Londres é a cidade que mais atrai retalhistas internacionais
Lisboa surge como 23º destino europeu preferido pelos retalhistas internacionais para a abertura de lojas
Ana Rita Sevilha
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Londres é a localização europeia mais atractiva para os retalhistas internacionais, de acordo com o novo relatório “Destination Europe 2015”, da responsabilidade da consultora imobiliária global JLL, que analisa as estratégias de expansão e a presença de 250 retalhistas internacionais em 57 mercados chave na área do retalho.
Destaque para Lisboa que no estudo surge no 23º destino europeu preferido pelos retalhistas internacionais para a abertura de lojas, situando-se praticamente a meio desta tabela que inclui 57 cidades europeias. De acordo com a consultora, embora esta classificação traduza uma descida em relação ao 19º lugar conquistado na edição anterior deste ranking, a cidade portuguesa continua a destacar-se como um dos “mercados em crescimento”. No que respeita aos retalhistas de luxo, especificamente, o grau de atractividade de Lisboa é idêntico ao do ano passado, com a cidade a ocupar novamente a 22ª posição da tabela.
Patrícia Araújo, Head of Retail da JLL sublinha: “Apesar da ligeira descida de Lisboa no ranking dos destinos de eleição, temos sentido ao longo do ano um interesse crescente por parte de retalhistas internacionais no nosso mercado, o que se irá reflectir-se num maior número de aberturas de novas lojas ao longo do próximo ano. Falamos de marcas novas que querem entrar no mercado, mas também de marcas já com lojas em Portugal e que querem reforçar a sua presença. Estamos, por isso, optimistas relativamente à melhoria de Lisboa na próxima edição do ranking”.
James Brown, Head de EMEA Retail Research & Consulting na JLL, comenta o ranking dizendo que, “para os retalhistas internacionais que procuram uma rampa de lançamento na Europa, Londres encabeça as preferências. A dimensão do mercado, juntamente com a sua maturidade, o elevado grau de transparência e a facilidade com que se trabalha no retalho fazem desta cidade um verdadeiro atractivo para os retalhistas internacionais que estão dispostos a pagar um prémio para estar nas melhores localizações. Tratando-se também de mercados maduros, Paris, Milão, Roma e as principais cidades alemãs são outras das principais cidades europeias que exercem um elevado apelo sobre as marcas, beneficiando também da vontade de crescimento dos retalhistas internacionais e atraindo novas marcas apesar da conjuntura adversa que tem marcado a economia europeia”.
Saliente-se que Londres aumentou a sua vantagem sobre Paris enquanto destino mais atractivo para os retalhistas de luxo na Europa. O relatório sublinha ainda uma clara separação entre estas duas emblemáticas localizações de retalho e o resto da Europa, o que de certa forma vem confirmar a importância que os retalhistas de luxo atribuem ao facto de marcar presença nos destinos de retalho mais emblemáticos, bem como a escassez de oferta disponível. Em resultado disso, a zona londrina New Bond Street lidera as rendas de referência mais caras na Europa, exibindo valores de 12.300€/m²/ano, o que evidencia um crescimento surpreendente de 42%, face aos valores registados em 2012.
De acordo com o relatório são considerados mercados em transição, Moscovo (3º) e Istambul (7º) tornaram-se casos de sucesso no mercado europeu de retalho – foram as cidades que atraíram mais novas entradas de operadores ao longo dos últimos dois anos. O sector de retalho de Moscovo tem vindo a prosperar, o que se deve à própria dimensão do mercado, mas também aos níveis crescentes de rendimento disponível e ao facto de o stock de centros comerciais estar a crescer rapidamente. O mercado de retalho de Istambul também tem vindo a revolucionar-se a grande velocidade. Atraídos pelo stock de centros comerciais modernos e de grande qualidade – de que são exemplo o Zorlu Centre ou a nova loja âncora das Galerias Lafayette na Praça Emaar, recentemente anunciada – há um número cada vez maior de retalhistas a considerar Istambul como a porta de entrada na Europa.
Relativamente a este fenómeno, James Dolphin, International Director, EMEA Retail Agency na JLL afirma: “as oportunidades para entrar e expandir nos mercados europeus não estão limitadas aos mercados globais e maduros. Moscovo está a crescer e a ganhar terreno rapidamente, e no médio prazo, poderá igualar Paris no que toca à presença de retalhistas internacionais”.
“Mais abaixo no ranking existem vários outros mercados de retalho fortes que, apesar de apresentarem indicadores saudáveis e oportunidades de mercado, continuam relativamente inexplorados do ponto de vista dos retalhistas internacionais. E entre esses, podemos mencionar os exemplos de algumas das maiores cidades do Reino Unido e de cidades francesas regionais, bem como os mercados escandinavos”, acrescenta Dolphin
Comparativamente com o Destination Europe 2013, é possível constatar que os retalhistas mass market e os retalhistas premium estão agora a expandir-se a um ritmo mais rápido que os retalhistas de luxo e, como tal, também estão a subir a sua posição no ranking. A H&M e a Zara destacam-se como as líderes no “campeonato” da maior cobertura de mercado, tendo uma presença de 100% nos 57 mercados chave europeus analisados. A estas seguem-se a Mango e a Body Shop.
Impulsionado pela expansão das suas marcas de retalho premium, os Estados Unidos superam agora a Itália enquanto o maior exportador de retalho para a Europa. Segundo a consultora, olhando em diante, prevê-se um maior fluxo de marcas oriundas da região da Ásia-Pacifico a entrar no mercado da Europa.
Comentando as perspectivas de crescimento dos retalhistas na Europa, James Brown sublinha: “apesar da recuperação se caracterizar por assumir múltiplas-velocidades, as perspectivas de crescimento das vendas a retalho na Europa são agora as melhores deste o início da década. Esperamos que o movimento de expansão dos retalhistas internacionais continue dinâmico nos principais mercados chave da Europa. Contudo, a expansão física tende a ser mais cautelosa, mais reflectida e mais selectiva que nunca, e mudanças estruturais significativas irão posteriormente redefinir o retalho e os locais de compra. Uma das consequências será a rotatividade considerável das lojas no mercado Europeu. Regra geral, nos últimos dois anos, por cada duas lojas inauguradas houve outra que encerrou, com os retalhistas a procurarem formas de fazer com que as suas lojas trabalhem mais e sejam mais ‘inteligentes’”.