A ‘unicidade’ do Porto como factor de atracção de investimento
Ao CONSTRUR, Joana Lima, responsável da Predibisa pelo segmento da reabilitação, faz o retrato do sector e das novas tendências no Porto

ISQ participa em projecto europeu de aço “verde” produzido com hidrogénio
OBO Bettermann apresenta nova linha de produtos BlackLine
Deco Out estreia-se com “expressiva” adesão e “envolvimento” de profissionais do sector
Cosentino apresenta primeiro relatório global de tendências para a arquitectura e design
Nomad Eden na Foz conclui comercialização de um dos dois sectores
Mello RDC lança projecto de habitação São Ciro 19
Gaia registou 3400 pedidos de licenciamento de novos fogos em 2024
Sector privado pode salvar o estado? Mais de metade dos empresários acreditam que sim
Corticeira Amorim e Rockwell Group promovem a cortiça em Milão
ERA fecha trimestre nos 28M€ de facturação e crescimento de 32%
Património da Unesco, a cidade do Porto tem sabido, desde sempre, posicionar-se no sector imobiliário com um perfil próprio, graças à presença do rio, à proximidade do mar, à sua ligação ao vinho, à indústria e ao comércio. Um conjunto de características que têm motivado a procura de investidores interessados no centro histórico e na sua reabilitação. Mas não só. Actualmente, o aumento da nova construção, tanto para habitação como para escritórios tem também permitido alargar a zona de actuação dos investidores
Texto: Cidália Lopes (clopes@construir.pt)
Habitação, hotéis e escritórios são os principais sectores que fazem ‘mexer’ o imobiliário portuense, mas também residências de estudantes, seniores e ligados à identidade do Porto e do vinho. Grandes grupos económicos, nacionais e estrangeiros, apostam cada vez mais no Norte e, nos próximos anos, são esperados vários projectos de media e grande dimensão. Ao CONSTRUR, Joana Lima, responsável da Predibisa pelo segmento da reabilitação faz o retrato do sector e das novas tendências
Que análise faz do estado actual da reabilitação no Norte, em particular no Porto?
Apesar da inevitável subida dos preços, decorrente de uma procura crescente e consistente, o investimento por parte de grandes investidores, portugueses e estrangeiros, tem crescido muito, o que está a trazer uma maior profissionalização do sector e uma diversificação no tipo de oferta imobiliária. Confirma-se, também, o reforço do investimento por parte de clientes estrangeiros que cada vez mais escolhem o Porto para viver ou para repartir a sua residência com um potencial rendimento associado.
Tendo em conta o crescimento da reabilitação urbana no centro histórico da cidade consideram que haverá tendência para esta também crescer para outras zonas?
Pela dimensão dos edifícios no centro histórico, determinados projectos imobiliários de maior escala só são possíveis noutras zonas da cidade. Esta distribuição de investimentos tem o mérito de unir todas as zonas, mantendo-se, no entanto, a Baixa do Porto como a área mais procurada.
#gallery-2 { margin: auto; } #gallery-2 .gallery-item { float: left; margin-top: 10px; text-align: center; width: 33%; } #gallery-2 img { border: 2px solid #cfcfcf; } #gallery-2 .gallery-caption { margin-left: 0; } /* see gallery_shortcode() in wp-includes/media.php */
Além do Porto é possível actualmente identificar algumas outras regiões a Norte que também estejam a despertar o interesse de investidores?
Em termos residenciais o Porto continua a ser a cidade mais procurada. Ao nível da indústria e logística, as cidades à volta do Porto têm acolhido muitos investimentos, designadamente estrangeiros, beneficiando de infraestruturas de grande qualidade como o porto de Leixões, o aeroporto e a rede viária.
Desde 2015, 2016, quando começou a despontar o interesse da reabilitação no Porto, é possível identificar diferenças em termos de mercado?
Ao nível residencial destaca-se a procura por tipologias maiores e a compra de habitação por parte de estrangeiros; ao nível hoteleiro assiste-se a um contínuo investimento em novos hotéis e a chegada de novas cadeias; finalmente ao nível do mercado de escritórios, têm surgido diversos projetos de grande escala, por forma a satisfazer a procura de empresas estrangeiras que querem instalar-se no Porto, beneficiando da qualidade dos recursos humanos, das acessibilidades, dos reduzidos custos e da qualidade de vida em geral.
Quando falamos de reabilitação considera que se está criar um espaço próprio e com caraterísticas distintas quando se fala de Lisboa ou do Porto?
Há uma óbvia diferença de escala. O Porto, embora seja uma cidade mais pequena, sempre teve uma identidade muito forte, decorrente da sua longa história e da sua ligação ao vinho, à indústria e ao comércio. Nos últimos anos assistiu-se a um crescimento muito forte do turismo em Portugal, e no Porto em particular, o que muito contribuiu para impulsionar o sector imobiliário. Atendendo às características do edificado do Porto – património da Unesco -, à presença constante do rio e do mar, à proximidade ao aeroporto, à qualidade da Universidade do Porto, pode dizer-se que o Porto tem um espaço próprio, como aliás sempre teve.
Como perspectiva a dinâmica da reabilitação nos próximos anos?
Continua e continuará a crescer muito, em virtude de estarem em curso grandes projectos de players nacionais e internacionais, nas mais diversas áreas. Além dos tradicionais mercados residencial e hoteleiro, surgirão diversos projectos de escritórios, de residências de estudantes e de seniores e projectos de lazer ligados à identidade do Porto e do vinho.