Dossier: Melhorar a saúde passa (também) pelo projecto
Os hospitais (sobretudo estes) são cada vez mais encarados como centros de elevada diferenciação e de concentração de competências e o projecto, assim como a área dos equipamentos e materiais, tem de acompanhar esse facto. No CONSTRUIR fomos tentar perceber como é que isso pode ser feito
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De acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística, que remontam a 2016 e a que o CONSTRUIR teve acesso, há em Portugal 225 unidades hospitalares, a maioria das quais afectas a grupos privados de saúde. Os dados permitem perceber que estamos a falar de aproximadamente 35400 camas de internamento, 22400 das quais em unidades públicas de saúde.
Não há dados que permitam deduzir as condições de conservação em que estarão estas unidades mas há dados relevantes que apontam para uma margem de “oportunidade” crescente, seja geográfica seja pela necessidade de haver alternativas aos constrangimentos verificados no Sistema Nacional de Saúde. Segundo dados apresentados pela Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, até 2020 deverão nascer, pelo menos, mais 19 unidades de saúde privadas, que se juntam assim às 114 que já existiam. No último ano, abriram portas oito novas unidades hospitalares e até ao final de 2019-2020 devem estar a funcionar mais cinco, segundo um levantamento feito pelo DN. Há ainda três projectos de hospitais particulares sem data de abertura prevista.
750 milhões de euros
Segundo a mesma fonte, estamos perante um investimento em torno dos 750 milhões de euros, isto em relação às unidades privadas. Segundo aquela fonte, os novos hospitais são maioritariamente generalistas, “mas também estamos a falar de hospitais bastante diferenciados. Alguns com cirurgias de ponta, até em departamentos como a oncologia”, indica o presidente da Associação da Portuguesa de Hospitalização Privada, Óscar Gaspar. É o caso do hospital previsto para o Porto, do grupo Trofa Saúde, que envolve um investimento de 70 milhões de euros. O projecto que contempla a utilização das tecnologias mais avançadas em termos de organização hospitalar deverá estar pronto no segundo semestre de 2020. Os novos hospitais são maioritariamente generalistas, “mas também estamos a falar de hospitais bastante diferenciados. Alguns com cirurgias de ponta, até em departamentos como a oncologia”, indica o presidente da Associação da Portuguesa de Hospitalização Privada, Óscar Gaspar. É o caso do hospital previsto para o Porto, do grupo Trofa Saúde, que envolve um investimento de 70 milhões de euros. O projecto que contempla a utilização das tecnologias mais avançadas em termos de organização hospitalar deverá estar pronto no segundo semestre de 2020.
Aposta “geográfica”
Entre estes 19 novos hospitais, há um reforço da oferta nas grandes cidades, como em Lisboa ou no Porto, mas existe também uma aposta em novas áreas geográficas. Nomeadamente no que diz respeito à Trofa Saúde, um grupo que começou por ser regional e que aposta cada vez mais numa perspectiva nacional. Para o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, a análise possível passa por reflectir sobre o crescimento dos hospitais particulares nos últimos anos, que revela “um optimismo do sector privado para fazer novos investimentos”. Sustentado por uma descrença no serviço público e por um aumento do financiamento através da rede convencionada da ADSE, que em 2016 passou a render aos privados 405,3 milhões de euros, quando em 2010 representava 190,2 milhões (um aumento de 112%).
Investimento público
Para o ritmo de crescimento de unidades privadas de saúde não será alheio o facto de, ao nível público, estes serem processos que se arrastam há décadas. Hospital Central do Alentejo, hospitais de Sintra e do Seixal, Hospital da Madeira (com comparticipação do Governo central) e também o Hospital de Lisboa Oriental são projectos há muito calendarizados, que nos últimos anos têm conhecido avanços. O Lisboa Oriental já teve um concurso público lançado, uma data para abertura (2012) e até outro nome, Hospital de Todos os Santos. Mas a crise económica deitou o processo por terra. O projecto foi reactivado por este governo e a autorização para lançamento do concurso foi aprovada pelo Conselho de Ministro em 2017. O futuro hospital vai avançar em regime de Parceria Público-Privada e vai custar 415,1 milhões de euros em 27 anos. Em relação ao hospital de Sintra, o projecto de arquitectura foi aprovado em 2018 e representa um investimento de 51 milhões de euros que deverá estar concluído em 2021. Em relação ao hospital do Seixal, representa um investimento total de 60 milhões de euros e será construído num terreno do Estado, no Fogueteiro, estando vocacionado para prestar cuidados em ambulatório, com serviço de urgência básica aberto durante 24 horas. Terá 72 camas, 60 de convalescença e 12 de cuidados paliativos, 23 especialidades e unidades de cirurgia em ambulatório, de apoio domiciliário e de medicina física e de reabilitação. Um dos mais recentes processos a conhecer avanços diz respeito ao Hospital Central do Alentejo.
O Governo autorizou recentemente a realização de despesa até cerca de 150 milhões de euros para a celebração do contrato de empreitada para a construção do novo Hospital Central do Alentejo, em Évora. Segundo o comunicado do Conselho de Ministros, foi autorizada a realização de despesa para a celebração do contrato da empreitada da obra pública da construção do novo Hospital Central do Alentejo, pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo. Na conferência de imprensa realizada no final da reunião do Conselho de Ministros, a titular da pasta da Saúde, Marta Temido, explicou que a resolução aprovada vai “autorizar a ARS do Alentejo a assumir a realização da despesa no montante máximo de cerca de 150 milhões de euros”. Já em relação ao novo hospital da Madeira, prevê-se um investimento de 201 milhões de euros entre 2019 e 2023, dos quais 35 milhões dizem respeito a este ano e 52 milhões em 2020, ficando previsto um gasto de 38 milhões de euros em cada um dos três anos seguintes.
Os desafios
Tão importante quanto perceber o calendário previsto para a abertura de novas unidades, importa igualmente perceber que implicações tem o projecto, de raiz, no que se espera que seja a melhoria das condições em que são prestados cuidados de saúde. Rita Piçarra, do atelier Openbook – que tem na sua carteira de projectos, por exemplo, a concepção de uma unidade para o grupo CUF em Vila Real- explica ao CONSTRUIR que “o desenho, enquanto resultado do estudo e cruzamento das várias valências – função, estética e espacialidade – é fundamental na definição da qualidade do espaço, tendo implicação directa no conforto e recuperação dos utentes”. Para a arquitecta, trata-se de “uma qualidade que é igualmente importante para o corpo profissional e para os cuidados por eles prestados”. Considerando que actualmente um hospital é um centro de elevada diferenciação e de concentração de competências, Rita Piçarra sublinha que “o projecto tem de fazer a gestão e coordenação de todas as exigências e solicitações das várias competências e intervenientes, procurando sempre a sua optimização e melhor aplicação no que respeita à vivência, conforto e máxima qualidade espacial”. Já no que respeita aos desafios que se colocam à concepção de um projecto deste tipo, a coordenadora de projecto explica que na área da saúde, o” conforto do utilizador é hoje o desafio máximo a atingir”. “Para além das questões específicas dos vários sistemas técnicos de funcionamento de uma unidade de saúde, o conforto do espaço é mais explícito na sua estética espacial, funcionalidade, optimização de circuitos, conforto térmico, acústico, iluminação…”, diz, acrescentando que “há uma procura cada vez maior de um “ambiente residencial” nas áreas da saúde, face a todo o conforto que se pretende transmitir e proporcionar”.
Questionada sobre a importância do projecto para aspectos como a melhor gestão do espaço ou a própria eficiência energética, Rita Piçarra reconhece que “a eficiência energética é um assunto que em qualquer projecto carece de uma atenção cada vez mais especial, em todas as tipologias e áreas de projecto”. “No que respeita à área da saúde, a coordenação e optimização dos sistemas e equipamentos necessários a qualquer unidade, requerem um controlo maior do resultado da sua eficiência energética”, diz, acrescentando que “apesar das solicitações técnicas muito específicas das várias especialidades, procuramos sempre a aplicação de formas de eficiência energética que vão desde, por exemplo, a utilização e optimização da iluminação natural, utilização de sistemas de controlo luminotécnico de iluminação artificial, sistemas sustentáveis de produção/consumo de energia e aquecimento de águas, e elementos construtivos de controlo do comportamento térmico da própria edificação”.
O que dizem as empresas?
Olhando para os desafios que se colocam na construção de unidades de saúde, de que modo as empresas respondem e que tendências identificam neste tipo de projectos? A Delabie, especialista em soluções e acessórios de higiene para locais públicos, seja ao nível do fornecimento de torneiras e equipamentos sanitários, recorda que nos estabelecimentos de saúde, como hospitais, clínicas, lares e casas de repouso, as torneiras e os equipamentos sanitários, bem como as suas redes de água, são uma fonte permanente de proliferação bacteriana. “O grupo Delabie tem como preocupação constante a luta contra a prevenção do desenvolvimento bacteriano e propõe assiduamente soluções únicas que dão reposta às exigências dos estabelecimentos de cuidados de saúde”, assegura ao CONSTRUIR a responsável de marketing da empresa em Portugal. Cláudia Roque revela que a companhia desenvolveu uma nova mistura de duche termostática, a H9769, especificamente estudada para reduzir o risco da proliferação bacteriana e que responde às exigências dos estabelecimentos de cuidados de saúde e matéria de higiene. “Na verdade, a Delabie desenvolveu uma patente única que permitiu obter uma misturadora termostática com fecho de água fria e de água quente directamente nas entradas, tornando assim inúteis as válvulas anti-retorno”, acrescenta, explicando que “graças à sua concepção única, torna impossível a intercomunicação entre a água quente e a água fria, reduzindo consideravelmente, o risco de proliferação bacteriana”. Outra particularidade desta misturadora, é a baixa capacidade de volume de água em estagnação no seu corpo, limitado a o mínimo. A água quente circula no interior de um tubo liso de diâmetro restrito, o que reduz a formação do biofilme e simplifica a sua manutenção. Esta misturadora, permite também realizar facilmente os choques térmicos à temperatura da água quente da rede, sem desmontar o manípulo ou cortar a alimentação de água fria. A H9769 está também equipada com um cartucho termostático SECURITHERM que assegura uma estabilidade da temperatura, sejam quais forem as variações de pressão e de débito. A tecnologia termostática garante uma segurança anti-queimaduras automática em caso de corte de alimentação de água fria, a água quente fecha totalmente e instantaneamente.
A misturadora H9769 também beneficia da tecnologia SECURITOUCH, não havendo qualquer risco de queimadura ao tocar na misturadora. Com um débito regulado a 9 litros por minuto, a misturadora H9769 permite uma economia de água de 50%, em comparação com as torneiras do mercado, preservando o conforto do utilizador. Além disso, menos volume de água na instalação, significa um menor risco de proliferação bacteriana.
“A nossa preocupação da batalha com a contaminação bacteriana continua com os sistemas de descarga das sanitas”, continua Cláudia Roque, explicando que “as sanitas são uma fonte comprovada de contaminação bacteriana e como todos os estabelecimentos que recebem púbico (ERP), os estabelecimentos hospitalares e de cuidados de saúde são confrontados com esta problemática diariamente”. Pensando nisso, a Delabie renovou a sua gama de estruturas de suporte com descarga directa, TEMPOFIX 3 para sanitas suspensas. “Em termos de higiene, as sanitas suspensas são mais fáceis e rápidas de limpar, garantindo uma maior higiene”, revela a responsável de marketing da Delabie, acrescentando que “a estrutura de suporte autoportante ou de fixação mural da Delabie é fornecida pré-montada, permitindo a escolha de uma torneira temporizada ou electrónica.
Quem está igualmente a promover soluções para unidades de saúde é a TEV. Uma fonte de energia segura para rotas de fuga e resgate em caso de incêndio é uma tarefa exigente, especialmente em locais com multidões como centros comerciais, aeroportos, hospitais e outros prédios públicos. Em caso de incêndio, equipamentos eléctricos como elevadores, iluminação de emergência, exaustores e alarmes devem permanecer operacionais por 30, 60 ou 90 minutos, permitindo que as pessoas deixem o prédio e ajudem os trabalhadores na operação de resgate. As caixas FK da Hensel atendem a esses requisitos. Oito tipos de termoplásticos com conexão de fixação feita de cerâmica resistente a altas temperaturas garantem a integridade funcional de acordo com as classes E30-E90. A protecção contra incêndios começa no planeamento do edifício e com a existência de um: as caixas de derivação ENYCASE da Hensel foram testadas de acordo com a DIN 4102 Parte 12 em conjunto com os cabos de manutenção de função. As caixas de derivação FK estão em conformidade com a norma de segurança DIN EN 60 670-22 e são adequadas para conectar cabos e cabos com integridade funcional de 1,5 a 16 mm².