perto dos 90%. Este tipo de habitação, Studios/T0 são a tipologia com menor oferta do mercado e exactamente por serem pequenos são os mais baratos do mercado portanto mesmo numa situação de crise são a tipologia mais procurada”, explica Ricardo Kendall.
Neste sentido, aliar o conceito de ‘student housing’ ao co-living veio para ficar nos projectos da Smart Studios. “Além de ser já uma tendência a nível internacional, que tem como grande vantagem a convivência entre universitários e os ‘young professionals’, vem ajudar muito à falta de habitação que existe em Portugal”, considera o responsável.
A zona do Beato e Xabregas, a par da Alta de Lisboa “serão as zonas de Lisboa que mais vão crescer”, acredita Ricardo Kendall. Projectos de grande dimensão naquela zona, como o Hub Creativo do Beato e o da Matinha, da Vic Properties, onde vão crescer perto de 2000 habitações, corroboram esta tendência. “Infelizmente projectos como o Hub Creativo do Beato, que irão trazer à zona milhares de pessoas estão atrasados mas já há uma série de galerias de arte, restaurantes e até sociedades de advogados grandes que apostaram na zona”, afirma. O atraso nos licenciamentos é, aliás, uma das questões mais preocupantes para os promotores imobiliários e para a Smart Studios, que tem todos os futuros projectos em fase de licenciamento há cerca de um ano, a demora na resposta por parte das autarquias acarreta riscos. Nenhum processo de licenciamento demora menos de um ano e pode até demorar vários anos e “quando um investidor estrangeiro se apercebe que existe um risco grande de licenciamento em Portugal, é claramente um factor a pesar negativamente em todo o processo de investimento”.
“As autarquias deveriam realmente ter melhores processos (que de facto têm vindo a implementar com algum sucesso) e terem timings de forma a que o investidor saiba com o que pode contar. Temos de adoptar uma forma de trabalhar um pouco germanófila, temos de ser melhores, temos de ser mais profissionais”, remata.
Os futuros ‘studios’ em números:
Areeiro – 274 (2022)
Asprela – 243 (2021)
Alta de Lisboa (I e II) – 634 (2021)