Edifício dos CTT renasce com o cunho de Manuel Aires Mateus
O edifício datado dos anos 40 é da autoria de Adelino Alves Nunes
Ana Rita Sevilha
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O antigo edifício dos Correios de Portugal na Praça Dom Luís I, no Cais do Sodré, um edifício dos anos 40 da autoria de Adelino Alves Nunes, transformou-se em alojamento turístico, ganhou nova vida e pretende agora contribuir para a regeneração do coração de Lisboa. Manuel Aires Mateus foi o arquitecto chamado a intervir e a transformar o edifício, que pertenceu ao processo de modernização e ampliação das Comunicações Postais, Telefónicas e Telegráficas em 1934, no contemporâneo “8 Building”. A Habitat Invest, grupo privado de investimento imobiliário investiu um total de 40 milhões de euros nesta transformação.
Constituído do ponto de vista volumétrico por quatro corpos que se fecham em torno de um pátio central, o projecto de Manuel Aires Mateus assentou na “recuperação do edifício existente, numa intenção clara de conservar a sua imagem urbana e arquitectónica”, pode ler-se na Memória Descritiva a que o CONSTRUIR teve acesso.
Recorde-se que o edifício tem uma área total de 13.000 m², integra um condomínio residencial de luxo com 107 unidades, uma zona comercial, com 16 espaços comerciais/restauração e um restaurante lounge no rooftop, com vista panorâmica sobre o Tejo.
O piso 4 (águas-furtadas) foi um dos que, de acordo com o arquitecto, mais sofreu alterações, uma vez que “a geometria do edifício existente limitava a habitabilidade de maior parte dos espaços”. Já no piso 5, onde se instala o restaurante, a ideia foi a de “criar um espaço amplo mantendo o aproveitamento do terraço”. Nesse sentido, foi desenhada “uma estrutura ligeira mas que permaneça em funcionamento durante todo o ano, permitindo dar à cidade um ponto de lazer e um espaço de miradouro permanente”. O resultado foi “um espaço interior encerrado por um conjunto de envidraçados que podem ser completamente recolhidos permitindo que o espaço interior no Inverno seja confortavelmente utilizado e durante o Verão que seja uma extensão da própria esplanada, assumindo-se como um amplo espaço exterior parcialmente coberto”.
Luís Corrêa de Barros, Administrador da Habitat Invest, lembra que “o desenvolvimento do ´8 Building´ implicou uma grande responsabilidade, dada a natureza ambiciosa do projecto e o registo histórico do edifício, considerado, nos anos 50, o mais moderno de Portugal. Inicialmente, existiu alguma contestação em torno do empreendimento, no entanto, perante o resultado agora desvendado, não se ouvem vozes críticas e apenas elogios, já que foram mantidos os traços originais do edifício e se conseguiu desenhar um espaço que traz uma nova dinâmica para os moradores, lojistas e público em geral. Este espaço é mais um exemplo de como a reabilitação pode manter a autenticidade dos imóveis, enquanto garante a modernização e valorização da cidade de Lisboa”, afirmou
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