Escassez de escritórios impulsiona procura por espaços flexíveis
Na Europa, o interesse por estes espaços passou de 10,2%, em 2018, para 12%, em 2019, e está previsto chegar aos 13% da procura total de escritórios em 2020
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De acordo com o mais recente estudo da consultora Savills, é expectável que a absorção no mercado de escritórios europeu tenha atingido os 9,2 milhões de m2 até ao final de 2019, representando uma descida de 4% em relação ao volume de 9,6 milhões de m2 verificado no final de 2018. Na Europa, a falta de espaço de qualidade disponível nos CBD (Central Business District) está a limitar as escolhas dos ocupantes, uma vez que as taxas médias de desocupação passaram de 6,1% para 5,4% nos últimos 12 meses.
A escassez de espaço disponível não só está a “empurrar” a procura de novos escritórios para mercados secundários nos quais investidores oportunistas querem encontrar imóveis para reabilitar, colocar novamente no mercado de arrendamento e vender, como também está a impulsionar uma procura crescente por espaços de escritórios flexíveis em toda a Europa.
Alexandra Portugal Gomes, Senior Analyst da Savills Portugal afirma: “A falta de espaços disponíveis de qualidade e com áreas destinadas, em particular, a grandes ocupantes, tem sido um dos maiores desafios colocados ao mercado de escritórios de Lisboa, que também à semelhança dos restantes mercados europeus, tem tido um comportamento muito resiliente e positivo.
O ano de 2019 foi mais um ano de expansão para os escritórios flexíveis em toda a Europa. Cerca de 687.000 m² de espaços foram ocupados por operadores de escritórios flexíveis entre o primeiro e o terceiro trimestre de 2019, 15% acima do nível equivalente ao mesmo período de 2018.
Para 2020 é expectável que os arrendamentos de escritórios prime aumentem em média 2% nas cidades analisadas, com níveis mais fortes de crescimento do arrendamento em Estocolmo (6%), Amesterdão (6%) e Luxemburgo (6%). Esperamos ainda um crescimento vertical do arrendamento na maioria das cidades alemãs, embora a uma taxa mais baixa do que assistimos em 2019 devido a um abrandamento da economia alemã e a uma redução prevista na procura e absorção. A maioria das cidades registará um crescimento em torno de 1% devido à falta de novos produtos especulativos no mercado.”
De acordo com Jessica Alderson, Global Research Analyst na Workthere, Savills Flexible Office Specialist, “o mercado está a assistir à entrada de novos operadores, reduzindo as margens de lucro operacional oferecidas aos players mais estabelecidos, ao mesmo tempo que os proprietários equacionam oportunidades de lançarem o seu próprio espaço de co-working para aumentar os fluxos de rendimento. Alguns exemplos incluem The Office Operators (TOO) que assinou em Almere, nos Países Baixos, durante o primeiro trimestre de 2019 e a empresa francesa, Wojo, que se está a instalar em Barcelona e irá ocupar 8.000 m2 de um edifício de escritórios recentemente construído”.
Se em 2018 a absorção de escritórios flexíveis representou 10,2% na Europa, em 2019 esta absorção ascendeu para 12% entre o primeiro e o terceiro trimestres de 2019, pelo que a tendência é que se verifique um aumento durante este ano.
“Os escritórios flexíveis continuarão a crescer à medida que o ‘space-as-a-service’ se torna mais popular nos mercados europeus. Prevemos que exceda 13% da procura total de escritórios em 2020, embora esperemos ver mais proprietários a criarem a sua própria oferta operacional. As startups procuram espaços com base no preço de ocupação de secretária, deste modo é expectável que as cidades com bases de ocupantes da alta tecnologia assistam aos maiores aumentos na procura de espaços flexíveis. Obviamente, o arrendamento mais tradicional funcionará de forma mais eficaz para os ocupantes empresariais que planeiam as suas decisões imobiliárias com prazos mais alargados”, explica Jeremy Bates,EMEA head of Occupational Markets da Savills