Quintela & Penalva debate imobiliário enquanto alavanca do crescimento económico
Segundo os participantes no debate, o mercado português atravessa uma fase optimista e, apesar da importância de considerar que qualquer actividade económica tem períodos de expansão e de retracção, o sector imobiliário não atingiu ainda a sua maturidade, existindo margem para crescer nos próximos anos
Pedro Cristino
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No âmbito do seu 13.º aniversário, a Quintela & Penalva – Real Estate organizou a conferência “O sector imobiliário enquanto alavanca do crescimento económico em Portugal”.
Esta iniciativa contou com a participação do secretário-geral da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII), Hugo Santos Ferreira, do professor do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), João Duque, de Francisco Quintela e Carlos Penalva, co-fundadores e parceiros da Quintela & Penalva, perante a moderação do jornalista do Expresso João Vieira Pereira e sob a premissa de Portugal estar “na moda”, o que impacta os preços do mercado imobiliário.
Para João Duque, importa considerar alguns aspectos desta situação, como “os factores externos que potenciam a procura internacional pelo nosso país, os receios de uma bolha imobiliária que congele, a médio prazo, o mercado imobiliário nacional ou as características de Portugal como factor de atractividade de investimento estrangeiro, entre as quais a segurança e a hospitalidade”.
Os Vistos “Gold” foram também visados nesta conferência, onde se revelou que cerca de 95% destes vistos resultam de investimentos imobiliários, destacando-se os investidores chineses e brasileiros, embora os investidores originários do Médio Oriente também tenham uma representação significativa neste contexto.
Por outro lado, o programa de residentes não habituais apresenta cada vez maior adesão. Entre 2009 e 2013, os pedidos não ultrapassaram a centena, enquanto que, em 2014, chegaram ao milhar. Após alcançar os 7.415 pedidos em 2015, estes números ultrapassaram, no ano transacto, os 10 mil, sendo que, só no primeiro trimestre deste ano, o valor já ronda os 6 mil pedidos. “Há espaço para continuar a crescer”, afirmou Hugo Santos Ferreira, referindo o exemplo dos “investidores franceses, que começam a optar por imóveis em Santos, agora que o Príncipe Real parece esgotado”.
De acordo com os intervenientes na conferência, o alojamento local gera receitas de 166 milhões de euros e tem um impacto superior a mil milhões de euros na economia. Para além do arrendamento de curta duração, o alojamento de estudantes surge como uma oportunidade de negócio a consolidar, uma vez que se trata de um conceito ainda pouco explorado no país.
Para os responsáveis da Quintela & Penalva, a certeza da importância dos investidores estrangeiros no mercado imobiliário nacional é “cada vez maior”. Os partners da consultora imobiliária explicaram que a crescente intermediação em negócios de aquisição de imóveis por parte de estrangeiros é uma evidência que os números comprovam.
“Em 2015, 25% dos clientes eram estrangeiros, em 2016 subiu para 34% e, no primeiro trimestre deste ano, o valor atingiu os 41%”, afirmou Francisco Quintela. Neste contexto, o destaque recaiu sobre os clientes brasileiros, que procuram a segurança e afinidade cultural que Portugal oferece, acompanhadas por um sistema fiscal mais estável do que o do seu país.
Por sua vez, os suecos são atraídos pelo clima português, enquanto os franceses procuram nos centros urbanos das cidades – especialmente Lisboa – imóveis históricos para reabilitar. No ano transacto, os franceses compraram mais do que qualquer outro investidor estrangeiro, investindo mais de 2 mil milhões de euros em imóveis.
De acordo com Carlos Penalva, “o valor médio dos negócios em que a Quintela & Penalva interveio atinge os 4.954 euros por metro quadrado”. Assim, é necessário “o devido enquadramento quanto à caracterização dos clientes-tipo com quem trabalhamos, focado nos segmentos médio-alto e premium”.
Segundo os participantes no debate, o mercado português atravessa uma fase optimista e, apesar da importância de considerar que qualquer actividade económica tem períodos de expansão e de retracção, o sector imobiliário não atingiu ainda a sua maturidade, existindo margem para crescer nos próximos anos.