“Prevemos crescer em 2020 por via do mercado português”
O grupo de construção português está em rota de crescimento. Fechou 2019 com um volume de negócios superior a 515 milhões de euros, o que representa um aumento de 8% face a 2018. 2020 será um novo ano de crescimento e a actividade no mercado português será a principal responsável
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Fecharam o ano de 2019 com um volume de negócios de 514 milhões€. A Casais está a crescer?
Sim, considerando valores agregados registamos um crescimento de 8% em relação a 2018. Estamos presentes em diversos mercados e cada um cresce ou decresce de acordo com o seu ciclo de económico, político ou social. Esta é uma época particularmente sujeita a muitas e rápidas mudanças, pelo que no nosso negócio temos de ser bastante flexíveis e adaptar rapidamente o nosso foco e presença, levando em consideração as oportunidades que sentimos que melhor preenchem o nosso leque de competências. Em 2019 felizmente que os factores positivos foram maiores e por isso, no acumulado, conseguimos obter um crescimento.
A actividade em Portugal também está a crescer?
Em Portugal estamos a crescer por via do aumento da procura no sector privado e estamos a dar resposta a esse crescimento de uma forma sustentada. Queremos manter o nosso alto padrão de qualidade e isso significa manter bem claro o nosso foco realizando as empreitadas para as quais nos sentimos mais vocacionados.
Em que projectos estão envolvidos?
Estamos bastante envolvidos actualmente em tudo que é edificação (Espaços de Escritório, Hotéis, Residencial). Privilegiamos as relações com os nossos clientes mais próximos e estamos a fortalecer os laços de colaboração, levando o nosso know-how e a nossa capacidade instalada que abrange todos os aspectos da construção. Temos mão de obra própria e estamos constantemente a treinar e a formar através da nossa Academia Casais. Temos felizmente recursos em vários mercados e conseguimos através da mobilidade fazer um processo virtuoso de troca de experiência e conhecimento.
A área de engenharia e construção é o vosso core, mas actividade da Indústria é para crescer? Quais serão as vossas apostas neste domínio?
Sempre tivemos uma actividade verticalmente integrada com a área da Engenharia e Construção e as Especialidades / Indústria estão continuamente a contribuir para o sucesso através da sua incorporação nas obras.
Fruto da escassez de mão de obra, estamos a incrementar a nossa aposta na área da Indústria que resulta num aumento da produtividade global. Fazer melhor, com mais qualidade e o mais rápido é possível. Estamos de facto a ver sinais dessa melhoria de processos e prazos. O modelo de trabalho tradicional está condenado e apenas perdurou enquanto havia mão de obra abundante, mas a realidade hoje é completamente diferente.
4500 trabalhadores em 17 mercados
Actividade em 17 mercados externos, responsáveis por 74% do volume de negócios. Qual é o segredo para gerir esta rede?
O segredo esta numa boa equipa que nos assegura uma grande capacidade de desmultiplicação. Aliada a uma boa equipa, considero que temos bons processos de negócio que suportam a gestão de cada unidade com um grande grau de responsabilidade e autonomia. A aposta em “Princípios” e “Valores” que constituem a nossa “Cultura Casais” é outro pilar fundamental, porque esta fundação assegura a coesão e alinhamento entre os 4500 trabalhadores espalhados pelos diversos mercados. Dentro do grupo temos hoje colaboradores de cerca de 23 nacionalidades, vários idiomas, mas apenas uma cultura.
Quais os são os principais mercados internacionais onde a Casais está presente?
Portugal representa os 28%, Angola os 39%, a Europa 21%, Brasil 5% e os restantes apesar de serem mais pequenos, tem todos um papel fundamental no equilíbrio da nossa estratégia e organização. Como referi, é um processo cíclico e de ano para ano todos variam em dimensão e contributo.
Estamos a fazer Hospitais, Hotéis, Escritórios, Catedrais/Igrejas, Habitação, Infraestruturas de Água, etc. Todas as nossas obras são de referência porque em cada m2 em que intervimos deixamos um edifício que pode durar décadas ou séculos, por isso sentimos que neste processo de “transformação” de solo em edifícios para servir uma sociedade, todos os nossos edifícios são especiais.
A curto/ médio prazo haverá entrada em novos mercados?
Vamos manter a nossa actividade sólida nas mesmas geografias, prevendo novo crescimento em 2020, sendo que provavelmente a maior parte dele desta vez poderá vir de Portugal.
Presença Árabe é para reforçar
Os Emirados Árabes Unidos são uma aposta ganhadora? Como tem sido a evolução da actividade nesta região?
É uma aposta que veio em reforço da nossa presença na região onde iniciamos actividade em 2011, no Qatar. Hoje estamos no Dubai e Abu Dhabi, o que veio reforçar a importância da nossa presença naquela região. Acreditamos que vai continuar a ser uma região relevante pelo seu posicionamento estratégico como Hub Logístico e Económico entre o Ocidente (Europa e América), o Oriente e África. Todas as infra-estruturas desenvolvidas transformaram aquela região num espaço incontornável de diversidade cultural e social, com um enorme poder económico e com um mindset melhor preparado para o futuro.
A este propósito não posso deixar de referir o vosso envolvimento na construção do Pavilhão de Portugal, na EXPODUBAI. Como está a decorrer?
Esta não é a nossa estreia numa Expo, já em 2000 tivemos a honra de executar o Pavilhão de Portugal, entre outros, na Expo Hannover 2000. Os desafios sque decorrem numa obra como esta recorrem de dois factores: o prazo e a coordenação. O facto de já estarmos instalados na região deu-nos o conforto para poder abordar este projecto. Temos meios expatriados e locais a trabalhar de forma integrado neste projecto. A coordenação de projecto exige especial atenção porque será necessário compatibilizar o edifício e os conteúdos.
Construir a “Casa Portuguesa” numa exposição desta natureza é um motivo de orgulho?
Sem dúvida. É um grande orgulho poder fazê-lo pela segunda vez e, em especial, porque se trata da maior Expo de sempre em países representados. O investimento massivo do Dubai nesta Expo e o tema escolhido vai atrair muitos expectadores e saber que pudemos contribuir para mostrar ao mundo o nosso País deixa-nos bastante motivados.
A vossa ligação à exposição internacional esgota-se no Pavilhão de Portugal?
Para já sim, mas é provável que surjam mais oportunidades. Nem todos os pavilhões iniciaram nesta data [a entrevista decorreu no final de Janeiro], por isso é provável que venham a ser necessários meios adicionais para garantir a conclusão de todos os espaços.