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    Fotografia: Tiago Casanova

    Arquitectura

    “Por vezes a nossa função enquanto arquitectos não é inventar, mas reinventar”

    Em entrevista ao CONSTRUIR, Samuel Gonçalves e Bruno Teixeira explicam as especificidades do Sistema Gomos

    Ana Rita Sevilha

    Fotografia: Tiago Casanova

    Arquitectura

    “Por vezes a nossa função enquanto arquitectos não é inventar, mas reinventar”

    Em entrevista ao CONSTRUIR, Samuel Gonçalves e Bruno Teixeira explicam as especificidades do Sistema Gomos

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    Distinguido recentemente com o Prémio Internacional Red Dot: Design Concept, na categoria “Habitat”, a Summary soma e segue na missão de mostrar que qualidade e pré-fabricação andam de mãos dadas e que respondem aos desafios actuais da sociedade contemporânea. Em entrevista ao CONSTRUIR, Samuel Gonçalves, fundador da Summary e Bruno Teixeira, administrador da FARCIMAR – empresa que está responsável pela produção, comercialização e engenharia do Sistema Gomos –
    falam sobre as particularidades dos sistemas que desenvolvem. Samuel Gonçalves revela ainda que, entre os projectos que o gabinete está a trabalhar, se encontram um novo sistema construtivo baseado em estruturas de andaime e um projecto para a recuperação duma floresta ardida em Arouca, que incorpora “estratégias de desenho defensivo” de forma a reduzir a probabilidade de novos incêndios.

    Como se encontra o equilíbrio entre o pragmatismo e o experimentalismo?
    Samuel Gonçalves: Esse equilíbrio não é propriamente uma escolha, é o que, querendo ou não, define o nosso trabalho no dia a dia. Por um lado assumimos uma atitude experimental, marcada por uma vontade de criar soluções novas, mas ao mesmo tempo fazemo-lo com um pragmatismo brutal. Todos os dias levamos o “soco” da realidade, todos os dias trabalhamos com contenção de custos, com optimização de recursos e com prazos apertados. Ou seja, o nosso experimentalismo está ligado directamente a uma abordagem muito realista e nada utópica.
    Existe ainda outro elemento que contribuiu para este equilíbrio: o facto dos nossos projectos serem acompanhados por equipas de especialistas em diferentes áreas desde o primeiro momento e o facto de trabalharmos em parceria com empresas muito experientes, que nos ajudam a passar da ideia à realidade, do desenho à prototipagem. No caso do projecto premiado, “Gomos Building System”, trabalhamos em parceria com a FARCIMAR S.A., que tem o seu departamento de inovação constantemente focado no melhoramento deste sistema e na validação técnica das nossas ideias.

    Referem no vosso website que, um dos desafios que a sociedade contemporânea coloca à arquitectura é a necessidade de processos de construção mais simples e céleres. Que outros desafios encontram que as soluções Summary consigam responder?
    Samuel Gonçalves: Para além desses, outro desafio que está constantemente presente nos nossos trabalhos é a optimização de recursos físicos. Preocupamo-nos com a redução de custos associados aos nossos projectos, assim como com a utilização de recursos locais, que reduzam desperdícios (de materiais, de transportes e de energia a utilizar nos processos construtivos).

    Na Bienal de Veneza, a vossa proposta utilizava infra-estruturas de serviços básicos para uma estrutura de arquitectura aberta. Este “reinventar” é uma necessidade da arquitectura contemporânea?
    Samuel Gonçalves: Sim, sem dúvida. A exposição que levamos à Bienal de Veneza mostra isso mesmo – por vezes a nossa função enquanto arquitectos não é inventar, mas antes reinventar, reinterpretar soluções já existentes. O Sistema Gomos é uma reinterpretação do típico sistema de manilhas de betão, tradicionalmente usado nas redes de drenagem de esgotos. Claro que os Gomos têm tudo o que é necessário para fazer dele um sistema habitável (isolamento térmico, acabamentos e instalações de electricidade e de água). Mas em termos construtivos, o tipo de encaixe e o tipo de montagem é semelhante aos sistemas de canalizações em betão. Esta abordagem – não desenvolver do zero mas sim partindo de sistemas já existentes e adaptando-os –  permite acelerar os processos de desenvolvimento e de prototipagem e passar as soluções do papel para o terreno com mais rapidez.

    O Sistema Gomos recebeu recentemente um Prémio Internacional – o Red Dot -, o que é que o diferencia?
    Samuel Gonçalves: Acredito que o motivo que levou à atribuição do prémio se centra no facto deste sistema construtivo ter um enquadramento num contexto de “emergência arquitectónica” que se faz sentir à escala global. Quando falo em “emergência arquitectónica” refiro-me a dois níveis diferentes: 1- emergência extrema: nos próximos 15 anos, a população mundial a que vive em cidades aumentará em cerca de 70%, de 3 biliões para 5 biliões de pessoas. Esta é a primeira vez que um crescimento populacional desta escala vai ocorrer num intervalo temporal tão curto. Trata-se, portanto, de um momento histórico sem precedentes. Neste contexto, é essencial que a arquitectura desenvolva soluções capazes de dar resposta à necessidade de construir com a rapidez que esta situação exige. 2 – emergência induzida: existe uma crescente necessidade de imediatismo por parte de uma sociedade global e acelerada, habituada à eficiência de produtos e serviços que encontra em marcas como IKEA, UBER ou AirBNB.
    Estes dois novos cenários, aparentemente sem relação, têm um factor em comum. Ambos apelam a um crescente pragmatismo e ambos colocam o mesmo desafio à arquitectura: optimização de tempo e de recursos físicos. Estes são os pontos-chave do Sistema Gomos e de todo o trabalho que desenvolvemos na SUMMARY.

    Como é a aceitação da construção pré-fabricada em Portugal?
    Samuel Gonçalves: Está em crescendo, embora exista ainda algum preconceito ligado à pré-fabricação. É curioso perceber que estas soluções são produzidas em fábrica, sob condições altamente controladas, em que a probabilidade de erro é infinitamente menor quando comparadas com a construção tradicional e, ainda assim, muitas pessoas associam os pré-fabricados a soluções pouco duráveis, fracas tecnicamente. Factualmente, esta percepção não corresponde à verdade. Julgo que isto não é mais que uma questão cultural. Contudo, é um problema com décadas, que se discute já desde a primeira grande guerra, em que a necessidade de reerguer rapidamente cidades europeias estava dependente de soluções pré-fabricadas. Mesmo aí, nesse contexto de emergência, houve movimentos de grupos alargados de população que diziam que a pré-fabricação colocava em causa a sua identidade ou o seu ideal de casa.

    Quais os grandes desafios e por onde passa o futuro da pré-fabricação?
    Samuel Gonçalves: Apontaria três pontos essenciais: Um deles será certamente aquele que apontámos anteriormente – conseguir conviver bem com o grande público, conseguir gerar uma aceitação generalizada e reduzir o preconceito associado a este tipo de soluções; Outro será o equilíbrio entre standardização e customização, ou seja, teremos de desenvolver soluções que sejam suficientemente standard para que as suas linhas de produção possam ser seriadas, mas ao mesmo tempo suficientemente flexíveis para que os utilizadores possam fazer alterações tipológicas e adaptadas às suas necessidades específicas; E apontaria ainda a compatibilização entre estes sistemas pré-fabricados e os métodos tradicionais de construção; julgo que estes dois universos não têm de representar pólos opostos e devem encontrar formas de trabalhar de forma complementar. Se por um lado é importante uma reposta à rapidez de construção que é necessária à escala global, que só os sistemas pré-fabricados e modulares podem dar, também é importante preservar alguns métodos de construção tradicional, cuja eliminação representaria uma catástrofe para pequenas economias locais que estão muito dependentes da construção.

    Em Vale de Cambra, criaram um programa que inclui unidades de habitação. O que vos foi pedido e de que forma a vossas soluções responderam aos problemas?
    Samuel Gonçalves: O programa deste edifício inclui várias unidades de habitação colectiva e espaços de serviço multifuncionais. As exigências por parte do cliente eram claras e estavam definidas desde o primeiro momento: a construção teria de ser rápida, económica e modificável ao logo do tempo, consoante as diferentes necessidades que pudessem surgir.
    A estratégia de projecto é bastante simples: 2 programas diferentes são colocados em 2 pisos diferentes. O rés-do-chão é ocupado com os espaços de serviço multifuncionais, em contacto directo com a via pública; o piso superior destina-se às unidades de habitação. Cria-se um acesso independente para cada um destes programas tendo em conta os usos diversos colocados a níveis diferentes, tirando partido da inclinação natural do terreno.
    O rés-do-chão é composto por painéis estruturais pré-fabricados em todo o seu perímetro. Tendo em consideração as exigências da encomenda, os espaços de serviço multifuncionais são concebidos de forma absolutamente flexível, sendo possível adicionar futuramente novos compartimentos ou fazer com que todo o piso funcione como um grande open-space. Os utilizadores farão o seu próprio espaço, de acordo com o programa a desempenhar no momento.
    O piso superior é integralmente composto por módulos do Sistema Gomos. Considerando que a área máxima a construir legalmente permitida era muito limitada, o espaço vazio exigido é utilizado como separador das várias unidades de habitação. Concebido e licenciado como um projecto de habitação colectiva, com estas separações o projecto incorpora as principais vantagens da habitação individualizada: entradas claramente individualizadas e uma completa separação acústica entre as diferentes unidades.

    Em que projectos estão actualmente a trabalhar?
    Samuel Gonçalves: Neste momento estamos a desenvolver um novo sistema construtivo baseado em estruturas de andaime. Temos ainda em curso vários projectos que têm como base o Sistema Gomos, como um centro de incubação e inovação industrial e um projecto que mistura turismo e habitação. Mais recentemente iniciámos um novo projecto para a recuperação duma floresta ardida em Arouca, incorporando “estratégias de desenho defensivo” de forma a reduzir a probabilidade de novos incêndios naquela área e a garantir uma intervenção rápida e eficaz caso estes aconteçam.

    Quais os grandes desafios técnicos que o materializar de um sistema como o Gomos trouxe à Farcimar?
    Bruno Teixeira: O Sistema Gomos é o resultado de um projecto de I&D cujos objectivos eram a obtenção de um sistema de construção modular diferenciador, de rápida execução e onde o betão fosse o material base. Este processo foi assim uma oportunidade para a Farcimar desenvolver um produto / solução dirigido à construção de Edifícios (residenciais ou não residenciais) partindo dos seus mais de 25 anos de experiência na área dos pré-fabricados de betão, até então com uma gama de produtos e soluções dirigidas especialmente para as obras de engenharia e de Infra-estruturas.
    O Sistema Gomos foi o primeiro produto / solução que a Farcimar lançou cujo projecto de I&D, além de uma forte componente técnica na área da Engenharia Civil, teve também a Arquitectura e o Design como especialidades centrais.
    Embora o Sistema Gomos tenha desafiado e alargado mesmo os limites do conhecimento técnico da Farcimar nesta sua área de especialização, dos pré-fabricados de betão, consideramos que os maiores desafios técnicos ainda estão para chegar por via das exigências dos projectos e solicitações futuras.

    Na sua opinião, que mais-valias os sistemas pré-fabricados aportam quando comparados com a construção tradicional?
    Bruno Teixeira: As mais-valias reconhecidas aos sistemas pré-fabricados e referindo-me em particular aos sistemas / soluções pré-fabricados em betão são, e destacaria como principais, a maior qualidade e por conseguinte maior durabilidade, que advém do maior controlo associado à sua produção em fábrica; maior rapidez de execução e de entrada em serviço, logo redução de custos; melhoria das condições de trabalho e de segurança em obra face à rapidez e simplicidade dos processos de montagem. Pré-fabricados de Betão versus construção tradicional: Melhor, mais rápido e seguro.

    Ao nível da inovação técnica, por onde passa o futuro da pré-fabricação de betão?
    Bruno Teixeira: O futuro da pré-fabricação em betão é algo em que acreditamos muito e isso não só pelo que de inovador se venha a desenvolver nesta área, mas muito pela crescente valorização por parte do mercado, das características que já são hoje reconhecidas ao betão e que fazem dele o produto de construção número um no mundo.
    Mas ao nível da inovação técnica o futuro da pré-fabricação de betão passará, do nosso ponto de vista, por exemplo, pela redução de espessuras dos elementos pré-fabricados através da utilização de betões de alta resistência reforçados com materiais alternativos ao aço.
    Além disso é evidente que todas as inovações ao nível da melhoria das características do betão sejam do seu comportamento mecânico, térmico, acústico ou outro, vão influenciar muito a evolução do sector dos pré-fabricados de betão, pois alargarão significativamente o leque de utilizações dos produtos e soluções em pré-fabricados de betão.

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    Sobre o autorAna Rita Sevilha

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    Créditos imagem: Walter Fernandes

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    Cine-Estúdio Namibe integra World Monuments Watch 2025

    O Cine-Estúdio Namibe foi seleccionado para integrar a lista de 25 sítios históricos de relevância global do World Monuments Watch 2025, entre centenas de candidaturas. Durante os próximos dois anos uma equipa da FAUP e da Iperforma Angola vai liderar um trabalho de investigação visando a a sua conservação e manutenção a longo prazo

    O projeto de investigação da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), em parceria com a empresa de engenharia e arquitectura Iperforma Angola, para a salvaguarda e conservação do Cine-Estúdio Namibe, em Angola, foi seleccionado para integrar o World Monuments Watch 2025.

    A escolha do Cine-Estúdio Namibe para integrar a lista de 25 sítios históricos de relevância global do World Monuments Watch 2025, entre centenas de candidaturas, reflecte a sua importância para Angola como um marco significativo do seu património cultural.

    Com esta selecção e durante os próximos dois anos, o projecto vai beneficiar de um conjunto de apoios e recursos para o trabalho de investigação em torno do Cine-Estúdio Namibe, procurando estabelecer uma estreita relação com o Governo da República de Angola.

    A investigação será realizada com o envolvimento e a auscultação das comunidades e parceiros locais, determinantes para o sucesso da iniciativa, e por uma equipa multidisciplinar composta por especialistas nacionais e internacionais, com vasta experiência na área da arquitectura e da conservação do património.

    O projecto enquadra-se no Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo (CEAU) da FAUP e constitui uma das linhas de actuação da Cátedra UNESCO “Património, Cidades e Paisagens. Gestão Sustentável, Conservação, Planeamento e Projeto”, atribuída à Universidade do Porto através da FAUP.

    A equipa que elaborou a candidatura é composta por Teresa Cunha Ferreira (FAUP/CEAU, Cátedra UNESCO), Luis Urbano (FAUP/CEAU), Pedro Murilo Freitas (FAUP/CEAU, Cátedra da UNESCO), Ana Tostões (Técnico Lisboa, FAUP/CEAU) e Rui Fernandes Póvoas (FAUP/CEAU, Cátedra UNESCO), contando também com os consultores Paulo B. Lourenço (UMinho/DEC) e Maria Manuel de Oliveira (UMinho/EAAD). A candidatura foi elaborada em parceria com a Iperforma Angola (Daniel Quintã, Margarida Quintã e Afonso Quintã) e contou com Susana Matos (Universidade Lusíada de Angola,) a actuar como gestora do projecto no terreno. Durante os próximos dois anos serão estabelecidas parcerias e colaborações com outras entidades e representantes locais.

    Segundo a coordenadora do projecto, Teresa Cunha Ferreira, “esta investigação tem o objectivo de, através de recursos dedicados e de equipas pluridisciplinares, potenciar a utilização e divulgação de um edifício emblemático para as comunidades locais, a par com a sua conservação e manutenção a longo prazo. Simultaneamente, permitirá a sensibilização internacional para a salvaguarda do património moderno angolano, nalguns casos em risco, e sua transmissão às gerações futuras”.

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    Sede SRN (fotografia de Cunha Pimentel NPS Arquitectos)

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    Arquitectos do Norte lançam ‘InterSecções’ e inauguram exposição sobre edifício sede

    Além do lançamento da publicação, será inaugurada uma exposição sobre a história da Rua Álvares Cabral, no Porto, onde se situa o edifício-sede da SRN, onde está prevista uma mesa-redonda com Pedro Baganha, arquitecto e vereador do Urbanismo da CMP e presidente do Conselho de Administração da Porto Vivo

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    A Secção Regional Norte (SRN) da Ordem dos Arquitetos apresenta, esta quinta-feira, dia 16 de Janeiro, o primeiro número da sua publicação periódica ‘InterSecções’, uma plataforma dedicada à partilha de ideias sobre arquitectura e urbanismo. O evento de lançamento será complementado pela inauguração de uma exposição sobre a história da Rua Álvares Cabral, no Porto, onde se situa o edifício-sede da SRN e por uma mesa-redonda com a participação do Pedro Baganha, arquitecto e vereador do Urbanismo da Câmara Municipal do Porto e presidente do Conselho de Administração da Porto Vivo, SRU, entre outros intervenientes.

    A revista ‘InterSecções’ é uma proposta de divulgação em rede participada por várias Secções Regionais da Ordem dos Arquitectos. Segundo a Andreia Oliveira, arquitecta e presidente do Conselho Diretivo Regional Norte, “a publicação será um ponto de encontro de partilha de ideias, experiências e conhecimentos, promovendo um diálogo directo, aberto e enriquecedor entre a Ordem, os seus membros e a sociedade”.

    Com periodicidade semestral, a edição da SRN abordará temas de actualidade, entrevistas com figuras de relevo, artigos de opinião, roteiros e conteúdos sobre as atividades e serviços da Secção.

    O primeiro número tem como tema o edifício-sede da SRN, fruto do esforço de várias direcções e da reabilitação de um conjunto arquitectónico na Rua Álvares Cabral. Entre os conteúdos destacados, encontra-se um artigo de opinião sobre reabilitação urbana de Pedro Baganha e uma entrevista à arquitecta Ruth Schagemann, presidente do Conselho Europeu dos Arquitectos, que aborda temas como mobilidade e sustentabilidade na profissão.

    A edição inclui, ainda, uma memória descritiva do edifício, assinada pelos NPS Arquitectos, uma reportagem fotográfica, e uma análise histórica do contexto urbano da Rua Álvares Cabral pela historiadora Maria do Carmo Pires. Faz-se ainda uma resenha sobre o Norte 41º, projecto integrado na orgânica da SRN, que permitiu a construção do edifício e viria depois a consolidar-se com o objectivo de promover projectos de investigação, formação, divulgação e debate de temas emergentes na prática profissional do arquitecto.

    A exposição, também inaugurada no evento, apresenta desenhos arquitectónicos, artefactos e documentos históricos que destacam a importância patrimonial da rua, classificada como conjunto arquitectónico de interesse público em 2012.

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    Prémios ex-aequo: Casa TT (@Ivo Tavares) e Escola Castêlo da Maia (@NUDO)

    Arquitectura

    APJAR atribuí prémio ex-aequo a duas obras

    Gonçalo Byrne, porta-voz do júri, fez notar a qualidade de todas as obras candidatas, explicando a atribuição do primeiro prémio ex-aequo, pelo “relevância da sua qualidade”, independentemente da dimensão de cada uma. Destacou, ainda, a “exímia recuperação do interior do apartamento distinguida com a menção honrosa”

    CONSTRUIR
    tagsAPJAR

    O Prémio Municipal de Arquitectura João Álvaro Rocha de 2024 foi atribuído, em ex-aequo, a duas obras: à renovação da Casa TT, (2017-2018), da autoria do arquitecto António José Beça do Fundo Ferreira, ADOFF arquitectos, e à ampliação e renovação da Escola Secundária do Castêlo da Maia, (2009-2016), da autoria do arquitecto José Carvalho Araújo, Atelier Carvalho Araújo. Foi, ainda, atribuída uma Menção Honrosa à remodelação do apartamento 1602Hven2, (2016), da autoria de José Jorge Soares, da JJSoares arquitectura.

    As obras premiadas, assim como as restantes admitidas a concurso, irão estar patentes ao público até dia 16 de Fevereiro, no Fórum da Maia.

    Gonçalo Byrne, porta-voz do júri, fez notar a qualidade de todas as obras candidatas, explicando a atribuição do primeiro prémio ex-aequo, pelo “relevância da sua qualidade”, independentemente da dimensão de cada uma. Destacou, ainda, a “exímia recuperação do interior do apartamento distinguida com a menção honrosa”.

    O projecto de renovação da Casa TT tira partido não só das características mais antigas de uma casa de lavoura, presumivelmente do início do séc. XX, como também de outra intervenção, uma ampliação adicionada à fachada tardoz nos anos 80.

    Já a densificação da Escola Secundária do Castêlo da Maia partiu da duplicação dos seus pavilhões originais, tendo em conta a adaptação ao espaço físico e a interação com a comunidade em que se integra. O desenho do espaço cria condições para um uso criativo e multifuncional que enriquece reciprocamente as actividades educacionais e a vida da comunidade.

    MencaoHonrosa – apartamento 1602Hven2 (Fotografia Marta Ferreira LFA)

    A remodelação do apartamento 1602Hven2, que recebeu a Menção Honrosa, passou por identificar o que eliminar e não tanto por desenhar o que edificar. O arquitecto eliminou paredes e tectos de madeira, e o que construiu tem a ligeireza um armário de madeira clara de bétula, que não toca no tecto, e que num único elemento resolve todas as necessidades de arrumação e de acesso a outros compartimentos.

    António Silva Tiago, presidente da Câmara Municipal da Maia, presente na cerimónia, afirmou esperar que o Prémio “continue a contribuir para a consolidação do trabalho da Autarquia na promoção da qualidade arquitectónica e urbanística das edificações e espaços públicos do território concelhio”.

    De referir, que as restantes obras são uma remodelação de uma habitação unifamiliar, a Quinta da Francesa, pelo atelier in.vitro / Joana Leandro Vasconcelos, os edifícios de habitação Altavista 12 e Altavista 14, da autoria de BLK-Porto Arquitectura / Fernando Gomes, a Casa Calvilhe, da autoria de Nuno Lopes e Sérgio Amorim, e duas remodelações de apartamentos, a Casa Rebelo e um apartamento no Centro da Maia, da autoria de Ren Ito e Rui Morbey, respectivamente.

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    Jamor: Aires Mateus assina projecto de renovação do Estádio Nacional

    Sem data de arranque dos trabalhos, nem data de conclusão definida, o investimento estimado ronda os 25 milhões de euros

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    Manuel Aires Mateus vai ser o coordenador do projecto de reabilitação do Estádio Nacional, segundo os resultados de um concurso de ideias realizado com a assessoria técnica da Secção Regional de Lisboa e Vale do Tejo da Ordem dos Arquitectos.

    “A proposta foi destacada pela sua excelente adequação ao carácter patrimonial do estádio, pela originalidade da cobertura e pela coerência programática”, pode ler-se no comunicado que revela a ponderação do júri constituido para o efeito.

    Manuel Aires Mateus explicou que “este concurso é apenas o princípio de um diálogo. Começámos por entender a demografia do Estádio Nacional. A prioridade foi preservar o património e refuncionalizá-lo. Entre as novidades destacam-se a construção de uma pala com inclinação variável, umaoperação de ‘limpeza’ na entrada para a tribuna e a criação de um parque de estacionamento subterrâneo.”

    O concurso recebeu 13 candidaturas, das quais seis foram selecionadas para apresentação de trabalhos de conceção.

    Fernando Gomes, presidente da FPF afirmou que foi “com sentido de responsabilidade e enorme orgulho que a Federação Portuguesa de Futebol assumiu a liderança do projeto de reabilitação do Estádio Nacional, em conjunto com as federações de atletismo e de râguebi.”
    “Quero felicitar o consórcio vencedor do concurso e agradecer a todos os restantes concorrentes que apresentaram as suas candidaturas”, disse. “A reabilitação do Estádio Nacional é um testemunho do compromisso de todos nós com o desporto, com a história e com o futuro.

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    União Internacional dos Arquitectos lança concurso de ideias destinado a jovens arquitectos

    Aberto a arquitetos de todo o mundo, nascidos a partir de 1 de janeiro de 1989. Os trabalhos vencedores serão apresentados numa exposição na Bienal de Veneza de Arquitetura 2025

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    A União Internacional dos Arquitetos (UIA) lançou um concurso internacional de ideias destinado a inspirar e capacitar jovens arquitectos para assumirem um papel de liderança na concepção urbana participativa.

    Esta iniciativa está em consonância com o tema do Dia Mundial da Arquitectura 2024 da ONU-Habitat: Empowering the Next Generation in Participatory Urban Design”, sublinhando o papel fundamental dos jovens arquitectos na criação de ambientes sustentáveis e inclusivos para as gerações futuras.

    Segundo a UIA esta iniciativa pretende promover a “inovação e a colaboração” entre a próxima geração de arquitectos. “Através da sua participação, os jovens profissionais podem dar contributos significativos para o desenvolvimento qualitativo dos sítios da UNESCO e inspirar a criação de ambientes urbanos resilientes, inclusivos e sustentáveis, inspiração esta que se encontra plasmada na Declaração de Kuala Lumpur”.

    Aberto a arquitectos de todo o mundo, nascidos a partir de 1 de Janeiro de 1989, inclusive, o concurso incentiva a apresentação de soluções inovadoras para os desafios contemporâneos, em especial os que afectam os sítios do Património Mundial da UNESCO num contexto urbano. A participação de equipas multidisciplinares é bem-vinda, com a condição de que os responsáveis da equipa sejam arquitectos qualificados no seu País de residência ou de origem.

    Os vencedores serão anunciados numa cerimónia de entrega de prémios e participarão numa mesa-redonda realizada no Palazzo Zorzi – Gabinete Regional da UNESCO para a Ciência e Cultura na Europa, em Veneza. Os seus trabalhos serão, também, apresentados numa exposição no início do ano e apresentados numa exposição na Bienal de Veneza de Arquitetura 2025.

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    Avelino Oliveira, presidente da Ordem dos Arquitectos

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    Arquitectos: Ordem apela ao “reajuste” da nova Lei dos Solos

    Em carta enviada ao Governo, os Arquitectos solicitam um ajuste da Lei, em particular “a reclassificação de solos em áreas protegidas pela Reserva Agrícola Nacional (RAN) e Reserva Ecológica Nacional (REN)”. Dia 21 de Janeiro, em Lisboa, e a 27 de Janeiro, no Porto, decorrem debates acerca deste tema

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    A Ordem dos Arquitectos (AO) considera que a proposta de alteração do DL 117/2024, de 30 de dezembro, relativo à alteração do Regime Jurídico de Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT), a chamada Política dos Solos, deve ser “reaberta e ajustada” e, neste sentido, foi enviada uma carta ao Ministro Adjunto e da Coesão Territorial e ao Ministro das Infraestruturas e Habitação.

    Sem prejuízo deste diploma incorporar algumas decisões importantes como a agilização dos processos de planeamento, um reforço do papel da administração local em desfavor da centralização actual de decisões em entidades governamentais e o término da indefinição das áreas urbanizáveis (que se mantinham num impasse desde 2014 na maioria dos Planos Directores), a Ordem dos Arquitectos “reitera as considerações previamente apresentadas em relação às alterações ao RJIGT, destacando a inadequação dos regimes especiais de reclassificação de solos previstos nos artigos 72-A e 72-B destinados a áreas industriais e habitação a preços moderados, respectivamente”.

    Em particular, sublinha que “a reclassificação de solos em áreas protegidas pela Reserva Agrícola Nacional (RAN) e Reserva Ecológica Nacional (REN) deve ser excepcional e devidamente fundamentada, algo que não está, em nosso entender, adequadamente salvaguardado no diploma actual”.

    Assim, face à proximidade da entrada em vigor do diploma (um mês após a sua publicação de 30 de Dezembro), a Ordem dos Arquitectos solicita ao Governo uma postura de abertura neste processo legislativo, permitindo ajustes que alinhem o diploma com os pressupostos da Lei de Bases (n.º 31/2014), do Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT) e da Política Nacional de Arquitectura e Paisagem (PNAP).

    Tal ajustamento garantiria a protecção dos valores territoriais essenciais e ajudaria a conter a urbanização dispersa, sem comprometer a agilidade necessária para aumentar a oferta habitacional.

    A Ordem dos Arquitectos defende que “esta reabertura processual que solicitamos não deve ser vista como um recuo, mas como uma oportunidade de melhorar a legislação” e unir a sociedade em torno de objectivos comuns: cidades sustentáveis, protecção do território e planeamento equilibrado.

    Neste sentido, a Ordem dos Arquitectos irá promover dois debates sobre o tema, o primeiro a decorrer no dia 21 de Janeiro em Lisboa, na Sede Nacional da Ordem dos Arquitectos e o segundo a 27 de Janeiro no Porto, na Sede da Secção Regional Norte.

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    Ndarja é o mais recente projecto da OODA na capital albanesa

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    OODA: A “ofensiva” de Tirana [c/galeria de imagens]

    Ndarja, Dritan Hoxha, Hora Vertikale, e a Klan TV são quatro os projectos que o gabinete português OODA assina em Tirana. Quatro distintas propostas, uma já em construção, que concorrem para a transformação da capital albanesa através da arquitectura. Quatro edifícios distintos, marcantes e impactantes. Diferentes leituras de uma mesma cidade, mais cosmopolita e sustentável

    Recentemente Edi Rama, primeiro-ministro albanês, afirmou haver três razões pelas quais gostava de Portugal: José Mourinho, António Costa e… a arquitectura portuguesa, incluindo aqui não só os nomes sonantes, mas, sobretudo, os jovens arquitectos, a nova geração de arquitectos portugueses. A alimentar a paixão do responsável albanês estarão quatro novos projectos assinados pelo atelier OODA, os quais terão um forte impacto na paisagem e no meio urbano da sua vibrante capital: Tirana.

    Há pelo menos duas décadas que a cidade tem conhecido um processo de transformação e revitalização urbana e social. Um processo que começou precisamente com o actual primeiro-ministro, então responsável pela edilidade, e que introduziu mudanças significativas contribuindo para a modernização das suas infraestruturas, requalificação de espaços urbanos, criação de espaços verdes, mobilidade e aposta em projectos habitacionais e revitalização de bairros, ou não fosse Tirana a maior cidade da Albânia. Mais tarde, já sob o “comando” de Erion Veliaj, actual perfeito da cidade, o processo de transformação acentuou-se com foco em áreas como a sustentabilidade ambiental e na aposta em projectos arquitectónicos inovadores, que ajudaram a redefinir o skyline da cidade e a atenuar a sua herança soviética. Mas, apesar desta ser já considerada um exemplo de como a criatividade e o planeamento estratégico podem revitalizar uma cidade, a transformação de Tirana, qual elemento vivo, ainda está em curso. E é neste quadro que as propostas arrojadas da OODA ganham sentido, contribuindo e acentuando a mudança em curso.

    O percurso do gabinete português, fundado em 2010 por Diogo Brito, Rodrigo Vilas-Boas, Francisco Lencastre, João Jesus e Julião Pinto Leite, na Albânia começou em 2023, com a sede da Klan TV, “um canal de televisão em Tirana, na Albânia, que pretende ser um “edifício icónico” e “o farol” da nova fase crescimento da cidade”, assim o descreveu a imprensa. A proposta que venceu o concurso público teve por inspiração bobines de filme, adicionando-lhes “pitadas” da arte e arquitectura locais.

    Seguiram-se três projectos de uso misto, cada qual oferecendo um elemento único e diferenciador, potenciado a “nova”, “moderna” e “sustentável” Tirana: “Hora Vertikale”, uma torre empilhada, com uma área acima do solo de 55.000 metros quadrados e uma imponente altura de 140 metros, que recria uma aldeia, agora, vertical; “Dritan Hoxha”, localizada numa avenida com o mesmo nome, a torre dupla, com os seus 50 andares; e, mais recentemente, “Ndarja”, que em albanês significa “divisão” ou “separação”, um nome que transmite bem a essência da proposta que parte de um vulgar edifício rectangular e o divide, literalmente, em duas torres. Localizada no centro de Tirana, Ndarja será uma obra-prima de 41.000 m², com um design único e a sustentabilidade em mente. Nas páginas seguintes mergulhamos nas diferentes propostas começando pela mais recente, que era, confessamos, o foco do trabalho proposto, mas que não ficaria completo sem esta abordagem global à visão que a OODA nos traz da capital albanesa.

     

    Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

    Manuela Sousa Guerreiro

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    Bruno Marques, vice presidente da OASRN

    Arquitectura

    OASRN acolhe o 7º ‘International Formal Methods in Architecture’

    Com foco na aplicação de tecnologias emergentes e métodos formais em desafios sociais e técnicos, o 7FMA reforçou o papel central da arquitectura na criação de soluções inovadoras e sustentáveis para o ambiente construído

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    A cidade do Porto foi palco do ‘7th International Formal Methods in Architecture’ (7FMA), que decorreu entre os dias 3 e 6 de Dezembro na sede da Ordem dos Arquitectos – Secção Regional do Norte (OASRN).

    Com foco na aplicação de tecnologias emergentes e métodos formais em desafios sociais e técnicos, o 7FMA reforçou o papel central da arquitectura na criação de soluções inovadoras e sustentáveis para o ambiente construído.

    O simpósio destacou-se pela participação de alguns dos principais nomes da investigação e prática em arquitectura a nível global, que partilharam as suas perspectivas sobre os desafios e inovações em métodos formais e computacionais aplicados à arquitectura e ao urbanismo.

    José Pinto Duarte, do Penn State College of Arts and Architecture, Stuckeman School, especialista em construção aditiva e aplicações práticas para habitação sustentável em contextos terrestres e espaciais, Wassim Jabi, pela Welsh School of Architecture, Cardiff University, investigador de métodos computacionais aplicados ao design paramétrico e fabrico digital, Tasos Varoudis, da Bartlett School of Architecture, UCL), que explorou avanços em inteligência artificial e análise de redes urbanas, Meta Berghauser Pont, da Chalmers University of Technology, que destacou a importância da morfometria urbana para o design baseado em evidências e Franklim Morais, da Porto Higher Arts School, que reflectiu sobre o impacto da inteligência artificial no futuro da arquitectura, cidades e sociedade.

    Além das sessões de keynote, a programação incluiu apresentações de artigos científicos, workshops práticos e debates interdisciplinares, promovendo a troca de conhecimento entre investigadores, profissionais e estudantes, provenientes de 25 países (Argélia, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Chipre, Dinamarca, Egipto, Estónia, França, Grécia, Índia, Israel, Itália, Moçambique,  Países Baixos, Perú, Portugal, Sérvia, Singapura, Espanha, Suécia, Turquia, Reino Unido, Estados Unidos) e de 64 entidades.

    O evento, organizado conjuntamente com o Laboratório de Investigação em Arquitetura da Escola Superior Artística do Porto (LIA-ESAP), contou, também, com o apoio institucional da Cooperativa de Ensino Superior Artístico do Porto (CESAP), do Departamento de Arquitetura e Multimédia Gallaecia, da Universidade Portucalense (DAMG-UPT) e do Centro de Investigação em Arquitectura, Urbanismo e Design, polo da Universidade Portucalense (CIAUD-UPT).

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    Palacio Sinel de Cordes © FG+SG

    Arquitectura

    O que nos trás o Palácio (Sinel de Cordes) em 2025

    Enquanto espaço cultural de referência, o edifício sede da Trienal de Arquitectura de Lisboa antecipa um conjunto de iniciativas, nacionais e internacionais, entre tertúlias, exposições, Open House e a nova edição da Trienal

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    No polo cultural que habita o Palácio Sinel de Cordes, 2025 começa em Janeiro com uma Summer School da University of Western Australia, que traz um grupo de estudantes para um programa imersivo que combina visitas de campo, conversas, troca de ideias, sessões de trabalho e apresentações, uma iniciativa com direcção do atelier Aurora Arquitectos e coordenação de Kirill de Lancastre Jedenov e Sérgio Antunes.

    Ainda no registo das colaborações internacionais, a Trienal inicia no primeiro semestre do ano mais um Periple Duet, uma viagem que une o local onde dois colectivos emergentes residem a Lisboa, no âmbito da rede europeia LINA.

    O novo ano abre, também, mais um ciclo de tertúlias Conversas et al. no Pólo Cultural da Trienal (Quintas-feiras, às 18h30), com a presença de ateliers com prática estabelecida que trazem figuras cúmplices do seu trabalho para uma conversa directa com o público.

    A 23 de Janeiro, o atelier VASSCO convida o reitor António Sampaio da Nóvoa a reflectir sobre três obras que valorizam o espaço público, nomeadamente o edifício de Habitação em Entrecampos, o Museu do Ambiente de Gaia e a Biblioteca de Genève.

    A 6 de Fevereiro, é a vez da FC Arquitectura Paisagista convidar Tiago Monteiro Henriques, investigador e consultor no projecto de requalificação do Martim Moniz, para uma tertúlia à volta do inestimável valor dos nossos solos.

    A 20 de fevereiro, José Carlos Nunes de Oliveira do atelier NOARQ convida o ilustrador Gémeo Luís a pensar o trabalho colaborativo numa equipa a partir de uma peça de puzzle.

    A última tertúlia tem lugar a 6 de Março com a presença do atelier SIA e da artista Fernanda Fragateiro, uma conversa sobre um protótipo de ferro e ráfia criado para um restaurante que estão a desenvolver em parceria com a Associação de intervenção comunitária CRESCER.

    Já a 8 de Março inaugura a exposição dupla ‘Tirar mais do que há para dar’, em Lisboa (Palácio Sinel de Cordes) e em Praga (na Galeria Vi PER), que explora a forma como a energia se move, se transforma e se dissipa, tanto no interior dos corpos como no mundo material. A associação entre arquitectura e energia tem ganho um novo relevo, evidenciando um ciclo contínuo de esforço e sobre-extracção em toda a cadeia de produção arquitectónica, das matérias-primas à mão-de-obra. A curadoria cabe à designer espacial brasileira Alina Paias, investigadora que se debruça sobre a produção de arquitectura através do envolvimento com a filosofia feminista e da tecnologia, o novo materialismo e as humanidades ambientais.

    A 10 e 11 de Maio a Trienal vai ocupar a capital com o Open House Lisboa. Através do olhar da dupla Daniela Sá e João Carmo Simões, vamos pensar como chegamos e partimos dos lugares, quais os panos de fundo das nossas memórias e por fim o que é afinal Lisboa que reinventamos em contínuo?

    De 2 de Outubro a 8 de Dezembro abre ao público o fórum internacional de arquitectura para mais uma edição da Trienal de Arquitectura de Lisboa, com o tema ‘How Heavy is a City?’.

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    Edificio Industrial BWII (arquitectura Multiprojectus e fotografia Ivo Tavares)

    Arquitectura

    Quem disse que um edifício industrial tem de ser aborrecido e sem presença?

    Com arquitectura e engenharia da Multiprojectus e construção a cargo da Garcia Garcia, o BW II destaca-se pela sua fachada esculpida com lâminas de betão pré-fabricado. No interior, a entrada principal apresenta um foyer de pé-direito duplo e uma escada suspensa, que se destaca como elemento escultórico

    Lâminas de betão pré-fabricado ao longo da fachada do BW II marcam o “ritmo” e a sua “continuidade”. Composto por dois volumes – uma ampla nave industrial e um bloco social e administrativo – o edifício industrial em Lanheses, Viana do Castelo, conta com arquitectura e engenharia da Multiprojectus e construção a cargo da Garcia Garcia.

    O edifício destaca-se pela sua fachada esculpida com pátios, que concebidos de uma forma estratégica permitem a entrada de luz natural, desmontando o volume. No interior, a entrada principal apresenta um foyer de pé-direito duplo e uma escada suspensa, que se destaca como elemento escultórico.

    “Devido ao grande desenvolvimento do alçado principal, vão acontecendo vários pátios exteriores que, estrategicamente, “escavam” e desconstroem o volume. Este “jogo” de “cheio vs vazio” cria uma maior flexibilidade e variedade no jogo de luz que se faz viver no interior do edifício”

    O projecto é composto por dois volumes “aparentemente” autónomos e de cérceas distintas. O primeiro volume com uma grande nave industrial que integram uma área de armazenagem e zonas técnicas com uma pala que protege a zona de expedição. Já o segundo volume, dedicado à zona social e administrativa, composto por dois pisos acima da cota de soleira e que “desenha” o alçado principal do edifício.

    A proposta concentra-se no volume principal bloco social e administrativo, optando-se por uma linguagem de arquitectura que dá unidade e continuidade ao conjunto. A pesquisa foca-se na “pele” do alçado principal, baseando-se na procura de um só material de revestimento (painel de betão pré-fabricado), que se adapta e uniformiza todas as situações e necessidades de projeto.

    O alçado principal desenha-se através da repetição das “lâminas” verticais em painel de betão pré-fabricado, assente numa matriz que define a solução. A “regra” impõem-se e compõem a linguagem principal do conjunto. Devido ao grande desenvolvimento do alçado principal, vão acontecendo vários pátios exteriores que, estrategicamente, “escavam” e desconstroem o volume. Este “jogo” de “cheio vs vazio” cria uma maior flexibilidade e variedade no jogo de luz que se faz viver no interior do edifício.

    A entrada principal do edifício compõe-se pelo desenho do foyer com pé-direito duplo e uma escada “suspensa”, que se assume como elemento principal deste espaço. A escada solta-se das paredes e da laje e vem receber um volume solto, em betão, que nasce do pavimento e desenha os três primeiros degraus das escadas. Ambos os volumes não se tocam, criando um momento de tensão entre ambos.

    Ficha Técnica:

    Nome do Projecto: BW II – Edifício Industrial em Viana do Castelo

    Localização: Lanheses, Viana do Castelo

    Ano de conclusão da obra: 2024

    Área total construída (m2): 27 mil m2

    Atelier de Arquitectura: Multiprojectus

    Arquitecto responsável: Arqº João Pinto de Sousa

    Colaboração: Arqº António Sousa e Arqª Fernanda Araújo

    Construtora: Garcia Garcia, S.A.

    Fiscalização: N/A

    Engenharia: Multiprojectus

    Paisagismo: N/A

    Projecto Luminotécnico: Multiprojectus

    Acústica: Multiprojectus

    Hidráulica: Multiprojectus

    Térmica: Multiprojectus

    Identidade Visual: Multiprojectus

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