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    Engenharia

    “Queremos construir novo mas não investimos na manutenção do que já existe”

    Helena Alegre é directora do Departamento de Hidráulica e Ambiente do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e foi distinguida, no ano transacto, com o Prémio IWA pelo Extraordinário Contributo para a Gestão da Água e Ciência, entregue pela International Water Association

    Pedro Cristino
    Engenharia

    “Queremos construir novo mas não investimos na manutenção do que já existe”

    Helena Alegre é directora do Departamento de Hidráulica e Ambiente do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e foi distinguida, no ano transacto, com o Prémio IWA pelo Extraordinário Contributo para a Gestão da Água e Ciência, entregue pela International Water Association

    Pedro Cristino
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    Helena Alegre é directora do Departamento de Hidráulica e Ambiente do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e foi distinguida, no ano transacto, com o Prémio IWA pelo Extraordinário Contributo para a Gestão da Água e Ciência, entregue pela International Water Association (IWA), tornando-se na primeira mulher a ver reconhecida, com este galardão, as suas “extraordinárias contribuições” para esta associação internacional. Em entrevista ao CONSTRUIR, a engenheira explica que a falta de investimento na manutenção nos actuais sistemas de água poderá colocar em causa o futuro das próximas gerações e fala sobre o trabalho desenvolvido tanto na IWA como no LNEC

    O que representa para si este prémio?

    Pessoalmente, representa, muito, porque eu colaboro com a Associação Internacional da Água desde 1987. São muitos anos e tenho feito muito no âmbito da IWA, desde organizar conferências, publicar livros e artigos, pertenço a grupos especializados, já fui vice-presidente sénior da associação durante dois anos,etc. Tenho muitos anos de trabalho, tenho feito muitos amigos e tenho aprendido imenso com essa rede internacional, portanto, obviamente que me diz muito este reconhecimento pessoal. A IWA é a associação internacional mais importante no campo da água e, em particular, na área da engenharia sanitária. Basicamente, a água em meio urbano é o enfoque principal da associação. Há outras associações mais ligadas a recursos hídricos e a meios de investigação, mas esta é a mais abrangente e a mais importante internacionalmente. Enquanto IWA, foi criada em 1999, mas surge da fusão de duas associações: a International Water Supply Association e a International Water Quality Association, cada uma delas criada logo após a Segunda Guerra Mundial. Uniram esforços e criaram esta associação mais abrangente que abarca todo o ciclo urbano da água.

    Qual a sua área de actividade?

    A minha área de actividade é tradicionalmente a engenharia sanitária. Fiz toda a minha carreira profissional no Laboratório Nacional de Engenharia Civil e trabalhei sempre, até há poucos meses, no Núcleo de Engenharia Sanitária. As minhas áreas mais fortes de trabalho são a gestão técnica dos sistemas urbanos de água: análise de sistemas, avaliação de desempenho, gestão de perdas de água e energia, gestão patrimonial de infra-estruturas – que se relaciona com a forma de garantirmos que o que estamos a fazer hoje não coloca em causa o serviço de médio e longo prazo, se não estaremos a colocar em causa o bem-estar dos nossos filhos e dos nossos netos e, infelizmente, estamos a fazer muita coisa que põe em causa esses serviços. Têm sido também essas as áreas fortes de actuação no seio da IWA. Liderei um projecto da associação relacionado com o desenvolvimento de um sistema de indicadores de desempenho para os sistemas urbanos de água, em particular para o abastecimento de água. O projecto começou em 1997. Depois, houve uma primeira edição do manual que foi publicado em 2000 e, agora, em Brisbane, na Austrália, quando me foi atribuído o prémio, foi lançada a terceira edição desse manual. Eu liderei esse processo, mas este foi muito participativo. Teve muitos workshops e muita interacção com pessoas de muitos países. Hoje, este sistema é considerado uma referência internacional, quando se fala em avaliação de desempenho de serviços de água. Em termos da gestão patrimonial das infra-estruturas, também tenho feito bastante trabalho no âmbito da IWA e lidero um grupo especializado sobre essa matéria – o Strategic Asset Management Specialist Group. Além disso, pertenço ao Strategic Council da IWA.

    Na sua opinião, qual a importância de associações como a IWA?

    São muito importantes, de muitos pontos de vista. Posso pegar no exemplo de Brisbane [Austrália] que ajuda. Costumo dizer que estes grandes congressos que a associação promove têm uma utilidade de “T”. O que é que isto quer dizer? Se um profissional do sector da água assiste a um destes congressos alarga os seus conhecimentos em “T”: fica obrigado a abrir o panorama, porque ouve, em termos gerais, coisas fora da área, que são novidades e obrigam as pessoas a abrirem as perspectivas e perceberem o que são as tendências, quais são as grandes movimentações e os grandes problemas, os desígnios e as novidades, sejam tecnológicas, sejam de abordagem, ou de pressão. Depois, estes congressos têm muitas sessões técnicas paralelas, nas quais as pessoas podem, nas suas áreas de especialidade, aprofundar os conhecimentos – a parte vertical do “T”.

    Ao mesmo tempo, a IWA é também uma rede de troca de experiência e partilha de informação?

    Exactamente. A área da avaliação do desempenho é estratégica para o país e também aqui no LNEC. Nós identificámo-la como uma área de investigação estratégica nossa. Poderíamos ter actuado entre muros e feito o nosso trabalho de uma forma normal. A partir da visão do engenheiro Jaime Melo Baptista, que, na altura, tinha já uma função importante na associação, resolvemos que era preferível fazer esse trabalho no âmbito da associação internacional, em vez de o fazermos internamente. Tem que haver aqui “win-win”, porque o trabalho da associação é voluntário. Não é remunerado e, assim, se a pessoa não vir benefícios para a organização onde trabalho, ou benefícios pessoais, não tem motivação. Portanto, para nós, aqui no LNEC, a motivação é poder ter acesso a uma rede enorme, poder ter comentários de pessoas com formações, experiências de vida e contextos completamente diferentes que, obviamente, dão solidez e visibilidade ao trabalho. O trabalho que foi feito no âmbito dos indicadores de desempenho, que hoje é reconhecido internacionalmente como a referência principal nesta matéria, se tivesse sido feito internamente não seria o mesmo trabalho, pois não teria beneficiado de todos esses contributos. Mas, mesmo num mundo ideal, no qual tivéssemos conseguido fazer exactamente o mesmo trabalho, a visibilidade e o reconhecimento seriam completamente diferentes. Portanto, o facto de se dispor desta rede é muito útil. Eu ofereci muitos milhares de horas de trabalho gratuitamente à associação, mas acho que aquilo que ganhei transcendeu muito essas horas. O balanço é muito positivo e quando estou a falar em meu nome, acho que posso falar em nome do LNEC e dos colegas que têm o mesmo tipo de atitude. Quando damos, e damos de uma forma desinteressada, acabamos por ganhar, por vermos os frutos dessa partilha.

    Por outro lado, uma associação como a IWA fomenta parcerias em projectos com o LNEC e outros laboratórios?

    Com certeza, tudo o que seja rede. Quando uma organização ou uma pessoa dá trabalho, mostra que é capaz e acaba por ter visibilidade pelo mérito do seu trabalho, é mais fácil conhecer, ser reconhecido e, portanto, torna-se mais fácil estabelecer contactos, seja para uma proposta do Horizonte 2020 ou para esclarecer uma dúvida. Se eu tiver uma dúvida sobre determinado tema, como conheço tantas pessoas na IWA, é fácil expô-la através de um telefonema ou de um e-mail. Assim, conseguem-se criar muito mais oportunidades de actividade.

    A associação envolve também universidades?

    Sim. A IWA é muito abrangente. Por exemplo: no conselho estratégico, a IWA tem a representação dos seus principais segmentos, que vão desde o sector mais académico e de investigação, aos consultores, às entidades gestoras, aos fornecedores de materiais e detecnologia, aos reguladores. No fundo, é uma associação mais técnica do que é, por exemplo, o Fórum Mundial da Água, que é muito mais político. Mas o cariz técnico da IWA tem um sentido muito alargado, não se refere apenas à engenharia, envolvendo áreas como economia ou sociedade. Paralelamente, a IWA, cada vez mais, tem evoluído e tem-se posicionado como uma associação que ajuda também a criar pontos de vista, influenciando tendências e decisões no sentido de promover o debate sobre algumas matérias, com independência e um fundamento técnico-científico bastante alargado.

    O que está na base desta distinção?

    Eu acho que o que está na base desta atribuição são os milhares de horas que já dediquei à IWA. Muitas conferências, workshops, palestras… Estive na primeira comissão executiva da IWA, em 99. Fui a primeira mulher a pertencer a uma comissão destas associações. Depois, tornei-me também na primeira mulher a desempenhar o cargo de vice-presidente da associação, entre 2010 e 2011. Felizmente já houve mais mulheres no cargo depois disso e a actual presidente é uma mulher. O prémio que recebi agora, foi recebido há quatro anos pelo engenheiro Jaime Melo Baptista, mas o prémio global, que é o mais prestigiado da associação, foi também atribuído a uma portuguesa este ano, à Catarina Albuquerque, a primeira relatora das Nações Unidas para a água e saneamento como direito humano e é agora a directora executiva do programa patrocinado pelas Nações Unidas, que se chama Water and Sanitation for All. Fez um trabalho excelente nesta matéria, que foi reconhecido pela IWA, que lhe atribuiu o prémio global, de imenso prestígio mundial. Este prémio tem muito simbolismo, porque é a primeira vez que é atribuído a uma mulher mas, mais importante que isso, é a primeira vez que é atribuído a uma pessoa que não é um técnico da água, no sentido em que não é engenheira, mas sim jurista. Por outro lado, é também a primeira vez que é entregue a alguém no auge da sua carreira. Para ter uma ideia, há quatro anos foi entregue ao presidente da República da Coreia, um engenheiro com um vasto currículo de obra hidráulica, e há dois anos foi entregue ao ministro da Construção chinês, também ele engenheiro com muita obra feita.

    Quais são os grandes desafios que encontra a investigação na área de engenharia sanitária em Portugal?

    Felizmente são muitos, senão estaríamos sem trabalho. Em Portugal tivemos um ciclo de sucesso. O antigo director executivo da IWA costuma referir-se ao país e à evolução que aconteceu no sector como o “Milagre Português”. Referia-se à evolução do país num período de 20 anos, de uma situação muito frágil em termos da qualidade da água e dos serviços de tratamento de águas residuais, ou mesmo de cobertura em termos de águas residuais a qualidade dos rios. A evolução foi realmente espantosa de meados dos anos 90 até agora. Mesmo em termos técnicos e científicos, se formos hoje a qualquer congresso ou conferência aqui em Portugal, como o Congresso da Água ou o INEG, o nível técnico das sessões não tem nada a haver com o que havia há 15 ou 20 anos. Sinto uma alegria imensa ao ver que há duas décadas era praticamente só pessoas das universidades de Lisboa, do Porto e de Coimbra, ou então do LNEC, que falavam sobre o tema. Se eram outras pessoas, a qualidade e o conteúdo das apresentações eram fraquíssimos. Hoje não é assim. Temos um nível técnico completamente diferente. Houve um amadurecimento brutal. Isso é obviamente muito de salutar. Mas temos ainda muitas pequenas entidades gestoras que não estão capacitadas e que não têm uma visão global das coisas e que não têm a maturidade técnica que hoje a gestão dos sistemas urbanos de água requer. Portanto, temos de juntar esforços no sentido de capacitar melhor esses técnicos, de conseguir criar um pouco mais de escala, para não ser apenas uma pessoa a tratar da estrada, da sinalização, dos concursos, no fundo, de tudo, que é o que acontece nos municípios mais pequenos. Actualmente, a gestão destes sistemas exige um profissionalismo que não se compadece com esse tipo de escala. Temos de criar formas de ter uma gestão mais profissionalizada dos vários tipos de sistemas. Temos aqui um défice de capacitação, e estamos a trabalhar e a juntar esforços para o aplacar, mas é necessário que tal aconteça. Estamos a lançar a Liswater, promovida pelo LNEC mas com um cariz muito inclusivo em termos internacionais. É um projecto no qual temos vindo a trabalhar há alguns meses e que já está numa fase muito madura, e pretende ajudar a colmatar esse tipo de questões. Tem uma componente de capacitação, tem outra componente de incubação e aceleração de start-ups, tem uma outra componente de “think tank” e de consultoria estratégia e tem, ainda, a componente de envolvimento da sociedade. Pretendemos criar um centro de excelência internacional, para o qual queremos atrair os melhores para fazer a capacitação e investigação mas queremos também, obviamente, que ajude o país e que o ajude a dar esse salto qualitativo que precisamos. A outra questão que ainda se coloca – embora tenha já havido uma evolução importante – relaciona-se com a gestão das infra-estruturas. Investimos muito em construir novo – com acesso aos fundos de coesão, exactamente para nos trazer de níveis de cobertura muito deficitários, para a situação boa de hoje – e demos pouca atenção àquilo que era tomar conta do que já existia. Há dinheiro de graça e constrói-se sem pensar muito em assegurar a viabilidade e manutenção desses serviços a longo prazo. Ainda há muito aquele ponto de vista segundo o qual colocamos a tarifa ao nível mais baixo possível, porque, politicamente, as pessoas gostam, mas essas pessoas não gostarão de pensar que os seus filhos não vão ter serviços de águas. E quem diz estes serviços, diz outro tipo. O problema é mais grave com os serviços de águas e de águas residuais e pluviais, porque se tratam de infra-estruturas que estão enterradas. As pessoas não vêem e acham que foi contruído uma vez, está construído. As coisas têm uma duração. Mas, nós, para aumentarmos a cobertura, usámos muitas vezes materiais dos mais baratos que estavam no mercado, a construção nem sempre foi a melhor e isso também encurta a vida útil das condutas e dos colectores. Não está ainda interiorizado na sociedade que temos de conservar. Se há um equipamento, uma construção que envelhece, se queremos não estar piores do que estamos hoje daqui a 20 anos, temos de ir investindo,mesmo que esse equipamento vá perdendo o valor. Se se degrada, temos de ir substituindo, mantendo, investir em reabilitação e conservação. Não fazendo isso, estaremos a pôr em causa as gerações vindouras. É uma questão muito geral, não é apenas portuguesa. Não é sequer uma questão de países menos desenvolvidos. Se formos ver a situação dos Estados Unidos, a American Society of Civil Engineers lança periodicamente uma publicação que classifica o estado de conservação dos vários tipos de infra-estruturas públicas, desde a ferrovia aos aeroportos, e, numa escala de A a E, e as águas e águas residuais estão sempre no D ou D “menos”. E a situação tem vindo a agravar-se. Para recuperar deste défice de condição das infra-estruturas dos Estados Unidos é preciso investimentos perfeitamente brutais. O ano passado estive a dar um curso sobre gestão patrimonial e de infra-estruturas na Alemanha, que é um país que investe e investe bem. Por curiosidade, nesse dia saiu um anúncio num jornal alemão bastante conhecido, segundo o qual as infra-estruturas alemãs estão todas a rebentar. Que melhor promoção posso ter para o curso que estava a leccionar? É uma questão geral. Coloca-se muito em países em desenvolvimento, que estão a fazer os mesmos erros que nós fizemos – querem aumentar a cobertura, querem mais pessoas com acesso ao serviço e, portanto, escolhem o mais barato e técnicas de construção que, frequentemente, estão longe de ser adequadas – e não investem o suficiente naquilo que já existe.

    A manutenção destes sistemas exige normalmente investimentos avultados?

    Sim, porque, fazendo algumas contas simples, se uma conduta, em média, dura 40/50 anos – e não são as que construímos na década de 80 porque, essas, com sorte, vão até aos 30 anos com um comportamento minimamente decente – significa que temos de substituir 2% ao ano para mantermos o serviço ao longo do tempo. Numa infra-estrutura madura, devemos manter esse valor ao longo do tempo e, assim, se não investirmos em média 2% daquilo que é o custo de fazer uma infra-estrutura daquelas, estamos a subinvestir e teremos de pagar a factura mais cedo ou mais tarde. A continuar com este tipo de política, estamos realmente a pôr em causa o futuro, e não é a muito longo prazo. É um problema muito comum a tudo o que sejam infra-estruturas públicas, é mais grave nas infra-estruturas em rede enterradas, que são caras. Fizemos algumas contas para uma holding com um grupo de concessões, no sentido de saber quanto seriam os seus custos operacionais e quanto deveriam investir para, no fundo, compensarem a depreciação. Os números para a parte de rede, sem incluir estações elevatórias e de tratamento, apontaram para algo na ordem dos 30%-40%. Mas mesmo 30% ou 40% é muito mais do que aquilo que as empresas, de uma forma geral, estão a gastar. Portanto, é necessário continuar a fazer muito trabalho no sentido de sensibilizar a sociedade, porque só se esta tiver essa noção de que, como estamos a fazer, os seus filhos não terão as comodidades que nós temos, é que os decisores políticos terão abertura para classificarem esse problema como prioritário. Felizmente a Entidade Reguladora de Águas e Resíduos (ERSAR) tem feito um trabalho muito meritório nessa matéria. No LNEC temos feito tudo aquilo que é possível, com projectos colaborativos nos quais temos trabalhado com muitas entidades gestoras, ajudando à sua capacitação e a que façam os seus próprios planos de médio e longo prazo de gestão das infra-estruturas, definindo onde é mais prioritário actuar, como, quando e com que soluções. A ERSAR publica, no âmbito dos seus indicadores de qualidade de serviço, os níveis de reabilitação e incentiva as entidades a terem níveis aceitáveis. Há muito trabalho que está a ser feito e esse trabalho é reconhecido internacionalmente.

    De que forma?

    Quando ocorrem as conferências bienais da IWA sobre esta matéria, as Leading Edge Conference on Strategic Asset Management, onde Portugal tem ficado bem na fotografia. Há um grupo razoável de portugueses a mostrar que há investigação nesta matéria que passou já para as empresas e para o meio. Mostram que estão a ser feitas coisas bem feitas e que são líderes em termos mundiais. Temos muitos bons exemplos em Portugal do que se faz nesta matéria, mas temos também muitos maus exemplos. Mas a capacidade técnica está presente, bem como a capacidade de concretizar. Temos muito bons exemplos implementados que nos tornam reconhecidos internacionalmente.

    Sobre o autorPedro Cristino

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    WellBe (Parque das Nações)

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    Análise: Mercado de escritórios em Lisboa em “forte recuperação”

    Neste período, a ampla maioria das operações foram mudanças de instalações, representando cerca de 90% da área colocada, onde se assinala, ainda, a entrada de três novas empresas na região de Lisboa

    O primeiro trimestre de 2024 foi marcado por um crescimento significativo da absorção de espaços de escritórios em Lisboa, que ascendeu aos 76.131 metros quadrados (m2). Depois de uma dinâmica mais moderada assinalada em 2023, os primeiros meses de 2024 demonstraram a “!resiliência e a atractividade” do mercado, que apresentou sinais de “forte recuperação” no volume de operações que quase triplicou face ao período homólogo, destaca a Worx Real Estate.

    “Vermos o mercado a recuperar novamente e a voltar aos valores pré-pandemia, deixa-nos confiantes em relação ao restante ano de 2024. Até agora, a Worx foi responsável pela colocação de mais de um terço da área total absorvida, com aproximadamente 29.200 m2 e foi responsável por quatro das cinco maiores operações deste início de ano. Estes resultados são o reflexo do nosso trabalho de equipa e do nosso posicionamento diferenciado perante os desafios do mercado de escritórios em Lisboa”, afirma Bernardo Zammit e Vasconcelos, head of Agency da Worx Real Estate Consultants.

    Da análise realizada ao mercado da capital, a consultora destaca o Parque das Nações (zona 5) como a zona “com maior procura neste período”, com 41% da absorção total, tendo assinalado igualmente a maior transacção do trimestre, com a colocação da Caixa Geral de Depósitos no edifício WELLBE.

    Por outro lado, a Prime CBD (zona 1) registou o maior número de operações, evidenciando uma maior apetência da procura por espaços em localizações centrais e de prestígio, ainda que com áreas mais reduzidas.

    Neste período, a ampla maioria das operações foram mudanças de instalações, representando cerca de 90% da área colocada. Neste âmbito, foi ainda assinalada a entrada de três novas empresas na região de Lisboa, entre as quais a empresa de flex offices Monday.

    No que toca ao perfil da procura, as empresas de serviços financeiros captaram a maior área absorvida, impulsionada em grande medida por duas transacções acima dos 10 mil m2, contudo, as TMT’s continuam a representar o maior número de operações.

    Perante este arranque de ano, as perspectivas de evolução do mercado continuam “optimistas”, face ao crescente número de empresas a quererem instalar-se em Lisboa, pela sua “localização estratégica, boas infraestruturas e pelo ambiente calmo e seguro” do País, ainda mais relevante no actual contexto que a Europa atravessa.

    “Não temos dúvidas de que o mercado vai continuar a crescer, dado que as empresas continuam a investir na melhoria das suas instalações e a apostar em boas localizações, como forma de atrair os seus colaboradores para um regresso ao escritório, no pós-pandemia”, conclui Bernardo Zammit e Vasconcelos.

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    Soluções do Grupo Preceram para a reabilitação e reconversão do edificado

    Por trás da beleza visível está a excelência invisível. Os materiais não ficam à vista do olhar, mas são eles que proporcionam o conforto, a eficiência e a qualidade de vida

    Dando resposta à urgência em disponibilizar mais habitação, o Grupo Preceram apresenta soluções para construção nova, mas também para a reabilitação e reconversão dos edifícios existentes.

    Segundo dados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), 20,8% da população reportava não ter capacidade financeira para manter a casa adequadamente aquecida, o equivalente a mais de dois milhões de pessoas.

    No verão o cenário piora: 38% da população não consegue manter a casa fresca também por falta de dinheiro, quase o dobro da média europeia. Portugal, é aliás, um dos cinco países da União Europeia em que esta incapacidade era das mais elevadas.

    Poupança energética, silêncio, segurança e ambiente interior saudável, são as preocupações que estão na base do desenvolvimento dos produtos das empresas do Grupo, nomeadamente as placas de gesso Gyptec, a lã mineral Volcalis, a argila expandida Nexclay e os tijolos Preceram.

    Estes materiais que normalmente ficam ocultos, integrados na envolvente opaca – paredes, tetos e pavimentos – para além de fundamentais para a materialidade dos espaços, contribuem significativamente para a eficiência dos edifícios e o conforto e qualidade de vida de quem os utiliza.

    Não podendo ser exaustivo na enumeração, saliento os sistemas de construção a seco integrando placas de gesso Gyptec e lã mineral Volcalis.

    Estas soluções construtivas são utilizadas, em todo o tipo de obra, por serem rápidas, eficientes, económicas e seguras. Isto de uma forma genérica. No entanto, para se adequarem às exigências legais e expetativas dos consumidores, é necessário que se tenham em atenção todos os passos, desde a caracterização dos materiais à solução final.

    Trabalhando com alguns laboratórios de referência internacional, como o ITECONS em Coimbra, a TECNALIA em Espanha e o CSTB – LNE em França, tanto no desenvolvimento como na certificação de produtos e soluções, a Gyptec Ibérica e a Volcalis disponibilizam um invejável conjunto de sistemas caracterizados.  Estes estão disponíveis agregados numa plataforma de pesquisa e seleção, permitindo até a ordenação por preço. Isto facilita a especificação da solução mais eficaz e económica para o projeto ou obra em causa.

    Existem algumas características dos materiais que afetam o desempenho das soluções. São características técnicas, detalhadas nas declarações de desempenho e nas fichas dos materiais, resultantes de exigências normativas de marcação CE ou de certificação voluntária.

    A condutibilidade térmica de um isolamento, quando essa característica é relevante, por exemplo nas fachadas. As propriedades de absorção acústica de uma lã mineral quando detalhamos uma compartimentação. A classe de reação ao fogo em todas as aplicações. Estas são algumas das características técnicas que devem ser comparadas, não outras que erradamente e frequentemente aparecem referidas como exigência. Caso da densidade das lãs de isolamento. Ou do peso de uma solução como apanágio da sua robustez.

    Caminhamos para um futuro que se quer mais sustentável, com menor consumo de recursos, descarbonização e reutilização. Só o conseguimos se desde o fabrico à utilização dos materiais haja racionalidade e competência técnica.

    https://solucoesparaconstrucao.com/

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    OERS acolhe primeira edição dos ‘Prémios de Excelência na Academia’

    O prémio distinguiu 18 vencedores em 12 especialidades da Academia, promovendo assim a “valorização do mérito” dos seus membros em formação

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    A sede da Ordem dos Engenheiros – Região Sul (OERS), em Lisboa, recebeu esta quarta-feira, dia 17 de Abril, a primeira edição da cerimónia de entrega dos Prémios de Excelência na Academia, uma iniciativa promovida pelo Conselho Directivo da Região Sul (CDRS) em colaboração com entidades patrocinadoras.

    Com o objectivo de “reconhecer e celebrar” o desempenho académico dos membros estudantes da Ordem dos Engenheiros, inscritos na Região Sul, são reconhecidos vencedores em 12 especialidades da Academia, promovendo assim a “valorização do mérito” dos seus membros em formação.

    António Carias de Sousa, presidente da OERS, destacou a importância de “valorizar os jovens talentos” para o futuro da engenharia, “cujo reconhecimento proporciona, também, uma plataforma para os estudantes se destacarem e estabelecerem conexões cruciais com o mundo profissional, impulsionando assim o seu crescimento e desenvolvimento”.

    Este ano, os prémios foram atribuídos com base num rigoroso processo de selecção, entre os membros estudantes, reconhecendo os melhores desempenhos nos ciclos de licenciatura e mestrado.

    Os vencedores deste ano foram premiados no valor de 750 euros para o ciclo de licenciatura e mil euros para o ciclo de mestrado, em reconhecimento do seu excepcional percurso académico e contribuição para o desenvolvimento do sector da engenharia.

    Além disso, os vencedores têm ainda a possibilidade de serem recrutados pelas empresas patrocinadoras do evento, nomeadamente: Consulai; EACE – Engenheiros Associados, Consultores em Engenharia; Hovione; Imperialum; JET SJ – Geotécnia; LS Engenharia Geográfica; Navigator; Noesis; OTIS; Quadrante; Somincor; Vera Navis.

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    B. Prime coloca modelo “inovador” da Regus em Lisboa

    Dos candidatos, a IWG (Regus) acabou por ser a seleccionada devido ao “profundo conhecimento de mercado local, know how e track record”, destaca a consultora

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    O proprietário do edifício Fontainhas, em Alcântara, que foi totalmente reabilitado, pretendia potenciar a rentabilidade do activo através da exploração de um flex space, tendo, para o efeito, mandatado a B. Prime.

    A consultora começou por seleccionar uma série de operadores neste segmento, interessados numa parceria em modalidade de “Managed Client Agreement” – Contrato de Gestão – em que o operador garante a operacionalização do negócio, mas em que o proprietário é responsável pelo edificado e manutenção da infraestrutura. Este modelo inovador parece ser uma tendência neste segmento de mercado, em Portugal.

    Dos candidatos, a IWG (Regus) acabou por ser a seleccionada devido ao “profundo conhecimento de mercado local, know how e track record”. A B. Prime vai igualmente colaborar com a Regus, na colocação de empresas neste espaço.

    “O nosso modelo está cada vez mais assente em parcerias com os proprietários dos edifícios que investiram na plataforma IWG para criar espaços de trabalho flexível nos seus edifícios. As parcerias permitem que proprietários e investidores aumentem o retorno dos seus imóveis capitalizando a rápida expansão da procura de soluções de trabalho híbrido”, afirma Jorge Valdeira, country manager Portugal da IWG.

    A IWG mandatada pelo proprietário, vai comercializar e gerir um novo flex space da marca Regus no decorrer do primeiro semestre de 2024. O novo centro vai oferecer uma oferta diversificada de espaços privados e de coworking numa zona da cidade em franca renovação e muito carenciada deste tipo de serviços.

    Com a Regus Alcântara, a IWG aumentará a sua rede para 21 unidades em Portugal, já que as suas marcas – Regus, Spaces e HQ – cobrem o território continental desde o Minho até ao Algarve e estão presentes em mais de 120 países, em todo o mundo.

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    Enrique Rodriguéz, responsável de Filiais Península Ibérica

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    Porcelanosa: “2024 será marcante para o desenvolvimento da construção offsite em Portugal”

    Em entrevista à Traço, Enrique Rodriguéz, responsável de Filiais Península Ibérica, destacou o crescimento do Grupo, a estratégia e a consolidação da presença em Portugal, para onde está prevista a aberturas de novas lojas ainda este ano. A construção offsite é uma das grandes tendências para 2024. Com duas grandes encomendas em Portugal, a expectativa é de “crescimento” na ordem dos 6%

    Cidália Lopes

    O Grupo Porcelanosa celebra este ano a sua 30ª feira internacional, onde a multinacional espanhola tem dado a conhecer as novidades das diferentes empresas do Grupo, que além da própria empresa ‘mãe’, inclui, ainda, a Gamadecor, L’Antic Colonial, Butech, Noken, Krion e Xtone. Até 22 de Março, a sede do Grupo, em Vila Real, Espanha, contou com um conjunto de iniciativas marcadas pela “inovação, sustentabilidade e design”. Nos diferentes showrooms foi possível conhecer as últimas novidades, tanto em produtos cerâmicos, equipamentos para casas de banhos e cozinhas e sistemas construtivos, como as últimas tendências em design para 2024.

    No que diz respeito à Porcelanosa, com revestimentos e pavimentos inspirados no cimento, pedra calcária e mármore, estão em destaque no Xlight, ao qual dedicou um dos seus showrooms. Mais de mil metros quadrados nos quais se mostram as possibilidades deste material porcelânico através da recriação de um restaurante e duas casas, onde o espaço, formado por diferentes arcos revestidos.

    Também a Krion renovou completamente o seu showroom com a ajuda da estudi{H}ac. O novo espaço foi concebido como um ponto de encontro onde os profissionais do sector e os particulares podem conhecer, de forma física e sensorial, as múltiplas aplicações na arquitectura e no design de interiores. K-ONCENTRICO 360º é o novo conceito de exposição em que a circularidade se torna a chave de tudo.

    Outra das empresas do grupo que renovou o seu showroom foi a L’antic Colonial, que este ano cumpre o seu 25º aniversário. Para esta transformação, contou com o Summumstudio. Uma proposta “inspiradora” e “carregada de simbolismo”, que tem como objectivo mostrar a profunda conexão da L’Antic Colonial com a natureza. A empresa apresentou, ainda, a sua nova marca de cerâmica decorativa de pequeno formato, o S-Tile.

    A empresa de designs e materiais para mobiliário de cozinhas, salas de estar e casas de banho, Gamadecor, destacou, este ano, o estilo minimalista, assim como a versatilidade e possibilidade de personalização das suas soluções.

    Pensados para os espaços de banho, a Noken aposta em novos modelos de duche com a tecnologia mais avançada. E pelo aniversário do 15º aniversário das torneiras Lounge, da autoria do designer italiano Simone Micheli, é apresentada na feira a nova versão, a Lounge Fluid.

    Os grandes formatos estão, igualmente, em destaque na Xtone, a empresa do Grupo que reproduz em porcelânico o aspecto do mármore, da madeira e do cimento. Sem esquecer, a Butech, a empresa que actua na área das fachadas e na indústria offsite. Uma área com um “crescimento consolidado” e que pretende responder à escassez de mão de obra e necessidades urgentes de habitação. No showroom é possível não só acompanhar o processo produtivo como verificar alguns exemplos de casas de banho e cozinhas construídas através de módulos e previamente em fábrica.

    Qual o balanço do Grupo em 2023? E quais as áreas da Porcelanosa que mais contribuíram?
    O Grupo Porcelanita terminou o ano com uma facturação de 900 milhões de euros em 2023, conseguindo manter a sua solidez no mercado internacional, num contexto político e económico incerto no mercado da construção. A empresa tem vindo a levar a cabo um plano de investimento estratégico sustentado nas suas instalações para utilizar a tecnologia mais avançada e eficiente nos seus processos, no qual investiu 81 milhões de euros em 2023.
    Todas as áreas do Grupo manifestaram um crescimento similar e sustentável no ano passado, destacando-se a crescente procura pelas peças de grés porcelânico de grande formato. Este crescimento alinha-se com o investimento de 55 milhões de euros na sua última fábrica automatizada, com uma superfície de 36 mil metros quadrados. Situada na sede central da multinacional, em Vila Real, em Espanha, este novo centro de produção está especializado na produção de porcelânico e pedra sintetizada de grande formato que se comercializa pela marca XTONE.

    Novas lojas em Portugal
    Que estratégia definiram para este ano e que poderão representar o maior investimento do Grupo?
    Em 2024, o Grupo Porcelanosa planeia continuar a crescer a sua rede comercial por todo o território ibérico e de forma internacional. No que respeita ao mercado português, a empresa prevê a abertura de novas lojas, nomeadamente no Funchal, na ilha da Madeira, no segundo semestre de 2024, e está constantemente à procura de novas localizações que lhe permitam continuar a sua aposta e crescimento em todo o País.
    A nível global, a empresa continuará a sua estratégia de expansão noutros mercados com a abertura e remodelação de novos pontos de venda em Marbella, Málaga, Galiza, Bilbau e no estrangeiro, nos Estados Unidos, América do Sul e Norte da Europa.

    Design e Inovação
    Que principais tendências destacam no sector onde actuam e que se vão reflectir em 2024?
    Um dos principais compromissos do Grupo Porcelanosa para 2024 é continuar com a introdução do processo de construção industrializada com os novos sistemas industrializados de casas de banho, cozinhas e fachadas.
    Além disso, a Porcelanosa continua a apostar na inovação, no design e na qualidade dos seus produtos, a nível cerâmico. Aproveitando as vantagens dos azulejos de grande formato, que reduzem o número de juntas, estas peças também serão utilizadas em 2024 para revestir volumes como bancadas de cozinha, ilhas e mesas de jantar, juntamente com outros materiais como os painéis decorativos.
    Quanto às tendências para 2024, no mobiliário de cozinha, a empresa do grupo Gama Decor destaca a bancada dupla invisível, conhecida como SmartKitchen, que combina o sistema de indução e electrificação para electrodomésticos, proporcionando uma transmissão de energia de até 2.000 watts, sem baterias ou cabos externos. Um sistema que revoluciona a fusão da inovação e do design, utilizando a tecnologia mais avançada. Os designs sustentáveis e naturais continuarão a estar muito presentes, com materiais orgânicos e naturais, como a madeira e a pedra, bem como novos sistemas de poupança nas torneiras e loiças sanitárias.

    Crescer mais 6%
    Em relação a Portugal, qual o seu peso no volume de vendas do Grupo?
    Apesar da forte aposta na exportação que marca o crescimento do Grupo praticamente desde o início, Espanha continua a ser o mercado com maior dimensão no volume de vendas para o Grupo Porcelanosa. No entanto, a aposta no mercado português tem-se verificado bastante positiva, com um crescimento muito significativo nos últimos anos. A nível ibérico, Portugal representa hoje entre 9 a 10% do volume de vendas do Grupo, o que representa o reconhecimento e grande crescimento da marca no mercado português.

    Como avalia e antecipa o mercado português? Perspectivam algum crescimento?
    Como mencionado, o mercado português tem desenvolvido significativamente nos últimos anos, apresentando um crescimento de 47,6% nos últimos cinco anos, resultado do aumento da procura em várias áreas do sector da construção, quer na reabilitação como construção nova. Em 2024, perspectiva-se a continuidade do aumento de vendas no mercado português, estimando-se um crescimento na ordem dos 6%.

    O ‘salto’ do offsite
    Uma das vossas áreas de actuação é a construção offsite, que também tem sido impulsionada em Portugal. São muitos os profissionais do sector da construção que acreditam nesta forma de construir como forma de acelerar a colocação no mercado de mais habitação, por exemplo. Como vê a Porcelanosa este segmento em Portugal?
    O paradigma do sector da construção enfrenta sérias dificuldades que conseguimos aligeirar com a construção offsite, nomeadamente a falta de mão de obra e a variação dos preços dos materiais de construção. Além das várias vantagens que os sistemas offsite oferecem, como a mão de obra qualificada, redução dos prazos de execução e a eliminação do risco da variação dos preços, estes sistemas apresentam-se, ainda, como mais sustentáveis e eficientes.
    Em Portugal começa a assistir-se a uma procura crescente por este tipo de soluções, principalmente quando falamos de empreendimentos ou outros edifícios de grande dimensão, sejam residenciais ou comerciais e acreditamos que 2024 será marcante para o desenvolvimento da construção offsite em Portugal.
    Neste sentido, a Porcelanosa tem vindo a desenvolver um trabalho no sentido de apresentar e dar formação a profissionais do sector e outros players, nomeadamente promotores, sobre as suas características e vantagens dos sistemas.

    Em que principais projectos a Porcelanosa se encontra a participar em Portugal?
    A nível de construção offsite, encontra-se a desenvolver dois projectos de grande importância, que reconhece como impulsionadoras para o desenvolvimento desta forma de construção em Portugal. Desta forma, a Porcelanosa Offsite uniu-se à Garcia Garcia Design & Build para introduzir Monobaths (casas de banho modulares) pela primeira vez em Portugal, com a primeira instalação realizada em Santo Tirso. Um projecto que demonstra como a colaboração estratégica e a procura de soluções avançadas podem conduzir a resultados excepcionais na construção industrializada.
    Por outro lado, destaca-se ainda o projecto Naus Eco Village, no Barreiro, que combinará, pela primeira vez. em Portugal os dois sistemas de construção industrializada, a Monobath e Monofachadas (fachadas modulares). Para este projecto, a Porcelanosa Offsite irá fornecer e instalar 88 casas de banho modulares e toda a fachada dos edifícios, o que irá permitir uma redução significativa do tempo de execução da obra, uma vez que tanto os módulos de casa de banho como os módulos de fachada serão produzidos em fábrica e entregues e aplicados em obra totalmente finalizados. Prevê-se o começo da obra em Junho de 2024 e o início da instalação dos sistemas de construção offsite no primeiro trimestre de 2025. Com o desenvolvimento destes projectos, perspectiva-se que surjam novas oportunidades de fornecimento e instalação de construção offsite em Portugal.

    (A jornalista viajou a convite da empresa)

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    Dstgroup integra laboratório vivo para a descarbonização “Afurada LL”

    Este projecto conta com quatro eixos oficiais verticais e um eixo horizontal: economia circular, mobilidade, energia, edifícios e o eixo do capital humano

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    O consórcio que inclui o Dstgroup, através das suas empresas Dstsolar, Innovationpoint e MOSAIC (Hub de inovação do grupo para as smart cities – cidades do futuro sustentáveis), lançou o projecto ‘Afurada LL’, que surge da urgência de reduzir a pegada carbónica, tendo alcançado o objectivo de poupar mais de 13 toneladas de dióxido de carbono.

    Este projecto conta com quatro eixos oficiais verticais e um eixo horizontal: economia circular, mobilidade, energia, edifícios e o eixo do capital humano.

    Contempla um Laboratório Vivo para a Descarbonização e Mitigação das Alterações Climáticas, com base na experimentação de soluções tecnológicas, de mobilidade, de energia e de edifícios, incluindo os cidadãos no processo e na dinamização das artes.

    De forma integrada, o Dstgroup entregou uma solução chave-na-mão para a implementação da Comunidade de Energia Renovável do ‘Afurada LL’, com a instalação de Unidades de Produção para Autoconsumo, sistemas de armazenamento e uma plataforma na cloud que gere toda a energia da comunidade, baseada em inteligência artificial.

    O impacto positivo junto dos mais de 1000 habitantes da Afurada traduz-se na consciencialização da população para a literacia energética e para a urgência da mudança de comportamentos, numa iniciativa que permitiu a geração de energia responsável por 44% do autoconsumo dos edifícios, num total de 27,4 MWh.

    As soluções para a descarbonização testadas com sucesso na Afurada poderão ser aplicadas a outras freguesias de Vila Nova de Gaia, mas também a nível nacional e internacional.
    O Dstgroup colaborou também na implementação de actividades que visaram a promoção de literacia energética e sensibilização ambiental, com o intuito de ligar a comunidade ao projecto, transmitindo conhecimento e sentimento de pertença.

    “Este projecto demonstra que o Dstgroup está a construir cidades à prova de futuro. O desafio era grande e apontámos à lua. Hoje, a Afurada e Vila Nova de Gaia já estão num futuro onde a sustentabilidade, a tecnologia e a arte convergem e é bom sermos parte integrante desse sucesso”, afirmou Raul Junqueiro, head of smartcities & business development do Dstgroup.

    O Afurada Living Lab materializa uma parceria entre a Associação CEDES, o município de Vila Nova de Gaia, a GAIURB, a Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia de Trondheim, a Dstsolar, a Innovationpoint, a Watt Is, a UBIWHERE e o CEiiA.

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    CIN investe 3,5M€ na automação do Centro de Distribuição de Tintas na Maia

    De modo a duplicar a capacidade de resposta e a aumentar a eficiência operacional, a CIN investiu 3,5 milhões de euros num projecto de automação no Centro de Distribuição da Maia. As obras estarão concluídas no próximo mês de Julho 

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    A CIN investiu 3,5 milhões de euros num novo projecto de automação do seu Centro de Distribuição, situado na Maia, de forma a criar um serviço end-to-end que aumente a capacidade e eficiência do armazém, com enfoque nas etapas finais dos processos de expedição.

    O novo investimento da CIN pressupõe a integração de tecnologias de ponta que incluem um circuito RGV para movimentação automatizada de paletes para o final do seu fluxo, uma máquina plastificadora e uma remodelação de todos os tapetes transportadores, garantindo assim ganhos de eficiência operacional.

    Esta nova concepção do Centro de Distribuição da Maia levará também à reconfiguração estratégica de áreas-chave, nomeadamente a de expedição, bem como à implementação de soluções tecnológicas de última geração e a sincronização de todas as operações. O objectivo deste investimento passa, acima de tudo, por elevar a excelência logística, reduzir tempos de espera, optimizar o uso do espaço e minimizar interrupções operacionais.
    Isabel Lopes, directora de operações da CIN afirma que “este projecto de automação do Centro de Distribuição da Maia tem como objectivo primordial estabelecer um modelo que permita duplicar a capacidade instantânea do armazém para responder a picos de procura, bem como assegurar a preparação para diversos desafios logísticos que possam existir na resposta aos vários mercados da CIN”.

    Em 2004, a CIN criou um projecto de robotização deste armazém, por forma a que houvesse apoio na preparação de encomendas para expedição. Na data, o Centro de Distribuição da CIN foi o primeiro, a nível ibérico, a ser considerado robotizado. Cerca de 20 anos mais tarde, o reforço de automação por parte da marca distingue-se, mais uma vez nos mercados português e espanhol.

    Para a marca, este investimento é particularmente relevante em momentos de grande procura, uma vez que tem efeitos, por exemplo, no número de paletes completas que saem do armazém. Este processo irá incluir a criação de uma saída independente destas mesmas paletes, optimizando as entregas. Além disso, permite ter um inventário em tempo real, não sendo necessário esperar pelo levantamento anual.

    Isabel Lopes acrescenta que “é importante explicar que nenhum processo de inovação da CIN compromete os seus colaboradores, estando prevista uma total harmonia entre o trabalho humano e todas as soluções que serão implementadas como suporte ao seu desempenho”.

    As obras de implementação das novas tecnologias no Centro de Distribuição da CIN estarão terminadas em julho de 2024.

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    Freeport Lisboa Fashion Outlet lança nova fase de remodelação

    Arranca em Junho a nova fase de remodelação do Freeport Lisboa Fashion Outlet, que inclui a transformação completa da rua do canal central e da praça da entrada principal

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    A transformação visual e arquitectónica das duas zonas tem como objectivo dar continuidade à remodelação feita anteriormente, harmonizando as várias áreas do centro num conceito village, para elevar a experiência de compra e tornar o espaço ainda mais sofisticado. Haverá alteração das fachadas, diminuição de barreiras físicas para uma maior amplitude visual e de circulação no espaço, e ainda o aumento das zonas verdes e de descanso, convidando a momentos de prazer e relaxe entre compras.

    “A nossa missão é a de transformar os centros que gerimos em espaços únicos e diferenciados, permitindo proporcionar experiências de compra completamente diferentes das existentes.” começa por explicar Jorge Pinto Fernandes, Portugal business director da VIA Outlets, acrescentando que “desde a primeira intervenção, concluída em 2017, já assistimos à entrada de mais de 30 novas marcas, assim como à remodelação e aumento de área de muitas lojas já existentes, o que demonstra, a par dos resultados de vendas das marcas, a confiança que as marcas estão a depositar em nós. O trabalho consolidado que temos vindo a construir permite-nos ter hoje uma oferta diversificada e de grande qualidade para quem nos visita.”

    O resultado do trabalho desenvolvido desde a aquisição é também reflectido nos resultados do grupo e do centro. O ano de 2023 foi registo um aumento de 13% nas vendas das marcas do centro, assim como um crescimento de 11% no número de visitantes, face ao ano anterior. O turismo também registou um excelente crescimento, nomeadamente o não europeu, que foi superior a 30% (Tax Free). Visitantes do Brasil, Angola, Moçambique, Estados Unidos e China estão no top de nacionalidades.

    Já Nuno Oliveira, regional business director da VIA Outlets Ibéria, afirma que “Portugal é um mercado de enorme relevância no grupo VIA Outlets, razão pela qual tem havido um investimento contínuo nos nossos centros no país. Recentemente anunciamos a expansão do Vila do Conde Porto Fashion Outlet e, agora, num esforço de uniformização da experiência de compra e do acolhimento dos nossos convidados a nível internacional, estamos a investir na remodelação e expansão de alguns centros, como é o caso do Sevilla Fashion Outlet, que já foi inaugurado no final de 2023, ou agora o Freeport Lisboa Fashion Outlet.”

    A sustentabilidade também faz parte do novo projecto, e está integrada em todos os aspectos da gestão e, sobretudo, numa remodelação desta natureza. As directrizes internas de sustentabilidade do Grupo VIA Outlets, para a Construção e Remodelação requerem que todos os novos edifícios ou remodelações relevantes sejam desenvolvidos de forma a atingir a eficiência energética, hídrica e o respeito pela biodiversidade.

    Desde os materiais utilizados à eficiência energética, passando pelo respeito pela tradição local, pela inspiração na arquitectura local e inclusão de espaços verdes, a remodelação do centro tem a sustentabilidade presente. O objectivo passa por dar continuidade aos esforços já existentes para o centro no geral e conseguir alcançar o nível máximo de certificação BREEAM de Outstanding. Para tal, contam com a instalação recente de painéis solares e iluminação de baixo consumo LED; a reutilização e recolha de águas pluviais; a plantação de vegetação local de baixo consumo de água e com rega gota-a-gota automática e com sensores de humidade, entre outras acções. Haverá também um reforço de instalação de carregadores de veículos eléctricos, para um total de 34 lugares de carregamento.

    O projecto de remodelação será desenvolvido em parceria com o atelier de Arquitectura L35, que tem colaborado também com outros centros do portfólio VIA Outlets na Europa, nomeadamente responsável pelo projecto de expansão de Vila do Conde Porto Fashion Outlet.

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    Kyndryl expande colaboração com a consultora EY

    A Kyndryl  renovou o acordo a cinco anos com a Ernst & Young LLP (EY) para continuar a gerir o ambiente SAP, bem como fornecer serviços de modernização e segurança para os sistemas de missão crítica que suportam as suas operações de auditoria e consultoria

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    Este trabalho é o resultado de uma colaboração de quase uma década, na qual a Kyndryl (NYSE:KD), executou e geriu as cargas de trabalho SAP da EY. A EY também aproveitará a experiência da TI para ajudar a analisar e optimizar processos SAP. Com o conhecimento e a orientação dos especialistas da Kyndryl Consult, a EY pode identificar novas eficiências de desempenho que suportam o seu ambiente SAP actual, bem como os seus objectivos de crescimento e modernização a longo-prazo.

    “A colaboração com a Kyndryl é fundamental para o sucesso do negócio da EY em termos globais,” afirma Tim Monson, Technology Partner da EY. “O ambiente SAP da EY é uma mistura de soluções on-premises e em cloud, e a Kyndryl desempenha um papel fundamental no suporte ao processamento financeiro global da EY em SAP, a nível mundial. O compromisso da Kyndryl em manter esta verdadeira colaboração é o que faz com que a relação funcione, tornando-a realmente especial.”

    “Tal como as equipas da Kyndryl ajudam os nossos clientes a resolver os seus maiores desafios de negócio, a EY tem um historial comprovado no apoio aos seus clientes a criar valor a longo- prazo”, explica Amy Salcido, Presidente da Kyndryl US. “Entendemos que a EY tem requisitos e necessidades comerciais em rápida mudança. Através da nossa experiência e conhecimento, estamos a permitir-lhes reagir com agilidade e apoiar os seus clientes. Temos orgulho em ser parte da rede de parceiros de longa data e estamos ansiosos por tudo o que continuaremos a realizar em conjunto.”

    Além disto, a Kyndryl vai reforçar a resiliência cibernética das operações de TI da EY com mais segurança para cargas de trabalho de missão crítica, fornecer continuidade de serviço e desenvolver a protecção de dados em torno de transacções comerciais com clientes da EY. A Kyndryl integrará uma nova tecnologia de segurança de terminais utilizando os princípios Zero Trust para apoiar a conformidade da EY com as normas de auditoria em constante mudança e melhorar a protecção contra ameaças de cibersegurança. Em concreto, a Kyndryl está a incorporar novas tecnologias para melhorar a análise de vulnerabilidades de segurança, bem como a integrar e executar novos sistemas de verificação de malware e identidade.

     

    Recentemente a Kyndryl assinou também acordo com a Mota-Engil 

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    Museu do Biscainho e ICOMOS debatem reabilitação no património

    A iniciativa terá lugar esta quinta-feira, dia 18 de Abril, no Museu dos Biscainhos, em Braga e tem como tema “Património: que reabilitação se está a fazer?”

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    A ICOMOS Portugal (International Council on Monuments and Sites) e o Museu do Biscainho, em Braga, marcam o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios com a realização de um debate em torno do tema “Património: que reabilitação se está a fazer?”

    A iniciativa, que terá lugar esta quinta-feira, dia 18 de Abril, pretende, também, abordar o 60º aniversário da Carta de Veneza, documento que entende que a “conservação e restauro de monumentos visa salvaguardar tanto a obra de arte como o testemunho da história”.

    Tendo como ponto de partida este documento, a iniciativa procura ser um momento de “reflexão sobre as práticas de intervenção” na área do Património questionando sobre quais são, hoje, as necessidades pragmáticas dessa intervenção.

    A Associação Portuguesa para a Reabilitação Urbana e Protecção do Património (APRUPP) estará representada no debate por Alice Tavares, que contará, ainda, com a participação de Filipe Ferreira (AOF) e Rui Trindade (SIGNINUM), com moderação de Miguel Bandeira (Fundação Cultural Bracara Augusta).

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