Edifícios e infra-estruturas contribuíram com 34 biliões de euros para o PIB global em 2016
China é o país que gera o maior retorno para a sua economia a partir destes activos, seguida dos Estados Unidos, Índia e Japão
Pedro Cristino
Cascais recupera mosteiro e cria residência para estudantes
“C2Ø Construction to Zero” lança plano de acção para descarbonização do sector
Remodelação da iluminação pública da 2ª Circular em Lisboa
Presidente da OLI distinguido pela sua “carreira de empresário e gestor”
64% dos edifícios de escritórios da Grande Lisboa “em risco de se tornarem obsoletos em 2030”
Navicork da Corticeira Amorim com pegada de carbono negativa
Barbot marca presença na Concreta com novas ferramentas de IA
Grupo Vantagem alcança o “melhor mês de sempre” em Outubro
Trienal lança open call para Prémio Début
Fidelidade inicia em breve a comercialização do projecto ‘EntreCampos’
O estudo Global Built Asset Performance Index conclui que, no ano transacto, os edifícios e infra-estruturas contribuíram com 36 biliões de dólares (34 biliões de euros) para o PIB global.
Segundo este relatório publicado pela Arcadis, a China é o país que gera o maior retorno para a sua economia a partir destes activos, seguida dos Estados Unidos, Índia e Japão. Desenvolvido em conjunto com o Centre for Economics and Business Research (Cebr), este índice examina a receita gerada por edifícios, infra-estruturas e outros activos activos fixos – como casas, escolas, estradas, aeroportos, centrais energéticas, centros comerciais, linhas férreas, portos, entre outros – em 36 países que, em conjunto, representam 78% do PIB global.
“Os governos e as organizações do sector privado em todo o mundo continuam a investir em edifícios e infra-estruturas para impulsionar o crescimento económico”, afirma Julien Cayet, explicando que este relatório “procura quantificar o valor combinado que estes [investimentos] direccionam para o PIB nacional”.
“Podemos claramente ver que muitas nações emergentes estão a gerar saudáveis retornos a partir da sua nova infra-estrutura, enquanto nações desenvolvidas estão a observar um abrandamento na sua contribuição, à medida que as suas economias diversificam para a indústria dos serviços e as suas infra-estruturas envelhecem”, reforçou o global business advisory leader da multinacional holandesa de engenharia.
Segundo Cayet, tanto num caso como no outro, é necessário entender melhor como este tipo de activos “poderá alimentar mais crescimento para as suas economias, especialmente num mundo onde os desafios de financiamento existem e a necessidade de activos construídos que resistam ao teste do tempo é de primeira importância”.
O relatório revela que o crescimento económico chinês é fortemente alimentado pelos seus activos construídos – responsáveis por retornos do PIB de 52,9% este ano – e deverá atingir o seu pico à medida que a sua economica se reequilibra gradualmente na direcção dos serviços e do consumo, ao invés da indústria e do investimento. Esta intensidade industrial permite à China manter-se “bastante à frente” dos EUA, “que ainda sofrem um declínio na eficiência dos activos existentes, reduzindo a produtividade e influenciando negativamente o retorno de activos de 5,4 biliões de dólares (5,1 biliões de euros) no PIB”.
“As novas tecnologias e modelos de negócio podem ajudar países”, afirma Cayet, explicando que as condições “nunca foram tão favoráveis para alcançar progressos inéditos em sectores de activos intensivos”. “À medida que o crescimento da produtividade do trabalho, do investimento e demográfico abranda ao longo da próxima década, a produtividade dos activos será um “driver” crítico do crescimento económico e a adopção de modelos de gestão de activos mais eficientes pode levar a melhores retornos a curto e longo prazo”, continuou o responsável da Arcadis.
Retorno per capita
De todos os países analisados no índice, quatro economias com população relativamente pequena – três dos quais são cidades-estado – figuram no ranking. O Qatar lidera no retorno destes activos per capita, com uma média de 66.300 dólares (63.330 euros), seguido pelos Emirados Árabes Unidos, com 37.900 dólares (36.202 euros), Singapura, com 35.900 (34.292 euros) e Hong Kong, com 21.400 dólares (20.441 euros). Os Estados Unidos são a grande economia com a melhor performance em termos per capita, com uma média de 16.800 dólares (16 mil euros).
Ásia
Como referido, o crescimento económico chinês assenta nestes activos, que elevaram o país ao primeiro posto em termos de retornos absolutos a partir de activos construídos. Embora o país esteja a viver um período de abrandamento, prevê-se que o PIB cresça 7%. Por outro lado, enquanto que os países do Sudoeste Asiático, como a Malásia, Vietname e Indonésia têm ricas dotações das “commodities”, testemunharão o maior aumento percentual em activos construídos ao longo da próxima década à medida que continuam a investir na indústria.
Europa
A Alemanha lidera na Europa, com retornos de 1 bilião de dólares (955 mil milhões de euros) a partir dos seus activos, seguida pela Turquia, com 807 mil milhões de dólares (770 mil milhões de euros) e por França, com 794 mil milhões (758 mil milhões de euros). Segundo o estudo, a maioria dos países europeus não gera retornos “particularmente altos” numa base per capita, em comparação com o seu “stock” de activos, que é, geralmente, alto, pelo que deverão “melhorar a produtividade dos seus activos”.
América do Norte
O relatório refere que os Estados Unidos e o Canadá não têm registado o mesmo abrandamento no crescimento do PIB que a Europa, embora a sua performance “pós-crise” não tenha sido forte. Em 2016, os activos construídos contribuíram com 30,2% para o PIB dos Estados Unidos (que compara com 30,6% em 2014) e 29,8% para o PIB canadiano (que compara com 29,2% em 2014). Embora a Europa tenha vindo a observar uma desvalorização líquida há alguns anos, os EUA têm vindo a expandir o seu “stock” de activos.
O país está também a registar um decréscimo na efeciência dos activos existentes, reduzindo a produtividade devido a um subinvestimento “crónico” ao longo de décadas. O actual foco recai sobre a obtenção de atenção significativa tanto pública como política, à medida que as cidades sofrem um aumento da urbanização, que coloca pressão sobre os sistemas existentes.