“O PROMONTORIO é um ateliê muito focado na hotelaria”
“Recentemente, ganhámos um concurso para um hotel de 80 quartos na Avenida 24 de Julho, ao lado da sede da EDP”
Ana Rita Sevilha
Logicor conclui nova plataforma logística em Santo Tirso
Primeiro ‘Meet Up’ da Zome aborda habitação e propõe soluções
Renovação de escritórios: custos de “fit out” na Europa registaram um aumento de 4%
Savills desenvolve conceito e projecto da nova sede da Sacyr Somague
Diana Pinto assume direcção de Digital Mall Marketing da Sierra
Schneider Electric integra Airzone no seu ecossistema Wiser
Metropolitano “estuda” prolongamento do Metro Sul do Tejo até à Costa de Caparica
Saxun lança novo sistema de protecção solar
ANA anuncia para breve lançamento de concurso para obras na Portela
Otovo cresce +88% nas receitas globais geradas em 2023
Lisboa, Porto, Riade, Qatar, Vietnam e Boston são alguns dos locais em que o PROMONTORIO está actualmente a desenvolver programas de hotelaria. Com um conhecimento profundo sobre o tema e as questões a ele associadas, Paulo Martins Barata aponta os desafios inerentes a este tipo de projectos, que vão além da arquitectura.
Quais os grandes desafios de um programa de Hotelaria?
Como era já de alguma forma expectável desde a crise de 2008, existe um processo em curso de “uberização” da hotelaria, que é no fundo o modelo Airbnb a por em causa o modelo infraestrutural do hotel e da ideia central ao negócio que é o “serviço”. Até que ponto o consumidor valoriza o serviço hoteleiro e/ou em que circunstâncias está disponível para pagar um prémio vis-à-vis sistemas sem serviço? Até agora os hotéis têm-se financiado com apoios e isenções fiscais na base da criação de emprego. E na verdade, o serviço Airbnb é muito limitado e legitimamente questionável em matéria de criação de emprego. Dito isto, e apesar de todos os apoios, um promotor pode hoje legitimamente questionar-se se valerá a pena construir um projecto com a rigidez estrutural de um hotel em termos de negócio, ou será mais interessante fazer um edifício de apartamentos T0 e T1 que possa alugar como Airbnb ou vender à unidade? Mas a pergunta fundamental é o que é que as cidades, os cidadãos e os seus decisores, pensam disto…
Como olha para o boom de unidades hoteleiras e de alojamento local no País?
É um fenómeno internacional que resulta da busca de destinos alternativos, obviamente ampliado pela primavera árabe, pela erosão da oferta em todo o Magrebe e a falta de segurança desses destinos. Portugal beneficia também de uma certa saturação da capacidade nos destinos tradicionais Europeus, como o Sul de França e a própria Espanha. Existe também erosão no binómio preço/qualidade em destinos como Itália que tem uma hotelaria péssima e caríssima, mas que, dada a singularidade do destino, permite-se fazer o preço.
A possibilidade de, no futuro, transformar alguns destes projetos em habitação é um cenário possível? Que desafios podem encerrar?
A conversão de hotéis em habitação é possível, mas é rara. Em quase 30 anos de prática profissional nunca fomos confrontados com esse programa. Normalmente as cidades saem a perder com este tipo de transformações; veja-se por exemplo o caso do Estoril-Sol. Um hotel é um equipamento da cidade, é um exportador e um gerador de emprego. O imobiliário habitacional é muito mais estático, sem prejuízo de novos formatos capazes de gerar algum serviço e emprego como o Airbnb, os serviced apartments, etc.
Do vosso portfólio, qual projecto neste âmbito destacaria e porquê?
Não há um único, mas penso que o L’And Hotel, apesar de todas as vicissitudes associadas à crise de 2008, é um projecto de sucesso. O conceito das valências agregadas de um club-house, adega, restaurante e Spa num único edifício é relativamente inovador, mesmo em termos internacionais.
Estão neste momento a trabalhar em algum projecto de Hotelaria? O que nos pode contar sobre o mesmo?
O PROMONTORIO é um ateliê muito focado na hotelaria por isso temos frequentemente diversos projectos nessa área; estamos a desenvolver master plans de resorts em Alcácer, Vilamoura XXI e na Quinta da Ombria, esta última inclui um hotel Viceroy; estamos a finalizar a torre Kempinski Rafal com 70 pisos em Riade, um hotel Grand Majlis Accor de 300 chaves em Jeddah, vários projectos de interiores no Qatar, uma remodelação de fachada e lobby de um hotel urbano em Ho Chi Minh City, no Vietnam, um hotel boutique com 50 chaves no centro de Boston, até projectos de pequenos hotéis urbanos em Lisboa e Porto. Recentemente, ganhámos um concurso para um hotel de 80 quartos na Avenida 24 de Julho, ao lado da sede da EDP.