JLL: Investidores mantêm-se optimistas, mas antecipam subidas das yields nos escritórios e retalho
Do lado da ocupação, espera-se que o regresso à normalidade possa demorar mais de 12 meses, mostra inquérito realizado pela JLL
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Os investidores mantêm um sentimento positivo quanto ao mercado português mesmo no cenário pós-Covid, apurou um inquérito realizado pela JLL. Denominado “A Perspectiva do Investidor na Análise pré e pós-Covid19”, este survey auscultou investidores para traçar um cenário dos possíveis impactos da pandemia no imobiliário de retalho e escritórios enquanto activos de investimento, além de incluir uma ronda de questões concretizada no início do ano, antes do confinamento.
“Se este sentimento de optimismo continuar a predominar entre os investidores é uma prova cabal da atractividade de Portugal enquanto destino de investimento, o que é especialmente importante numa altura em que a pandemia impôs um travão global aos mercados e em que os níveis de liquidez dos investidores continuam elevados. Num contexto de regresso à normalidade, todos os mercados vão querer ir a jogo para captar uma fatia dessa liquidez e acredito que Portugal vai estar extremamente bem posicionado”, defende Fernando Ferreira, head of Capital Markets da JLL.
Ainda assim, a incerteza trazida pela actual pandemia associada a uma expectativa de ajustamento em baixa das rendas, faz antecipar uma subida das yields em ambos os segmentos. 73% dos investidores acredita que as yields dos escritórios irão aumentar no curto-prazo, enquanto que no retalho essa é a opinião de 69% dos inquiridos. Recorde-se que no primeiro trimestre de 2020, os escritórios captaram cerca de 247 milhões de euros de investimento (17% do total) e o retalho 798 milhões de euros (55% do total).
No que se refere ao rendimento gerado pelos activos, antecipam-se revisões em baixa das rendas em ambos os segmentos, dando sequência ao impacto imediato de descida causado pelo Covid19. Depois de 65% dos investidores ter recebido pedidos de isenção de renda dos escritórios durante o confinamento, a maioria acredita agora que vai haver um ajustamento quer nas localizações prime, onde 72% dos inquiridos antecipa descidas, quer nas localizações secundárias, onde essa é a expectativa de 91%. Contudo, o sentimento predominante é de que tal revisão não irá além dos 10%. No caso do retalho, o impacto também foi imediatamente visível nas rendas, onde existe uma forte componente (renda variável) indexada às vendas. É claro para os inquiridos que vai continuar a verificar-se quebra nas vendas, pressionando o rendimento operacional das lojas, com 62% a antecipar que tal descida supere os 10% e outros 38% a situar essa quebra entre 5% e 10%. Esta situação vai continuar a ter impacto negativo nas rendas, esperando-se que atinja de forma mais expressiva os centros comerciais. No comércio de rua, os investidores antecipam um menor impacto na operação, pela própria natureza do formato ao ar livre, com 69% dos inquiridos a acreditar que as vendas neste tipo de formato sofrerão um impacto reduzido.