Internacionalização passa por participação “mais activa e qualificada” no processo de valorização
“O mundo está mais interessado na presença de Portugal na globalização do que os portugueses”, afirmou o consultor
Pedro Cristino
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Para Augusto Mateus, a internacionalização do tecido empresarial português passa por uma “participação das empresas, dos profissionais, dos cidadãos muito mais activa e qualificada no processo de valorização”.
“Mais Portugal no mundo e mais mundo em Portugal”, referiu o consultor da Augusto Mateus e Associados, explicando que os problemas da economia portuguesa, especialmente no “interior” do país “não são geográficos”, mas sim “problemas de organização da democracia, de acesso a serviços, de povoamento”.
Para Augusto Mateus, que abordou o tema da internacionalização na conferência que marcou a celebração dos 40 anos da Associação Portuguesa de Projectistas e Consultores (APPAC), o “mundo tem uma opiniao melhor de nós do que nós de nós próprios”. “O mundo está mais interessado na presença de Portugal na globalização do que os portugueses”, afirmou, revelando que existem exemplos em Portugal de “coisas que podem correr bem quando somos capazes de fazer a qualificação, quando somos capazes de reinventar a economia e desenvolver novos factores competitivos”.
Para o responsável da Augusto Mateus e Associados, o valor reside “em quem identifica primeiro as necessidades dos consumidores e em quem é capaz de inovar”, na “simples reprodução de projectos ou na transformação de bens”. “É preciso acabar com as divisões entre os serviços, temos de reindustrializar”, reforçou.
Na sua participação, o consultor deixou também críticas à União Europeia, que “faz coisas muito mal feitas”, como estabelecer, para si própria, “objectivos inatingíveis”, como o objectivo de chegar a 2020 com 20% de valor criado na indústria transformadora. “É impossível”, garantiu, destacando que o que interessa a Portugal e à União Europeia é “melhorar sustentavelmente a vida das pessoas”.
“Vivemos numa economia onde não é possível não cuidar da eficiência ou da competitividade de custos. Se eu tenho um problema no mercado, não é reduzindo custos que eu vou resolver esse problema, é exactamente econtrando novos mercados, novos produtos, novos factores competitivos que eu vou resolver o problema”, explicou. Neste âmbito, o orador referiu que “um dos principais problemas do país é política financeira a mais e política económica a menos”.
Para Augusto Mateus, Portugal está “numa situação dificílima”, sem conseguir, “do ponto de vista de política pública, separar a riqueza em duas partes: a que já está distribuída individualmente e a que está nas empresas e pode ser utilizada no desenvolvimento das mesmas”. E, neste contexto, existe também o problema, no país, “da excessiva distribuição gerada nas empresas aos seus accionistas ou proprietários”. “É difícil haver um operador económico em Portugal com capacidade imediata de investir 500 milhões de euros num projecto”, exemplificou.
De acordo com Augusto Mateus, é necessário “apostar no conhecimento, nos doutores, nos mestres, nos novos portugueses formados com grande qualidade”. “Temos de fazer mais inovação, temos de criar muito mais qualidade”, concluiu.